Capanema herdara do governo provisório a preocupação dos tenentes com a educação. A própria criação deum Ministério com essa função é exemplo disso. O ministro Francisco Campos, que deixa a pasta em 1934, implementou a mais significativa reforma do Ensino Secundáriojamais feita. Amplia-se este ensino de seis para sete anosem dois ciclos, o primeiro de formação humanista e o segundo para prepará-lo para o Ensino Superior. O EnsinoSecundário não chega a se democratizar, mas amplia-sesignificativamente quadruplicando o número de alunosentre 1930 e 1936. O número de escolas tanto primáriasquanto secundárias aumentou em cerca de 40% até o início do Estado Novo e em 1939 havia 3,5 milhões de alunosmatriculados no Brasil, com uma população de 38 milhões. No campo da Educação Superior o Estado de SãoPaulo foi o pioneiro. Ideia defendida por Júlio de Mesquita e outros expoentes da elite paulista foi levada a caboem 1934 pelo interventor e depois governador ArmandoSalles de Oliveira congregando escolas tradicionais preexistentes com outras escolas recém-criadas como as deFilosofia e Ciências Humanas e a de Ciências Naturais eQuímica. Foram contratados 13 professores estrangeiros (França, Portugal, Alemanha e Itália) dentre os quais ClaudeLévi-Strauss, Giuseppe Ungaretti e Roger Bastide. Era umareafirmação intelectual paulista após a derrota de 1932. No Rio de Janeiro, foi criada por Anísio Teixeira em1935 a Universidade do Distrito Federal que, a exemplo daUSP criada no ano anterior, congregava cinco escolas (Faculdade de Filosofia e Letras, Faculdade de Ciências, Faculdade de Ciência Política e Direito, a Escola de Educação e oInstituto de Artes). Seu primeiro reitor, Afrânio Peixoto iria aEuropa contratar professores como fora feito em São Paulo. Com o Estado Novo, a Universidade do Distrito Federalseria absorvida pela Universidade do Brasil.