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ID
97216
Banca
FCC
Órgão
MPE-RS
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

Representantes de 190 países acordaram ontem, na
Indonésia, diretrizes para um novo regime político contra o
aquecimento global. O chamado "mapa do caminho de Bali",
festejado por diplomatas e visto com ceticismo por ambientalistas,
foi aceito no encerramento da 13º Conferência do Clima
(COP-13). Frente à resistência por ações concretas, o
resultado é histórico.

(Cristina Amorim. O Estado de S. Paulo, 16 de dezembro de
2007)

Texto II

Continua acesa a discussão em torno dos resultados da
reunião da convenção do clima em Bali. E talvez uma síntese
dos argumentos colocados tanto pelos que vêem avanços como
pelos que se decepcionaram possa estar no velho dito popular
"ruim com ele, pior sem ele". De fato, o resultado é modesto.
Mas, sem o que se decidiu, continuaríamos avançando em
direção a situações cada vez mais graves, interrompendo um
processo de negociações que possa levar a compromissos de
redução das emissões de gases.

O acordo de Bali reconhece que o aquecimento já
apontado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
é inequívoco, que retardar um acordo para reduzir
emissões aumenta o risco de impactos graves, que os cortes a
definir terão de ser profundos e que é preciso chegar a um
acordo sobre eles, negociando já a partir do início de 2008, para
aprovar, até o final de 2009, um texto que inclua os compromissos
de todos os países, a vigorar em 2013, quando cessa a
vigência do Protocolo de Kyoto. Além disso, pela primeira vez, o
G77, que inclui os países em desenvolvimento, aceitou que
serão necessárias, de sua parte, metas de redução das
emissões. E o texto, também pela primeira vez, explicita que o
futuro tratado deve incluir entre seus objetivos a redução do
desmatamento em florestas tropicais.

De fato, não há como fugir aos temas que se referem
aos países em desenvolvimento. Eles respondem por 74% do
aumento da demanda de energia previsto para as próximas
décadas, e a maior parte continuará a vir da queima de
combustíveis fósseis. E as emissões provocadas por desmatamentos,
queimadas e mudanças no uso do solo em florestas já
respondem por 20% do total das emissões globais. Esses
países têm argumentado que os industrializados emitem mais e
há mais tempo; a eles, portanto, cabe a maior responsabilidade
pela redução. É verdade, mas isso não isenta os demais países.
E é possível calcular com quanto cada um deles, desenvolvido
ou em desenvolvimento, contribuiu para a concentração de
gases que já estão na atmosfera, provocando as mudanças do
clima. O argumento de que reduzir as emissões prejudicaria o
desenvolvimento econômico pode ser respondido dizendo que
só prejudica formas insustentáveis de desenvolvimento,
centrado apenas no crescimento econômico a qualquer custo.

(Adaptado de Washington Novaes. O Estado de S. Paulo, 21
de dezembro de 2007)

A forma verbal que aparece originalmente no singular, no Texto II, e que poderia ser empregada corretamente no plural está grifada na frase:

Alternativas
Comentários
  • Por quê? Alguém sabe me explicar? O verbo não deve obrigatoriamente concordar com "um processo"? abraços.
  • - A palavra "que" é um pronome relativo representado como sujeito "negociações", então o verbo concorda com a palavra que antecede o "que".
  • Cara Mariana, O enunciado pergunta em qual frase o que PODERIA ser empregado corretamente no plural.o verbo utilizado ("poder"), conforme escolha do escritor, permite dar ênfase ao "processo" ou às "negociações", e nas duas opções a correção gramatical seria preservada...Outra coisa: por exclusão também dava para acertar, pois em todas as outras frases tal recurso não é cabível...Espero ter ajudado.;)
  • b) ... um processo de negociações QUE possa levar a compromissos ...

    OU

    b) ... um processo de negociações QUE possam levar a compromissos ...

  • Quando o sujeito é formado pelas expressões "cada um de nós", "cada um de vocês" e semelhantes, o verbo deve ficar no singular, imposto pela expressão "cada um", que está no singular. 

    Exemplos: 

    Cada um de nós sabe o que deve fazer; Cada um de vós tem de procurar fazer a sua parte; Cada um de vocês poderá realizar o melhor possível.
  • O pronome relativo que retoma o termo antecedente. Neste caso a frase ficaria : Negociações que possam levar a compromissos.
  • Letra B.

    A regra geral de concordância verbal é que o verbo deve concordar com o sujeito, em número e pessoa. Mas, existem exceções: é o caso da concordância em orações em que há expressões partitivas, como “a maioria”, “a minoria”, “grande parte de”, “mais da metade”.

    A explicação para a ocorrência do verbo no singular ou no plural nesses casos é a seguinte: quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (“a maior parte”, “mais da metade”)  acompanhada de um especificador no plural (“dos colaboradores”, “dos funcionários”), o verbo pode ser conjugado das duas formas.

    Assim sendo, temos os exemplos:

    1-A maior parte dos colaboradores aderiu/aderiram à greve..

    2-Mais da metade dos funcionários não compareceu/compareceram à reunião.

    3-Boa parte dos integrantes concorda/concordam com a política do grupo.