Letra: B
"Um outro fator significativo para a abertura do campo da saúde do trabalhador à psicologia foi a introdução de alterações significativas, a partir de 1986, propostas pela VIIIª Conferência Nacional de Saúde e Iª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, consolidadas na Constituição Brasileira de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde de 1990. Tais alterações rompem com o modelo teórico centrado no conhecimento médico e em saberes compartilhados por categorias profissionais para proporem ações integradas e interdisciplinares". (p. 240)
NARDI, H.; TITTONI,J.; BERNARDES, J. Subjetividade e trabalho. In: CATTANI, A. (Org.) Trabalho e tecnologia; dicionário crítico. 2.ed., Petrópolis: Vozes, 1997
A história
da Saúde do Trabalhador no Brasil é bem recente, tendo início apenas com a
criação do Ministério do Trabalho, no início na década de 30, mesmo assim,
apenas como gerenciador e regulamentador das condições físicas do ambiente de
trabalho, com o objetivo de promover ações em segurança laboral. Nessa época o
foco era somente nos agentes físicos do ambiente que ofereciam riscos a saúde
física do trabalhador.
Somente
na redemocratização do Brasil, quando promulgada a Constituição Federal de
1988, a saúde passou a ser direito social, sendo efetivada com a implementação do
Sistema Único de Saúde (SUS), que punha em prática as ações e serviços públicos
de saúde. E mais tarde, em 1990, quando surge a Lei Orgânica da Saúde - LOS o
trabalho é reconhecido como fator condicionante da saúde, recebendo atenção e
merecendo ações voltadas para a saúde do trabalhador, que são então incluídas
sob a responsabilidade do SUS.
Em 1999, a
publicação da Portaria GM/MS N°1.339 instituiu a Lista de Doenças Relacionadas
ao Trabalho, relacionando agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional e
as respectivas doenças que podem estar a eles relacionadas, incluindo-se aí doenças
de ordem psicológicas, transtornos mentais e comportamentais, confirmando a
concepção de que a relação do homem com o trabalho é fundamental para o
comprometimento da Saúde do Trabalhador.
Essas alterações significativas permitiram a abertura do
campo da Saúde do Trabalhador a outros saberes e outros olhares, como a
Psicologia, por exemplo, rompendo, assim, com o modelo teórico centrado no
conhecimento médico, para investir em saberes compartilhados por diversas categorias
profissionais para proporem ações integradas e interdisciplinares.
O assunto é discorrido por Nardi, Tittoni e Bernardes, no
aritgo “Subjetividade e trabalho"
do livro “Trabalho e tecnologia",
edição de 1997.
GABARITO: B