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ID
93388
Banca
FCC
Órgão
TRF - 1ª REGIÃO
Ano
2001
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Práticas e convenções

Os direitos e deveres estabelecem-se primeiro na
prática, depois por convenção. O senso do que é justo, do que é
socialmente desejável, mesmo do que é moral, firma-se em
valores culturais, cujo acatamento coletivo muitas vezes
demanda as prescrições de um código. Ocorre que a
legitimidade desse código pode vir a se tornar mera e vazia
convenção, quando seus postulados já não refletem a evolução
dos fatos da cultura. As revisões dos dispositivos da lei fazemse,
por vezes, com tal atraso, que apenas retiram de um texto
caduco aquilo que as pessoas há muito removeram de suas
práticas sociais.

As recentes alterações no Código Civil brasileiro,
elogiáveis em tantos aspectos, estão longe de representar
algum avanço mais profundo, refletindo, apenas hoje, valores
que, na prática social, firmaram-se há décadas. No que diz
respeito ao papel da mulher na modernidade, essas alterações
não fazem mais que formalizar (quase diria: envergonhadamente)
direitos conquistados ao longo das lutas feministas,
desde que a mulher tomou para si a tarefa que lhe cabia:
demarcar com clareza e soberania o território de sua atuação,
território que há muito é seu, não por convenção, mas pela ação
cotidiana que se fez histórica.
(Diógenes Torquato, inédito)

A necessidade ou não do sinal de crase está inteiramente observada na frase:

Alternativas
Comentários
  • ITEM B e C - Como o colega explicou, o item B está incorreto, mas podemos usá-lo para explicar porque o termo "a qual" do item B possui crase e o item C não.No item B, "à qual", que substitui "a nova edição do código civil", é objeto de "fizeram objeções" e quem faz objeções faz objeções a alguma coisa, daí a contração de "a" e "a qual" = à qual. Fica mais fácil se dissermos: Fizeram objeções à nova edição do código civil.Já no item C, "a qual" apenas retoma "condição 'natural' de cabeça de casal", não sendo objeto, mas sujeito do verbo reservava (que está na segunda oração da frase). fica mais facil assim: Oração 1: À vista do que dispõe o novo código, não caberá a ninguém a condição "natural" de cabeça de casal.Oração 2: A condição "natural" de cabeça de casal (a qual), até então, se reservava para o homem. ITEM D - Curto e exemplo são palavras masculinas...
  • Vale salientar que antes de "minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s) e vossa(s)" a crase é facultativa.Portanto na letra A, poderia ou não haver a crase em "...integram a nossa sociedade."
  • na sentença 'que integram a nossa sociedade', ao contrário do que foi dito no primeiro comentário não seria correto o uso da crase, não pelo fato de ser proibido utilizar crase antes do pronome 'nossa' que, como foi dito pelo mesmo post, é realmente facultativo. Contudo, seria um erro de concordância verbal, já que o verbo 'integrar' não exige a preposição 'a', mas apenas o artigo: "a (nossa) sociedade"
  • Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais

    A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:

      A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
      O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
      Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
  • a) Deve-se à luta das feministas o respeito aos direitos que cabem também às outras parcelas de injustiçados que integram a nossa sociedade.

    Parcelas de injustiçados > tornou OUTRAS determinado?


    Não entendi o porquê de estar correta! Se alguém puder ajudar! abraço.
  • Também acho que a letra A está errada, pois não se usa crase antes de OUTRAS (pronome indefinido).

     
  • NOTE QUE OUTRAS ADMITE ARTIGO:
    A OUTRA, O OUTRO;
    AS OUTRAS , OS OUTROS;
    NESTE CASO, O PRONOME ADMITE ARTIGO, O QUE NAO ACONTECE COM OUTROS PRONOMES COMO ALGUEM, NIGUEM, ETC...
    ALEM DISSO, PELA REGENCIA, É NECESSARIO O PRONOME "A" QUE SE JUNTA COM "AS" (ARTIGO) FORMANDO A CRASE...
    ESPERO TER AJUDADO...

  • Marquei alternativa B), por achar que as expressões "à torto" e "à direito" eram locuções adverbiais prepositivas, mas parece que me enganei! Agora, em relação a letra A), realmente é possível crase antes dos pronomes indefinidos "outra" e "outras"? Seria uma exceção à regra?

  • a) Deve-se à luta das feministas ==> Deve a, exige prep. “a” + luta(fem.) = crase;

    cabem também às outras parcelas de injustiçados ==> cabem a, exige prep. ”a” + outras(pron. feminino) = crase; ou substitua por masc. > outras parcelas por outros parcelamentos;

    cabem também aos outros parcelamentos de injustiçados...

  • Gente, LETRA A está correta. OUTRA, mesmo sendo pronome indefinido, é uma exceção a regra. Não se usa crase antes de pronome indefinido, com exceção de outra. 

  • Crase é proibida:

    Antes de pronomes indefinidos, com exceção de outra:

    ex:

    Direi a todas as pessoas.

    Fiz alusão a esta moça e à outra.

    http://heloisamonqueiro.com.br/crase-2

  • A) Deve-se à luta das feministas o respeito aos direitos que cabem também às outras parcelas de injustiçados que integram a nossa sociedade.

    B) Encontra-se a disposição dos interessados a nova edição do Código Civil, à qual, aliás, já se fizeram objeções à torto e à direito.

    C) À vista do que dispõe o novo código, não caberá à ninguém a condição "natural" de cabeça de casal, à qual, até então, se reservava para o homem.

    D) Pode ser que à curto prazo o novo código esteja obsoleto em vários pontos, à exemplo do que ocorreu com o antigo.

    E) Não se impute à uma mulher a culpa de não ter lutado por seus direitos; todas as pressões sociais sempre a conduziram àquela "virtuosa" resignação.