Ocampo, assim como Bleger, enuncia os enquadres e limites do processo psicodiagnóstico e ressalta o motivo pelo qual o método da psicanálise seja contraindicado:
"Se o psicólogo deve fazer um psicodiagnóstico, o enquadramento não pode ser esse: ele dispõe de um tempo limitado; a duração excessiva do processo torna-se prejudicial (...) em relação a técnica da entrevista livre ou totalmente aberta, se adotarmos o modelo psicanalista (que nem todos adotam) devemos deixar que o paciente fale o que quiser e quando quiser, isto é, respeitarmos seu timing. Mas com isso cairemos em uma confusão: não dispomos de tempo ilimitado (...) Portanto, aceitar silêncios muito prolongados, lacunas totais em temas fundamentais, insistência em um mesmo tema (...) é funcionar com uma identidade alheia (a do terapeuta) e romper com o próprio enquadramento. (0CAMPO, 1981, p. 15).
Ainda acerca das considerações de OCAMPO sobre enquadramento, ressalta-se que algumas variáveis devem ser mantidas no processo diagnóstico, tais como: esclarecimento dos papeis respectivos, lugares onde se realizarão as entrevistas; horário e duração do processo; honorários.
Logo, a assertiva que trata de manter constante certas variáveis (as mencionadas acima) durante o processo psicodiagnóstico é correspondente a delimitar o enquadramento de tal processo.