SóProvas


ID
89335
Banca
FUNRIO
Órgão
PRF
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Violência no trânsito

Se quase sempre é difícil fazer uma autoavaliação, é impossível adivinhar o estado de espírito do motorista ao lado. Assim, uma atitude preventiva - e, por que não, defensiva - é a melhor maneira de não se envolver em situações de violência. O psiquiatra forense Everardo Furtado de Oliveira afirma que é possível prevenir uma briga, evitando, por exemplo, contato de olhos com o
condutor agressivo, não fazer ou revidar gestos obscenos, não ficar na cola de ninguém e não bloquear a mão esquerda, por exemplo.
Medalhista olímpico em 1992, o judoca Rogério Sampaio não pensa muito diferente: "Respire fundo, tenha consciência de que não vale a pena brigar e, principalmente, pense em sua família". Com o objetivo de entender o comportamento do motorista e do pedestre capixaba e desenvolver ações para melhorar o tráfego, o Detran do Espírito Santo entrevistou quase 400 motoristas. A pesquisa, coordenada pelo antropólogo Roberto DaMatta, mostrou que desprezo às regras, agressividade e despreparo são características dos motoristas entrevistados. "O que o condutor pensa quando está dentro do carro é que a ele é dado o direito de ser imprudente de vez em quando. Para os nossos erros, procuramos muitas desculpas. Aquele que cumpre a lei é visto como alguém em uma posição inferior, um fraco", diz Luciene Becacici, diretora-geral do órgão.
Em Brasília (DF), a tese de doutorado sobre o trânsito da cidade defendida pela psicóloga Cláudia Aline Soares Monteiro envolveu uma pesquisa com 923 motoristas. "Dos entrevistados, 84% afirmaram sentir raiva enquanto dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com maior frequência cometiam mais erros e eram mais agressivas", diz Cláudia. Segundo o trabalho, quanto maior o nível de escolaridade da mulher, mais ela se irrita no tráfego. A situação é inversa para o sexo masculino.
Além disso, os que mais cometem infrações são jovens com idade entre 18 e 27 anos, solteiros e sem filhos. A situação que mais deixa os homens nervosos é ter avanço impedido do veículo. Já as mulheres se irritam com direção agressiva por parte de outros motoristas.
[...]
O trânsito é um ambiente de interação social como qualquer outro. "O carro é um ambiente particular, mas é preciso seguir regras,
treinar o autocontrole e planejar os deslocamentos. É um local em que é preciso agir com civilidade e consciência", diz a hoje
doutora em trânsito Cláudia Monteiro.
Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, o carro não é o escudo protetor que se supõe. Exercitar a paciência e o
autocontrole não faz parte do currículo das autoescolas, mas são práticas cada vez mais necessárias à sobrevivência no trânsito.
Internet: http://quatrorodas.abril.uol.com.br/reportagens/conteudo_288447.shtml.
Acesso em 29/8/2009, com adaptações.

Assinale a alternativa em que se encontra o mesmo recurso de linguagem empregado em "o carro não é o escudo protetor que se supõe".

Alternativas
Comentários
  • b)Ironia: é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reacção do leitor, ouvinte ou interlocutor.Exemplos:- Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor! (Mário de Andrade) - Você está intolerante hoje.- Não diga, meu amor!
  •  Na verdade trata-se de uma Metáfora, pois a idéia de carro é utilizada fora da sua acepção real, pois um carro não é um "escudo protetor", que protege as pessoas, que nele estão dentro, de acidentes. Essa é a idéia que se quer passar: dentro da situação do texto, a idéia que os motoristas tem é a seguinte: "posso fazer o que quiser no volante, pois estou protegido pelo carro, nada me acontecerá".

    No caso do gabarito, letra B, ao dizer "Prevaleceu no caso a sua vontade de ferro", o que está se querendo dizer é "Prevaleceu no caso a sua vontade firme, forte, inabalável". Por este motivo trata-se da mesma figura de liguagem empregada no enunciado da questão.

  • Observem as comparações implícitas.

    Carro igual ao escudo.
    Vontade igual ao ferro.

    Por isso, metáfora. Alternativa B.
  • E quanto a expressão: "Escudo protetor", não seria um pleonasmo?? E a letra d, então, se assemelharia com a expressão: "folhas finas"? 
    Fiquei com dúvida, quem puder me ajudar!
  • o carro não é o ESCUDO PROTETOR... metáfora.

    a) Prosopopeia ou personificação - O Brasil VER
    b) Metáfora - Vontade de ferro
    c) Não identifiquei nenhum recurso.
    d) Aliteração - As folhas finas fazem felizes os homens.
    e) Antíntese - Tudo que sei é que nada sei.

    Vale dizer que a frase da assertiva é metáfora assim como a letra b, porém são metáforas de tipos diferentes, a primeira é Comparação ou Símile e a segunda é uma metáfora pura. O que difere uma da outra é que quando o verbo "ser" é expresso então estamos diante de uma símile e com verbo implicito temos uma metáfora pura.
  • Metáfora - comparação com o conectivo comparativo subentendido - carro COMO se (não) fosse escudo protetor.
    a) Metonímia - não é o Brasil, são os brasileiros (confunde-se muito com prosopopeia: veja primeiro se caberia ser metonímia, se for, esqueça prosopopeia)
    b) Metáfora - vontade COMO se fosse de ferro
    c) Acho que seria sinédoque ("tipo de metonímia", mas com redução ou ampliação de sentido). Não são as árvores e os rios que precisam ser protegidos, são as florestas e os recursos hídricos.
    d) Aliteração - repetição do fonema /fe/ 
    e) Antítese - sentidos contrários em uma mesma ideia

  • acredito que a letra E está muito mais pra Paradoxo:

    e) Tudo que sei é que nada sei. (como assim, sabe e ao mesmo tempo não sabe?)


    Ø   Paradoxo/Oxímoro - proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias:

    – Foi sem querer querendo

    – Que música silenciosa ele toca!

    – Amor é fogo que arde sem se ver, / É ferida que dói e não se sente, / É um contentamento descontente, / É dor que desatina sem doer.



  • A Letra E não é paradoxo, pois ele já afirmava anteriormente que ele só tem essa certeza, de que nada sabe. Se ele dissesse: Sei tudo e nada sei, seria paradoxo. Paradoxo é quando dois extremos não se comunicam na mesma frase.

  • ufa! uma facil