O surfactante pulmonar é uma mistura lipoproteica com propriedades tensoativas produzido pelos pneumócitos tipo II. As proteínas e lipídios desta mistura reduzem a tensão superficial na interface entre o líquido presente na cavidade alveolar e o ar.
Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido (SARRN ou antigamente chamada de doença da membrana hialina) é um distúrbio decorrente da produção insuficiente de surfactante pulmonar, e da má adaptação a vida extra-uterina.
A gravidade da doença é inversamente proporcional à idade gestacional, ou seja, quanto maior a idade gestacional ao nascimento menor a gravidade.
A principal consequência da menor quantidade de surfactante é o aumento da tensão superficial na interface ar-líquido, levando, então, ao aumento das forças de fechamentoalveolar (colabamento alveolar). Isto leva a um colapso alveolar, diminuindo a complacência pulmonar (distensão).
Temos com isto uma diminuição da oxigenação o que leva a uma vasoconstricção, aumentando a pressão nas artérias pulmonares e conseqüentemente fazendo com que osangue passe do átrio direito para o esquerdo pelo forame oval (contrariamente ao que ocorre em recém-nascido normal), e fazendo com o sangue continue passando da artéria pulmonar para a aorta pelo ducto arterioso ou canal arterial, piorando a diminuição da oxigenação e não conseguindo fibrosar o canal arterial.
5 Cuidados com o RN antes de instilar a droga •
Certificar-se da posição da extremidade da cânula traqueal por meio de ausculta pulmonar ou, preferencialmente, pela radiografia de tórax. Deve ser mantida entre a 1a e a 3a vértebras torácicas.
• Se necessário, aspirar a cânula traqueal cerca de 10 a 15 minutos antes da instilação do surfactante.
• Evitar a desconexão do respirador para instilar o surfactante. De preferência, não interromper a ventilação mecânica, utilizando uma cânula de duplo lúmen para administrar o surfactante. Na ausência dessa cânula, ministrar a droga por meio de uma sonda de aspiração traqueal no 5 inserida por intermédio de conector com entrada lateral ou da cânula traqueal. Deve-se cuidar para que a sonda de instilação, ao ser inserida, não ultrapasse a extremidade distal da cânula traqueal. O método menos adequado de aplicação consiste em conectar diretamente a seringa com surfactante à cânula traqueal.
• Monitorizar a frequência cardíaca, a oximetria de pulso, a perfusão periférica e a pressão arterial sistêmica para verificar se as condições hemodinâmicas estão adequadas. Na presença de hipotensão e/ou choque, procurar corrigir e estabilizar o paciente antes da instilação do surfactante
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