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Uma armadilha contemporânea no cotidiano profissional do assistente social é a fragmentação da questão social ou de seu discurso generico. Isso traz como consequência a responsabilização dos sujeitos por suas dificuldades. Por uma artimanha ideológica elimina-se no nível de analise a dimensão coletiva da questão social reduzindo-se a uma dificuldade enfrentada pelo individuo.
Para maior aprofundamento sugiro a leitura de As dimensões ético políticas e teorico metodologicas no Serviço Social contemporaneo (Iamamoto)
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Uma dupla armadilha pode envolver a análise da “questão social” quando suas
múltiplas e diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum,
desconsiderando os processos sociais contraditórios - na sua dimensão de totalidade - que as
criam e as transformam.
Corre-se o risco de cair na pulverização e fragmentação das questões sociais, atribuindo
unilateralmente aos indivíduos e suas famílias a responsabilidade pelas dificuldades vividas, o
que deriva na análise dos “problemas sociais” como problemas do indivíduo isolado e da
família, perdendo-se a dimensão coletiva e isentando a sociedade de classes da
responsabilidade na produção das desigualdades sociais . Por uma artimanha ideológica,
elimina-se, no nível da análise, a dimensão coletiva da questão social, reduzindo-a a uma
dificuldade do indivíduo. (...)
Outra armadilha é aprisionar a análise em um discurso genérico, que redunda em uma
visão unívoca e indiferenciada da questão social, prisioneira das análises estruturais,
segmentadas da dinâmica conjuntural e da vida dos sujeitos sociais. A “questão social” passa
a ser esvaziada de suas particularidades, perdendo o movimento e a riqueza da vida, ao
desconsiderar suas expressões específicas que desafiam a “pesquisa concreta de situações
concretas” (como a violência, o trabalho infantil, a violação dos direitos humanos, os
massacres indígenas, etc.)
IAMAMOTO, 2004
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Lembrando:
Perspectiva fatalista: entender que a realidade já está pronta, determinada cabendo ao sujeito se adaptar e adequar com a realidade.
Perspectiva messianismo: entende que o sujeito profissional tem o poder em si de transformar e modificar a realidade. Mas não cabe aos profissionais está capacidade pelo fato de ser um trabalhador e está inserido no processo de trabalho.
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NOTAS DE RODAPÉ
É equivocado este discurso de velha questão social versus a nova questão social.
O que ocorre hoje é uma renovação da velha questão social (leia-se novas EXPRESSÕES da questão social), inscrita na própria natureza das relações sociais capitalistas, sob outras roupagens e novas condições sócias históricas na sociedade contemporânea, aprofundando suas contradições, como saluta Iamamoto (1999). Podemos exemplificar da seguinte forma, quando do surgimento das expressões da questão social relacionado ao processo de industrialização e urbanização , aquelas eram condizentes ao desemprego, à inserção de mulheres e crianças no mercado de trabalho, aos baixos salários, à extrema pobreza, à proliferação de doenças, etc. Na contemporaneidade, vejamos, não foram superadas todas essas ditas expressões, que, agora, são somadas ao tráfico de drogas ilícitas, à violência doméstica, ao estrupo, ao abuso sexual contra crianças, aos altos índices de homicídio, ao latrocínio, ao abandono, às doenças do trabalho, ao alcoolismo, ao trabalho informal, ao tráfico de pessoas e, não para por aí .
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Para Iamamoto, messianismo e fatalismo são dilemas presentes na profissão, cativos de uma análise da prática social esvaziada de historicidade.
O messianismo priveligia os propósitos do profissional individual resultando num voluntarismo.
O fatalismo é uma visão perversa, naturaliza a vida social e compreende a profissão como totalmente atrelada às malhas do poder, entendido como monolítico, o que resulta numa prática de subjugação do profissional à instituição.
Referências: SS na contemporâneidade, Iamamoto, p.211-213
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c) fragmentação da questão social ou do seu discurso genérico.
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C
FATALISMO: Superioridade da realidade sobre o sujeito. O serviço social deveria se conformar a um poder monolítico;
MESSIANISMO: Superioridade do sujeito sobre a realidade.