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ID
895135
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
CNJ
Ano
2013
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

Acerca dos aspectos estruturais e organizacionais da administração
pública, julgue os itens a seguir.

Um dos exemplos de motivadores das transformações dos modelos organizacionais e de gestão pública foi a crise da eficiência do Estado brasileiro, nas décadas de 70, 80 e 90 do século XX.

Alternativas
Comentários
  • "No Brasil, embora esteja presente desde os anos 70, a crise do Estado somente se tornará clara a partir da segunda metade dos anos 80. Suas manifestações mais evidentes são a própria crise fiscal e o esgotamento da estratégia de substituição de importações, que se inserem num contexto mais amplo de superação das formas de intervenção econômica e social do Estado. Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra e centraliza funções, e se caracteriza pela rigidez dos procedimentos e pelo excesso de normas e regulamentos.
    A reação imediata à crise - ainda nos anos 80, logo após a transição democrática - foi ignorá-la. Uma segunda resposta igualmenteinadequada foi a neoliberal, caracterizada pela ideologia do Estado mínimo.Ambas revelaram-se irrealistas: a primeira, porque subestimou tal desequilíbrio; a segunda, porque utópica. Só em meados dos anos 90 surge uma resposta consistente com o desafio de superação da crise: a idéia da reforma ou reconstrução do Estado, de forma a resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas.
    Neste sentido, são inadiáveis: (1) o ajustamento fiscal duradouro; (2) reformas econômicas orientadas para o mercado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantam a concorrência interna e criem as condições para o enfrentamento da competição internacional; (3) a reforma da previdência social; (4) a inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; e (5) a reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua “governança”, ou seja, sua capacidade de implementar de forma eficiente políticas públicas."

    Fonte: http://www.bresserpereira.org.br/Documents/MARE/PlanoDiretor/planodiretor.pdf
    Pág: 11.

    Bons estudos!!!

  • Gabarirto preliminar da Banca: CORRETO.
    Segundo o professor Wendell Castellano:
    "CABE RECURSO. Ao meu ver ERRADO. Não diria que os motivadores das transformações dos modelos organizacionais e da gestão pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) foram as crises de eficiência, mas sim uma verdadeira necessidade de adaptação às tendências mundiais de pleno antendimento ao cidadão, de um estado lucrativo e sustentável, menos intervencionista."
  • Gabarirto preliminar da Banca: CORRETO.

    Segundo o professor Wendell Castellano:

    "CABE RECURSO. Ao meu ver ERRADO. Não diria que os motivadores das transformações dos modelos organizacionais e da gestão pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) foram as crises de eficiência, mas sim uma verdadeira necessidade de adaptação às tendências mundiais de pleno antendimento ao cidadão, de um estado lucrativo e sustentável, menos intervencionista.
  • Gabarirto preliminar da Banca: CORRETO.

    Segundo o professor Wendell Castellano:

    "CABE RECURSO. Ao meu ver ERRADO. Não diria que os motivadores das transformações dos modelos organizacionais e da gestão pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) foram as crises de eficiência, mas sim uma verdadeira necessidade de adaptação às tendências mundiais de pleno antendimento ao cidadão, de um estado lucrativo e sustentável, menos intervencionista."
  • A questão fala que foi UM DOS EXEMPLOS, ela não afrima que foi o fator primordial.
  • De acordo com Augustinho Paludo, citando o PDRAE: "No Brasil. A crise estava presente desde os anos 1970, mas se tornou clara a partir da segunda metade dos anos 1980. As causas foram: a crise fiscal do Estado; o esgotamento da estratégia de intervenção no mercado via substituição de importações; e a superação da administração burocrática, que, centralizada, tornou-se inflexível, cara e ineficiente".

    "Uma primeira reação, no início dos anos 1980, foi ignorar a crise. A segunda resposta neoliberal de Estado mínimo também foi inadequada. A primeira subestimou o desequilíbrio fiscal e a segunda foi meramente utopia. A resposta viria em meados dos anos 1990, com a ideia de reforma e reconstrução do Estado, a fim de resgatar sua autonomia financeira e a capacidade de implementar políticas públicas".

    Administração Pública, 2ª edição. Augustinho Paludo. Página 105.
  • Gabarito oficial deu a questao como certa e concordo com a banca. Se o cenário estava em crise, a mudança era necessária. Mas o professor Wendell Castellano também está certo quando diz que era necessária a adaptação às tendências mundiais.
  • Gabarito CORRETO:

    De acordo com o PONTO:

    A competência da burocracia brasileira (especialmente a alta tecnoburocracia) foi demonstrada desde os anos 30, quando a administração pública profissional foi implantada no Brasil. A implantação da indústria de base nos anos 40 e 50, o ajuste nos anos 60, o desenvolvimento da infraestrutura e a instalação da indústria de bens de capital, nos anos 70, de novo o ajuste e a reforma financeira, nos anos 80, e a liberalização comercial nos anos 90, não teriam sido possíveis não fosse a competência e o espírito público da burocracia brasileira.
    O governo Collor, de maneira equivocada, tentou produzir respostas ao pretenso engessamento da administração pública, mas apenas agravou os
    problemas existentes, na medida em que se preocupava em destruir ao invés de construir. O governo Itamar Franco buscou essencialmentenrecompor os salários dos servidores, que haviam sido violentamente reduzidos no governo anterior. O discurso de reforma administrativa assume uma nova dimensão a partir de 1994, quando a campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança organizacional e cultural da administração pública no sentido de uma administração gerencial.
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruzado_%28BRC%29Podem estar de referindo à reforma monetária da moeda nacional. Cruzado (1986 a ); Cruzado novo (1989 a 1990); Cruzerio; até chegar a moeda chamada: 'real'.
    A partir de meados da década de 1970, houve um intenso processo inflacionário que atingiu o seu cume no início dos anos 1980, sendo que este desajuste acabou prevalecendo durante a curta existência do Cruzado, contribuindo para que a década de 1980 ficasse conhecida no Brasil como a "Década Perdida". http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruzado_%28BRC%29
  • No Brasil, embora esteja presente desde os anos 1970, a crise do Estado somente se tomará clara a partir da segunda metade dos anos 1980. Suas manifestações mais evidentes são a própria crise fiscal e o esgotamento da estratégia de substituição de importações, que se inserem num contexto mais amplo de superação das formas de intervenção econômica e social do Estado. Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra e centraliza funções, e se caracteriza pela rigidez dos procedimentos e pelo excesso de normas e regulamentos.

    A reação imediata à crise - ainda nos anos 1980, logo após a transição democrática foi ignorá-la. Uma segunda resposta igualmente inadequada foi a neoliberal, caracterizada pela ideologia do Estado mínimo. Ambas revelaram-se, irrealistas: a primeira, porque subestimou tal desequilíbrio; a segunda, porque utópica. Só em meados dos anos 1990 surge uma resposta consistente com o desafio de superação da crise: a idéia da reforma ou reconstrução do Estado, de forma a resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas.

    Neste sentido, são inadiáveis: 

    (1) o ajustamento fiscal duradouro; 

    (2) as reformas econômicas orientadas para o mercado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantam a concorrência interna e criem as condições para o enfrentamento da competição internacional; 

    (3) a reforma da previdência social; 

    (4) a inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; e 

    (5) a reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua “governança”, ou seja, sua capacidade de implementar

    de forma eficiente políticas públicas.

    Fonte: Administração Geral e Pública - Chiavenato

  • Confesso ter marcado correta porque a impressão que tenho é que Brasil sempre está em crise, desde os anos 30, aliás, desde nossa crianção como Estado Brasileiro haha!

  • Confesso ter marcado correta porque a impressão que tenho é que Brasil sempre está em crise, desde os anos 30, aliás, desde nossa crianção como Estado Brasileiro haha! (2)

  • Acredito que um dos motivos seja essa crise, pois em 1967 criou-se a Administração Indireta com a intenção de enfraquecer a Administração Direta. Isso já foi uma falha da época, pois dava margem a práticas patrimonialistas, pois não era preciso concurso público para entrar. Isso enfraqueceu a eficiência porque quem entrava não tinha preparo e conhecimento para executar o serviço. Estava lá "para ganhar dinheiro e garantir um emprego". Isso se prolongou até a reforma de 1995, quando iniciaram a exigência de serviço público para os dois tipos de Administração (direta e indireta). Infelizmente, as pessoas que entraram na Administração Indireta acabaram sendo incorporadas no serviço público e garantiram a estabilidade (ao invés de seguir as exigências de realizarem concurso para ver se tinham capacidade e preparo para executar as tarefas para ser algo justo para todos). 

  • Confesso ter marcado correta porque a impressão que tenho é que Brasil sempre está em crise, desde os anos 30, aliás, desde nossa crianção como Estado Brasileiro haha! (3)

     

    o brasil nao esta em crise, é apenas uma marolinha. 

    assinado: Lula

  • difícil em concordar que a década de 80 teve como exemplo motivador.

  • Até então, o Estado intervinha na economia. Com a crise do petróleo em 1973, houve a diminuição de liquidez no mundo (menos dinheiro disponível) e com isso a elevação das taxas de juros (tomar empréstimos passou a ficar mais caro). Quando o governo intervém na economia, há um comprometimento maior do orçamento. Maiores gastos e descontrole dos gastos somados a menor arrecadação (afinal o mundo estava em crise) leva à crise fiscal (na qual o orçamento passa a ter mais gastos que receita). Nesse contexto, a saída foi reduzir o tamanho do Estado (privatizações) e reformar administrativamente a máquina pública, como forma de reduzir os gastos.

  • Não tem o que questionar. Recomendo a leitura do texto do PDRAE, pois a banca CESPE tem um paixão louca por ele.