SóProvas


ID
1054303
Banca
FCC
Órgão
SEFAZ-RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                   [Ponderando o julgamento]

       As leis não podem deixar de ressentir-se da fraqueza dos homens. Elas são variáveis como eles.
       Algumas, nas grandes nações, foram ditadas pelos poderosos com o fim de esmagar os fracos. Eram tão equívocas que mil intérpretes se apressaram a comentá-las; e, como a maioria só fez sua glosa como quem executa um ofício para ganhar algum dinheiro, acabou o comentário sendo mais obscuro que o texto. A lei transformou-se numa faca de dois gumes que degola tanto o inocente quanto o culpado. Assim, o que devia ser a salvaguarda das nações transformou-se tão amiúde em seu flagelo que alguns chegaram a perguntar se a melhor das legislações não consistiria em não se ter nenhuma.
       Examinemos a questão. Se vos moverem um processo de que dependa vossa vida, e se de um lado estiverem as compilações de juristas sabidos e prepotentes, e de outro vos apresentarem vinte juízes pouco eruditos mas que, sendo anciãos isentos das paixões que corrompem o coração, estejam acima das necessidades que o aviltam, dizei-me: por quem escolheríeis ser julgados, por aquela turba de palradores orgulhosos, tão interesseiros quanto ininteligíveis, ou pelos vinte ignorantes respeitáveis?
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 7-8)

O verbo entre parênteses, para vir a integrar adequadamente a frase, deverá flexionar-se concordando com o elemento sublinhado em:

Alternativas
Comentários
  • Concordância Verbal: verbo concorda com o núcleo do sujeito. "Imagine o núcleo do sujeito como pai, e o verbo uma criança, quem manda é o pai! A criança só obedece!"

    Alternativa correta E


    Primeiro, descobre o sujeito da frase: Que não costuma faltar?? Experiência 

    Com quem o verbo entre parenteses deve concordar?? Experiência (núcleo do sujeito)

    Faça o mesmo com as outras alternativas, tu vais ver que nas outras o verbo estará concordando com outra palavra que não a sublinhada. 


  • a) poder deve concordar com ignorância e respeitabilidade: Ao admitir que a ignorância e a respeitabilidade são qualidades que podem alcançar conciliação, Voltaire revela seu lado democrático.


    b) ter deve concordar com disposição: Nunca tinha faltado a Voltaire, em relação às leis que analisava, disposição para tornar sua aplicação o mais justa possível. 


    c) atribuir deve concordar com prejuízos: Não se atribuem apenas ao pobre rábula os prejuízos que recaem sobre os mais fracos; também os eruditos sejam responsabilizados. 


    d) parecer deve concordar com problema: Devido à má aplicação das leis, problema que a muitos juristas parecia incontornável, houve quem pensasse em aboli-las por completo. 


    e) Por fim, costumar deve concordar com experiência: Voltaire entende que os anciãos, aos quais não costuma faltar a experiência dos anos, são mais imunes às paixões que corrompem o coração.

  • Melhor comentário que já vi aqui no site. esclareceu totalmente a questão, não estava compreendendo como era para fazer.

    parabéns!

    Deisere Reichert

  • Para mim o melhor comentário foi de Larissa. Parabéns pela explicação.

  • Puxa, mesmo com a ótima  explicação da colega Larissa, não peguei o sentido da pergunta.  

    Para mim, todos os verbos precisam flexionar para concordar com o elemento sublinhado.  (vamo que vamo ... estudar mais  ksksks)

  • Também não entendi o que queria a questão, tendo em vista, que temos mais de uma alternativa que o verbo se flexiona... Me ajudem por favor!!

  • Sibely, aqui encontramos a mesma situação da questão 356826.

    Novamente, trata-se de uma questão sobre concordância verbal e nesse contexto, devemos primeiro encontrar o sujeito para depois refletirmos sobre a flexão do verbo. No entanto, não podemos deixar de prestar atenção no enunciado: "O verbo entre parênteses, para vir a integrar adequadamente a frase, deverá flexionar-se concordando com o elemento sublinhado em". Ou seja, novamente, devemos procurar a alternativa em que o elemento sublinhando é o sujeito do verbo entre parenteses e isso só ocorre na letra E, observe:   


    e) Voltaire entende que os anciãos, aos quais não costuma faltar a experiência dos anos, são mais imunes às paixões que corrompem o coração.


    Repare que nas demais alternativas, apesar de os verbos entre parenteses precisarem ser flexionados para que a redação da frase fique correta, não são os elementos sublinhados que estão assumindo a função de sujeito desses verbos.


    Espero ter esclarecido a sua dúvida. 


    Bons estudos!


  • Verdade Larissa!! Falta de atenção minha!! Grata pelas explicações =)

  • Larissa Você arrasa nos comentários! Adoro!

  • Deisere Reichert, perfeito sua explicação. Parabéns!!!

  • a) Ao admitir que a ignorância e a respeitabilidade são qualidades que (poder) alcançar conciliação, Voltaire revela seu lado democrático.

    Nesse caso,se o sujeito é o pronome relativo "que", o verbo concorda com o antecedente do relativo,ou seja ,nessa questão o antecedente é (a ignorância e a respeitabilidade são qualidades).Por isso, o verbo(poder) tem que ficar no plural e não concordar com conciliação.

    b) Nunca (ter) faltado a Voltaire, em relação às leis que analisava, disposição para tornar sua aplicação o mais justa possível.

    o uso do verbo "ter" à semelhança do verbo "haver", ou seja, com seu emprego invariável.

    Exemplos: 

    Tinha um jogador impedido / Tinha dois jogadores impedidos 

    Outro detalhe,o verbo "ter" esta conjugado no infinitivo infinitivo pessoal:

    A Voltaira nunca ter faltado disposição para tomar sua disposição o mais justa possível,em relação às leis que analisava.

    Infinitivo pessoal

    para ele ter faltado

    c) Não se (atribuir) apenas ao pobre rábula os prejuízos que recaem sobre os mais fracos; também os eruditos sejam responsabilizados.

    transcrevendo a frase:

    Os prejuízos que recaem sobre os mais fracos não se atribuem ao pobre rabula(advogado incompetente),também os eruditos sejam responsabilizados.

    O que não se atribuem ao pobre rabula?os prejuízos.

    d) Devido à má aplicação das leis, problema que a muitos juristas (parecer) incontornável, houve quem pensasse em aboli-las por completo.

    Trascrevendo;

    Devido a má aplicação das leis ,houvem quem pensasse em aboli-las por completo,problema que a muito juristas parece incontornável.

    O pronome relativo "quem", normalmente, pede o verbo que o tem como sujeito, na terceira pessoa do singular. No entanto, o verbo pode concordar com a pessoa do sujeito antecedente, quando se quer fazer uma concordância enfática.

    Problema que a muito juristas parece incontornável

    Se o sujeito é o pronome relativo "que", o verbo concorda com o antecedente do relativo.

    Parece concorda com problemas e não com jurista.

     



  • Gabarito E

    Para facilitar a visualização, devemos desconstruir a oração.

    Voltaire entende isso.

    Voltaire entende que os anciões são imunes às paixões.

    A experiência dos anos não costuma faltar.