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ID
95077
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Justiça e burocracia
A finalidade maior de todo processo judicial é chegar a
uma sentença que condene o réu, quando provada a culpa, ou
o absolva, no caso de ficar evidenciada sua inocência ou se
nada vier a ser efetivamente comprovado contra ele. O
pressuposto é o de que, em qualquer dos casos, a sentença
terá sido justa. Mas nem sempre isso ocorre. O caminho
processual é ritualístico, meticuloso, repleto de cláusulas, de
brechas para interpretação subjetiva, de limites de prazos, de
detalhes técnicos - uma longa jornada burocrática, em suma,
em que pequenos subterfúgios tanto podem eximir de
condenação um culpado como penalizar um inocente. Réus
poderosos contam com equipes de advogados particulares
experientes e competentes, ao passo que um acusado sem recursos
pode depender de defensores públicos mal remunerados
e indecisos quanto à melhor maneira de conduzir um processo.
No limite, mesmo os réus de notória culpabilidade,
reincidentes, por exemplo, em casos de corrupção, acabam por
colecionar o que cinicamente chamam de "atestados de
inocência", sucessivamente absolvidos por força de algum
pequeno ou mesmo desprezível detalhe técnico. Quanto mais
burocratizados os caminhos da justiça, maior a possibilidade de
que os "expedientes" das grandes "raposas dos tribunais" se
tornem decisivos, em detrimento da substância e do mérito
essencial da ação em julgamento. A burocracia dos tortuosos
caminhos judiciais enseja a vitória da má-fé e do oportunismo,
em muitos casos; em outros, multiplica entraves para que uma
das partes torne evidente a razão que lhe assiste.
(Domiciano de Moura)

O advogado de defesa encaminhou uma apelação. Para fundamentar a apelação, organizou a apelação numa progressão de itens bem articulados. Ainda assim, recusaram a apelação os juízes do Supremo, que consideraram a apelação inconsistente de todo. Evitam-se as abusivas repetições do período acima subs- tituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • Casos que exigem Próclise:1 - Conectivos de oração subordinada (substantiva, adjetiva ou adverbial)2 - Advérbios, quando sem pausa (vírgula)3 - Pronomes indefinidos e demonstrativos (tudo, nada isso, aquilo, etc.)4 - "em" + pronome oblíquo átono + gerúndio (ex. em se tratando dos fatos)5 - "por" + pronome oblíquo átono + particípio (ex. por se tratarem das coisas)6 - Palavras com idéia negativa (não, nunca, jamais, etc.)Casos que exigem Mesóclise:1 - Futuro do presente (terminação rei)2 - Futuro do pretérito (terminação ria)Bizu: Quando o REI RIA põe no meio.Casos que exigem Ênclise:1 - Advérbio com pausa (ex. Aqui, reúnem-se alunos aprovados)2 - Imperativo (ex. Levante-se3 - Conectivo "e" (ex. Falou e disse-me verdades)Nunca utilizar pronome átono:1 - ínicio de frase2 - depois de futuro (Rei - Ria)3 - depois de particípio (Ado - Ido)
  • fundamentar a apelação

    Fundamentar a apelação: VTD (quem fundamenta, fundamenta alguma coisa). Logo, exige-se o pronome oblíquo A.

    Formas verbais terminadas por R, S ou Z: cortam-se essas letras e coloca-se a letra L antes do pronome oblíquo.

    Resposta: Fundamentá-la

     

    organizou a apelação  

    VTD - quem organiza, organiza alguma coisa. Exige-se o pronome oblíquo A e, como é caso de ênclise, o pronome é colocado após o verbo.

    Resposta: organizou-a

     

    recusaram a apelação  

    VTD - quem recusa, recusa alguma coisa. Exige-se o pronome oblíquo A.

    Formas verbais terminadas por ÕE, ÃO ou M: acrescenta-se N antes do pronome oblíquo.

    Resposta: recusaram-na

     

    consideraram a apelação  

    VTD - quem considera, considera algo. Exige-se o pronome A, mas como é um caso de próclise (o verbo está antecedido do pronome que), o pronome é atraído para a frente do verbo.

    Resposta: a consideraram

  • Macete para questão.

    Tema: colocação pronominal

    Caro colega, observe que o pronome oblíquo LHE sempre vai ser O.I( objeto indireto) sendo necessário no momeno da SUBSTITUIÇÃO por A ELE..... esse "A" de A ELE é uma preposição.

    Conclusão:

    Se tem LHE tem que existir À.....(crase)

     

    Para fundamentar a apelação, organizou a apelação (NÃO TEM CRASE = NÃO TEM LHE)numa progressão de itens bem articulados. Ainda assim, recusaram a apelação(NÃO TEM CRASE = NÃO TEM LHE) os juízes do Supremo, que consideraram a apelação(NÃO TEM CRASE = NÃO TEM LHE) inconsistente de todo.

    Elimina-se as alternativas A, C, D, E. (todas essas tem LHE)