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ID
991582
Banca
FCC
Órgão
TRT - 12ª Região (SC)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

   MAQUINOMEM
O homem esposou a máquina
e gerou um híbrido estranho:
um cronômetro no peito
e um dínamo no crânio.
As hemácias de seu sangue
são redondos algarismos.

Crescem cactos estatísticos
em seus abstratos jardins.

Exato planejamento,
a vida do maquinomem.
Trepidam as engrenagens
no esforço das realizações.

Em seu íntimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos gritos estremecem
a metálica estrutura;
há reflexos flamejantes
de uma luz imponderável
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem.

Helena Kolody


Percebe-se no poema

I. sugestão de que a junção do homem com a máquina, o maquinomem, acaba por gerar um ser desprovido de qualquer sensibilidade.

II. apologia à eficiência do híbrido homem-máquina.

III. enaltecimento à mecanização do trabalho humano.

IV. crítica à ideia de que o homem possa pensar e reagir tal qual uma máquina.

Atende ao enunciado APENAS o que consta em

Alternativas
Comentários
  • Conforme os itens da questão:

    I - No trecho: "Em seu íntimo ignorado / há uma estranha prisioneira, / cujos gritos estremecem / a metálica estrutura", fica clara a sensibilidade no íntimo do maquinomem, em que pese esta ficar contida e não ser extravasada.

    II - No trecho: "e gerou um híbrido estranho", resta demonstrado o caráter crítico do texto com relação ao maquinomem.

    III - Além da geração de um "híbrido estranho" entre homem e máquina, o texto demonstra que a mecanização do trabalho deixou o ser humano perturbado.

    IV - Com seu "íntimo ignorado", o maquinomem sente-se perturbado e mantém "uma luz imponderável" dentro de si, denotando a inadequação da frieza blindada que dele é exigida.

  • Concordo com o excelente comentário do colega Gabriel Vieira. No entanto, a assetiva I me deixou na dúvida com base na última passagem do texto que diz: "...a frieza do blindado maquinomem". O termo "frieza" me fez pensar em falta de sensibilidade. 

  • Ana Carolina, incidi no mesmo erro que você.

    Ótima percepção, Gabriel Vieira. Obrigado.