- ID
- 97741
- Banca
- FCC
- Órgão
- DPE-SP
- Ano
- 2010
- Provas
-
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Administrador
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Administrador de Banco de Dados
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Arquiteto
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Assistente Social
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Cientista Social
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Comunicação Social
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Contador
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Desenhista Industrial
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Programador
- FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria - Psicólogo
- FCC - 2010 - DPE-SP - Engenheiro Civil - Agente de Defensoria
- FCC - 2010 - DPE-SP - Engenheiro Elétrico - Agente de Defensoria
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Contribuição de um antropólogo
A maior contribuição do antropólogo Claude Lévi-Strauss
(que, ainda jovem, trabalhou no Brasil, e morreu, centenário, em
2009) é de uma simplicidade fundamental, e se expressa na
convicção de que não pode existir uma civilização absoluta
mundial, porque a própria ideia de civilização implica a coexistência
de culturas marcadas pela diversidade. O melhor da
civilização é, justamente, essa "coalizão" de culturas, cada uma
delas preservando a sua originalidade. Ninguém deu um golpe
mais contundente no racismo do que Lévi-Strauss e poucos
pensadores nos ensinaram, como ele, a ser mais humildes.
Lévi-Strauss, em suas andanças pelo mundo, foi um
pensador aberto para influências de outras disciplinas, como a
linguística. Foi ele também quem abriu as portas da antropologia
para as ciências de ponta, como a cibernética, que era
então como se chamava a informática, conectando-a com novas
disciplinas como a teoria dos sistemas e a teoria da informação.
Isso deu um novo perfil à antropologia, que propiciou uma nova
abertura para as ciências exatas, e reuniu-a com as ciências
humanas.
Em 1952, escreveu o livro Raça e história, a pedido da
Unesco, para combater o racismo. De fato, foi um ataque feroz
ao etnocentrismo, materializado num texto onde se formulavam
de modo claro e inteligível teses que excediam a mera
discussão acadêmica e se apoiavam em fatos. Comenta o
antropólogo brasileiro Viveiros de Castro, do Museu Nacional:
"Ele traz para diante dos olhos ocidentais a questão dos índios
americanos, algo que nunca antes havia sido feito. O
colonialismo não mais podia sair nas ruas como costumava
fazer. Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os
índios deixaram de ser relíquias do passado, deixaram de ser
alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. Isso vale mais
do que qualquer análise."
Reconhecer a existência do outro, a identidade do outro,
a cultura do outro - eis a perspectiva generosa que Lévi-Strauss
abriu e consolidou, para que nos víssemos a todos como
variações de uma mesma humanidade essencial.
(Adaptado de Carlos Haag, Pesquisa Fapesp, dezembro 2009)
Em relação aos índios americanos, a contribuição de Lévi- Strauss foi, conforme se afirma no 4ºparágrafo,