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A partir de um fato histórico, o acidente nuclear de Chernobyl, o autor apresenta uma discussão que emerge no séc. XX e permanece até nossos dias: as relações entre homem versus ciência, técnica, tecnologia, etc. A questão mais relevante dessa relação parece ser a ética, devido ao “desencantamento do mundo do progresso” vivido durante o século passado. Os avanços tecnológicos tem valor em si mesmos, ou para aquilo a que se destinam? O primeiro defende uma utópica ciência neutra sem responsabilidade social; o segundo, defende que todo conhecimento tem que ser útil. A ética contemporânea é vista de maneiras diversas, mas grande característica de nossa época é a manutenção de certo contratualismo: trata-se de um acordo entre partes. Todavia, esse acordo não pode ser efetuado entre quaisquer partes, mas entre todas as partes. O todo, entendido como o coletivo, passa a dar a legitimidade de uma ação ética. Aplicando o que foi dito acima ao contexto e objetivo da questão podemos dizer que a ciência tem sua finalidade fora dela, a saber, o bem do homem. Essa finalidade é “decidida” (aspecto contratualista) por uma coletividade (aspecto social) que lhe dá legitimidade. Assim, podemos entender que
A questão (a) está correta, de acordo com o que dissemos acima.
A questão (b) está errada, pois a finalidade “mais humana” corresponde à coletividade, enquanto interesse de mercado restringe por si só essa ideia.
A questão (c) está errada, pois a ideia de priorizar a tecnologia está aqui entrelaçada a desenvolvê-la sem relação alguma com algo “mais humano”.
A questão (d) está errada, dado que não há nada no texto que explicite isso de modo claro, além do mais o objetivo final permanece: tornar a ciência mais humana, logo não é separar a tecnologia da natureza, mas sintetizá-la.
A questão (e) está errada simplesmente porque é o contrário do que o texto tem a dizer, ou seja, não impor limites sobre a tecnologia.
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No ano de 1986, os operadores da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. Contudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi nesse momento que uma enorme tragédia nuclear se desenhou no Leste Europeu.
Entre outros erros, os funcionários envolvidos no episódio interromperam a circulação do sistema hidráulico que controlava as temperaturas do reator. Com isso, mesmo operando com uma capacidade inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo anunciava a explosão do reator rico em Urânio-235, elemento químico de grande poder radioativo.
Com o ocorrido, a usina de Chernobyl liberou uma quantidade letal de material radioativo que contaminou uma quilométrica região atmosférica. Em termos comparativos, o material radioativo disseminado naquela ocasião era assustadoramente quatrocentas vezes maior que o das bombas utilizadas no bombardeio às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda Guerra Mundial. Por fim, uma nuvem de material radioativo tomava conta da cidade ucraniana de Pripyat.
Ao terem ciência do acontecido, autoridades soviéticas organizaram uma mega operação de limpeza composta por 600 mil trabalhadores. Nesse mesmo tempo, helicópteros eram enviados para o foco central das explosões com cargas de areia e chumbo que deveriam conter o furor das chamas. Além disso, foi necessário que aproximadamente 45.000 pessoas fossem prontamente retiradas do território diretamente afetado.
Para alguns especialistas, as dimensões catastróficas do acidente nuclear de Chernobyl poderiam ser menores caso esse modelo de usina contasse com cúpulas de aço e cimento que protegessem o lugar. Não por acaso, logo após as primeiras ações de reparo, foi construído um “sarcófago” que isolou as ruínas do reator 4. Enquanto isso, uma assustadora quantidade de óbitos e anomalias indicava os efeitos da tragédia nuclear.
Buscando sanar definitivamente o problema da contaminação, uma equipe de projetistas hoje trabalha na construção do Novo Confinamento de Segurança. O projeto consiste no desenvolvimento de uma gigantesca estrutura móvel que isolará definitivamente a usina nuclear de Chernobyl. Dessa forma, a área do solo contaminado será parcialmente isolada e a estrutura do sarcófago descartada.
Apesar de todos esses esforços, estudos científicos revelam que a população atingida pelos altos níveis de radiação sofre uma série de enfermidades. Além disso, os descendentes dos atingidos apresentam uma grande incidência de problemas congênitos e anomalias genéticas. Por meio dessas informações, vários ambientalistas se colocam radicalmente contra a construção de outras usinas nucleares.
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No trecho, "É evidente que uma gestão mais coletiva..." já uma boa forma de começar a eliminar as alternativas até concluir-se que a mais coerente é a A.
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Letra A
...É evidente que uma gestão mais coletiva se impõe...
O texto propõe que as medidas para solucionar o problema de energia sejam feitas motivadas pelos interesses sociais e coletivos, logica esta que ajuda por si só a evitar acidentes.
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A questão (a) está correta, de acordo com a parte textual> ''é evidente que uma gestão mais coletiva se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades mais humanas.''
A questão (b) está errada, pois a finalidade “mais humana” corresponde à coletividade, enquanto interesse de mercado restringe por si só essa ideia.
A questão (c) está errada, pois a ideia de priorizar a tecnologia está aqui entrelaçada a desenvolvê-la sem relação alguma com algo “mais humano”.
A questão (d) está errada, dado que não há nada no texto que explicite isso de modo claro, além disso o objetivo final permanece: tornar a ciência mais humana, logo não é separar a tecnologia da natureza, mas sintetizá-la.
A questão (e) está errada simplesmente porque é o contrário do que o texto tem a dizer, ou seja, não impor limites sobre a tecnologia.
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Acidentes como do Chernobyl indicam a necessidade de conjugar interesses econômicos, aplicação de técnicas e demandas sociais.
LETRA A