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ID
107611
Banca
FCC
Órgão
TRT - 2ª REGIÃO (SP)
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O choque dos alimentos está produzindo enormes estragos globais: semeia inflação, desarranja o abastecimento, precipita protecionismos e fermenta crises políticas. Para observadores atentos, é uma forte ameaça à democracia, especialmente nos países pobres. Efeito colateral do mesmo choque é o desmonte do conceito de segurança alimentar, pelo menos como enunciado hoje.

As políticas de segurança alimentar surgiram na Europa logo após a Primeira Guerra e se intensificaram após a Segunda. A enorme escassez desse período levou os governos a garantir a produção interna dos alimentos indispensáveis ao sustento da população, não importando a que custo. Foi essa a base do protecionismo agrícola dos países ricos, que provocou grandes distorções. Impossibilitou, por exemplo, que muitos países da África e da América Latina desenvolvessem sua agricultura por incapacidade de competir com o produto subsidiado dos países centrais.

O conceito de segurança alimentar não ficou apenas na busca da garantia do abastecimento interno. Foi também associado a políticas demográficas e ambientais. Assim, governos europeus adotaram medidas protecionistas para impedir o esvaziamento populacional do interior do país. Depois, razões de preservação ambiental foram usadas para bloquear o desenvolvimento de pesquisas e culturas transgênicas.

O professor Fernando Homem de Melo, especialista em Economia Agrícola da Universidade de São Paulo, lembra que as aplicações desse princípio foram tão exacerbadas que até o nome mudou. Hoje, em vez de segurança alimentar, fala-se em Multifuncionalidade Agrícola, e as exigências se multiplicaram. A agricultura tem agora de garantir a preservação da paisagem, do
turismo agrícola, da cultura rural dos antepassados e por aí vai.

O problema é que acabou a fartura, os estoques estão cada vez mais baixos também nos países ricos e agora se vê que a globalização dos mercados impõe um jogo novo e desconhecido. O aumento do consumo asiático produziu escassez e disparada dos preços e não há o que detenha a inflação dos alimentos.

(Celso Ming. O Estado de S. Paulo, B2 Economia, 11 de maio de 2008, com adaptações)

O choque dos alimentos está produzindo enormes estra gos globais: semeia inflação, desarranja o abastecimento precipita protecionismos e fermenta crises políticas. (início do texto)

Os dois-pontos, no contexto da frase,

Alternativas
Comentários
  • Se você quer aplicar corretamente os dois pontos, deve saber que eles são usados quando você faz uma afirmativa e, depois, a EXPLICA; quando duas ou mais orações são seguidas por outra que as resume; após se dirigir a alguém em uma carta ou e-mail; e antes de transcrever uma citação.Exemplos: Nada como o sexo para acalmar a angústia: homens e mulheres acham muito gratificante... Ele corre o jogo inteiro, marca, dribla os rivais como se fossem postes e faz o gol: é o melhor. Querida filha: Como disse o doutor Franzetti: "a justiça é divina".
  • Os dois-pontos neste contexto assinalam uma enumeração, a qual não se encontra na resposta. Quando há uma enumeração, não deixa de haver também uma explicação, por isso a única resposta possível é a alternativa (A).
    Na alternativa (B), realmente há uma sequência, mas não uma repetição. Também não ocorre intenção de realce apenas.
    Na alternativa (C), não ocorre quebra na sequência lógica das ideias. A pontuação que sinaliza isso são as reticências, e não servem neste contexto.
    Na alternativa (D), não há observações que minimizam o sentido da expressão anterior, mas há sequência lógica que explica o termo anterior.
    Na alternativa (E), os dois-pontos também podem iniciar uma citação, a fala de um interlocutor, mas isso não ocorreu neste contexto.
    Fonte: Prof. Décio Terror - Ponto dos Concursos
    Bons estudos

    F
    Fonte