SóProvas



Questões de Uso dos dois-pontos


ID
2809
Banca
FCC
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instruções: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

"A batalha para alimentar a humanidade acabou.
Centenas de milhões vão morrer nas próximas décadas, apesar
de todos os programas contra a fome", escreveu o biólogo
americano Paul Ehrlich em seu livro A bomba populacional, de
1968. Não era à toa. O número de pessoas no mundo chegava
a assustadores 3,5 bilhões e, de fato, não existia terra suficiente
para alimentar todas elas.


Mas Ehrlich errou. Ele não acreditava que um daqueles
programas contra a fome daria certo. Era a Revolução Verde,
um movimento que começou nos anos 40. O revolucionário ali
foi dotar a agricultura de duas novidades. A primeira foram os
fertilizantes de laboratório. Criados no começo do século XX,
esses compostos químicos permitiam maior crescimento das
plantas, com três nutrientes fundamentais: nitrogênio, potássio e
fósforo. A segunda novidade eram os pesticidas e herbicidas
químicos, capazes de destruir insetos, fungos e outros inimigos
das lavouras com uma eficiência inédita.

E o resultado não poderia ter sido melhor: com essa dupla,
a produtividade das lavouras cresceu exponencialmente.
Tanto que, hoje, dá para alimentar uma pessoa com o que cresce
em 2 mil metros quadrados; antes, eram necessários 20 mil.


A química salvou a humanidade da fome. Mas cobrou
seu preço. Os restos de fertilizantes, por exemplo, tendem a
escapar para rios e lagos próximos às plantações e chegar à
vegetação aquática. As algas se multiplicam a rodo e, quando
finalmente morrem, sua decomposição consome o oxigênio da
água, sufocando os peixes. Com os pesticidas é pior ainda. Eles
não são terríveis só contra os insetos que destroem lavouras,
mas também contra borboletas, pássaros e outras formas de
vida. A biodiversidade ao redor das fazendas fica minguada e,
quando os agricultores exageram na dose, sobram resíduos nos
alimentos, toxinas que causam danos à saúde das pessoas.
Diante disso, muitos consumidores partiram para uma alternativa:
os alimentos orgânicos, que ignoram os pesticidas e
fertilizantes químicos em nome de integrar a lavoura à natureza.

(Adaptado de Ana Gonzaga. Superinteressante, novembro
2006, p.90-92)

... com três nutrientes fundamentais: nitrogênio, potássio e fósforo. (2o parágrafo)

Os dois-pontos introduzem, no contexto,

Alternativas
Comentários
  • Enumeração explicativa

    Resposta Letra A

    Bons Estudos Pessoal !!

    Paulo.

  • os dois pontos introduzem uma enumeração explicativa. letra A



  • Questão Correta letra A) enumeração explicativa.

    Emprega-se,geralmente,o sinal de dois-pontos antes de citações,enumerações ou orações que explicam o enunciado anterior

    ex: ... com três nutrientes fundamentais: nitrogênio, potássio e fósforo.


    bons estudos galera!


ID
4462
Banca
FCC
Órgão
TRE-MS
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)

A afirmativa INCORRETA, considerando-se o emprego de sinais de pontuação no texto, é:

Alternativas
Comentários
  • O uso das aspas utilizado em "Um homem celebre" é a indicação de uma obra.

    Já em "qualidades artísticas" indica ironia no testemunho dos estrangeiros nas qualidades artísticas nos desfiles nacionais.

    Por isso a alternativa incorreta a se marca e a Alternativa E.

    Espero ter ajudado.
  • E como ajudou. Ainda mais que são poucos os que comentam as questões de português.

ID
5497
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Transpetro
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O QUE É... DECISÃO


No mundo corporativo, há algo vagamente conhecido
como "processo decisório", que são aqueles insondáveis
critérios adotados pela alta direção da empresa
para chegar a decisões que o funcionário não consegue
entender. Tudo começa com a própria origem da palavra
"decisão", que se formou a partir do verbo latino caedere
(cortar). Dependendo do prefixo que se utiliza, a palavra
assume um significado diferente: "incisão" é cortar para
dentro, "rescisão" é cortar de novo, "concisão" é o que já
foi cortado, e assim por diante. E dis caedere, de onde
veio "decisão", significa "cortar fora". Decidir é, portanto,
extirpar de uma situação tudo o que está atrapalhando e
ficar só com o que interessa.
E, por falar em cortar, todo mundo já deve ter
ouvido a célebre história do não menos célebre rei
Salomão, mas permitam-me recontá-la, transportando
os acontecimentos para uma empresa moderna. Então,
está um dia o rei Salomão em seu palácio, quando duas
mulheres são introduzidas na sala do trono. Aos berros
e puxões de cabelo, as duas disputam a maternidade
de uma criança recém-nascida. Ambas possuem
argumentos sólidos: testemunhos da gravidez recente,
depoimentos das parteiras, certidões de nascimento.
Mas, obviamente, uma das duas está mentindo: havia
perdido o seu bebê e, para compensar a dor, surrupiara
o filho da outra. Como os testes de DNA só seriam
inventados dali a milênios, nenhuma das autoridades
imperiais consultadas pelas litigantes havia conseguido
dar uma solução satisfatória ao impasse.
Então Salomão, em sua sabedoria, chama um
guarda, manda-o cortar a criança ao meio e dar metade
para cada uma das reclamantes. Diante da catástrofe
iminente, a verdadeira mãe suplica: "Não! Se for assim, ó
meu Senhor, dê a criança inteira e viva à outra!", enquanto
a falsa mãe faz aquela cara de "tudo bem, corta aí". Pronto.
Salomão manda entregar o bebê à mãe em pânico, e a
história se encerra com essa salomônica demonstração
de conhecimento da natureza humana.
Mas isso aconteceu antigamente. Se fosse hoje,
com certeza as duas mulheres optariam pela primeira
alternativa (porque ambas teriam feito um curso de Tomada
de Decisões). Aí é que entram os processos decisórios
dos salomões corporativos. Um gerente salomão
perguntaria à mãe putativa A: "Se eu lhe der esse menino,
ó mulher, o que dele esperas no futuro?" E ela diria:
"Quero que ele cresça com liberdade, que aprenda a cantar
com os pássaros e que possa viver 100 anos de felicidade".
E a mesma pergunta seria feita à mãe putativa B, que de
pronto responderia: "Que o menino cresça forte e obediente
e que possa um dia, por Vossa glória e pela glória
de Vosso reino, morrer no campo de batalha". Então, sem
piscar, o gerente salomão ordenaria que o bebê fosse
entregue à mãe putativa B.
Por quê? Porque na salomônica lógica das
empresas, a decisão dificilmente favorece o funcionário
que tem o argumento mais racional, mais sensato, mais
justo ou mais humano. A balança sempre pende para os
putativos que trazem mais benefício para o sistema.

GEHRINGER, Max. Revista Você S/A, jan. 2002.

Assinale a opção em que o sinal de dois pontos tem a mesma função apresentada em "Mas, obviamente, uma das duas está mentindo: havia perdido o seu bebê e, para compensar a dor, surrupiara o filho da outra." (l. 24-26)

Alternativas
Comentários
  • Só uma alternativa cuida de fazer um esclarecimento como no encunciado na questão. As outras são enumerações.


    Os dois-pontos são usados:


    Em enumerações

    Exemplo: A mulher foi à feira e levou: dinheiro, uma sacola, cartão de crédito, um porta-níquel, e uma luva. Uma luva?

    Antes de uma citação

    Exemplos:
    A respeito de fazer o bem aos outros, Confúcio disse certa vez: “O ver o bem e não fazê-lo é sinal de covardia.”

    Por toda rigidez acerca dos pensamentos do século XIX, Nietzshie disse: “E falsa seja para nós toda verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada”.

    Quando se quer esclarecer algo

    Exemplos: Ele conquistou o que tanto desejava: uma vaga no TRT de Brasília.
    Abriu mão do que mais gostava: acordar tarde. Mas foi recompensado por isso.

    No vocativo em cartas, sejam comerciais ou sociais (ou vírgulas)

    Exemplo: Querida amiga: (ou ,)
    Estarei na sua casa no próximo mês. Tenho muito que te contar. (...)

    Após as palavras: exemplo, observação, nota, importante, etc.

    Exemplos:
    a) Importante: Não se esqueça de colocar hífen na palavra ponto-e-vírgula.
    b) Observação: o ponto de interrogação pode indicar surpresa: Mesmo?

    Por Sabrina Vilarinho
    Graduada em Letras
    Equipe Brasil Escola

  • Substitua o dois pontos pelo "pois"... Alternativa C
  • Com exceção da alternativa C, em todas as outras, os dois pontos são utilizados para fazer uma enumeração


ID
8572
Banca
ESAF
Órgão
Receita Federal
Ano
2005
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em relação ao texto, assinale a opção correta.

IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico. A carga da pesada máquina administrativa das pequenas "cidades mortas" é paga pelas verbas federais do Fundo de Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do pagamento dos aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social. O seminário "Qualicidade", por sua vez, confi rmou que a favelização é produto de "duas ausências", a do crescimento econômico e a de política urbana.

(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)

Alternativas
Comentários
  • será que a letra E tb nao estaria correta? alguem pode me ajudar?

  • b) ERRADA. A expressão "é paga" concorda com "a carga...administrativa". E não somente com "máquina admininstrativa".
  • Galera, parece que as linhas não estão na ordem correta...
  • a)...mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo...
  • Olá,
    Rápido comentário:
    A) ERRADA. Está fazendo referência a "médias".
    B) ERRADA. Está concordando com " A carga".
    C) CERTA. Está isolando " como o IBGE também já mostrou". Verificamos que realmente é uma oração intercalada entre a oração principal e por isso precisa ser isolada por vírgulas.
    D) ERRADA. Tanto a vírgula como os dois pontos introduzem a explicação.
    E) ERRADA. Na verdade está substendido " ausência". Isso se dá justamente porque o texto cita duas ausências e a vírgula delimita que irá ocorrer a explicação posterior.
    Espero ter ajudado.
    Bons estudos.

    Alexandre
  • AONDE ESTAO AS LINHAS DO TEXTO?

ID
14734
Banca
FCC
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instruções: As questões de números 11 a 15 referem-se ao
texto apresentado abaixo.

1 Nos séculos XVIII e XIX e no começo do século
XX, os extraordinários acontecimentos que anunciavam a
promessa de uma nova sociedade pareciam dividir
nitidamente o mundo entre os defensores e os inimigos da
5 liberdade e do progresso social, permitindo aos
revolucionários traduzir em programas políticos sua fé na
força emancipatória da aliança entre o intelectual educador
e o proletário moderno. Contudo, seu diagnóstico da
realidade, embora não chegasse a abalar os alicerces
10 dessa fé, já atentava para as novas formas de manipulação
e domínio emersas das próprias revoluções democráticas,
detectando um problema central para aqueles que ainda
hoje procuram vincular a utopia à lógica dos fatos: até que
ponto a busca intelectual do verdadeiro e a ação solidária
15 podem se ampliar e ter efetividade em um universo
impregnado
? e decodificado ? pela cultura do
individualismo e da competição.

(PIOZZI, Patrizia. Os arquitetos da ordem anárquica: de
Rousseau a Proudhon e Bakunin. São Paulo: Editora
UNESP, 2006, p. 213.)

Contudo, seu diagnóstico da realidade, embora não chegasse a abalar os alicerces dessa fé, já atentava para as novas formas de manipulação e domínio emersas das próprias revoluções democráticas, detectando um problema central para aqueles que ainda hoje procuram vincular a utopia à lógica dos fatos: até que ponto a busca intelectual do verdadeiro e a ação solidária podem se ampliar e ter efetividade em um universo impregnado - e decodificado pela cultura do individualismo e da competição. Observado o período acima e o contexto, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Anacronismo é a falta contra a cronologia. É um erro na data dos acontecimentos.
  • Realmente, anacronismo é um erro na data atribuida aos acontecimenos, por isso mesmo acho que está certa a alternativa C pois vincular,hoje em dia, utopia à lógica dos fatos é um anacronismo, isto é, está em desuso, ninguém nos dias de hoje pensa mais assim.
  • O sentido de anacronismo, NESSE CONTEXTO, é o de "atitude ou fato que não está de acordo com sua época". O texto refere-se aos que "ainda hoje procuram vincular a utopia à lógica dos fatos", num tom positivo. Ou seja, não há nada de errado, para o autor, em ser utópico ainda hoje. Portanto, para o autor, não há anacronismo (não se está "fora de seu tempo") em ser utópico ainda hoje. É o motivo por que a alternativa não deve ser marcada.
  • Na verdade, tanto a locução "Busca intelectual do verdadeira" como a locução "ação solidária" estão no plano hipotético. Isso em razão do autor deixar claro que a locução "a cultura do individualismo e da competição" é que correspondem à lógica dos fatos.

  • A saber se equipara a isto é, ou seja. 

  • Gabarito E

     


ID
14929
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

1 Não somos livres como acreditamos ser. Quando se
entende isso, fica evidente que a maior parte dos nossos atos
e pensamentos não é tão livre de condicionamentos como
4 gostamos de acreditar. Nossa certeza de sermos livres, de
fazermos tudo aquilo que queremos, e quando queremos, é
quase sempre uma ilusão. Quase todos, na verdade,
7 carregamos condicionamentos mais ou menos ocultos que,
com freqüência, tornam difícil a manifestação de uma
honestidade genuína, uma criatividade livre, uma intimidade
10 simples e pura. É preciso sublinhar o fato de que todas as
posições existenciais necessitam de pelo menos duas pessoas
cujos papéis combinem entre si. O algoz, por exemplo, não
13 pode continuar a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima
procurará seu salvador e este último, uma vítima para salvar.
O condicionamento para o desempenho de um dos papéis é
16 bastante sorrateiro e trabalha de forma invisível.

Planeta, set./2007 (com adaptações).

Julgue os próximos itens, a respeito das idéias e estruturas lingüísticas do texto acima.

Em decorrência da organização das idéias no texto, admite-se a inserção do sinal de dois-pontos logo depois de "sublinhar" (R.10) para ressaltar o que será sublinhado, sem prejuízo da coerência ou da correção gramatical.

Alternativas
Comentários
  • "È preciso sublinhar o fato". Oração completa. Não cabe a inserção do sinal de dois-pontos porque o desenrolar natural da mensagem não requer uma distinção do que é necessário sublinhar, o que aconteceria, por exemplo, em:
    "É preciso não esquecer: de estudar e de resolver as questões".
    P.S. Aos gramáticos e demais especialistas em Português, peço que perdoem-me a ousadia do comentário, nada técnico, mas que expressa meu raciocínio na hora de resolver questões dessa matéria.
  • Dois pontos (:)

    Admite-se seu uso em citações, enumerações ou esclarecimentos.

    Não se poderia nem ao menos colocar vírgula após sublinhar, porque não se separa o verbo do complemento.
  • Os dois-pontos são usados: 

    Em enumerações 

    Exemplo: A mulher foi à feira e levou: dinheiro, uma sacola, cartão de crédito, um porta-níquel, e uma luva. Uma luva? 

    Antes de uma citação 

    Exemplos:
     A respeito de fazer o bem aos outros, Confúcio disse certa vez: “O ver o bem e não fazê-lo é sinal de covardia.” 

    Por toda rigidez acerca dos pensamentos do século XIX, Nietzshie disse: “E falsa seja para nós toda verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada”. 

    Quando se quer esclarecer algo 

    Exemplos:  Ele conquistou o que tanto desejava: uma vaga no TRT de Brasília. 
    Abriu mão do que mais gostava: acordar tarde. Mas foi recompensado por isso. 

    No vocativo em cartas, sejam comerciais ou sociais (ou vírgulas) 

    Exemplo: Querida amiga: (ou ,) 
    Estarei na sua casa no próximo mês. Tenho muito que te contar. (...) 

    Após as palavras: exemplo, observação, nota, importante, etc. 

    Exemplos: 
    a) Importante: Não se esqueça de colocar hífen na palavra ponto-e-vírgula. 
    b) Observação: o ponto de interrogação pode indicar surpresa: Mesmo?

    http://www.brasilescola.com/gramatica/doispontos.htm
  • ERRADO

    NA QUESTÃO ,O TERMO SUBLINHAR NÃO A INTENÇÃO NEM DE EXPLICAR E NEM DE EXPLICITAR E NEM DE INDICAR ENUMERAÇÃO ,  FUNÇÃO DOS 2 PONTOS, LOGO ESTARIA ERRADA A INCLUSÃO DO SINAL DE " DOIS PONTOS "
  • Complementando o comentário da colega.

    Os dois-pontos são usados:

    Em enumerações

    Exemplo: 

    A mulher foi à feira e levou: dinheiro, uma sacola, cartão de crédito, um porta-níquel, e uma luva. 

    Antes de uma citação 

    Exemplos: 

    a) A respeito de fazer o bem aos outros, Confúcio disse certa vez: “O ver o bem e não fazê-lo é sinal de covardia.” 
    b) Por toda rigidez acerca dos pensamentos do século XIX, Nietzsche disse: “E falsa seja para nós toda verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada”. 

    Quando se quer esclarecer algo

    Exemplos: 

    a) Ele conquistou o que tanto desejava: uma vaga no TRT de Brasília. 
    b) Abriu mão do que mais gostava: acordar tarde. Mas foi recompensado por isso. 

    No vocativo em cartas, sejam comerciais ou sociais (também pode usar vírgulas) 


    Exemplo: 

    Querida amiga:  
    Estarei na sua casa no próximo mês. Tenho muito que te contar. 

    Após as palavras: exemplo, observação, nota, importante, etc. 

    Exemplos: 

    a) Importante: Não se esqueça de colocar hífen na palavra ponto-e-vírgula. 
    b) Observação: o ponto de interrogação pode indicar surpresa: Mesmo?

    http://www.brasilescola.com/gramatica/doispontos.htm

  • Os dois pontos são usados em: fala , enumeração e explicação. No caso em questão, não se enquadra em nenhuma das hipóteses, pois a oração encontra-se completa, sem a necessidade de inserção de sinais de pontuação.


ID
17035
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TSE
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para as questões 5 e 6

Caro eleitor,

1  Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
    vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas
    marcas extraordinárias: além do alto índice de comparecimento às
urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de
    forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida
    e segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
    República e dos governadores de alguns estados. O país, mais do
    que nunca, conta com você.
10 Democracia é algo que lhe diz respeito e que se aperfeiçoa
    no dia-a-dia. É como uma construção bem-preparada, erguida sobre
    fortes alicerces. Esses alicerces são exatamente os votos de todos
13 os cidadãos. Quanto mais fiel você for no exercício do direito de
    definir os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa
    democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa escolha,
16 elegendo, de modo consciente, o candidato que julgar com mais
    condições para conduzir os destinos do país e de seu estado.
    Você estará determinando o Brasil que teremos nos
19 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu próprio
    bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a melhoria do
    emprego, da habitação, da saúde e segurança públicas, do
22 transporte, o preço dos alimentos. O momento é decisivo e em suas
    mãos - entenda bem, em suas mãos - está depositada a confiança
    em dias felizes.
25 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a outros
    uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de quem sabe
    o que está fazendo, com a responsabilidade de quem realmente
28 compreende a importância de sua atitude para o progresso da nação
    brasileira. Esta é a melhor contribuição que você poderá dar a sua
    Pátria.

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento
oficial
. Internet: (com adaptações).

Em relação ao texto, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Nessa área, pelo processo endofórico anafórico está referindo-se ao processo eleitoral.
  • Macete de concurso

    "A substituição da expressão "serão definidos" (L.7) por definir-se-ão garante a correção gramatical do período."

    No dia que uma prova de tribunal, qualquer deles, falar mal de algum de seus órgãos, eu mudo de nome. Essa questão de cara está errado pelo fato de dizer que o ministro falou de maneira errônea.
  • Caro Dorderf, compreendo sua dica, mas ela não se adequa a este caso. Dizer que alterar a redação "garante" a correção do período não significa necessariamente corrigir um período defeituoso, pode significar - como me parece ter sido o caso - alterar a redação mantendo a correção gramatical.

    "Amanhã serão definidos" por "Amanhã definir-se-ão" não garantiria a correção gramatical porque "Amanhã", sendo advérbio, é partícula atratora do pronome oblíquo átono "se". A construção "Amanhã se definirão" caberia.
  • Alguém pode me explicar a letra b ?  Seria algo semantico aos invés de sintático?
  • Também gostaria que alguém explicasse a letra B.
  • A "B" está errada pois não ocorre um truncamento sintático. Isto ocorre, geralmente, entre orações principais e subordinadas e é muito fácil de percebê-lo, pois uma delas fica absolutamente sem sentido.
    Exemplificando: 

    É uma importante contribuição para o país uma vez que tais índices.

    Tais índices o quê??? Isso mesmo! Truncamento sintático.
  • procurei, procurei mas não achei o erro de se substituir "serão definidos" por "definir-se-ão". se alguém puder mencionar algum fundamento, eu ficaria muito agradecido.

  •   Alan - o advérbio amanhã atrai o pronome, exigindo dessa forma a próclise. A substituição acarretaria erro com relação a colocação pronominal (letra "e") .

  • O erro da letra D é o seguinte:

    Se vc olhar o termo no texto, verá que é precedido pelo advérbio "amanhã" (sem vírgula após).

    Advérbio é fator de atração. Portanto, a próclise prevalece.

    Amanhã (adv - fator de atração) serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados.

    Logo, fica errado: fator atrativo + verbo no futuro + mesóclise

    Amanhã definir-se-ão os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados.

    Ficaria certo se tivesse uma vírgula após "amanhã:

    Amanhã, definir-se-ão os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados.

    (em regra, não se usa próclise depois de pausa/vírgula)

  • Letra C.

    d) Errado. Amanhã DEFINIR-SE-ÃO (...).

    AMANHÃ (advérbio) é fator de atração que continua atraindo com verbos no futuro.

    AMANHÃ SE DEFINIRÃO (...) 

    Questão comentada pelo Prof. Claiton Natal.

  • Comentário da letra D:

    Como temos um fator de atração (advérbio- "amanhã"), não poderemos usar a mesóclise.

    Mesmo o verbo estando no futuro, por ter o fator de atração, não podemos falar em mesóclise. Fator de atração atrai com verbo no futuro SIM.

    @mapeandoodireito__

  • Letra D) Amanhã é palavra atrativa, por ser advérbio e exige a próclise.


ID
17050
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TSE
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

1       Um fator a  ser revisto no MERCOSUL é o foco: não adianta
     debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas. É preciso
     focar as ações de modo pragmático, com as seguintes prioridades:
4   concluir a união aduaneira; eliminar barreiras jurídicas e
    monetárias; facilitar os negócios entre as empresas dos países
    membros e obter financiamentos em nome do bloco no Banco
7   Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que até agora
    sequer foi pleiteado. As questões alfandegária e fitossanitária
    devem ser harmonizadas o mais rapidamente possível, pois não
10 haverá bloco econômico viável enquanto houver entrave no
    intercâmbio entre os Estados-membros. Finalmente, é preciso
    considerar que, no mundo globalizado, as relações externas afetam
13 o cotidiano das empresas e das pessoas. O atual impasse no
    MERCOSUL só será superado se os empresários se organizarem na
    defesa de seus interesses e direitos, por meio da informação e da
16 mobilização da sociedade sobre as implicações internas das
    decisões tomadas em fóruns internacionais. Abram Szajman.

O Globo
, 26/11/2006 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • A letra a) pega muita gente pois para quem não lê com cuidado pensa que seria: "não, prejudica a correção gramatical do texto" ...peguinha
  • Letra D ERRADA - a primeira ocorrência do SE na linha 14 indica uma CONJUNÇÃO CONDICIONAL e a segunda ocorrência trata de um PRONOME REFLEXIVO. " O atual impasse no MERCOSUL só será superado se os empresários se organizarem na ..."
  • Marquei a B por achar mais correta. Fiquei em dúvida sobre o erro da letra C. Alguém pode dar uma ajuda??
  • Na letra C, o termo "o que" é um aposto em referência a uma oração. Neste caso, refere-se a "obter financiamentos em nome do bloco no Banco Mundial" e não a "para ampliar a infra-estrutura regional", que é uma oração subordinada reduzida de infinitivo adverbial final.

  • O termo que está retomando tudo o que veio antes.

  • GAB OFICIAL: LETRA B

  • COMENTÁRIOS

    A: a alteração sugerida NÃO prejudica a correção gramatical.

    B: [CORRETA] uma das funções do sinal de

    ponto e vírgula é isolar elementos de uma enumeração (como nestes comentários!)

    C: o termo “o que” retoma “as prioridades” (concluir; eliminar; facilitar; obter);

    D: a palavra se na linha 14 (“será superado se os empresários”) é conjunção condicional e na linha 15 (“os empresários se organizarem na defesa”) é pronome reflexivo.

  • Ponto e vírgula exerce a mesma função que a vírgula.


ID
17269
Banca
FCC
Órgão
TRE-PB
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.
Nem o cientista mais ortodoxo pode negar que mexer
com equações é difícil e cansativo. Mas a ciência não deixa de
ser bonita ou agradável apenas por causa disso. A arte, apesar
de bela, também não é fácil: todo profissional sabe a dor e a
delícia de aprender bem um instrumento ou de dominar o pincel
com graça e precisão. É verdade que dificilmente alguém
espera encontrar numa equação ou num axioma as qualidades
próprias da arte, como a harmonia, a sensibilidade e a elegância.
A graça e a beleza das teorias, no entanto, sempre
tiveram admiradores - e hoje mais do que nunca, a julgar pela
quantidade de livros recentes cujo tema central é a sedução e o
encanto dos conceitos científicos. Exagero?
"As leis da física são em grande parte determinadas por
princípios estéticos", afirma o astrônomo americano Mario Livio,
do Telescópio Espacial Hubble, também autor de um livro em
que analisa a noção de beleza dentro da ciência. Ele afirma
que, quando a estética surgiu na Antigüidade, os conceitos de
beleza e de verdade eram sinônimos. Para ele, o traço de união
entre arte e ciência reside exatamente nesse ponto. "As duas
representam tentativas de compreender o mundo e de organizar
fatos de acordo com uma certa ordem. Em última instância,
buscam uma idéia fundamental que possa servir de base para
sua explicação da realidade."
Mas, se o critério estético é tão importante para o pensamento
científico, como ele se manifesta no dia-a-dia dos
pesquisadores? O diretor do Instituto de Arte de Chicago acha
que sabe a resposta. "Ciência e arte se sobrepõem naturalmente.
Ambas são meios de investigação, envolvem idéias,
teorias e hipóteses que são testadas em locais onde a mente e
a mão andam juntas: o laboratório e o estúdio", afirma.
Acredita-se que as descobertas científicas sirvam de
inspiração para os artistas, e as obras de arte ajudem a alargar
o horizonte cultural dos cientistas. Na prática, essa mistura gera
infinitas possibilidades. A celebração que artistas buscam hoje
já ocorreu diversas vezes no passado, de maneira mais ou
menos espetacular. Na Renascença, a descoberta da
perspectiva pelos geômetras encantou os pintores, que logo
abandonaram as cenas sem profundidade do período clássico e
passaram a explorar sensações tridimensionais em seus
quadros. Os arquitetos também procuravam dar às igrejas um
desenho geometricamente perfeito; acreditavam, com isso, que
criavam um portal para o mundo metafísico das idéias
religiosas.
No século XX, essa tendência voltou a crescer. A grande
preocupação dos pintores impressionistas com a luz, por
exemplo, tem muito a ver com as conquistas da ótica. A
matemática também teria influenciado a pintura do russo
Wassily Kandinsky, segundo o qual "tudo pode ser retratado por
uma fórmula matemática". Seu colega Paul Klee achou um jeito
de colocar em vários quadros alguma referência às progressões
geométricas. Bem-humorado, brincava com as idéias da matemática
dizendo que "uma linha é um ponto que saiu para
passear".
(Adaptado de Flávio Dieguez. Superinteressante, junho de
2003, p. 50 a 54)

Considere as afirmativas que se fazem a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto:

I. O travessão que inicia o segmento - e hoje mais do que nunca (2o parágrafo) - assinala uma pausa maior no período, como ênfase para a afirmativa introduzida por ele.
II. As aspas, que abrem e fecham o segmento "As duas representam tentativas ... para sua explicação da realidade." (3o parágrafo), indicam reprodução exata das palavras de um escritor.
III. Os dois-pontos em - ... andam juntas: o laboratório e o estúdio ... (4o parágrafo) - introduzem um segmento enumerativo.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • Travessão- usa-se no discurso direto para indicar a fala de personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos. Também para separar expressões ou frases explicativas intercaladas:

    ex: "E logo me apresentou à mulher - uma estimável senhora.
  • Travessão ( – )

    O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:

    - no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.

    Por Exemplo:

     

      • – O que é isso, mãe?
        – É o seu presente de aniversário, minha filha.

     

    - para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.

    Por Exemplo:

      "E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis)

     

     

    - para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.

    Por Exemplo:

     

    O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron

    Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)

      "Junto do leito meus poetas dormem

     

    - para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.


    Por Exemplo:

      "Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia)  
  • Onde que essa budega é enumerativa???
  • Dois Pontos – têm várias funções na língua:

    - introduzem citações

    Ex.: Segundo Darcy Ribeiro : “A culpa do fracasso da criança na escola não é da criança; é da escola”.

    - introduzem enumerações

    Ex.: Visitei várias cidades da Europa : Paris , Londres , Lisboa , Barcelona e Roma.

  • Dois-pontos também introduz esclarecimento, ou ainda uma síntese do que se acabou de dizer.

    O que é bem plausível no caso em tela, uma vez que é no laboratório que a ciência materializa o teoria da mente à prática com as mãos, e é no estúdio que o artista utiliza as mãos com a destreza guiada pela razão.

    Ciência e arte, mente e mãos, laboratório e estúdio. Uma grande analogia, uma síntese da metáfora mente e mãos. Não é enumeração.


ID
17704
Banca
CESGRANRIO
Órgão
BNDES
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II
Da arte de aceitar
Ele não aceitava a moça. Ela foi, foi, conversou,
conversou, rodou, rodou, artimanhou, manhou, arte e
manha, miou, afinal rendeu. Criança de emoções
superficiais, rápidas, espontâneas e passageiras, ele
cedeu. Aceitou-a.
Fiquei pensando em algo tão definido pelos
psicólogos e literatos, porém inesgotável e eterno como
o tema humano: a necessidade de ser aceito.
Ser aceito não é receber a concordância. É receber
até a discordância, mas dentro de um princípio indefinível
e fluídico de acolhimento prévio e gratuito do que se é
como pessoa.
Ser aceito é realizar a plenitude dos sentidos do
verbo latino Accipio, que deu origem à palavra
portuguesa. Accipio quer dizer: tomar para si; receber,
acolher; perceber; ouvir, ouvir dizer; saber; compreender;
interpretar; sofrer; experimentar; aprovar; aceitar; estar
satisfeito com. Tem vários sentidos, tal e qual essa
aceitação misteriosa e empática que alguns nos
concedem.
Ser aceito é ser percebido antes de ser entendido.
É ser acolhido antes de ser querido. É ser recebido
antes de ser conhecido. É ser experimentado antes da
experiência. É, pois, um estado de compreensão prévia,
que abre caminho para uma posterior concordância ou
discordância, sem perda do afeto natural por nossa
maneira de ser.
Ser aceito implica mecanismos mais sutis e de
maior alcance do que os que derivam da razão.Implica
intuição; compreensão milagrosa porque antecipatória;
conhecimento efetivo e afetivo do universo interior;
compreensão pela fraqueza; cuidado com as cicatrizes
e nervos expostos, tolerância com delírio, tolices,
medos, desordens, vesícula preguiçosa, medo do
dentista ou disritmia.
Ser aceito é ser feliz. Raro, pois. Quer fazer alguém
feliz? Aceite-a em profundidade. E depois discorde à
vontade. Ela aceitará.
Artur da Távola

O emprego dos dois pontos no 2o parágrafo justifica-se por anteceder um(a)

Alternativas
Comentários
  • Dois-pontos
    Os dois-pontos são empregados para:
    a) uma enumeração:
    ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato.
    Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível...
    (Machado de Assis)

    b) uma citação:
    Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
    - Afinal, o que houve?

    c) um esclarecimento:
    Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.

    Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou observações.
    Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc.

    Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um por sua vez, isoladamente).

    Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc.

    NOTA
    A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
    Querida amiga:
    Prezados senhores,

ID
19018
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 8 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Apesar de sua fama internacional como detentor da
maior biodiversidade e da maior floresta tropical do planeta, o
Brasil ainda tira muito pouco proveito de suas belezas naturais
como atração turística. Os prejuízos são tanto econômicos
quanto ambientais: o País deixa de participar de um mercado
bilionário, cujos benefícios podem ser revertidos tanto para o
desenvolvimento quanto para a conservação.
Dos 60 parques nacionais brasileiros, apenas 23 estão
oficialmente abertos para visitação e só 19 deles fazem arrecadação
de ingressos. Outros 6 poderiam ser visitados apenas
com autorização especial, e 31 são visitados de maneira não
oficial
? o que significa que não têm plano de manejo ou estrutura
apropriados para isso. Conseqüentemente, o turismo nessas
áreas não é devidamente controlado e não há retorno
financeiro direto para a conservação. Mesmo para os parques
com visitação oficial, não há estatísticas confiáveis sobre
números de visitantes e valores arrecadados.
Apesar de haver belezas naturais em todo o país, é
importante focar a atenção nos parques nacionais, principalmente
na divulgação para o mercado internacional, segundo
um consultor de ecoturismo da Embratur. É preciso diversificar
a oferta de atrativos ambientais, ainda muito focada no produto
"sol e praia". Além de divulgação, segundo ele, é preciso investir
em infra-estrutura logística e na criação de roteiros mais
acessíveis. O Brasil tem vantagem competitiva muito grande por
causa da riqueza de sua biodiversidade. Entretanto, por causa
do tamanho do país, o acesso a muitos locais é difícil e exige
muitos dias de viagem, o que acaba se tornando uma
desvantagem.
O principal desafio do ecoturismo é fazê-lo de forma
sustentável, para que não se torne uma ameaça à natureza. Há
quem diga, inclusive, que as palavras "eco" e "turismo" são
incompatíveis. Elas são compatíveis sim, desde que a atividade
seja bem planejada e bem gerenciada. Nesses casos o
ecoturismo pode servir como uma importante fonte de recursos
para a conservação e o desenvolvimento econômico das comunidades
locais. Sempre vai haver algum impacto, mas esse
impacto pode ser aceitável.

(Adaptado de Herton Escobar, O Estado de S. Paulo, A30,
Vida&, 21 de maio de 2006)

Os prejuízos são tanto econômicos quanto ambientais: o País deixa de participar de um mercado bilionário... (1o parágrafo) Os dois-pontos introduzem, no contexto, um segmento que

Alternativas
Comentários
  • Dois-pontos

    Os dois-pontos são empregados para:

    a) uma enumeração:
    ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato.
    Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível...
    (Machado de Assis)

    b) uma citação:
    Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
    - Afinal, o que houve?

    c) um esclarecimento:
    Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.

    Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou observações.
    Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc.

    Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um por sua vez, isoladamente).

    Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc.

    NOTA
    A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
    Querida amiga:
    Prezados senhores,

ID
20425
Banca
FCC
Órgão
Banco do Brasil
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto
abaixo.

     "O folhetim é frutinha de nosso tempo", disse Machado
de Assis numa de suas deliciosas crônicas. E volta ao assunto
na crônica seguinte.
     "O folhetinista é originário da França [...] De lá espalhouse
pelo mundo, ou pelo menos por onde maiores proporções
tomava o grande veículo do espírito moderno; falo do jornal." E
Machado tenta "definir a nova entidade literária", procura
esmiuçar a "organização do novo animal". Mas dessa nova
entidade só vai circunscrever a variedade que se aproxima do
que hoje chamaríamos crônica. E como na verdade a palavra
folhetim designa muitas coisas, e, efetivamente, nasceu na
França, há que ir ver o que o termo recobre lá na matriz.
     De início, ou seja, começos do século XIX, "le feuilleton"
designa um lugar preciso do jornal: "o rez-de-chaussée"
? résdo-
chão, rodapé
?, geralmente o da primeira página. Tinha uma
finalidade precisa: era um espaço vazio destinado ao
entretenimento. E pode-se já antecipar, dizendo que tudo o que
haverá de constituir a matéria e o modo da crônica à brasileira
já é, desde a origem, a vocação primeira desse espaço
geográfico do jornal, deliberadamente frívolo, oferecido como
chamariz aos leitores afugentados pela modorra cinza a que
obrigava a forte censura napoleônica. ("Se eu soltasse as
rédeas da imprensa", explicava Napoleão ao célebre Fouché,
seu chefe de polícia, "não ficaria três meses no poder.")

(MEYER, Marlyse, Folhetim: uma história. 2 ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005, p. 57)

No texto,

Alternativas
Comentários
  • Que absurdo é esse nessa questão!?!?!.......
    Lamentavel a FCC...mais vamo la ! se MOLDAR para APROVAR !
  • Na letra B, a expressão "ou seja" é émpregada com o objetivo de explicar o sentido da expressão "de início", referindo-se, por isso, a" começos do séculos XIX". Não há intenção de anular o valor da expressão anterior.

    Na letra C, os dois pontos não introduzem a citação de distintos espaços associados ao folhetim, o texto afirma: "le feuilleton"
    designa um lugar preciso do jornal: "o rez-de-chaussée"
    ? résdo-chão, rodapé.


    Na letra D, o autor empregou a expressão "na verdade" para dizer que, apesar de no Brasil, o folhetim se aproximar bastante da crônica, a palavra folhetim, na verdade, tem vários significados, daí a necessidade de buscar as raízes da palavra na França.

    Na letra E, o autor se refere as palavras de Napoleão para demonstrar a forte censura existente na época de surgimento do folhetim, isto é, no começo do século XIX; e não para sugerir que Napoleão fosse tema constante dos folhetins.

ID
20671
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Banco do Brasil
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para os itens de 1 a 14

1 Os bancos médios alcançaram um de seus
melhores anos em 2006. A rigor, essas instituições não
optaram por nenhuma profunda ou surpreendente mudança
4 de foco estratégico. Bem ao contrário, elas apenas voltaram
a atuar essencialmente como bancos: no ano passado a
carteira de crédito dessas casas bancárias cresceu 39,2%,
7 enquanto a carteira dos dez maiores bancos do país
aumentou 26,2%, ambos com referência a 2005.
É apressado asseverar que essa expansão do
10 segmento possa gerar maior concorrência no setor. Vale
lembrar, apenas como comparação, que a chegada dos
bancos estrangeiros (nos anos 90) não surtiu o efeito
13 esperado quanto à concorrência bancária. Os bancos
estrangeiros cobram o preço mais alto em 21 tarifas. E os
bancos privados nacionais, médios e grandes, têm os preços
16 mais altos em outras 21. O tamanho do banco não determina
o empenho na cobrança de tarifas. O principal motivo da
fraca aceleração da concorrência do sistema bancário é a
19 permanência dos altos spreads, a diferença entre o que o
banco paga ao captar e o que cobra ao emprestar, que não se
altera muito, entre instituições grandes ou médias.
22 Vale notar, também, que os bons resultados dos
bancos médios brasileiros atraíram grandes instituições do
setor bancário internacional interessadas em participação
25 segmentada em forma de parceria. O Sistema Financeiro
Nacional só tem a ganhar com esse tipo de integração. Dessa
forma, o cenário, no médio prazo, é de acelerado movimento
28 de fusões entre bancos médios, processo que já começou.
Será um novo capítulo da história bancária do país.


Gazeta Mercantil, Editorial, 28/3/2007.

Na linha 5, mantém-se a correção gramatical do texto ao se substituir o sinal de dois-pontos por ponto final, colocandose inicial maiúscula em "no".

Alternativas
Comentários
  • Afirmativa está correta, pois os ":" são usados com várias finalidades. No caso do texto, o estrutura que o sucede é a construção de um novo período, um nova frase. Assim, não haveria problema se colocássemos um ponto final e começássemos a frase normalmente.

ID
26455
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TJ-RR
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

1    Terceiro palestrante do Ciclo de Estudos Jurídicos,
      Jurisdição e Democracia, o juiz federal e professor Agapito
      Machado dividiu sua palestra em três tópicos: a justiça
4    tradicional, os juizados especiais federais criados em 2001 e
      os juizados federais virtuais. O palestrante, que discorreu
      sobre o tema "Juizados federais: uma experiência virtual de
7    sucesso", procurou analisar detidamente cada um dos três
      tópicos. "A justiça tradicional, morosa, ineficaz, que pode
      levar o jurisdicionado a passar dez, vinte anos litigando sem
10  receber seus direitos, evoluiu com a Lei n.º 9.099/1995 para
     o modelo dos juizados especiais estaduais, físicos", explicou
     o magistrado. "Foi o primeiro caminho para desafogar o
13 Judiciário, melhorando bastante a efetividade da prestação
     jurisdicional", observou.

Internet: (com adaptações).

Com base no texto acima, assinale a opção correta em relação à pontuação.

Alternativas
Comentários
  • (a) Os dois pontos servem, nesse caso, para introduzir uma enumeração;
    (b) A vígula isola expressões equivalentes, sintaticamente, em uma enumeração;
    (c) As vígulas isolam uma oração adjetiva explicativa.
    (d) Correta
  • Complementando o comentário anterior:A vírgula após "Judiciário" (L. 13) isola uma Oração Subordinada Consecutiva reduzida de Gerúndio.correta: D
  • oração restritiva não recebe virgula 

  • a) enumeração;

    b) separa itens de uma enumeração;

    c) explicativa.

  • sem vírgula - RESTRINGE

    Os alunos que deixaram de fazer o ENEM não receberam nota. (aqueles que não fizeram)

    com vírgula - EXPLICA

    Os alunos, que deixaram de fazer o ENEM, não receberam nota. (todos os alunos deixaram)


  • [ LEMBRANDO QUE AS ORAÇÕES REDUZIDAS SÓ OCORREM EM ORAÇÕES SUBORDINADAS, NÃO SÃO INTRODUZIDAS POR CONECTORES E O VERBO NÃO APARECE CONJUGADO, MAS APARECEM NAS FORMAS NOMINAIS: INFINITIVO, GERÚNDIO OU PARTICÍPIO]


ID
71743
Banca
FCC
Órgão
TRT - 3ª Região (MG)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Entre uma prosa e outra, "seo" Samuca, morador das
cercanias do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, no norte
de Minas Gerais, me presenteia com um achado da sabedoria
cabocla: "Pois é, não sei pra onde a Terra está andando, mas
certamente pra bom lugar não é. Só sei que donde só se tira e
não se põe, um dia tudo o mais tem que se acabar." Samuel
dos Santos Pereira viveu seus 75 anos campeando livre entre
cerradões, matas de galeria, matas secas, campos limpos ou
sujos e campos cerrados, ecossistemas que constituem a
magnífica savana brasileira. "Ainda bem que existe o Parque",
exclama o vaqueiro, "porque hoje tudo em volta de mim é
plantação de soja e pastagem pra gado."

Viajar pelo Cerrado do Centro-Oeste é viver a surpresa
permanente. Na Serra da Canastra, em São Roque de Minas,
nascente do Rio São Francisco, podem-se avistar tamanduásbandeira,
lobos-guarás e, com sorte, o pato-mergulhão, ameaçado
de extinção. Lá está também a maravilhosa Casca D'Anta,
primeira e mais alta cachoeira do Velho Chico, com 186 metros
de queda livre.

No Jalapão, no Tocantins, o Cerrado é diferente, parece
um deserto com dunas de até 40 metros de altura. Mas, ao
contrário dos Lençóis Maranhenses, tem água em profusão,
nascentes, cachoeiras, lagoas, serras e chapadões. E uma fauna
exuberante, com 440 espécies de vertebrados. Nas veredas,
os habitantes da comunidade quilombola de Mumbuca
descobriram o capim-dourado, uma fibra que a criatividade local
transformou em artigo de exportação.

Em Goiás, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros,
o viajante se extasia com a beleza das cachoeiras e das
matas de galeria, das piscinas naturais, das formações rochosas,
dos cânions do Rio Preto e do Vale da Lua. Perto do
município de Chapadão do Céu, também em Goiás, fica o
Parque Nacional das Emas, onde acontece o surpreendente
espetáculo da bioluminiscência, uma irradiação de luz azul
esverdeada produzida pelas larvas de vaga-lumes nos
cupinzeiros. Pena que todo o entorno do parque foi drenado
para permitir a plantação de soja. Agrotóxicos despejados por
avião são levados pelo vento e contaminam nascentes e rios
que atravessam essa unidade de conservação. Outra tristeza
provocada pela ganância humana são as voçorocas das nascentes
do Rio Araguaia, quase cem, com quilômetros de extensão
de dezenas de metros de profundidade. Elas jogam milhões
de toneladas de sedimentos no rio, inviabilizando sua navegabilidade.
Apesar de tanta beleza e biodiversidade (mais de 300 espécies
de plantas locais são utilizadas pela medicina popular), o
Cerrado do "seo" Samuca está minguando e tende a desaparecer.
O que percebo, como testemunha ocular, é que entra
governo e sai governo e o processo de desertificação do país
continua em crescimento assombroso.

Como disse Euclides da Cunha, somos especialistas em
fazer desertos. Só haverá esperança para os vastos espaços
das Geraes, esse sertão do tamanho do mundo, celebrado pela
genialidade de João Guimarães Rosa, se abandonarmos nosso
conformismo e nossa proverbial omissão.

(Araquém Alcântara, fotógrafo. O Estado de S. Paulo, Especial
H 4-5, 27 de setembro de 2009, com adaptações)

Em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto, está INCORRETO o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • Discordo desse gabarito. Na minha opiniao, a alternativa B esta correta!Humildemente penso que, a alternativa INCORRETA (que a questao pede que seja marcada), e a letra C, pois nao e o unico segmento do texto que fala sobre o assunto central.
  • Eu tbm penso assim...Alguém poderia, por favor, explicar o pq de ser a letra "B"?
  • Eu concordo que a alternativa incorreta seja a letra c), já que as aspas na frase sinalizam a introdução da fala de um interlocutor no texto e não que o segmento contenha um assunto central.
  • Esta questão foi alterada após recursos. A alternativa correta (ou incorreta) de fato é a "c".
  • se a alternativa corrta é a "c", qual o motivo de ser alterada para a "b" mesmo com recurso?
  • Olá pessoal!

    Gabarito atualizado.

    Bons estudos!
     


ID
74446
Banca
FCC
Órgão
TRT - 22ª Região (PI)
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A economia vai devorar o planeta?

Para a maioria dos ecologistas, o impacto das atividades
humanas sobre a natureza é real. A salvação do planeta
passaria necessariamente pelo fim do crescimento de
economias e populações, além da adoção de uma economia
ecológica ? com a reforma dos sistemas de produção de
alimentos, materiais e energia. Uma economia ambientalmente
sustentável seria movida por fontes renováveis de energia:
eólica, solar e geotérmica. A eletricidade eólica seria usada para
produzir hidrogênio. As estruturas atuais de gasodutos fariam o
transporte do gás que moveria a frota de automóveis. Nesse
sistema, a indústria da reciclagem e reutilização substituiria em
grande parte as atividades extrativistas.

Para se alcançar esse estágio, os sistemas tributários
mundiais precisariam ser reformulados, de modo a oferecer
subsídios à reciclagem e à geração de energia limpa e
renovável e taxar atividades insustentáveis, como o uso de
combustível fóssil.

No entanto, sem estacionar a população mundial,
nenhuma mudança terá realmente efeito. Mais pessoas
requerem mais comida, mais água, mais espaço, bens, serviços
e energia. Ocorre que deter ou até mesmo reduzir o
crescimento da população mundial não é tão simples. O
tamanho das famílias, em muitos países, está ligado à maneira
como os casais encaram o sexo e a virilidade.
O tamanho e a complexidade dos sistemas mundiais
tornam a adoção da ecoeconomia uma tarefa gigantesca e
muito distante de ser realizada. O aumento da temperatura
global, a superpopulação e a contaminação dos ecossistemas
mundiais estão por toda parte: somente podem-se corrigir os
efeitos que eles criam, com medidas de alcance global.
Pequenas substituições e correções de rumo em alguns setores
não constituem uma solução. Com 6 bilhões de pessoas no
mundo, até metas mais óbvias, como deter o nível de
desflorestamento, parecem distantes.


(Adaptado de Bruno Versolato, Superinteressante, maio de
2004, p. 69)

... seria movida por fontes renováveis de energia: eólica, solar e geotérmica.
(meio do 1º parágrafo)

O emprego dos dois pontos introduz no contexto

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    EMPREGO DOS DOIS PONTOS:

    1- PARA ANUNCIAR UMA CITAÇÃO
    2- PARA ANUNCIAR UMA ENUMERAÇÃO,UM APOSTO, UMA EXPLICAÇÃO, UMA CONSEQUENCIA OU UM ESCLARECIMENTO.
  • Resposta letra C.

    O autor enumera as fontes de renováveis de energia com as 3 após os : (dois pontos).

ID
81217
Banca
FCC
Órgão
TRE-AM
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nos anos setenta, no auge dos grandes projetos de
infraestrutura implantados pelos governos militares, a Amazônia
era conhecida como o inferno verde. Uma mata fechada e
insalubre, empesteada de mosquitos e animais peçonhentos,
que deveria ser derrubada a todo custo - sempre com incentivo
público - pelos colonos, operários e garimpeiros que se aventuravam
pela região. Essa visão mudou bastante nas últimas duas
décadas, à medida que os brasileiros perceberam que a região
é um patrimônio nacional que não pode ser dilacerado sem
comprometer o futuro do próprio país.

Com seus 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia
representa mais da metade do território brasileiro, 3,6%
da superfície seca do planeta, área equivalente a nove vezes o
território da França. O rio Amazonas, o maior do mundo em
extensão e volume, despeja no mar em um único dia a mesma
quantidade de água que o Tâmisa, que atravessa Londres, leva
um ano para lançar. O vapor de água que a Amazônia produz
por meio da evaporação responde por 60% das chuvas que
caem nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Mesmo agora, com o reconhecimento de sua grandeza,
a Floresta Amazônica permanece um domínio da natureza no
qual o homem não é bem-vindo. No entanto, vivem lá 25 milhões
de brasileiros, pessoas que enfrentaram o desafio do ambiente
hostil e fincaram raízes na porção norte do país. Assusta
observar que, no intenso debate que se trava sobre a melhor
forma de preservar (ou, na maior parte das vezes, ocupar) a
floresta, esteja praticamente ausente o maior protagonista da
saga amazônica: o homem.

É uma forma atravessada de ver a situação, pois o destino
da região depende muito mais de seus habitantes do que
de medidas adotadas por autoridades do governo ou por organizações
não-governamentais. A prioridade de todas as iniciativas
deveria ser melhorar a qualidade de vida e criar condições
econômicas para que seus habitantes tenham alternativas
à exploração predatória. Só assim eles vão preservar a
floresta em vez de destruí-la, porque terão orgulho de sua
riqueza natural, única no mundo.

(O fator humano. Veja especial, São Paulo, Ano 42, Setembro
2009, pp. 22-24, com adaptações)

Considere as afirmativas seguintes, a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto:

I. O emprego dos travessões no 1º parágrafo assina-la uma pausa que imprime ênfase ao comentário.

II. Os dois-pontos que aparecem no final do 3º parágrafo introduzem um esclarecimento ao que acabou de ser afirmado.

III. Na frase Só assim eles vão preservar a floresta em vez de destruí-la, ficaria correta a colocação de uma vírgula após preservar.

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • Regras de utilização de alguns sinais de pontuação. Com estas regrinhas e mais a regra da vírgula (que está em outro comentário meu, não a coloquei aqui por ser muito grande), você gabarita qualquer questão relacionada com pontuação:Ponto e vírgula: utilizado em períodos mais longos com presença de vírgula.1 - entre orações coordenadas assindédicas2 - entre orações coordenadas assindédicas quando for antítese, neste caso será obrigatório o uso de ponto e vírgula 3 - enumerações em linhas diferentesTravessão:1 - citação textual2 - mudança de interlocutores3 - oração subordinada substantiva apositiva4 - orações/expressões explicativas5 - aposto explicativoDois pontos: só uma observação, após os dois pontos poderemos usar letra maiúscula ou minúscula, tanto faz.1 - antes de enumeração2 - antes de citação textual (discurso direto)3 - oração apositiva4 - antes de explicaçãoAspas:1 - citação pessoal2 - palavras fora do sentido literal3 - qualquer ironia, estrangeirismo, neologismo ou gíriaParênteses:1 - comentário2 - aposto explicativo3 - orações/expressões explicativas
  • III)incorretaNão podemos separar as orações...verbo do sujeito PRESERVAR A FLORESTA

ID
93085
Banca
FCC
Órgão
DNOCS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O brasileiro tem elevado grau de consciência sobre
sustentabilidade, superior ao de moradores de países ricos
como Alemanha e Suécia. Ao mesmo tempo, tem grande
dificuldade em trazer o conceito para o seu dia a dia e para
suas decisões de consumo. Escassez de água e poluição
ambiental, por exemplo, figuram em terceiro lugar entre as
maiores preocupações de 61% da população e ficam atrás de
educação (68%) e violência (72%). Mudanças climáticas e
aquecimento global, por sua vez, são motivo de preocupação
para 49% dos brasileiros.

Quando a sociedade é questionada sobre suas ações
efetivas para proteger o meio ambiente, os números são mais
modestos: 27% dos brasileiros reciclam seus resíduos e fazem
uso de produtos recicláveis; 20% afirmam conservar árvores;
13% dizem proteger a natureza e apenas 5% controlam o
desperdício de água.

Esses dados constam de uma pesquisa atual, em que
foram ouvidas mais de 24 mil pessoas em dez países diferentes.
O estudo também aponta o brasileiro como um dos mais
atentos no mundo às práticas de sustentabilidade das empresas:
86% afirmam estar dispostos a recompensar companhias
com boas práticas e 80% dizem punir as que agem de forma
irresponsável nas questões socioambientais.

Há também ceticismo em relação à falsa propaganda
sobre as atitudes "verdes" das empresas. Para 64% dos brasileiros
elas só investem em sustentabilidade para melhorar sua
imagem pública. Outro obstáculo é que os produtos "verdes"
ainda são vistos como nichos de mercado e ficam restritos a
consumidores de maior poder aquisitivo.

O porta-voz do estudo no país acredita que o elevado
grau de consciência sobre sustentabilidade pode ser explicado
pela presença do tema na mídia e pela percepção de que os
recursos naturais são um diferencial no Brasil, considerado um
país rico nesse aspecto.

(Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo, Vida & Sustentabilidade,
H6, Especial, 30 de outubro de 2009, com adaptações)

Considere as afirmativas seguintes a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto:

I. A presença de pontos-e-vírgulas no 2°parágrafo assinala pausa maior entre as afirmativas separadas por esses sinais.

II. O segmento introduzido pelos dois-pontos no 3° parágrafo constitui um argumento que justifica a afirmativa que o precede.

III. As aspas na palavra "verdes", em ambas as situações no 4° parágrafo, conferem a ela sentido especial no contexto, como sinônimo de atitudes e produtos que respeitam o meio ambiente.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • Vivendo e aprendendo:O ponto-e-vírgula marca uma pausa mais longa que a da vírgula, no entanto menor que a do ponto. E é empregado para: * Separar as partes de um período. * Separar orações coordenadas que sejam quebradas no seu interior por vírgula; para marcar pausa maior entre as orações: o Não esperava outra coisa; afinal, eu já havia sido avisado. * Frisar o sentido adversativo antes da conjunção; * Separar orações coordenadas que se contrabalanço em força expressiva (formando antítese, por exemplo): o Muitos se esforçam; poucos conseguem. o Uns trabalham; outros descansam. * Separar orações com certa extensão, que dificultem a compreensão e respiração: o Os jogadores de futebol olímpico reclamaram com razão das constantes críticas do técnico; porém o teimoso técnico ficou completamente indiferente aos apelos dos atletas. * Separar diversos itens: o a) a alta de desemprego no país; o b) a persistente inflação; o c) a recessão econômica. * Separar itens de uma enumeração (em leis, decretos, portarias, regulamentos etc.):
  • Eu excedi minha cota diária para ver a resposta. Qual é a resposta certa?
  • A resposta correta é a letra E.  



    Cabe salientar que é só dar dois cliques na prova que fica no enunciado (logo abaixo do número da questão) para você visualizar o gabarito e a prova respectivos.

    Abraço e bons estudos!

ID
94864
Banca
FCC
Órgão
TRE-AM
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nos anos setenta, no auge dos grandes projetos de
infraestrutura implantados pelos governos militares, a Amazônia
era conhecida como o inferno verde. Uma mata fechada e
insalubre, empesteada de mosquitos e animais peçonhentos,
que deveria ser derrubada a todo custo - sempre com incentivo
público - pelos colonos, operários e garimpeiros que se aventuravam
pela região. Essa visão mudou bastante nas últimas duas
décadas, à medida que os brasileiros perceberam que a região
é um patrimônio nacional que não pode ser dilacerado sem
comprometer o futuro do próprio país.

Com seus 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia
representa mais da metade do território brasileiro, 3,6%
da superfície seca do planeta, área equivalente a nove vezes o
território da França. O rio Amazonas, o maior do mundo em
extensão e volume, despeja no mar em um único dia a mesma
quantidade de água que o Tâmisa, que atravessa Londres, leva
um ano para lançar. O vapor de água que a Amazônia produz
por meio da evaporação responde por 60% das chuvas que
caem nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Mesmo agora, com o reconhecimento de sua grandeza,
a Floresta Amazônica permanece um domínio da natureza no
qual o homem não é bem-vindo. No entanto, vivem lá 25 milhões
de brasileiros, pessoas que enfrentaram o desafio do ambiente
hostil e fincaram raízes na porção norte do país. Assusta
observar que, no intenso debate que se trava sobre a melhor
forma de preservar (ou, na maior parte das vezes, ocupar) a
floresta, esteja praticamente ausente o maior protagonista da
saga amazônica: o homem.

É uma forma atravessada de ver a situação, pois o destino
da região depende muito mais de seus habitantes do que
de medidas adotadas por autoridades do governo ou por organizações
não-governamentais. A prioridade de todas as iniciativas
deveria ser melhorar a qualidade de vida e criar condições
econômicas para que seus habitantes tenham alternativas
à exploração predatória. Só assim eles vão preservar a
floresta em vez de destruí-la, porque terão orgulho de sua
riqueza natural, única no mundo.

(O fator humano. Veja especial, São Paulo, Ano 42, Setembro
2009, pp. 22-24, com adaptações)

Considere as afirmativas seguintes, a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto:

I. O emprego dos travessões no 1º parágrafo assina- la uma pausa que imprime ênfase ao comentário.

II. Os dois-pontos que aparecem no final do 3º parágrafo introduzem um esclarecimento ao que acabou de ser afirmado.

III. Na frase Só assim eles vão preservar a floresta em vez de destruí-la, ficaria correta a colocação de uma vírgula após preservar.

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • ---> ITEM I - (CERTO)O uso de travessões ou parênteses serve para dar ênfase ao comentário. Não querendo enfatizá-lo é só utilizar vírgulas.---> ITEM II - (CERTO)Os dois pontos (:) anunciam e introduzem uma citação, uma enumeração ou um esclarecimento.---> ITEM III - (ERRADO) Não se usa vírgula entre o verbo e seu complemento.
  • GAMARITO: LETRA B

    ACRESCENTANDO EM RELAÇÃO AO ITEM III

    A vírgula é empregada para marcar a separação entre termos deslocados ou intercalados, quer no período simples, quer no período composto. Portanto, não havendo descolamento ou intercalação de um termo ou de uma oração, a vírgula não é compatível nos seguintes casos:

     a) entre sujeito e predicado;

    Muitos paulistanos deixam o carro na garagem.

           (Sujeito)                     (Predicado)

     b) entre verbo e complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto);

    Os animais protegem seus filhotes.

                           (VTD)          (OD)

    As crianças necessitam de carinho.

                              (VTI)             (OI)

     c) entre substantivo, adjetivo ou advérbio e complemento nominal;

    A invenção da imprensa aproximou os povos.

      (Subst.)    (Compl. Nom.)

    O fumo é prejudicial ao organismo.

                        (Adj.)      (Comp. Nom.)

    Opinamos contrariamente ao seu projeto.

                               (Adv.)         (Comp. Nom.)

     d) entre substantivo e adjunto adnominal;

    Existirão rosas sem espinho?

                  (Subst.) (Adj. Adn.)

     e) entre oração principal e oração subordinada substantiva;

    Não me espanta que você seja tão imaturo.

         (Or. Princ.)           (Or. Sub. Subst.)

    *Exceção: Se a oração subordinada substantiva figurar antes da principal, a vírgula deverá separá-las:

    Que você é um hipócrita, todos nós sabemos.

          (Or. Sub. Subst.)              (Or. Princ.)

     f) entre oração principal e oração subordinada adjetiva restritiva;

    Você foi o único amigo que me apoiou naquele dia.

              (Or. Princ.)               (Or. Sub. Adj, Restritiva)

    g) entre oração principal e oração subordinada adverbial posposta.

    Fico tranquilo quando você volta cedo para casa.

      (Or. Princ.)          (Or. Sub. Adj. Temporal)

    FONTE: Gramática completa para concursos e vestibulares/Nilson Teixeira de Almeida. 2 ed. - São Paulo: Saraiva: 2009

     


ID
95944
Banca
FCC
Órgão
DPE-SP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Contribuição de um antropólogo

A maior contribuição do antropólogo Claude Lévi-Strauss
(que, ainda jovem, trabalhou no Brasil, e morreu, centenário, em
2009) é de uma simplicidade fundamental, e se expressa na
convicção de que não pode existir uma civilização absoluta
mundial, porque a própria ideia de civilização implica a coexistência
de culturas marcadas pela diversidade. O melhor da
civilização é, justamente, essa "coalizão" de culturas, cada uma
delas preservando a sua originalidade. Ninguém deu um golpe
mais contundente no racismo do que Lévi-Strauss e poucos
pensadores nos ensinaram, como ele, a ser mais humildes.

Lévi-Strauss, em suas andanças pelo mundo, foi um
pensador aberto para influências de outras disciplinas, como a
linguística. Foi ele também quem abriu as portas da antropologia
para as ciências de ponta, como a cibernética, que era
então como se chamava a informática, conectando-a com novas
disciplinas como a teoria dos sistemas e a teoria da informação.
Isso deu um novo perfil à antropologia, que propiciou uma nova
abertura para as ciências exatas, e reuniu-a com as ciências
humanas.

Em 1952, escreveu o livro Raça e história, a pedido da
Unesco, para combater o racismo. De fato, foi um ataque feroz
ao etnocentrismo, materializado num texto onde se formulavam
de modo claro e inteligível teses que excediam a mera
discussão acadêmica e se apoiavam em fatos. Comenta o
antropólogo brasileiro Viveiros de Castro, do Museu Nacional:
"Ele traz para diante dos olhos ocidentais a questão dos índios
americanos, algo que nunca antes havia sido feito. O
colonialismo não mais podia sair nas ruas como costumava
fazer. Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os
índios deixaram de ser relíquias do passado, deixaram de ser
alegorias, tornando-se nossos contemporâneos. Isso vale mais
do que qualquer análise."

Reconhecer a existência do outro, a identidade do outro,
a cultura do outro - eis a perspectiva generosa que Lévi-Strauss
abriu e consolidou, para que nos víssemos a todos como
variações de uma mesma humanidade essencial.

(Adaptado de Carlos Haag, Pesquisa Fapesp, dezembro 2009)

Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental: os índios deixaram de ser relíquias do passado.

O sinal de dois-pontos da frase acima pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por

Alternativas
Comentários
  • Alguém poderia me expliar essa questão? achei que fosse a letra e.
  • EU Não entendi o pq da resposta. penso ser a letra B.pois por Lévi ser um critico demolidor da arrogancia ocidental como consequencia dessa sua fala, os indios deixaram de ser reliquias do passado.No entanto nas alternativas não há nenhuma conjunção que remete a consequencia, a que mais logicamente se aproxima dessa ideia, é a conjunção de finalidade "a fim de que" letra B. dando a ideia de que foi um critico demolidor da arrogancia ocidental com o objetivo de deixar a ideia de que os indios fossem reliquias do passado.
  • Invertendo-se as frases fica mais fácil de se resolver a questão:Os índios deixaram de ser relíquias do passado, em razão de Lévi-Strauss ter sido um crítico domolidor da arrogância ocidental.Foi um crítico demolidor da arrogância ocidental, em razão do que os índios deixaram de ser relíquias do passado. d) em razão do que - Locução conjuntiva de subordinação adverbial CAUSAL.
  • Doiis-pontos é um sinal de pontuação que, nesse caso, introduz uma EXPLICAÇÃO (pode introduzir enumeração também. Ex. de enumeração - "Preciso fazer várias coisas: estudar, limpar a casa, fazer o almoço").
    Se tu colocas dois-pontos, não precisas escrever "por isso", "porque", "já que"... ele sozinho já traz a ideia de que logo depois vem a explicação de algo.

    Sendo assim, para tirá-lo, tu tens que colocar uma expressão que dê essa mesma ideia, a ideia de que o que vem depois é uma explicação. A parte da matéria a ser estudada para entender melhor isso é "Nexos oracionais".

    a) entretanto = não traz a ideia de que depois haverá explicação de algo anterior. "Entretanto" dá a entender que depois haverá um argumento contrário. A ideia de "entretanto" é de contrariedade.

    b) a fim de que = traz a ideia de finalidade.

    c) não obstante = traz ideia de contrariedade, como o "entretanto". Dizer "não obstante" é como fizer "isso não obsta..."

    d)) em razão do que = Essa é a resposta. Essa expressão dá a entender que vem aí a explicação do de algo comentado antes.
    "(Lévi-Strauss) foi um crítico demolidor da arrogância ocidental, EM RAZÃO DO QUE ("e por isso"...) os índios deixaram de ser relíquias do passado."

    A explicação para os índios terem deixado de ser relíquias do passado se encontra no fato de que Lévi-Strauss foi um crítico demolidor da arrogância ocidental.

    É como dizer: "Ele criticou a arrogância ocidental ("conclusão", "resultado", "por isso", "assim..."): os índios deixaram de ser relíquias"

    e) mesmo porque = ADIÇÃO E explicação. Para mim passa uma ideia de que tem outro argumento além do que vai ser dado. Me passa ideia de "até porque", "também porque".

    http://www.forumconcurseiros.com/forum/showthread.php?t=267206 
  • entendi desse modo:

    "Ele (o livro) traz para diante dos olhos ocidentais a questão dos índios
    americanos, algo que nunca antes havia sido feito.
    O
    colonialismo não mais podia sair nas ruas como costumava
    fazer. Foi (o livro) um crítico demolidor da arrogância ocidental: os
    índios deixaram de ser relíquias do passado, deixaram de ser
    alegorias, tornando-se nossos contemporâneos.
    Isso vale mais
    do que qualquer análise."

    A PARTE EM VERMELHO REFERE-SE A CONCLUSÃO DO QUE SE FALA NO PERÍDO ANTERIOR.

    PEGANDO SÓ O QUE INTERESSA FICA ASSIM:

    O LIVRO FOI UM CRÍTICO DEMOLIDOR DA ARROGÂNCIA OCIDENTAL EM RAZÃO DE QUE((POIS, POR ISSO, PORQUANTO) OS ÍNDIOS DEIXARAM DE SER...

    De acordo com o prof. TERROR(PONTO CONCURSOS), a letra E está errado porque é uma EXPLICAÇÃO com resalva(MESMO PORQUE), o "MESMO" elimina a questão.
  • O SINAL DE DOIS PONTOS NÃO É PARA SER USADO QUANDO SE TRATA DE UMA EXPLICAÇÃO?  NÃO ENTENDI PORQUE O GABARITO AFIRMA QUE É A CONJUNÇÃO QUE SE REFERE A FINALIDADE , LETRA B.  ALGUM PROFESSOR DE PORTUGUÊS PODERIA ME ESCLARECER ESSA DÚVIDA?


ID
107611
Banca
FCC
Órgão
TRT - 2ª REGIÃO (SP)
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O choque dos alimentos está produzindo enormes estragos globais: semeia inflação, desarranja o abastecimento, precipita protecionismos e fermenta crises políticas. Para observadores atentos, é uma forte ameaça à democracia, especialmente nos países pobres. Efeito colateral do mesmo choque é o desmonte do conceito de segurança alimentar, pelo menos como enunciado hoje.

As políticas de segurança alimentar surgiram na Europa logo após a Primeira Guerra e se intensificaram após a Segunda. A enorme escassez desse período levou os governos a garantir a produção interna dos alimentos indispensáveis ao sustento da população, não importando a que custo. Foi essa a base do protecionismo agrícola dos países ricos, que provocou grandes distorções. Impossibilitou, por exemplo, que muitos países da África e da América Latina desenvolvessem sua agricultura por incapacidade de competir com o produto subsidiado dos países centrais.

O conceito de segurança alimentar não ficou apenas na busca da garantia do abastecimento interno. Foi também associado a políticas demográficas e ambientais. Assim, governos europeus adotaram medidas protecionistas para impedir o esvaziamento populacional do interior do país. Depois, razões de preservação ambiental foram usadas para bloquear o desenvolvimento de pesquisas e culturas transgênicas.

O professor Fernando Homem de Melo, especialista em Economia Agrícola da Universidade de São Paulo, lembra que as aplicações desse princípio foram tão exacerbadas que até o nome mudou. Hoje, em vez de segurança alimentar, fala-se em Multifuncionalidade Agrícola, e as exigências se multiplicaram. A agricultura tem agora de garantir a preservação da paisagem, do
turismo agrícola, da cultura rural dos antepassados e por aí vai.

O problema é que acabou a fartura, os estoques estão cada vez mais baixos também nos países ricos e agora se vê que a globalização dos mercados impõe um jogo novo e desconhecido. O aumento do consumo asiático produziu escassez e disparada dos preços e não há o que detenha a inflação dos alimentos.

(Celso Ming. O Estado de S. Paulo, B2 Economia, 11 de maio de 2008, com adaptações)

O choque dos alimentos está produzindo enormes estra gos globais: semeia inflação, desarranja o abastecimento precipita protecionismos e fermenta crises políticas. (início do texto)

Os dois-pontos, no contexto da frase,

Alternativas
Comentários
  • Se você quer aplicar corretamente os dois pontos, deve saber que eles são usados quando você faz uma afirmativa e, depois, a EXPLICA; quando duas ou mais orações são seguidas por outra que as resume; após se dirigir a alguém em uma carta ou e-mail; e antes de transcrever uma citação.Exemplos: Nada como o sexo para acalmar a angústia: homens e mulheres acham muito gratificante... Ele corre o jogo inteiro, marca, dribla os rivais como se fossem postes e faz o gol: é o melhor. Querida filha: Como disse o doutor Franzetti: "a justiça é divina".
  • Os dois-pontos neste contexto assinalam uma enumeração, a qual não se encontra na resposta. Quando há uma enumeração, não deixa de haver também uma explicação, por isso a única resposta possível é a alternativa (A).
    Na alternativa (B), realmente há uma sequência, mas não uma repetição. Também não ocorre intenção de realce apenas.
    Na alternativa (C), não ocorre quebra na sequência lógica das ideias. A pontuação que sinaliza isso são as reticências, e não servem neste contexto.
    Na alternativa (D), não há observações que minimizam o sentido da expressão anterior, mas há sequência lógica que explica o termo anterior.
    Na alternativa (E), os dois-pontos também podem iniciar uma citação, a fala de um interlocutor, mas isso não ocorreu neste contexto.
    Fonte: Prof. Décio Terror - Ponto dos Concursos
    Bons estudos

    F
    Fonte
     


ID
118573
Banca
FCC
Órgão
TRT - 20ª REGIÃO (SE)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O Brasil é hoje um dos líderes mundiais do comércio
agrícola, ocupando a primeira posição nos embarques de açúcar
e de carne bovina e a segunda, nas vendas de soja e de
carnes de aves. Já era o maior exportador mundial de café, mas
até há uns 20 anos a maior parte de sua produção agropecuária
era menos competitiva que a das principais potências produtoras.
Esse quadro mudou, graças a um persistente esforço de
modernização do setor. Um levantamento da Organização Mundial
do Comércio (OMC) conta uma parte dessa história, mostrando
o aumento da presença brasileira nas exportações globais
ente 1999 e 2007. Uma história mais completa incluiria
também um detalhe ignorado pelos brasileiros mais jovens: o
suprimento do mercado interno tornou-se muito melhor quando
o país se transformou numa potência exportadora e as crises de
abastecimento deixaram de ocorrer. Essa coincidência não
ocorreu por acaso.
A prosperidade mundial e o ingresso de centenas de
milhões de pessoas no mercado de consumo, em grandes
economias emergentes, favoreceram a expansão do comércio
de produtos agropecuários nas duas últimas décadas. Mas,
apesar das condições favoráveis criadas pela demanda em rápida
expansão, houve uma dura concorrência entre os grandes
produtores. A competição foi distorcida pelos subsídios e pelos
mecanismos de proteção adotados no mundo rico e, em menor
proporção, em algumas economias emergentes.
A transformação do Brasil num dos líderes mundiais de
exportação agropecuária foi possibilitada por uma combinação
de ações políticas e empresariais. Um dos fatores mais importantes
foi o trabalho das instituições de pesquisa, amplamente
reforçado a partir da criação da Embrapa, nos anos 70. A ocupação
do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas
- principalmente do Sul - intensificou-se nessa mesma época.
Nos anos 80, rotulados por economistas como "década perdida",
a agropecuária exibiu dinamismo e modernizou-se, graças
ao investimento em novas tecnologias e à adoção de melhores
práticas de produção. O avanço tecnológico foi particularmente
notável, nessa época, na criação de gado de corte e
na produção de aves. Isso explica, em boa parte, o sucesso
comercial dos dois setores nos anos seguintes. Com o abandono
do controle de preços, a transformação da agropecuária
acelerou-se nos anos 90 e o Brasil pôde firmar sua posição
como grande exportador.
A magnitude da transformação fica evidente quando se
observam os ganhos de produtividade. As colheitas cresceram
muito mais do que a área ocupada pelas lavouras. Aumentou a
produção de carne bovina, indicando uma pecuária muito mais
eficiente. No setor de aves, o volume produzido expandiu-se
consideravelmente. Isso permitiu não só um grande avanço no
mercado externo, mas também um enorme aumento do consumo
por habitante no mercado interno. Proteínas animais
tornaram-se muito baratas, refletindo-se nas condições de vida
de milhões de brasileiros.

(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações, A3, 29 de
novembro de 2009, com adaptações)

O emprego dos dois-pontos no 1º parágrafo

Alternativas
Comentários
  • Os dois pontos (:) anunciam e introduzem uma citação, um enumeração ou um ESCLARECIMENTO.Uma história mais completa incluiria também um detalhe ignorado pelos brasileiros mais jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se muito melhor quando o país se transformou numa potência exportadora e as crises de abastecimento deixaram de ocorrer.
  • Os dois-pontos explicam a palavra "detalhe" anteriormente citada. Os dois-pontos são usados:
    * para anunciar a fala dos personagens na história
    * antes de uma citação
    * antes de certos apostos, principalmente enumerações
    * antes de orações apositivas
    * para indicar esclarecimentos, resultado ou resumo do que se disse.
    Resposta: E

ID
130474
Banca
FCC
Órgão
MPE-SE
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O sociólogo belgo-canadense Derrick de Kerckhove
define de maneira singular o atual momento em que se dá a
evolução da tecnologia. "Vivemos em estado permanente de
inovação, e não é possível detê-la."

Discípulo do filósofo Marshall McLuhan, famoso por ter
lançado o conceito de aldeia global, Kerckhove explica seu raciocínio
mostrando que, entre a aquisição da linguagem humana
e o surgimento da escrita, houve um intervalo de 1.400 gerações.
Da escrita ao desenvolvimento da imprensa, esse prazo
sofreu uma brutal redução: passaram-se 265 gerações. Já
revoluções recentes, que disseminaram a televisão, o computador
e a internet, ocorrem em intervalos de poucos anos. E
todas têm sido vivenciadas por uma ou duas gerações. É um
ritmo estonteante de novidades.

Kerckhove define que o meio é a base para esse salto
da inovação. As sociedades orais eram mais conservadoras,
porque tinham no corpo seu limite para a difusão da linguagem.
Guardavam na memória tudo o que fosse necessário para o
bom funcionamento do grupo. Com a escrita, o aprendizado
tornou-se mais fácil. O homem pôde inovar, usando os registros
históricos. O surgimento da impressão trouxe um novo
paradigma. Outra importante etapa na escalada da evolução
tecnológica deu-se com a eletricidade. Como meio, ela passou
a transportar a linguagem - pelo telégrafo, pelo rádio e pela
televisão - e ajudou a vencer qualquer distância. Depois,
associou-se à digitalização. "Assim nasceram as condições para
o atual estado de inovação permanente", diz ele.

(Adaptado de Ana Paula Baltazar. Veja Especial Tecnologia.
setembro de 2008, p. 52)

A afirmativa INCORRETA a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto é:

Alternativas
Comentários
  • Vamos lá, para mim a letra "E" seria passível de anulação, pois certo que não altera o sentido original, mas ocasiona um erro, pois a questão deveria também dizer que a letra "E" depois do ponto deve ser substituida pelo "e" minúsculo para que o enunciado da questão fique mais completo e correto. Nesse caso então teríamos duas respostas corretas, letra "D" e "E".
  • CARO COLEGA, QUANDO A QUESTAO FALA EXCLUSIVAMENTE EM ALTERAÇAO DO "SENTIDO", PODEMOS DESCONSIDERAR DETALHES COMO ESTE POIS NAO NOS É SOLICITADO CORREÇAO GRAMATICAL.

  • Não acho que deva ser desconsiderado, pois quando se muda a pontuação é preciso adequar as letras sim em maiusculas ou minusculas.
  • A questao pede a incorreta EM RELAÇÃO AO EMPREGO DE PONTUAÇÃO. SOMENTE.
    É obvio que deveria haver a  substituição do E (maiscúlo) para o e ( minúsculo), mas não é esse o comando da questao. Não é isso que a questão pede. Então está corretissima.
  • concordo, D esta correta

     


ID
142573
Banca
FCC
Órgão
TRT - 7ª Região (CE)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Trabalho infantil: prós e contras.

Darcy Ribeiro, um dos mais originais e polêmicos pensadores do Brasil, não admitiria a alternativa que está no título deste artigo. Para ele, trabalho não era opção para as crianças: só deveria haver a obrigatoriedade da escola, da boa escola, em período integral e com duas refeições diárias. Estava pensando em atender amplamente as necessidades dos meninos e meninas carentes - parcela significativa da infância brasileira. Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua.
A favor do trabalho infantil estão aqueles que, considerando a inviabilidade de qualquer outra solução imediata, preferem evitar o mal maior - o do abandono e da delinquência de nossas crianças -, contornando-o com a permissão oficial de integração do menor no mercado de trabalho. Regulamentados por lei o horário máximo e as condições mínimas de adequação ao universo da criança, as empresas seriam encorajadas a admitir, treinar e a ajudar a desenvolver os pequenos trabalhadores, facilitando-lhes, inclusive, o acesso a uma educação suplementar: cursos profissionalizantes, estágios, atualizações etc.
Contra o trabalho infantil alinham-se os que defendem tanto o encaminhamento obrigatório das crianças à escola como a interdição do aproveitamento delas em qualquer tipo detrabalho profissional, em qualquer caso. Ainda que a escola não venha a suprir a necessidade das refeições diárias completas, do uniforme doado e do banho tomado, ela representaria o compromisso mínimo da educação em meio período, do ambiente de socialização e da sempre oportuna merenda escolar. Caberiam aos pais, aos adultos, à sociedade em geral as providências para que se poupassem as crianças de qualquer outra atividade.
Ainda temos muito a caminhar: é olhar as ruas das grandes cidades para constatar que a realidade vem exibindo uma terceira - e a pior - via. A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem que faz pensar na abrangência das propostas de Darcy Ribeiro, que são também, certamente, as mais justas. Rever, reexaminar, rediscutir suas propostas não é um retorno ao passado: é buscar atender as necessidades de um melhor futuro.

(Tarso de Cintra Meirelles, inédito)

Regulamentados por lei o horário máximo e as condições mínimas de adequação ao universo da criança, as empresas seriam encorajadas a admitir, treinar e a ajudar a desenvolver os pequenos trabalhadores, facilitando-lhes, inclusive, o acesso a uma educação suplementar: cursos profissionalizantes, estágios, atualizações etc.

Considerando-se a redação do texto acima, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • Resposta letra D:

    a) Adequação não tem o mesmo sentido de habilitação,
    b) facilitando-lhes, o lhes refere-se somente aos pequenos trabalhadores, a empresa é no caso sujeito: quem facilitaria? A empresa
    c) sobretudo quer dizer principalmente, especialmente
    e) o emprego da vírgula antes do termo etc é discutido pelos gramáticos. Pelo visto a FCC segue a corrente que diz ser facultativo o uso da vírgula neste caso.
  • Complementando, na assertiva D, "sobremaneira" significa "sobremodo", "excessivamente", e não "inclusive".


ID
148114
Banca
FCC
Órgão
TRT - 16ª REGIÃO (MA)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil,
28 de abril de 2009. No Rio Grande do Sul, o índice de chuvas
está 96% abaixo do que seria normal neste período. A taxa de
umidade despencou para menos de 20%, enquanto o saudável
é praticamente o dobro. Tudo é seca e insolação. Brasil, 28 de
abril de 2009. No Piauí os moradores enfrentam as piores
cheias dos últimos 25 anos. Chove sem parar. Cidades estão
ilhadas. Cerca de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas.

"O tempo anda louco", eis a frase leiga e padrão que
mais se fala e mais se ouve nas queixas em relação às radicais
discrepâncias climáticas. Vale para o Norte e Nordeste do país,
vale para a região Sul também. A mais nova e polêmica
explicação para tais fenômenos é uma revolucionária teoria
sobre as chuvas, chamada "bomba biótica", e pode mudar os
conceitos da meteorologia tradicional.

Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do
tempo em um único país, mas sim para a "loucura a dois". Por
que chove tanto em algumas regiões distantes da costa, como
no interior da Amazônia, enquanto países como a Austrália se
transformam em deserto? Dois cientistas russos sustentam,
embasados na metodologia da bomba biótica, que as florestas
são responsáveis pela criação dos ventos e a distribuição da
chuva ao redor do planeta - como uma espécie de coração que
bombeia a umidade. Esse modelo questiona a meteorologia
convencional, que explica a movimentação do ar sobretudo pela
diferença de temperatura entre os oceanos e a terra. Ao falarem
de chuva aqui e de seca acolá, eles acabam falando de um dos
mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas.

Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia e principal proponente da
linha da bomba biótica no Brasil, somente ela é que explica com
clareza a contradição entre a seca e a aridez que estão
minguando as lavouras na região Sul e as chuvas intensas que
transbordam o Norte e o Nordeste.

De acordo, porém, com o professor americano David
Adams, da Universidade do Estado do Amazonas, os físicos
russos estão supervalorizando a força da bomba biótica.

(Adaptado de Maíra Magro. Istoé, 6/5/2009, p. 98-99)

... eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas. (3º parágrafo)

O emprego dos dois-pontos assinala, no contexto,

Alternativas
Comentários
  • LETRA BESCLARECE O TEMA QUE ANTES ESTAVA SENDO COMENTADO, EXPLICANDO-O E, AO MESMO TEMPO, DESVENDANDO O ASSUNTO ANTERIOR.
  • Questão Repetida

    Igual a Questão 49421

  • Comentário: Esta é uma questão típica desta banca. Os dois-pontos estão sinalizando que na sequência virá um elemento explicativo (“a devastação das matas”), chamado aposto explicativo. Perceba que a banca não inseriu nas alternativas a palavra “explicação ou explicativo”. Mas basta entender que o elemento explicativo reforça, ratifica, corrobora, especifica um dado expresso anteriormente (“um dos mais atuais e globalizados temas”); por isso a alternativa B é a correta.

    Fonte : Estratégia Concursos...

  • Pq a letra A está errada? Pq não pode ser reforço no sentido?


ID
148270
Banca
FCC
Órgão
TRT - 16ª REGIÃO (MA)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil,
28 de abril de 2009. No Rio Grande do Sul, o índice de chuvas
está 96% abaixo do que seria normal neste período. A taxa de
umidade despencou para menos de 20%, enquanto o saudável
é praticamente o dobro. Tudo é seca e insolação. Brasil, 28 de
abril de 2009. No Piauí os moradores enfrentam as piores
cheias dos últimos 25 anos. Chove sem parar. Cidades estão
ilhadas. Cerca de 100 mil pessoas ficaram desabrigadas.

"O tempo anda louco", eis a frase leiga e padrão que
mais se fala e mais se ouve nas queixas em relação às radicais
discrepâncias climáticas. Vale para o Norte e Nordeste do país,
vale para a região Sul também. A mais nova e polêmica
explicação para tais fenômenos é uma revolucionária teoria
sobre as chuvas, chamada "bomba biótica", e pode mudar os
conceitos da meteorologia tradicional.

Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do
tempo em um único país, mas sim para a "loucura a dois". Por
que chove tanto em algumas regiões distantes da costa, como
no interior da Amazônia, enquanto países como a Austrália se
transformam em deserto? Dois cientistas russos sustentam,
embasados na metodologia da bomba biótica, que as florestas
são responsáveis pela criação dos ventos e a distribuição da
chuva ao redor do planeta - como uma espécie de coração que
bombeia a umidade. Esse modelo questiona a meteorologia
convencional, que explica a movimentação do ar sobretudo pela
diferença de temperatura entre os oceanos e a terra. Ao falarem
de chuva aqui e de seca acolá, eles acabam falando de um dos
mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas.

Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia e principal proponente da
linha da bomba biótica no Brasil, somente ela é que explica com
clareza a contradição entre a seca e a aridez que estão
minguando as lavouras na região Sul e as chuvas intensas que
transbordam o Norte e o Nordeste.

De acordo, porém, com o professor americano David
Adams, da Universidade do Estado do Amazonas, os físicos
russos estão supervalorizando a força da bomba biótica.

(Adaptado de Maíra Magro. Istoé, 6/5/2009, p. 98-99)

... eles acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a devastação das matas. (3º parágrafo)

O emprego dos dois-pontos assinala, no contexto,

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    ESCLARECE  O TEMA QUE ANTES ESTAVA SENDO COMENTADO, EXPLICANDO-O E, AO MESMO TEMPO, DESVENDANDO O ASSUNTO ANTERIOR. 
  • Segundo o Prof. Décio Terror,"Os dois-pontos estão sinalizando que na sequência virá um elemento explicativo, chamado aposto explicativo. Perceba que a banca não inseriu nas alternativas a palavra “explicação ou explicativo”. Mas basta entender que o elemento explicativo reforça, ratifica, corrobora um dado expresso anteriormente; por isso a alternativa C é a correta".
    Bons estudos

  • c-

    2 pontos é um sinal grafico que introduz citacao, fala direta ou enumeracao. pode tb introduzir esclarecimento ou resumo de afirmacao anterior


ID
164035
Banca
FCC
Órgão
Banco do Brasil
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A multiplicação de desastres naturais vitimando populações
inteiras é inquietante: tsunamis, terremotos, secas e inundações
devastadoras, destruição da camada de ozônio, degelo
das calotas polares, aumento dos oceanos, aquecimento do planeta,
envenenamento de mananciais, desmatamentos, ocupação
irresponsável do solo, impermeabilização abusiva nas grandes
cidades. Alguns desses fenômenos não estão diretamente
vinculados à conduta humana. Outros, porém, são uma consequência
direta de nossas maneiras de sentir, pensar e agir.
É aqui que avulta o exemplo de Hans Jonas.
Em 1979 ele publicou O Princípio Responsabilidade. A
obra mostra que as éticas tradicionais - antropocêntricas e
baseadas numa concepção instrumental da tecnologia - não
estavam à altura das consequências danosas do progresso
tecnológico sobre as condições de vida humana na Terra e o
futuro das novas gerações. Jonas propõe uma ética para a
civilização tecnológica, capaz de reconhecer para a natureza
um direito próprio. O filósofo detectou a propensão de nossa
civilização para degenerar de maneira desmesurada, em virtude
das forças econômicas e de outra índole que aceleram o curso
do desenvolvimento tecnológico, subtraindo o processo de
nosso controle.
Tudo se passa como se a aquisição de novas competências
tecnológicas gerasse uma compulsão a seu aproveitamento
industrial, de modo que a sobrevivência de nossas sociedades
depende da atualização do potencial tecnológico, sendo
as tecnociências suas principais forças produtivas. Funcionando
de modo autônomo, essa dinâmica tende a se reproduzir
coercitivamente e a se impor como único meio de resolução dos
problemas sociais surgidos na esteira do desenvolvimento. O
paradoxo consiste em que o progresso converte o sonho de
felicidade em pesadelo apocalíptico - profecia macabra que tem
hoje a figura da catástrofe ecológica. [...]
Jonas percebeu o simples: para que um "basta" derradeiro
não seja imposto pela catástrofe, é preciso uma nova
conscientização, que não advém do saber oficial nem da
conduta privada, mas de um novo sentimento coletivo de
responsabilidade e temor. Tornar-se inventivo no medo, não só
reagir com a esperteza de "poupar a galinha dos ovos de ouro",
mas ensaiar novos estilos de vida, comprometidos com o futuro
das próximas gerações.

(Adaptado de Oswaldo Giacoia Junior. O Estado de S. Paulo,
A2 Espaço Aberto, 3 de abril de 2010)

Considere as afirmativas a respeito dos sinais de pontuação empregados no texto.

I. Os dois-pontos, no 1º parágrafo, introduzem enumeração de fatos que exemplificam desastres naturais.

II. Os travessões isolam, no 3º parágrafo, um comentário explicativo da expressão imediatamente anterior a esse segmento.

III. O travessão único, no final do 4º parágrafo, pode ser corretamente substituído por uma vírgula, sem alteração do sentido original.

IV. As aspas colocadas na frase do final do texto "poupar a galinha dos ovos de ouro" têm por objetivo assinalar a ideia principal do texto.

Está correto o que consta APENAS em

Alternativas
Comentários
  • As aspas colocadas em "poupar a galinha dos ovos de ouro" tem a função de indicar que se trata de uma expressão idiomática, com sentido conotativo, figurado.

     

  • GAbarito letra D.

    I. Os dois-pontos, no 1º parágrafo, introduzem enumeração de fatos que exemplificam desastres naturais.CORRETO

    desastres naturais: (...) tsunamis, terremotos, secas e inundações devastadoras, destruição da camada de ozônio, ...

    II. Os travessões isolam, no 3º parágrafo, um comentário explicativo da expressão imediatamente anterior a esse segmento. CORRETO

    A obra mostra que as éticas tradicionaisantropocêntricas e baseadas numa concepção instrumental da tecnologia – não estavam à altura das consequências danosas do progresso...

    III. O travessão único, no final do 4º parágrafo, pode ser corretamente substituído por uma vírgula, sem alteração do sentido original. CORRETO

    O paradoxo consiste em que o progresso converte o sonho de felicidade em pesadelo apocalíptico, profecia macabra que tem
    hoje a figura da catástrofe ecológica. [...]

  • Esta faltando o 3º parágrafo!!!!

  • Uma linha considera-se parágrafo.


ID
202414
Banca
FEPESE
Órgão
SEFAZ-SC
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 2

Os incentivos existem em três tipos de sabores básicos: econômico, social e moral. É muito comum que um único esquema de incentivos inclua as três varieda­des. Tomemos a campanha antitabagista dos últimos anos. O acréscimo da "taxa do pecado" de $ 3 em cada maço é um forte incentivo econômico contra a compra de cigarros. A proibição do fumo em restaurantes e bares é um poderoso incentivo social. E a afirmação do governo americano de que os terroristas angariam fundos com a venda de cigarros no mercado negro atua como um incentivo moral bastante estridente.

LEVITT, Steven D., DUBNER, Stephen J. Freakonomics. O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta. Tradução Regina Lyra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, p. 23.

Considere as afirmativas abaixo.

1. O sinal de dois-pontos, no primeiro período do Texto 2, precede um aposto e poderia ser substituído por uma vírgula, sem ferir a norma culta da língua portuguesa.

2. Os vocábulos "acréscimo" e "econômico" são acentuados devido à mesma regra de acentuação gráfica.

3. O vocábulo "antitabagista" apresenta o prefixo anti, que sugere oposição, da mesma forma que o prefixo in (ou im), como em "imberbe", sugere negação, carência.

4. Se a oração "Tomemos a campanha antitabagista como exemplo" fosse re-escrita na segunda pessoa do singular, no negativo, sem qualquer outra alteração, ela ficaria corretamente redigida da seguinte forma: "Não toma a campanha antitabagista como exemplo".

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Comentários
  • Como esta inserindo uma citação ao escrito anteriormente não há como transformá-lo em aposto CORRETÍSSIMA, ambas proparoxitona; corretíssima O correto seria "NÃO TOME......."
  • Quanto ao item 4,  o correto seria: "Não tomes a campanha antitabagista como exemplo".
  • CORRETAS: 

    2. Os vocábulos "acréscimo" e "econômico" são acentuados devido à mesma regra de acentuação gráfica. 
    As duas são proparoxítonas.

    3. O vocábulo "antitabagista" apresenta o prefixo anti, que sugere oposição, da mesma forma que o prefixo in (ou im), como em "imberbe", sugere negação, carência. 
    Imberbe = que não possui barba. Im (negação).
  • "Não tomes" seria o correto:


    -
    toma tunão tomes tu
    tome ele/elanão tome ele/ela
    tomemos nósnão tomemos nós
    tomai vósnão tomeis vós
    tomem eles/elasnão tomem eles/elas


  • Imberbe = sem barba

  • Alguém poderia explicar porque a 1 está errada?

  • Alternativa (B).
    O sinal de pontuação dois-pontos é empregado em diferentes finalidades: introduzir uma enumeração, introduzir um resumo/conclusão, introduzir fala de personagem ou citação, para esclarecer ou explicar uma ideia/conceito que o precede. Em quase todos os casos, o “dois-pontos” pode ser substituído por vírgula, desde que não prejudique a coesão, o encadeamento das informações contidas no texto. Como seu emprego já orienta o uso ao leitor, a substituição deve vir acompanhada de um elemento coesivo para reorganizar a progressão do texto.

  • 1. É UMA ENUMERAÇÃO E NÃO APOSTO.


ID
208066
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ONU pede ampliação de programas sociais do Brasil

SÃO PAULO - Os programas adotados no governo federal
ainda não são suficientes para lidar com problemas de desigualdade,
reforma agrária, moradia, educação e trabalho escravo,
informou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU).
Comitê da entidade pelos direitos econômicos e sociais pede uma
revisão do Bolsa-Família, uma maior eficiência do programa e
sua "universalização". Por fim, constata: a cultura da violência e
da impunidade reina no País.

A ONU sugere que o Brasil amplie o Bolsa-Família para
camadas da população que não recebem os benefícios, incluindo
os indígenas. E cobra a "revisão" dos mecanismos de acompanhamento
do programa para garantir acesso de todas as famílias
pobres, aumentando ainda a renda distribuída.

Há duas semanas, o comitê sabatinou membros do governo
em Genebra, na Suíça. O documento com as sugestões é resultado
da avaliação dos peritos do comitê que inclui o exame de dados
passados pelo governo e por cinco relatórios alternativos apresentados
por organizações não-governamentais (ONGs).

Os peritos reconhecem os avanços no combate à pobreza,
mas insistem que a injustiça social prevalece. Um dos pontos
considerados como críticos é a diferença de expectativa de vida
e de pobreza entre brancos e negros. A sugestão da ONU é que
o governo tome medidas "mais focadas". Na visão do órgão, a
exclusão é decorrente da alta proporção de pessoas sem qualquer
forma de segurança social, muitos por estarem no setor informal
da economia.

(www.estadao.com.br/nacional/not_nac377078,0.htm. 26.05.2009. Adaptado)


Eliminando-se o sinal de dois-pontos do trecho - Por fim, constata: a cultura da violência e da impunidade reina no País. - obtém-se:

Alternativas
Comentários
  • Para acertar a questão, é necessário saber a regência do verbo "constatar"; quem constata, constata alguma coisa. Com isso, sabemos que se trata de um verbo transitivo direto, que não requer preposição. Dessa forma, a única alternativa que não apresenta preposição após o verbo é a B.
  • O verbo “constatar” é transitivo direto, logo, não exige preposição

    Gabarito: B

  • Assertiva B

    Por fim, constata que a cultura da violência e da impunidade reina no País.

  • (...) constata-se ISTO = Isto (A cultura) é constadada


ID
224302
Banca
FCC
Órgão
TRE-AC
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas
das nacionalidades envolvidas nas disputas da Copa do
Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente
quer dizer muito mais do que pode parecer. Trata-se de um
ritual cíclico de renovação de identidades nacionais expressas
nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma
nova religião no vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações
simbólicas relacionadas com o futebol e seus significados
têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu
a modernidade, nas peculiaridades de nossa história social.

Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse
esporte assumiu entre nós funções sociais extrafutebolísticas
que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa
popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente
brancos, sucedeu a monarquia segmentada em senhores
e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa dessas
duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e
abstrato. O advento do futebol entre nós coincidiu com a busca
de identidades reais para preencher as incertezas dessa ficção
jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas,
de bairros, de opções subjetivas disfarçaram as diferenças
sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram
funcionais os conflitos próprios da nova realidade criada pela
abolição da escravatura.

No futebol há espaço para acomodações e inclusões,
mesmo porque, sem a diversidade de clubes e sem a competição,
o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade
inclui, justamente, esses detalhes de convivência com a diversidade
e com a rotatividade dos que triunfam. Nela, a vida recomeça
continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória
seguinte.

O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou
a competição e a concorrência, elevou-as à condição de valores
sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um no
rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem
permanente. Por esse meio, o que era mero requisito do funcionamento
do mercado e da multiplicação do capital tornou-se
expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo
de vida, na mentalidade e no cotidiano das pessoas comuns.

É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades
competitivas e de antagonismos sociais administráveis.
Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo
que estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de
Goiás, surpreendeu-se ao ver que eles haviam adotado entusiasticamente
o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores
não atuavam como dois times de 11, mas como um único time
jogando contra a bola, perseguida em campo todo o tempo.
Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma
sociedade tribal e comunitária.


(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo,
aliás, J7, 4 de julho de 2010)

Para responder às questões de números 6 e 7, considere o segmento:

Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo todo o tempo. (último parágrafo)

Os dois pontos introduzem

Alternativas
Comentários
  • Interessante questão

    os dois pontos tem duas cituações para ele.

    1°-dar inicio a fala ou citação textual

    2°-da inicio a uma sequencia que explica, esclarece, identifica, desenvolve ou discrimina uma ideia anterior. E isso ocorre na letra E da questão.

    Resposta E

  • CORRETA: E

    Os dois pontos assinalam uma pausa suspensiva da voz, indicando que a frase não esta concluída.

    a) indicar uma citação alheia ou própria:
     Já dizia Rui Barbosa: " O homem criando, através do trabalho, assemelha-se a Deus".

    b) antes de uma enumeração:

    "Nós éramos quatro: uma prima, dois neguinhos, e eu.(Mário Quintana).
    " O restante, a saber: capital, esfera e coroa, fez-se em pedaçõs."

    c) antes de uma explicação ou sequência:

    "Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava (...)" (Clarice Lispector)

    "Procurei o mostrador: do ponto em que me achava não se percebia número". (Graciliano Ramos)

    Referência: Nílson Teixeira de Almeida - Gramática Completa para concursos e vestibulares.
  • Aqui há uma explicação, mas o : pode fazer referência a uma CONCLUSÂO. Neste caso, podendo ser substituida por ; caso haja verbo após.

ID
235294
Banca
CETAP
Órgão
AL-RR
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Sucesso tem fórmula

Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa
forma, muito mais do que os mares. Para isso tinha os melhores navios.
E, para tê-los, precisava de excelentes carpinteiros navais. Com a
tecnologia do ferro, os navios passaram a ter couraça metálica.
Impossível manter a superioridade sem caldeireiros e mecânicos
competentes. Uma potência mundial não se viabiliza sem a potência
dos seus operários.
A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela
criação do mais respeitado sistema de formação técnica e vocacional
do mundo. Daí enchermos a boca para falar da "engenharia alemã".
Mas, no fim das contas, todos os países industrializados montaram
sistemas sólidos e amplos de formação profissional. Para construir
locomotivas, aviões, naves espaciais.
Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de
diferentes países, existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills
International). É iniciativa das nações altamente industrializadas, que
permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Competese
nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também
em desenho de websites ou robótica.
Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a
participar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do Senai. E lá viu o seu
lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu
chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país
do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano.
Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro,
competindo com 539 alunos, de sete estados, em 44 ocupações. É isso
mesmo, os graduados do Senai, incluindo alunos de Alagoas, Goiás e
Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o segundo e o
terceiro melhor do mundo em formação profissional! Não é pouca
porcaria para quem, faz meio século, importava banha de porco,
pentes, palitos, sapatos e manteiga! E que, praticamente, não tinha
centros de formação profissional.
Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece
milagre, quando consideramos que o Brasil, no Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (Pisa), por pouco escapa de ser o último. Mas
nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula simples,
composta de quatro ingredientes.
Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação
profissional hábil na organização requerida para preparar milhões de
alunos e que disponha de instrutores competentes e capazes de
ensinar em padrões de Primeiro Mundo. Obviamente, precisam saber
fazer e saber ensinar. Diplomas não interessam (quem sabe nossa
educação teria alguma lição a tirar daí?).
Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos
para a Olimpíada. O princípio é simples (mas a logística é
diabolicamente complexa). Cada escola do Senai faz um concurso,
para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa
então de uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais
participam de uma Olimpíada nacional. Dali se pescam os que vão
representar o Brasil. É a meritocracia em ação.
Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor
mergulha em árduo período de preparação, por mais de um ano. Fica
inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar seus conhecimentos
da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do
Senai, em regime de tutoria individual.
Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar
do último lugar, em 1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22
anos. Portanto, a persistência é essencial.
Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do
Brasil nesse certame no qual apenas cachorro grande entra. Era
preciso ter um ótimo sistema de centros de formação profissional. Os
parâmetros de qualidade são determinados pelas práticas industriais
consagradas, e não por elucubrações de professores. Há que aceitar a
idéia de peneirar sistematicamente, na busca dos melhores candidatos.
É a crença na meritocracia, muito ausente no ensino acadêmico.
Finalmente, é preciso muito esforço, muito mesmo. Para passar na
frente de Alemanha e Suíça, só suando a camisa. E não foi o ato
heróico, mas a continuidade que trouxe a vitória.
A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada,
seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar
essa receita terá os mesmos resultados.

Claudio de Moura Castro
Fonte: Revista Veja n. 2153

Sobre os sinais de pontuação empregados no texto, é INCORRETO afirmar:

Alternativas
Comentários
  • RESPOSTA: C (Errada)

    ASSERTIVA A (Correta) A vírgula DEVE ser usada quando o adjunto adverbial (de tempo, de lugar e de modo...) estiver deslocado: Ex: O técnico analisou o problema no seu último relatório. (adjunto adverbial de lugar) - (ordem direta - sem vírgula); No seu último relatório, o técnico analisou o problema. (adjunto adverbial deslocado); O técnico, no seu último relatório, analisou o problema. (adjunto adverbial deslocado).
    Esta regra não é rígida. A vírgula pode ser omitida, principalmente em frases curtas e com adjuntos pequenos: Ontem, os representantes visitaram o sindicato. Ontem os representantes visitaram o sindicato.

    ASSERTIVA B (Correta) Daí enchermos a boca para falar da "engenharia alemã". Entende-se no contexto que o auto ironiza esta engenharia, considerando que a Revolução Industrial chegou tardiamente à Alemanha

     Comentem as outras. Obrigada. Rs

  • c) que, no sétimo parágrafo, o parêntese emite um juízo de valor positivo sobre as academias.

  • Quem não tem paciência não acerta.....


ID
246727
Banca
FCC
Órgão
MPE-RS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic,
o polêmico artigo "Estará o Google nos tornando estúpidos?" O
texto ganhou a capa da revista e, desde sua publicação,
encontra-se entre os mais lidos de seu website. O autor nos
brinda agora com The Shallows: What the internet is doing
with our brains
, um livro instrutivo e provocativo, que dosa
linguagem fluida com a melhor tradição dos livros de
disseminação científica.

Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo.
As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos
científicos. Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros
fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos científicos
sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a
internet está provocando danos em partes do cérebro que
constituem a base do que entendemos como inteligência, além
de nos tornar menos sensíveis a sentimentos como compaixão
e piedade.

O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e
incessantes estímulos, adestra nossa habilidade de tomar
pequenas decisões. Saltamos textos e imagens, traçando um
caminho errático pelas páginas eletrônicas. No entanto, esse
ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar
nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais
sofisticados. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós,
depois de anos de exposição à internet, agora experimentam
diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de
impaciência e de sonolência, com base em estudos científicos
sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o
autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente
que promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um
aprendizado superficial."

A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa
para a transformação do nosso cérebro e, quanto mais a
utilizamos, estimulados pela carga gigantesca de informações,
imersos no mundo virtual, mais nossas mentes são afetadas. E
não se trata apenas de pequenas alterações, mas de mudanças
substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção
vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.

(Thomaz Wood Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72,
com adaptações)

Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência ... (3º parágrafo)

Considere as afirmativas seguintes:

I. A concordância verbal estaria inteiramente respeitada, com o verbo experimentar flexionado na 1ª pessoa do plural, experimentamos.

II. A presença do sinal de crase é facultativa, pois internet é palavra originária do inglês, adaptada ao nosso idioma.

III. O segmento introduzido pelos dois pontos explica a dificuldade decorrente da acentuada exposição à internet.

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • A crase ocorre em função de a palavra exposição exigir a preposição "a" mais artigo "a" da palavra feminina internet, quando ocorre essa fusão a crase é obrigatória.
  • I- O verbo experimentar na 1º pessoa do plural concorda com o sujeito muitos de nós
    II- a crase antes da palavra intenet é obrigatório, pois quem se expõe se expõe a alguma coisa no caso a internet
    III- nesse caso os dois pontos têm a função de explicar
  • somente a alternativa "c" esta correta?

  • Regra que explica porque o Item I está correto:
    Alguns de nós/vós, Muitos de nós/vós... Ou seja Pronomes Indefinidos no PLURAL + Nós ou Vós, concorda com o Pronomes indefinido ou com o pronome pessoal ( nós ou vós).

    Muitos de nós viajarão amanhã ( Correto ) - o verbo concordando com pronome indefinido muitos.
    Muitos de nós viajaremos amanhã ( Correto ) - o verbo concordando com pronome pessoal nós.
  • A primeira afirmativa está correta!
    A única diferença seria porque o autor se inclui,ou não, diante da situação, vejam:
    Muitos de nós experimentamos( autor está incluso; também experimentou...)
    Muitos de nós experimentam( não há como determinar se o autor está incluso nos que experimentaram)

    Portanto, os dois casos estão em conformidade com a norma culta; respeitando-se a concordância.
    Abraços!
  • Quando houver antes palavra no plural como no exemplo ''(...) muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados(...) '' a concordância será opcional , pois pode concoradar tanto com ''muitos'' como com a pessoa ''nós''

  • Apenas fazendo uma adição - no item II, a crase é facultativa: diante de nomes próprios femininos, diante de pronome possessivo feminino e depois da preposição até.


ID
254020
Banca
FCC
Órgão
TRE-TO
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Até alguns anos atrás, a palavra biodiversidade era
quase incompreensível para a maioria das pessoas. Hoje, se
ainda não chega a ser um tema que se discuta nos bares, vem
se incorporando cada vez mais na sociedade em geral. Tudo
indica que a variedade de espécies de plantas, animais e
insetos de uma determinada área começa a ser uma
preocupação geral ? a ponto de a ONU considerar 2010 o Ano
Internacional da Biodiversidade.
Mas, ainda que seja um assunto cada vez mais popular,
convencer governos e sociedades de que a biodiversidade tem
importância fundamental para a espécie humana e para o
próprio planeta é uma perspectiva remota. Afinal, a quantidade
de espécies aparentemente não influencia a vida profissional,
social e econômica de quem está mergulhado nas decisões
mais prosaicas do dia a dia.
Como diz Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da 10a
Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade
Biológica, o objetivo desse encontro é "desenvolver um novo
plano estratégico para as próximas décadas, incluindo uma
visão para 2050 e uma missão para a biodiversidade em 2020."
Talvez seja um discurso um pouco vago devido à
urgência dos fatos: nunca, na história do planeta, registrou-se
um número tão grande de espécies ameaçadas. Diariamente,
100 delas entram em processo de extinção e calcula-se que nos
próximos 20 anos mais de 500 mil serão varridas definitivamente
do globo. Tudo isso ocorre, na maior parte, graças à
intervenção humana.
Nessas espécies encontra-se um vasto e generoso
banco genético, cuja exploração ainda engatinha, capaz de
fornecer as mais diferentes soluções para questões humanas
eminentes. Esse fato poderia constituir argumento suficiente
para a preservação das espécies e das áreas em que elas se
encontram. No entanto, o raciocínio conservacionista tem sido
puramente contábil: quanto vale a biodiversidade, qual é o
prejuízo que representa sua diminuição e que investimento é
necessário para mantê-la. Nessa contabilidade, o que entra é
um valor atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas
oferecem - como a purificação do ar e da água, o fornecimento
de água doce e de madeira, a regulação climática, a proteção a
desastres naturais, o controle da erosão e até a recreação. E a
ONU avisa: mais de 60% desses serviços estão sofrendo
degradação ou sendo consumidos mais depressa do que
podem ser recuperados.

(Roberto Amado. Revista do Brasil, outubro de 2010, pp. 28-
30, com adaptações)

Considere as afirmativas a respeito da pontuação nos trechos transcritos abaixo:

I. Tudo indica que a variedade de espécies de plantas, animais e insetos de uma determinada área começa a ser uma preocupação geral - a ponto de a ONU considerar 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. O travessão introduz um argumento que justifica o que acaba de ser afirmado.

II. Talvez seja um discurso um pouco vago devido à urgência dos fatos: nunca, na história do planeta, registrou-se um número tão grande de espécies ameaçadas. Os dois pontos introduzem segmento explicativo para a expressão anterior a eles, urgência dos fatos.

III. Nessa contabilidade, o que entra é um valor atribuído aos "serviços" ambientais que os biomas oferecem ... O emprego das aspas busca chamar a atenção para um sentido particular atribuído ao vocábulo serviços.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • resposta correta letra 'E' 
    para facilitar a visualização no insiso I, no lugar da interrogação seria travessão, provavelmente erro de digitação.
  • Errei em achar que era uma interrogação na letra A.
    Obrigado Aroldo!
  • Duvidosa a assertiva no ítem I.

    Sob a minha interpretação, a justificação incide justamente na via inversa à ora proposta: a consideração, pela ONU, consistente em 2010 representar o Ano da Biodiversidade justifica-se pela realidade de a variedade de espécies, etc, começar a ser uma preocupação geral, E NÃO O INVERSO. A mensagem que sucede o travessão não justifica a que o antecede, mas se apresenta como sua consequência. "Justificar" traz em si uma ideia de anterioridade (a intensidade das tempestades justifica as acentuadas enchentes, por exemplo), e não o inverso, conforme disposto no ítem em questão.
  • Caro Jorge, concordo plenamente contigo. O que justifica o fato de a ONU considerar 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade é que a variedade de espécies de plantas, animais e insetos de uma determinada área começa a ser uma preocupação geral, e não o inverso.

ID
255076
Banca
FCC
Órgão
TRE-RN
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 6 referem-se ao texto abaixo.

Nas ilhas Mascarenhas − Maurício, Reunião e Rodriguez −, localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de uma família singular de pombos que não voavam − o solitário da ilha Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha Reunião, desaparecido por volta de 1746; e o célebre dodô da ilha Maurício, encontrado pela última vez no início da década de 1680 e quase certamente extinto antes de 1690.
Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.
Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô, alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão − e muitos naturalistas atribuem um número maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou nenhum. (Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê", A montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São Paulo, Cia. das Letras, 2003, pp. 286-8)

Leia as afirmações abaixo sobre a pontuação utilizada no texto.
I. Em - Maurício, Reunião e Rodriguez -, os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.
II. O travessão empregado imediatamente depois de voavam (1o parágrafo) pode ser substituído por dois pontos, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.
II. Em o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs, a retirada das vírgulas não implica prejuízo para o sentido e a correção da frase.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários



  • Na assertiva III, diz que não implica prejuízo para o sentido.

    A regra básica da regra básica diz que, ao retirarmos as vírgulas que isolam uma oração Adjetiva Explicativa, esta se tornará Restritiva.

    Então muda o sentido.

ID
256930
Banca
FCC
Órgão
TRE-TO
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

As questão seguintre refere-se ao texto
abaixo.

O documentário E Agora? pretende revelar detalhes do
tráfico de aves silvestres no Brasil. Segundo o produtor Fábio
Cavalheiro, o longa-metragem apresentará cenas de flagrantes
de tráfico, as rotas do comércio ilegal e entrevistas com
autoridades e representantes de ONGs.
A Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o
projeto e, agora, busca-se patrocínio. A ONG SOS Fauna,
especializada em resgates, foi uma das orientadoras para a
produção do filme.
O longa também se propõe a discutir outro problema: o
fato de que, mesmo quando salvas das mãos dos traficantes,
muitas aves não são reintroduzidas na natureza.
Além da versão final editada para o cinema, as
entrevistas e materiais pesquisados estarão disponíveis para
pesquisadores que queiram se aprofundar no tema. A intenção
é a de que o filme contribua para a educação - e, por isso, será
oferecido para estabelecimentos de ensino.
Entre as espécies mais visadas pelos traficantes estão
papagaios, a araponga, o pixoxó, o canário-da-terra, o tico-tico,
a saíra-preta, o galo-de-campina, sabiás e bigodinho.
(O Estado de S. Paulo, A30 Vida, Planeta, 21 de novembro de
2010)

O longa também se propõe a discutir outro problema: o fato de que, mesmo quando salvas das mãos dos traficantes, muitas aves não são reintroduzidas na natureza.

Considere as afirmativas seguintes, a respeito do parágrafo reproduzido acima:

I. Os dois pontos introduzem um segmento que especifica o sentido da expressão anterior a eles, outro problema.
II. O segmento isolado por vírgulas no período tem sentido concessivo.
III. Transpondo para a voz ativa a última oração do período, ela deverá ser: os traficantes não reintroduzem muitas aves na natureza.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Resposta: ítem A

    I) O emprego dos dois-pontos (:) é basicamente indicar que tudo o que estiver adiante dele estará detalhando ou explicando o texto anterior a ele.
    Geralmente, uma boa dica para o correto emprego dos dois pontos é procurar substituir o dois-pontos por isto é ou pois. Se a substituição fizer sentido, é porque a pontuação está correta. Caso contrário, o dois-pontos tem que ser eliminado.

    II) Orações subordinadas: Concessivas - são aquelas que se caracterizam pela idéia de concessão que transmitem à oração principal. Exemplos:

    Ainda que faça frio, o jogo realizará.
    Cristiano foi ao parque, embora estivesse chovendo.
    Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

    São conjunções concessivas: embora, posto que, se bem que, ainda que, sempre que, desde que, conquanto, mesmo que, por pouco que, por muito que.

  • O erro da assertiva III é muito gritante, porém a banca tentou confundir o candidato.


    Primeiro que a últiamoração do período é: mesmo quando salvas das mãos dos traficantes.

    E tanto ela quanto a outra não trazem agentes da passiva, logo não estão na voz passiva, e se não estão na voz passiva, não  há com transpô-las para voz ativa.
  • Alessandro Santos,
    A ultima oração do periodo é:  "...muitas aves não são reintroduzidas na natureza.", não?
    O que caracteriza a oração é o verbo.
    Transpondo para a voz ativa essa oração ficaria: "A natureza nao reintroduz muitas aves". 
    Me corrija se eu tiver errado, por favor!
    Bons estudos






  • Evandro,

    Me desculpa intrometer, mais eu acho que nesse caso "na natureza" é advérbio, seria assim se fosse um objeto direto. 
  • Neste artigo tem a explicação desta questão. Não consegui copiar, mas vale a pena dar uma conferida pra quem ficou com dúvida na assertiva III, assim como eu tinha ficado.

    http://www.olaamigos.com.br/material/PDF_portugues-daniel-aula01.pdf

  • O correto é: "Não se reintroduzem muitas aves na natureza".

    Ao contrário do que o link acima coloca, o sujeito não é indeterminado. O AGENTE DA PASSIVA é que é.

    Logo, o sujeito deve concordar com o verbo, no plural.

    O sujeito paciente é "aves".
  • Observem que a questão pede a transposição para a voz ativa.


    Muitas aves não são reintroduzidas na natureza. 

    (verbo auxiliar "ser" + verbo transitivo direto no particípio) 

     voz passiva analítica - o sujeito sofre a ação verbal.

    (p.s) - notem que o verbo "ser" está no presente do indicativo


    Não se reintroduzem muitas aves na natureza. 

    (verbo transitivo direto + pronome "se") 

    voz passiva sintética - o sujeito sofre a ação verbal.

    (p.s) - notem que o verbo reintroduzir está no presente do indicativo


    Não reintroduzem muitas aves na natureza. 

    (voz ativa) - o sujeito pratica a ação verbal. Como não é possível identificar o sujeito, o verbo reintroduzir poderia ser flexionado em qualquer pessoa (reintroduzo, reintroduzes, reintroduz, reintroduzimos, reintroduzis, reintroduzem), porém o tempo verbal a ser utilizado deve ser o presente do indicativo.


    cuidado:

    A FCC tentou fazer com que o candidato utilizasse "pelos traficantes" como agente da passiva:

    Muitas aves não são reintroduzidas na natureza pelos traficantes.

    Dessa forma, a transposição para a voz ativa ficaria:

    Os traficantes não reintroduzem muitas aves na natureza.

    O detalhe é que, no texto original, " traficantes" não é agente da passiva (não pratica a ação na voz passiva), sendo assim não poderia ser transformado em sujeito da voz ativa.


    dicas:


    1. Só existe voz passiva com verbo transitivo direto (ou transitivo direto e indireto), pq só o objeto direto da voz ativa pode ser transformado em sujeito da voz passiva.


    2. Ao passar da voz passiva para a ativa, o agente da passiva (quem pratica a ação - age - na voz passiva) será transformado em sujeito da ativa.

  • resp. "A"

    acho que

    Indiquem para Comentários

  • Me corrijam se eu estiver errado:

    O erro da III é que não há voz passiva na oração "muitas aves não são reintroduzidas na natureza",

    As aves não são reintroduzidas por quem?....não tem agente que pratica a ação. Logo, uma oração que não se encontra na passiva, não pode transforma-se em ativa


ID
262423
Banca
FCC
Órgão
TRE-RN
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nas ilhas Mascarenhas - Maurício, Reunião e Rodriguez -, localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de uma família singular de pombos que não voavam - o solitário da ilha Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha Reunião, desaparecido por volta de 1746; e o célebre dodô da ilha Maurício, encontrado pela última vez no início da década de 1680 e quase certamente extinto antes de 1690.
Os volumosos dodôs pesavam mais de vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas, em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que diz respeito a qualquer forma de voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em ninhos construídos no chão.
Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos e macacos para as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô, alcançados com facilidade nos ninhos desprotegidos no chão - e muitos naturalistas
atribuem um número maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo, passados os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou nenhum.


(Extraído de Stephen Jay Gould. “O Dodô na corrida de comitê”, A montanha de moluscos de Leonardo da Vinci. São
Paulo, Cia. das Letras, 2003, pp. 286-8)

Leia as afirmações abaixo sobre a pontuação utilizada no texto.

I. Em - Maurício, Reunião e Rodriguez -, os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.

II. O travessão empregado imediatamente depois de voavam (1o parágrafo) pode ser substituído por dois pontos, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase.

III. Em o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs, a retirada das vírgulas não implica prejuízo para o sentido e a correção da frase.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • obs1: com relaçao ao item III, deve-se ficar atento ao fato de que a retirada das duas virgulas juntas, nao altera a correção gramatical da frase, pois o termo interferente, pode ou nao vir separado por virgulas, no entanto, a retirada de apenas uma, a deixaria incorreta,

    obs2: com relaçao a alteraçao de sentido, o fato de remover-se ambas as virgulas, trasforma o termo interferente, de explicativo, para restritivo do sujeito em questão...

    espero ter ajudado.... qualquer incoereência, por favor, me corrijam... abrç...
  • A retirada das vírgulas no item III não interfere na correção gramatical, mas muda o sentido da frase, transformando-a de oração adj. explicativa em restritiva.
  • Qual e o erro do item II 
  • ASSERTIVA B

    Nenhum Gabriel, os itens I e II estão corretos!
  • olá, alguem pode tirar minha duvida?? o travessao a que se refere o item II nao está fechando a explicaçao desse trecho do texto:  ...correu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de uma família singular de pombos que não voavam - o solitário da ilha Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790;. 
    entao nao serio errado colocar dois ponto?
  • Não entendi o item II. Se alguém puder explicar, agradeço.
    Bons estudos!
  • Na minha opinião o travessão do item II tem o sentido de enumerar, explicar "as espécies de uma família singular de pombos que não voavam" (a explicação vai até o final do parágrafo). 
    Por isso pode ser substituído por dois pontos.
  • 1. Para, nos diálogos, indicar o início da fala de um personagem. Se houver a intervenção esclarecedora do narrador, repete-se antes dos verbos dicendi (dizer, perguntar, responder e seus equivalentes) e ao terminar a intervenção, se a fala prossegue.  Neste caso, no interior da frase, pode ser substituído pela vírgula. Porém, o travessão, simples ou repetido, tem a vantagem de distinguir mais claramente os comentários do narrador das falas das personagens:
    — Você é daqui mesmo? — perguntei.
    — Sou sim senhor — respondeu o garoto. (Aníbal Machado)

    — Talvez o mais certo — concluiu Tibério, pensando na sabedoria dum ditado gaúcho — seria apostar no “cavalo do comissário”, que nunca perde
    carreira. (E. Veríssimo)

    2. Para, nos diálogos, indicar a mudança de interlocutor:
    Um dia o telefone de sua casa tilintou, e ele pegou o fone, já irritado, como sempre, pois não se havia habituado ainda àquela engenhoca, pela qual tinha uma má vontade atávica.
    — Pronto! — gritou como quem espera ouvir e dizer desaforos.
    — É o Coronel Tibério? — perguntou uma voz malíflua de mulher.
    — Quem deseja falar com ele?
    — É a Venusta. (E. Veríssimo)

    3. Para, no período, intercalar, isolar uma expressão explicativa, apositiva ou destacar alguns termos da oração, equivalendo, conforme o caso, ao mesmo papel da vírgula ou parênteses. Neste caso, quando coincidir com o fim do período, o travessão não se repete:
        Uma das glórias — e tantas são elas! – da nossa Literatura, é Gonçalves Dias.
        Aceitaram tudo — e começo minha tortura.

    4. Para Substituir os dois-pontos, a vírgula e o parênteses em alguns casos:
       Eram assim seus dias – muito trabalho, pouco descanso.
        Eis o autor das denúncias – o próprio ministro.

    5. Para, no período, introduzir uma pausa mais forte ou destacar a parte final de um enunciado:
        Vi luta de bravos / Vi fortes - escravos! (G. Dias, I Juca-Pirama)
        Estava estudando a vida de Átila — ele mesmo, o rei dos hunos.
        O cineasta atacou a platéia de “intelectuais adultos" — suposta nata da crítica mundial           

    http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/1497421


  • "Nas ilhas Mascarenhas - Maurício, Reunião e Rodriguez -, localizadas a leste de Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de pássaros desapareceram como resultado direto ou indireto da atividade humana. "
    I. Em - Maurício, Reunião e Rodriguez -, os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase. CERTO
    ------------------------------------------
    "Mas aquela que é o protótipo e a tataravó de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies de uma família singular de pombos que não voavam - o solitário da ilha Rodriguez, visto pela última vez na década de 1790; "
    II. O travessão empregado imediatamente depois de voavam (1o parágrafo) pode ser substituído por dois pontos, sem prejuízo para o sentido e a coesão da frase. CERTO
    --------------------------------------------
    III. Em o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local, empenhou-se na procura dos dodôs, a retirada das vírgulas não implica prejuízo para o sentido e a correção da frase. ERRADO
    Oração explicativa- vírgula obrigatória.
  • No item III a retirada das vírgulas não causa qualquer prejuízo para correção gramatical da frase, no entanto muda o sentido. A frase passa de Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pra Restritiva. 

    todos os outros itens estão corretos.

    Letra B
  • Peço licença aos colegas para fazer minha observação quanto à alternativa III:

    Os comentários anteriores afirmam não haver erro na referida alternantiva. Ocorre que se omitirmos as vírgulas enunciadas na questão, estaremos por consequência alterando a função gramatical do "que". Como no texto o autor atribuiu ao "que" a função explicativa,  se assim não fizermos incorreremos em erro de ordem também gramatical (enão apenas semântica), uma vez que no caso apresentado a expressão deve estar isolada por vírgulas.
    O estudo sobre as função restritiva e explicativa das vírgulas auxilia essa compreensão.
  • ainda nao entendi a 3ª
    alguem poderia me mandar uma mensagem por favor

ID
263641
Banca
FCC
Órgão
TRT - 24ª REGIÃO (MS)
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para a filosofia, o conceito de belo liga-se, de maneira in-
dissociável, ao de verdadeiro - e, por extensão, ao de bom e
justo. Isso ecoa no cotidiano quando classificamos um bom ges-
to de "belo" ou recriminamos uma criança que cometeu peralti-
ce, dizendo que ela fez uma "coisa feia". Estamos, aí, ainda que
nos aspectos mais comezinhos da vida, no terreno da metafísi-
ca, a subdivisão do conhecimento filosófico que se debruça so-
bre tudo aquilo que ultrapassa a experiência sensível. Há, de fa-
to, na beleza - de uma flor, de uma pessoa, de uma obra de ar-
te - algo que parece transcender o aspecto físico e que se co-
necta ao que há de idealmente mais perfeito e, até mesmo, ao
que é considerado divino.
Mas, independentemente de estar associada a outros
conceitos sublimes, a beleza requer definição concreta - o que
nos ajuda, inclusive, se nem sempre a nos tornarmos mais ver-
dadeiros, bons ou justos, pelo menos mais agradáveis ao es-
pelho. Não basta, portanto, intuir que algo é belo. É preciso en-
tender por que desperta em nós essa percepção deleitosa.
De acordo com o estudo das proporções e da biologia
evolutiva, a beleza não é apenas questão de gosto: é a reunião
feliz, e não muito comum, de simetria, harmonia e unidade. Uma
forma de inteligência biológica com evidentes vantagens adap-
tativas. Em outras palavras, a beleza paira acima das aprecia-
ções meramente pessoais.
A progressiva compreensão das formas de beleza e as
tecnologias dela surgidas produziram uma grande conquista:

hoje, talvez não sejamos intrinsecamente mais belos do que ou-
tras gerações - mas podemos ficar mais bonitos do que nunca.
Tudo que nos permite explorar nossos pontos fortes e driblar
nossas fraquezas genéticas é resultante da combinação entre
os avanços nos cuidados com a aparência física e o estilo, a
possibilidade de envelhecer com saúde e, não menos essencial,
a valorização de atributos sociais como autoestima, simpatia, cul-
tura e expressividade. "É o equilíbrio dessas qualidades que tor-
na um indivíduo mais ou menos atraente", diz o cirurgião plás-
tico Noel Lima, do Rio de Janeiro.

(Adaptado de Anna Paula Buchalla. Veja, 12 de janeiro de 2011,
p. 79)

Considere, nas frases abaixo, as afirmações sobre o em- prego de sinais de pontuação.

I. Há, de fato, na beleza - de uma flor, de uma pessoa, de uma obra de arte - algo que parece transcender... (1o parágrafo) O travessões podem ser corretamente substituídos por parênteses, sem alteração do sentido original.

II. ...a beleza não é apenas questão de gosto: é a reunião feliz, e não muito comum, de simetria, harmonia e unidade. (3o parágrafo) O emprego dos dois pontos realça uma afirmativa cujo sentido se contrapõe, de modo claro, ao exposto na afirmativa anterior.

III. "É o equilíbrio dessas qualidades que torna um indivíduo mais ou menos atraente" As aspas isolam transcrição exata das palavras do médico citado no 4o parágrafo.

Está correto o que consta em

Alternativas
Comentários
  • Item I correto: 
    Um parêntese ou parêntesis é uma palavra, expressão ou frase que se interpõe num texto para adicionar informação, normalmente explicativa, mas não essencial. A característica fundamental dos parênteses é não afetar a estrutura sintática do período em que é inserido.
  • Os dois pontos são usados para:
    1. Enumeração
    2. Antes de um citação
    3. Quando se quer esclarecer algo
    E naõ como forma de realçar uma afirmação.
  • A vírgula, o travessão e os parênteses, quando isolam um termo explicativo dentro de um contexto podem ser trocados um pelo outro sem acarretar problema à frase.

    E os dois-pontos só são usados em:
    - Explicação
    -Numeração
    -Citação direta 
  • Resposa letra "C" ...

    Não existe contraposição das afirmativas como é afirmado. Mas os 02 pontos sevem para dar  à explicação ,de forma mais detalhada,um certo realce à explicação.

    Aí o erro é quanto a interpretação.

    Bons estudos a todos!!!!
  • dois pontos é usado quando há um esclarecimento ou explicação. e na frase II para mim se faz um esclarecimento ou explicação.ainda não entendi o erro dessa questão.
  • Jonatas,
     Acredito que a explicação da colega Sonia esclareça a sua dúvida, pois como ela entendo que o erro está na contraposição, entre o que está antes e depois dos dois pontos, trazida na assertiva.
  • Michelle, leia até o final do texto, por favor!

ID
293755
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


Analise o uso do sinal de pontuação dois-pontos nos fragmentos abaixo:

I) “O outro interessava-se logo pelas minúcias: ...” (§ 2º.)

II) “... o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões postais; ...” (§ 3º.)

III) “... e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” (§ 6º.)

Os dois-pontos registram, respectivamente, ocorrência das seguintes estruturas lingüísticas:

Alternativas
Comentários
  • Letra "c" a acertativa correta. Vejamos o porquê:

    I) “O outro interessava-se logo pelas minúcias: ...” (§ 2º.) 


    Trata-se de emprego de dois-pontos para iniciar uma explicação. Notem que o referido sinal de pontuação poderia ser substituido por uma conjunção cooerdenada explicativa: “O outro interessava-se logo pelas minúcias, pois..."

    II) “... o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões postais; ...” (§ 3º.) 

    São orações que explimem relaçoes de causa e consequência. O fato de já o conhecer de cartões postais (causa) traz, como consequência a não manifestação de grande surpressa (consequência)

    III) “... e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” (§ 6º.)

    Discurso direto por se tratar fala de locutor num discurso. Representa a fala direta do personagem na narrativa.

    Espero ter contribuído. Bons estudos a todos!

ID
294283
Banca
UNIRIO
Órgão
UNIRIO
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto II

Tristeza de Cronista

A moça viera da cidade para os lados de Botafogo. No ônibus repleto, dois rapazes de pé conversavam, e sua conversa era ouvida por todos os passageiros. (Inconveniente dos hábitos atuais). Eram dois rapazes modernos, bem vestidos, bem nutridos. (Ah! Este excesso de vitaminas e de esportes!). Um não conhecia quase nada da cidade e outro servia-lhe de cicerone. Mostrava-lhe, pois, a avenida e os seus principais edifícios, a Cinelândia, o Obelisco, o Monumento dos Pracinhas, o Museu de Arte Moderna, o Aterro, o mar...
      O outro interessava-se logo pelas minúcias: qual o melhor cinema? Quantos pracinhas estão ali? que se pode ver no museu? Mas os ônibus andam tão depressa e caprichosamente que as perguntas e respostas se desencontravam. (Que fôlego humano pode competir com o de um ônibus?).
     Quanto ao Pão de Açúcar, o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões-postais;
apenas exprimiu o seu receio de vir o carrinho a enguiçar. Mas o outro combateu com energia tal receio, como se ele mesmo fosse o engenheiro da empresa ou, pelo menos, agente turístico.
     Assim chegaram a Botafogo, e a atenção de ambos voltou-se para o Corcovado, porque um dizia: “Quando você vir o Cristo mudar de posição, e ficar de lado e não de frente, como agora, deve tocar a campainha, porque é o lugar de saltar”. O companheiro prestou atenção.
     Mas, enquanto não saltava, o cicerone explicou ao companheiro: “Nesta rua há uma casa muito importante. É a casa de Rui Barbosa. Você já ouviu falar nele?” O outro respondeu que sim, porém sem grande convicção.
     Mais adiante, o outro insistiu: “É uma casa formidável. Imagine que tudo lá dentro está conforme ele
deixou!” O segundo aprovou, balançando a cabeça com muita seriedade e respeito. Mas o primeiro estava empolgado pelo assunto e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” O segundo atendeu ao interesse do amigo: “Foi um sambista, não foi?” O primeiro ficou um pouco sem jeito, principalmente porque uns dois passageiros levantaram a cabeça para aquela conversa. Diminuiu um pouco a voz: ”Sambista, não”. E tentou explicar. Mas as palavras não lhe ocorriam e ficou por aqui: “Foi... foi uma pessoa muito falada”. O outro não respondeu.
     E foi assim que o Cristo do Corcovado mudou de posição sem eles perceberem, e saltaram fora do ponto.
     Ora, a moça disse-me; “Você com isso pode fazer uma crônica”. Respondi-lhe: “A crônica já está feita por si mesma. É o retrato deste mundo confuso, destas cabeças desajustadas. Poderão elas ser consertadas? Haverá maneira de se pôr ordem nessa confusão? Há crônicas e crônicas mostrando o caos a que fomos lançados. Adianta alguma coisa escrever para os que não querem resolver?”
      A moça ficou triste e suspirou. (Ai, nós todos andamos tristes e suspirando!).

Meireles, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Círculo do livro, s/d.


Analise o uso do sinal de pontuação dois-pontos nos fragmentos abaixo:

I) “O outro interessava-se logo pelas minúcias: ...” (§ 2º.)

II) “... o moço não manifestou grande surpresa: já o conhecia de cartões postais; ...” (§ 3º.)

III) “... e tornou a perguntar: “Você sabe quem foi Rui Barbosa, não sabe?” (§ 6º.)

Os dois-pontos registram, respectivamente, ocorrência das seguintes estruturas lingüísticas:

Alternativas

ID
315421
Banca
FCC
Órgão
TJ-AP
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Estamos submersos no mundo da informação, alvejados
continuamente por notícias ou torpedos numa rede comunica-
cional em que se projeta a prevalência da mídia, que passou a
conformar nosso modo de ser. O virtual assume papel relevante
na realidade, pois as formas de conhecer e avaliar deixaram de
ser fruto da leitura e da reflexão para se alicerçarem unicamente
na informação rápida, no conhecimento por tiras, retirado das
comunicações que são enviadas em processo contínuo de
transmissão durante todo dia, compartilhadas por todos.
Dessa forma a assunção de convicções individuais, bem
como o silêncio e a solidão cederam passo a uma posição
passiva de recepção contínua e coletiva de comunicações, com
aceitação indiscutida da informação urgente trazida pelos
órgãos da imprensa. E o grande meio de informação ainda é a
televisão, em especial no Brasil, malgrado o crescimento da
internet. Mas o que é a televisão?
A televisão pode ser uma via autoritária, na medida em
que penetra nossa existência em todos os instantes, de manhã
até a noite. Não há mais horário para ver televisão, vê-se
televisão a todo tempo. Não se escolhe um programa de
televisão, liga-se a televisão, cuja mensagem é recebida
enquanto se conversa ou durante o jantar. Assim, a televisão é
uma imposição de modos de ser, de pensar, que vão sendo
introjetados imperceptivelmente. Os programas de baixo nível,
nada educativos e exploradores de anseios de sucesso
segundo o modelo dos "famosos", são fenômenos graves, pois
hoje não têm mais força os emissores simbólicos tradicionais: a
religião, a escola, o sindicato, a família. Concentra-se a capaci-
dade de transmissão simbólica nos meios de comunicação, com
fácil penetração dos estereótipos forjados pela mídia em campo
aberto, dada a desavisada recepção. Assim, o rádio e a
televisão têm um impacto extraordinário porque expressam
manifestações de cunho valorativo, mesmo no campo político, e
modelam a opinião pública.
Em grande parte dos países democráticos há formas de
controle da mídia, porém prevalece a autorregulação, tal como
no Canadá, na Austrália, na Inglaterra. A autorregulação, a meu
ver, cabe ser exercida por um ombudsman, dotado de indepen-
dência e inamovibilidade durante seu mandato, que deverá
pautar sua ação em código de conduta do órgão de imprensa, a
ser registrado em conselho constituído segundo lei federal.
Desse modo, conciliam-se o direito de liberdade de expressão e
o direito de preservação dos valores éticos e sociais da pessoa
e da família, como expressa nossa Constituição. Faz-se, assim,
a conjugação e não a colisão de direitos.

(Trecho de artigo de Miguel Reale Júnior, com adaptações.
O Estado de S. Paulo, A2, Espaço aberto, 4 de dezembro
de 2010)

Considere as afirmativas seguintes a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto.

I. Mas o que é a televisão?
A questão colocada ao final do 2o parágrafo é apenas retórica, servindo para marcar uma pausa no desenvolvimento do texto, pois o autor parte do princípio de que os leitores já conhecem bastante bem o assunto.

II. O emprego das aspas em "famosos" (3o parágrafo) assinala noção valorativa do autor a respeito do sentido atribuído habitualmente a esse vocábulo.

III. Após os dois pontos, no 3o parágrafo, ocorre uma enumeração que explicita a expressão imediatamente anterior a esse sinal de pontuação.

Está correto o que consta SOMENTE em

Alternativas

ID
361924
Banca
FUNRIO
Órgão
FURP-SP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1

Ex-fumantes já superam fumantes no Brasil
Pesquisa do IBGE mostra que o número de dependentes de cigarro caiu pela metade nos últimos 15 anos no país.
Ao revelar, ontem, que o índice de fumantes no Brasil teve uma queda surpreendente nos últimos 15 anos – ele caiu pela metade –, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou também um estudo inédito: um perfil detalhado daqueles que ainda
não conseguiram largar o vício.
A equipe que percorreu o País de cima a baixo em setembro de 2008, para produzir a Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab),
registrou um segundo detalhe igualmente extraordinário: o número de ex-fumantes (26 milhões de pessoas) passou a ser maior do
que o de fumantes (24,6 milhões). Dessa forma, os que deixaram o cigarro são equivalentes a 18,2% da população com mais de 15
anos de idade; e os que continuam fumando representam 17,2%.
Ao receber as informações, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, exaltou o êxito da intensa campanha antitabagista
desenvolvida ao longo de uma década e meia. Afinal, 65% dos fumantes disseram que as advertências nos maços de cigarros
fizeram com que eles pensassem em parar de fumar. No entanto, logo em seguida, ele disse que os brasileiros não devem esperar
quedas tão significativas daqui por diante.

PASSOS, José Meirelles. Jornal O Globo, Caderno O País, 28 nov. 2009, p.13. (Fragmento)

O emprego dos dois-pontos, no 1o parágrafo justifica-se por anteceder um(a)

Alternativas
Comentários
  • Letra: D


    Usam-se dois pontos:

    a) na enumeração, explicação,  notícia subsidiária.


    b) nas expressões que se seguem  aos verbos  dizer, retrucar, responder (e similares), quando se quer expressar, por meio do  discurso  direto o que foi  dito  por outra pessoa.

     

    c) nas expressões que sugerem, pelo  contexto, causa, explicação ou  consequência.

  • Dois-pontos ( : )

    O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:

    - para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.

    Por Exemplo:

      • "Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz :
        – Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
    •  para anunciar uma citação.

      Por Exemplo:

       

        • Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
          Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."

       

      - para anunciar uma enumeração.

      Por Exemplo:

        • Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.
      • - antes de orações apositivas.

        Por Exemplo:

         

          • Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo.

         

        - para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

        Exemplos:

          • Marcelo era assim mesmo: Não tolerava ofensas.
            Resultado: Corri muito, mas não alcancei o ladrão.
            Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico.
        • Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações. Veja:

          Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. 
          Exemplos:

           

          Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si " (= cada um por sua vez, isoladamente).

          Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, melhorzinho, etc.
          ratificar/retificar, censo/senso, etc.

          - na invocação das correspondências.

          Por Exemplo:

            • Prezados Senhores:
              Convidamos todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa.
              Atenciosamente, 
              A Direção

ID
362935
Banca
FCC
Órgão
TCE-SP
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

Vários estudos têm alertado que tanto a população da
Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente
do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um
dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo elaborado pela ONG
internacional WWF, estima que atualmente três quartos da
população mundial vivem em países que consomem mais
recursos do que conseguem repor.
Só Estados Unidos e China consomem, cada um, 21%
dos recursos naturais do planeta. Até 1960, a maior parte dos
países vivia dentro de seus limites ecológicos. Em poucas
décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanida-
de exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das
espécies vivas do planeta.
"O argumento de que o crescimento econômico é a
solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o
crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica
sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o ecoecono-
mista Hugo Penteado. Ele não está sozinho. A urgência dos
problemas ambientais e suas implicações para a economia das
nações têm sido terreno fértil para o desenvolvimento da
ecoeconomia, ou economia ecológica, que não é exatamente
nova. Seus principais expoentes começaram a surgir na década
de 1960. Hoje, estão paulatinamente ganhando projeção graças
à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou.
Para essa escola, as novas métricas para medir o cres-
cimento não bastam, embora sejam bem-vindas em um proces-
so de transição. Para a ecoeconomia, é preciso parar de cres-
cer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os
ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve cami-
nhar para ser cada vez mais parecida com os processos
naturais.
"A economia baseada no mecanicismo não oferece mais
respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê res-
postas a questões como geração de empregos, desenvolvi-
mento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do
sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também pro-
duzir em ciclos fechados, sem desperdício", afirma o professor
Paulo Durval Branco, da Escola Superior de Conservação
Ambiental. De acordo com ele, embora as empresas venham
repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pou-
quíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos
de negócio. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao
consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados
com data certa para serem substituídos) ainda ditam as re-
gras.


(Texto adaptado do artigo de Andrea Vialli. O Estado de S.
Paulo,
H4 Especial, Vida &Sustentabilidade, 15 de maio de 2009)

Em relação aos sinais de pontuação empregados no 4o parágrafo do texto, está INCORRETO o que se afirma em:

I. Os travessões em – ou "biomimetizar" – salientam um determinado sentido, especificado pelo verbo.

II. As aspas em "biomimetizar" indicam intenção específica no uso desse verbo, cujo sentido vem explícito no mesmo parágrafo.

III. Os dois-pontos introduzem um segmento explicativo, correspondente à afirmativa anterior.

Está correto o que se afirma em

Alternativas
Comentários
  • Letra E.  É importante atentar para o sentido do termo "biomimetizar", o qual pode ser equiparado ao sentido: imitar a natureza

    I. Os travessões em – ou "biomimetizar" – salientam um determinado sentido, especificado pelo verbo.
    O travessão presente no excerto objetiva oferecer clareza, ou seja, especificar o sentido do verbo. Saliente-se que o travessão poderá ser substituído pela vírgula quando vier isolando termo cuja função sintática seja de aposto explicativo. (CORRETA)

    II. As aspas em "biomimetizar" indicam intenção específica no uso desse verbo, cujo sentido vem explícito no mesmo parágrafo.
    A utilização das aspas objetiva enfatizar um termo, o qual, de fato, tem o seu sentido expresso no mesmo parágrafo: a economia deve ser transformada conforme os ciclos da natureza. (CORRETA)

    III. Os dois-pontos introduzem um segmento explicativo, correspondente à afirmativa anterior.
    De fato, os dois pontos anunciam um segmento explicativo, o qual vem expresso no texto da seguinte forma: Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.  (CORRETA) 

    Bons estudos!
     
     
     Os O

  • Estao todas corretas?
    Cadê o q pede a questao?
    Em relação aos sinais de pontuação empregados no 4o parágrafo do texto, está INCORRETO o que se afirma em:
  • O gabarito está certo sim..

    A questão q se enrola! Ela pergunta o incorreto, mas antes das assertivas pergunta: Está correto o que se afirma em.

    Vai entender...

    Bons estudos! Não desanimem!
  • Essa questão foi anulada!
  • Todos os itens estão corretos. Essa questão foi anulada pela FCC pois o enunciado num primeiro momento pede os itens incorretos e depois pede os itens corretos.


ID
425248
Banca
FCC
Órgão
INFRAERO
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 9 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Há um preconceito enraizado contra a livre expressão
das emoções na cultura ocidental. Quem demonstra angústia,
raiva, alegria excessiva ou medo, tanto no trabalho quanto na
vida pessoal, é considerado passional, irracional, frágil e
despreparado para enfrentar a realidade da vida. É aquele que
não aprendeu a dominar seus sentimentos e a desenvolver
aquilo que nos diferencia dos animais: a racionalidade. Hoje,
fala-se muito em inteligência emocional, mas nem todos
entendem seu real significado. Não se trata de adestrar o
comportamento e suprimir os impulsos para atingir objetivos,
mas identificar e aceitar a manifestação das emoções mais
primárias, inclusive as desconfortáveis.

A apologia à racionalidade ignora o poder dos sentimen-
tos. Pesquisas recentes, no entanto, comprovam a importância
do reconhecimento e da expressão das emoções – até as
negativas. Um estudo realizado nos Estados Unidos defende
que as emoções podem ser mais confiáveis do que a razão nos
momentos de decisão. São elas que levam o indivíduo à ação,
permitem sonhar, possibilitam o afeto, a generosidade e
conduzem o mundo às grandes mudanças ideológicas.

Há uma certa unanimidade sobre os benefícios da
expressão de emoções positivas, como felicidade, amor,
alegria, prazer, entusiasmo. Mas, quando se fala em raiva, ódio,
angústia, mágoa, ressentimento, há um consenso explícito de
que essas emoções devem ser escondidas, evitadas. As pes-
quisas estão derrubando essa crença e os psicólogos afirmam
que as emoções negativas têm o seu valor. O local de trabalho
costuma ser visto como o ambiente menos propício para
manifestar sentimentos. "A estratégia das organizações de fixar
metas e objetivos para os funcionários criou uma disciplina de
comportamento que condena a expressão das emoções
individuais", avalia Antônio Valverde, professor de filosofia da
PUC-SP. "Por isso, há tanta monotonia, pouca solidariedade e
escassa criatividade nas empresas."


(Adaptado de Isto é, 25 de março de 2009, p.65-67)

... e a desenvolver aquilo que nos diferencia dos animais: a racionalidade. (1o parágrafo)

Os dois-pontos assinalam, considerando-se o contexto,

Alternativas
Comentários
  • Alternativa E
    Os dois-pontos indicam que algo está sendo especificado no texto.
  • *Tem-se o uso dos dois pontos para anunciar algum esclarecimento ou síntese do que se disse:
     - Toda aquela fortuna não fora formada por mera casualidade: foi resultado de muito esforço e sacrifícios.
     - O Policarpo parece um velho: ranzinza que só!
     - É o seguinte: preciso de seu caminhão para fazer uma mudança.
     - Resumindo a história: ela ganhou o prêmio
    Sinônimo de especificação: enumeração

    Os dois-pontos são empregados para:
    a) uma enumeração:
    ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato
    ..."Mila quer dois presentes: um vestido e uma bolsa".

     




ID
468973
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
ME
Ano
2008
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Julgue o emprego dos sinais de pontuação nos fragmentos de
texto contidos nos itens a seguir.

Na Educação, ao contrário, o erro não é usado para melhorar a profissão: se você é um bom professor e criou soluções inteligentes para ensinar determinado conteúdo, o mais provável é que ninguém saiba disso.

Alternativas
Comentários
  • Item certo. Atenção à gramática do Pestana (2012): 

    Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Em termos práticos, este sinal é usado para
    1) Introduzir uma citação (discurso direto).
    2) Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
    3) Introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc.
    4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas (normalmente a relação semântica entre elas é de oposição, explicação/causa ou consequência)
    5) Marcar a invocação em correspondências

ID
570028
Banca
FCC
Órgão
BACEN
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   O segredo da acumulação primitiva neoliberal         

          Numa coluna publicada na Folha de São Paulo, o jornalista Elio Gaspari evocava o drama recente de um navio de crianças escravas errando ao largo da costa do Benin. Ao ler o texto – que era inspirado , o navio tornava-se uma metáfora de toda a África subsaariana: ilha à deriva, mistura de leprosário com campo de extermínio e reserva de mão-de-obra para migrações desesperadas.

           Elio Gaspari propunha um termo para designar esse povo móvel e desesperado: “os cidadãos descartáveis”. “Massas de homens e mulheres são arrancados de seus meios de subsistência e jogados no mercado de trabalho como proletários livres, desprotegidos e sem direitos.” São palavras de Marx, quando ele descreve a “acumulação primitiva”, ou seja, o processo que, no século XVI, criou as condições necessárias ao surgimento do capitalismo.

          Para que ganhássemos nosso mundo moderno, foi necessário, por exemplo, que os servos feudais fossem, à força, expropriados do pedacinho de terra que podiam cultivar para sustentar-se. Massas inteiras se encontraram, assim, paradoxalmente livres da servidão, mas obrigadas a vender seu trabalho para sobreviver

          Quatro ou cinco séculos mais tarde, essa violência não deveria ter acabado? Ao que parece, o século XX pediu uma espécie de segunda rodada, um ajuste: a criação de sujeitos descartáveis globais para um capitalismo enfim global.

          Simples continuação ou repetição? Talvez haja uma diferença – pequena, mas substancial – entre as massas do século XVI e os migrantes da globalização: as primeiras foram arrancadas de seus meios de subsistência, os segundos são expropriados de seu lugar pela violência da fome, por exemplo, mas quase sempre eles recebem em troca um devaneio. O protótipo poderia ser o prospecto que, um século atrás, seduzia os emigrantes europeus: sonhos de posse, de bem-estar e de ascensão social.

          As condições para que o capitalismo invente sua versão neoliberal são subjetivas. A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social, para sermos lançados numa procura infinita de status (e, hipoteticamente, de bem-estar) definido pelo acesso a bens e serviços. Arrancados de nós mesmos, deveremos querer ardentemente ser algo além do que somos.

          Depois da liberdade de vender nossa força de trabalho, a “acumulação primitiva” do  neoliberalismo nos oferece a liberdade de mudar e subir na vida, ou seja, de cultivar visões, sonhos e devaneios de aventura e sucesso. E, desde o prospecto do emigrante, a oferta vem se aprimorando. A partir dos anos 60, a televisão forneceu os sonhos para que o campo não só
devesse, mas quisesse, ir para a cidade.

          O requisito para que a máquina neoliberal funcione é mais refinado do que a venda dos mesmos sabonetes ou filmes para todos. Trata-se de alimentar um sonho infinito de perfectibilidade
e, portanto, uma insatisfação radical. Não é pouca coisa: é necessário promover e vender objetos e serviços por eles serem indispensáveis para alcançarmos nossos ideais de status, de bem-estar e de felicidade, mas, ao mesmo tempo, é preciso que toda satisfação conclusiva permaneça impossível.

          Para fomentar o sujeito neoliberal, o que importa não é lhe vender mais uma roupa, uma cortina ou uma lipoaspiração; é alimentar nele sonhos de elegância perfeita, casa perfeita e corpo perfeito. Pois esses sonhos perpetuam o sentimento de nossa inadequação e garantem, assim, que ele seja parte inalterável, definidora, da personalidade contemporânea.

          Melhor deixar como está. No entanto, a coisa não fica bem. Do meu pequeno observatório psicanalítico, parece que o permanente sentimento de inadequação faz do sujeito neoliberal
uma espécie de sonhador descartável, que corre atrás da miragem de sua felicidade como um trem descontrolado, sem condutor, acelerando progressivamente por inércia – até que os
trilhos não agüentem mais.

(Contardo Calligaris, Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2002)


A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de nossa comunidade restrita, familiar e social.

Na frase acima, e no contexto do parágrafo que ela integra,

Alternativas
Comentários
  • a) a ação expressa em necessita deve ser atribuída a essa passagem. ERRADO -> a ação expressa em necessita é atribuída a expropriação.

    b) a expressão sejamos arrancados tem sentido equivalente ao de nos arranquemos. ERRADO -> No primeiro caso o sujeito sofre a ação, no segundo, executa.

    c) a expressão arrancados nem tanto de nosso meios de subsistência, mas de (...) , tem sentido equivalente a arrancados, menos do que de nossos meios de subsistência, de (...). CORRETA -> "nem tanto ..., mas de" é equivalente a "menos do que de..., de"

    d) o complemento verbal de necessita é expresso por nossa comunidade restrita, familiar e social. ERRADO -> O complemento verbal de necessita é expresso em "que sejamos arrancados..."

    e) o sinal de dois pontos pode, sem prejuízo para o sentido, ser substituído por vírgula, seguida da expressão por conseguinte. ERRADO -> substituir na frase os "dois pontos" pela expressão "por conseguinte" seria transforma-la de oração coordenada explicativa para oração coordenada conclusiva.

ID
680899
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
STJ
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os itens subseqüentes são reescrituras adaptadas de partes de
textos extraídos de UnB Revista, n.º 9, dez./2003-mar./2004.
Julgue-os quanto a acentuação gráfica, emprego do sinal
indicativo de crase, concordância, regência e pontuação.

O crescimento da economia parece ser uma proposta mais tentadora: crescer aumenta a quantidade de recursos disponíveis e, se os resultados desse crescimento forem distribuídos a todos, a tendência é de que a pobreza seja reduzida.

Alternativas
Comentários
  • Certo: írgula
    Antes de tudo, sobre vírgula, é bom reiterar que seu conhecimento de sintaxe precisa estar “em dia” para que entenda bem o que vou dizer a partir de agora, beleza?
    A vírgula pouco ou nada tem a ver com prosódia, mas tem muito a ver com sintaxe. Estou insistindo nisso porque algumas pessoas colocam vírgulas por causa de pausas feitas na fala. A vírgula, na escrita, não necessariamente é uma pausa na fala, tampouco é usada para pausar quando se lê um trecho virgulado.
    Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em que situações gerais não se usa a vírgula.

     

    Pestana (2012)

  • Qual é a regra que diz que a palavra "disponíveis" deve ser acentuada?

  • disponíveis - paróxitona terminada em ditongo crescente.

  • Confesso que esse tipo de questão dá receio de marcar.

  • Disponíveis: paroxítona terminada em "i(s)".

    Disponível: paroxítona terminada em "L".

  • Achei que tinha uma vírgula depois de crescer

  • achei que estava errada por causa dessa frase: e recursos disponíveis e, se os resultados

  • Pensei que estivesse errada por causa do termo "de" em: (...)a tendência é de que a pobreza seja reduzida.

  • CERTO

  • Errei por acreditar que o correto deveria ser "a tendência é que a pobreza seja reduzida", ou seja, sem a preposição "de" antes do "que".

    Pesquisando, encontrei isso:

    "O substantivo tendência pode ser regido por mais de uma preposição, quais sejam a, de, em, para:

    Tem tendência à embriaguez.

    Opõe-se à sua tendência de conferir o ascendente.

    Observou a tendência natural das crianças em contrariar tudo.

    A senhora respondeu que não tinha tendências para freira.

    Contudo, quando se tem a construção tendência + verbo ser + predicativo (ou oração predicativa), a preposição pode ser omitida. Aliás, a frase fica melhor sem ela:

    A tendência é melhorar.

    Nossa tendência é conquistarmos o hexa.

    A tendência é a queda dos preços."

    Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-detail.php?id=103#:~:text=O%20substantivo%20tend%C3%AAncia%20pode%20ser,tend%C3%AAncia%20de%20conferir%20o%20ascendente.

    Assim, por mais que pareça estranho aos ouvidos, agora sabemos que o vocábulo tendência possui, em alguns contextos, a preposição facultativa.

    To the moon and back

  • procurando wally...
  • O crescimento da economia parece ser uma proposta mais tentadora: crescer aumenta a quantidade de recursos disponíveis e, se os resultados desse crescimento forem distribuídos a todos, a tendência é de que a pobreza seja reduzida. Correção gramatical OK.

    redução DE (da pobreza)

  • Fiquei na duvida com relação a ":" , pois nao compreende com enumeração, nao é inicio de fala ou explicação. Bom, nao interpretei dessa forma e errei a questão.

  • Errei por achar não ser necessária a preposição " de " porém com os comentários entendi a questão da regência .

    Boa questão!

    Obrigado por vcs postarem bons comentários.


ID
697966
Banca
FMP Concursos
Órgão
Prefeitura de Porto Alegre - RS
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere as propostas de alteração de pontuação para a passagem abaixo.
Embora as chances de subir na carreira sejam praticamente nulas – para isso é preciso prestar novo concurso público –, os salários vão subindo gradativamente ao longo dos anos. No funcionalismo federal, o servidor é avaliado a cada doze ou dezoito meses, dependendo da repartição pública. Seu chefe imediato analisa critérios como pontualidade, assiduidade, empenho e relacionamento com os colegas de trabalho.

I) A vírgula depois do travessão poderia ser excluída sem prejuízo gramatical ao texto.
II) Os travessões poderiam ser substituídos por parênteses, sem prejuízo qualquer à passagem.
III) Se a expressão sublinhada for deslocada para depois de SERVIDOR, deveria ficar entre vírgulas.
IV) Dois-pontos poderiam ser inseridos depois de CRITÉRIOS sem prejuízo gramatical ao texto.

Quais as modificações propostas mantêm o texto correto?

Alternativas

ID
709000
Banca
FCC
Órgão
MPE-PE
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

     O romance policial, descendente do extinto romance gótico, conserva características significativas do gênero precursor: a popularidade imensa e os meios para obtê-la. “Romances policiais", reza um anúncio do editor de Edgar Wallace, “são lidos por homens e mulheres de todas as classes; porque não há nada que seja tão interessante como a explicação de um crime misterioso. Não há nada que contribua com eficiência maior para divertir os espíritos preocupados".

    Os criminosos e detetives dos romances policiais servem-se dos instrumentos requintados da tecnologia moderna para cometer e revelar horrores: sociedades anônimas do crime, laboratórios científicos transformados em câmaras de tortura. Os leitores contemporâneos acreditam firmemente na onipotência das ciências naturais e da tecnologia para resolver todos  os problemas e criar um mundo melhor; ao mesmo tempo, devoram romances nos quais os mesmíssimos instrumentos físicos e químicos servem para cometer os crimes mais abomináveis.

    Leitores de romances policiais não são exigentes. Apenas exigem imperiosamente um final feliz: depois da descoberta do assassino, as núpcias entre a datilógrafa do escritório dos criminosos e o diretor do banco visado por eles, ou então a união matrimonial entre o detetive competente e a bela pecadora
arrependida.

     Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário. Eles são expressões legítimas da alma coletiva, embora não literárias, e sim apenas livrescas de desejos coletivos de evasão.

                                                      (Adaptado de Otto Maria Carpeaux. Ensaios reunidos 1942-1978.
                                                        Rio de Janeiro: UniverCidade e TopBooks, v.1, 1999. p. 488-90)

Atente para as afirmações abaixo sobre a pontuação empregada no texto:
I. O emprego das aspas no primeiro parágrafo denota transcrição exata das palavras do editor citado.
II. No segundo parágrafo, os dois-pontos introduzem uma síntese do que foi afirmado antes.
III. Na frase Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário, uma vírgula poderia ser colocada imediatamente antes do termo porque sem prejuízo para a correção e o sentido original.

Está correto o que consta APENAS em

Alternativas
Comentários

  • Porque o item III  está errado? Alguém poderia explicar.


    Grata
  •  Não adianta condenar os romances policiais (,)porque lhes falta o valor literário
    é uma oração subordinada adverbial; uma complementa a outra.
    não adianta isso por causa daquilo!

    obs:
    Se eu estiver errada me corrijam também estou em aprendizado! 

  • TAMBÉM NÃO ENTENDO PORQUE O ITEM III ESTÁ ERRADO! 

    FALEI COM O PROF. MANOL SOARES, E ELE TAMBÉM ENTENDEU QUE O ITEM I e III ESTÃO CORRETOS! 

    A VIRGULA É FACULTATIVA, NO TERCEIRO ITEM !!
  • O  III está incorreto pois, colocando-se a vírgula, alteraria-se o sentido original!

    "Usar ou não a vírgula antes da conjunção porque pode mudar todo o sentido de uma oração. Leia com atenção e responda: qual destas duas orações está correta?

    Não precisa chorar porque sua mãe chegou.

    Não precisa chorar, porque sua mãe chegou.

    As duas estão certas. Porém, cada uma tem um sentido.

    No primeiro caso, alguém diz à criança que ela não precisa chorar só porque a mãe chegou. (Embora a mãe tenha chegado, ela não precisa chorar.)

    No segundo, alguém diz à criança que ela pode parar de chorar, afinal de contas a mãe chegou.

    Quando, então, usar a vírgula com porque?

    Use a vírgula antes do porque explicativo, aquele que introduz uma explicação. Para identificar esse porque, basta verificar se a oração anterior tem sentido completo, se a oração introduzida pela conjunção pode ser dispensada sem risco de prejudicar o entendimento da primeira. Exemplos:

    Esse Deus não existe, porque é um produto da fantasia do homem.

    Deve ter chovido, porque a rua está molhada.

    Isso acontece com freqüência, porque nem sempre os responsáveis estão presentes.

    Não use vírgula antes do porque causal, aquele que introduz uma razão, uma oração que completa o sentido da anterior. (Dica: se for possível substituir o porque por só porque e a oração continuar com o mesmo sentido, a vírgula é dispensável). Exemplos:

    Isso acontece porque as pessoas têm metabolismo diferente.

    O trânsito em São Paulo não é ruim porque há muito carro na rua, mas porque há maus motoristas.

    Eu não como carne porque tenho dó dos animais."

  • Em resumo:

    PORQUE EXPLICATIVO -----> sempre antecedido de VÍRGULA!

    PORQUE CAUSAL -----> SEM VÍRGULA!
  • Será que só eu não entendi ?
    II. No segundo parágrafo, os dois-pontos introduzem uma síntese do que foi afirmado antes. 
     
    Não esta certo?
  • Discordo do gabarito e do comentário que diz que o " porque " causal não pode vir precedido de vírgula.

    O termo porque sendo tanto conjunção cordenativa quanto explicativa pode vir precedido de vírgula sim.
    Nas cordenadas ( adversativas/ explicativas/ conclusivas ) vírgula obrigatória.
    Nas Subordinadas a vírgula é Obrigatória se a oração sub. vier antecipada, e facultativa se não vier antecipada.

  • Na escola, aprendemos que há dois tipos de “porque”: um é explicativo e, o nome já diz, introduz explicação; o outro é causal e introduz causa.

    Aprendemos também na escola que o “porque” explicativo é precedido de vírgula; enquanto o causal não é.

    Ocorre que muitas vezes não é fácil distinguir o “porque” explicativo do causal.

    Vejamos:

    Eles não compareceram porque estavam doentes.

    Ou será:

    Eles não compareceram, porque estavam doentes.

    Se for causal, não haverá vírgula, o exemplo correto será o primeiro. Se o “porque” for explicativo, haverá vírgula, e o segundo exemplo será o correto.

    O xis da questão é o seguinte: na relação causal há sempre a idéia de causa e conseqüência, enquanto na explicativa não existe essa relação. Assim, o exemplo correto é o primeiro:

    Eles não compareceram porque estavam doentes.

    Neste exemplo o “porque” é causal, sem vírgula, porque há causa e conseqüência: Eles estavam doentes (causa); eles não compareceram (conseqüência).

    Agora vejamos um exemplo com um “porque” explicativo:

    -Chegue cedo, porque durmo depois da novela.

    Não há, neste caso, relação de causa e conseqüência. Logo, o "porque" é explicativo e precedido de vírgula.

    RESUMO: porque explicativo (com vírgula ); porque causal (sem vírgula).

    Fonte:
    http://www.portuguesnarede.com/2007/11/porque-explicativo-x-porque-causal.html
  • Oi, Elizabete.

    Eu também não entendi, porque a II está errada. Não consegui visualizar nenhum erro. Se alguém puder nos ajudar, eu agradeço!

     

  • Eu também errei a questão, pus a II como certa, porém analisando melhor após meu erro acho que os dois pontos não introduzem uma síntese do que foi afirmado antes mas sim dão exemplos que enumeram o que foi dito antes.
    Caso alguém tenha uma explicação melhor para a alternativa II poste por favor.
    Bons estudos e Deus nos abençõe!




  • No item III, Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário, a parte "porque lhes falta o valor literário" é uma causa que diz nao adiantar condenar os romances policiais. Logo, por ser uma adverbial causal não se usa virgulas. As virgulas sao usadas necessariamente em orações coordenadas.
    Neste caso, não é uma oração coordenada explicativa, pois estas ocorrem quando a causa é posterior a um fato. Por exemplo: Choveu, pois o chão está molhado. O chão molhado é posterior a chuva!
    entao, causais não usa virgula!!


  • No item II os dois pontos introduzem uma exemplificação e não uma síntese.
  • Carolina,
    Obrigada,

    Realmente, não é uma síntese e sim exemplos.

  • Questão muito boa. 
  • Discordo do gabarito.
    No porque explicativo, a vírgula é orbrigatória
    No porque causal, a vírgula é facultativa
    Logo, é possível inseri-la sem prejuízo para a correção e sentido. 
  • a vírgula é facultativa na III

  • Vou bater novamente na mesma tecla: gente, menos obsessão pela gramática e mais leitura. 
    Vamos lá, vou tentar me fazer entender da maneira mais simples possível:

    Sem a vírgula: Não é apenas porque falta valor literário aos romances policiais que eles devem ser condenados.
    Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário.

    Com a vírgula: os romances policiais são incondenáveis, visto que lhes falta o valor literário. Assim sendo, eles seriam condenáveis se houvesse valor literário. 
    Não adianta condenar os romances policiais, porque lhes falta o valor literário.

    Já que o enunciado pede que não haja prejuízo tanto para a correção quanto para o SENTIDO, a vírgula é descabida. 

  • Boa questão! 
    De vez em quanto a FCC faz uma boa. rs
    Gabarito: E
  • Galera, eu acho que o item III deve ser analisado sob a relação SUJEITO E VERBO, notadamente na parte entre o tal do sujeito oracional, que, convenhamos, é difícil de se perceber. vejam o raciocínio:

    Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário.


     Na ordem direta, ficaria: Condenar os romances policiais porque lhes galta o valor literário NÃO ADINTA. (sujeito oracional + verbo no singular)

    Dessa forma, se colocarmos uma vírgula antes do termo porque, estaremos separando o NÚCLEO DO SUJEITO DE SEU VERBO. vejamos:

    Condenar os romances policiais, porque lhes galta o valor literário NÃO ADIANTA.

    Não confunda com locução verbal.


    É, parece que a fcc evoluiu nas questões de português, o sujeito simples e bobo passou a ser um sujeito oracional.

     valeu, meu povo, avante nos nossos estudos!!!!!!

    FIQUEM COM DEUS!!!!!
  • no item III, ao pôr uma vírgula, a questão deixa de ser restritiva e passa a ser ''EXPLICATIVA'', mudando totalmente o sentido da oração.

  • Comentários da professora errados e que não esclarecem nada.  A professora apenas se limita a dizer que determinada alternativa está certa ou errada. Além disto, o comentário contém erro de português em "Já  que os dois pontos frase I indica uma explicação...".

  • RODRIGO O ITEM  ''III''  NÃO SE TRATA DE ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA (senão teria pronome relativo separando as orações) TRATA-SE DE UM SUJEITO ORACIONAL... E ELE NÃO PODE SER SEPARADO POR VIRGULA 


    GABARITO ''E''
  • Na escola, aprendemos que há dois tipos de “porque”: um é explicativo e, o nome já diz, introduz explicação; o outro é causal e introduz causa.

    Aprendemos também na escola que o “porque” explicativo é precedido de vírgula; enquanto o causal não é.

    Ocorre que muitas vezes não é fácil distinguir o “porque” explicativo do causal.

    Vejamos:

    Eles não compareceram porque estavam doentes.

    Ou será:

    Eles não compareceram, porque estavam doentes.

    Se for causal, não haverá vírgula, o exemplo correto será o primeiro. Se o “porque” for explicativo, haverá vírgula, e o segundo exemplo será o correto.

    O xis da questão é o seguinte: na relação causal há sempre a idéia de causa e conseqüência, enquanto na explicativa não existe essa relação. Assim, o exemplo correto é o primeiro:

    Eles não compareceram porque estavam doentes.

    Neste exemplo o “porque” é causal, sem vírgula, porque há causa e conseqüência: Eles estavam doentes (causa); eles não compareceram (conseqüência).

    Agora vejamos um exemplo com um “porque” explicativo:

    -Chegue cedo, porque durmo depois da novela.

    Não há, neste caso, relação de causa e conseqüência. Logo, o "porque" é explicativo e precedido de vírgula.


    http://www.portuguesnarede.com/2007/11/porque-explicativo-x-porque-causal.html


ID
736900
Banca
Exército
Órgão
EsFCEx
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa em que a sentença está pontuada corretamente.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    A) Fernando Henrique maquinista-chefe do PSDB vai concorrer. → faltou vírgulas para isolar o aposto explicativo.

    b) A transexual, Roberta Close, ganhou fama nos anos 1980. → a vírgula isolando o nome está incorreta, visto que temos um aposto especificativo.

    c) → vírgulas isolando a oração adjetiva estão incorretas, visto que temos uma oração adjetiva restritiva, sabendo que não são todos cachorros que têm pelos longos.

    d) O vice-chanceler do governo italiano, criticou a decisão. → vírgula separou o sujeito do predicado, estando incorreto.

    e) Irritada, Joana deu um ultimato ao marido: ser fiel ou sumir. → nosso gabarito, predicativo do sujeito isolado por vírgula, uso plenamente correto.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻


ID
910138
Banca
FCC
Órgão
DPE-SP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

       Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a vila de São Paulo como centro de amplo sistema de estradas expandindo-se rumo ao sertão e à costa. Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, não raro, quem pretenda servir-se desses documentos para a elucidação de algum ponto obscuro de nossa geografia histórica. Recordam-nos, entretanto, a singular importância dessas estradas para a região de Piratininga, cujos destinos aparecem assim representados em um panorama simbólico. 
      Neste caso, como em quase tudo, os adventícios deveram habituar-se às soluções e muitas vezes aos recursos materiais dos primitivos moradores da terra. Às estreitas veredas e atalhos que estes tinham aberto para uso próprio, nada acrescentariam aqueles de considerável, ao menos durante os primeiros tempos. Para o sertanista branco ou mamaluco, o incipiente sistema de viação que aqui encontrou foi um auxiliar tão prestimoso e necessário quanto o fora para o indígena. Donos de uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens, em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, mestre e colaborador inigualável nas entradas, sabiam os paulistas como transpor pelas passagens mais convenientes as matas espessas ou as montanhas aprumadas, e como escolher sítio para fazer pouso e plantar mantimentos. 
      Eram de vária espécie esses tênues e rudimentares caminhos de índios. Quando em terreno fragoso e bem vestido, distinguiam- se graças aos galhos cortados a mão de espaço a espaço. Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia significar uma pista. Nas expedições breves serviam de balizas ou mostradores para a volta. Era o processo chamado ibapaá, segundo Montoya, caapeno, segundo o padre João Daniel, cuapaba, segundo Martius, ou ainda caapepena, segundo Stradelli: talvez o mais generalizado, não só no Brasil como em quase todo o continente americano. Onde houvesse arvoredo grosso, os caminhos eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos. Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza. Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí: constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais, a maior metida na terra, e a outra, em ângulo reto com a primeira, mostrando o rio. Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal. 

      (Sérgio Buarque de Holanda. Caminhos e fronteiras. 3.ed. S. Paulo: Cia. das Letras, 1994. p.19-20)

Atente para as afirmações abaixo sobre a pontuação empregada em segmentos do texto.

I. Recordam-nos, entretanto, a singular importância dessas estradas para a região de Piratininga, cujos destinos aparecem assim representados em um panorama simbólico. (1o parágrafo)

A vírgula colocada imediatamente depois de Piratininga poderia ser retirada sem alteração de sentido.

II. Eram de vária espécie esses tênues e rudimentares caminhos de índios. (3o parágrafo)

A inversão da ordem direta na construção da frase acima justificaria a colocação de uma vírgula imediatamente depois de espécie, sem prejuízo para a correção.

III. Era o processo chamado ibapaá, segundo Montoya, caapeno, segundo o padre João Daniel, cuapaba, segundo Martius, ou ainda caapepena, segundo Stradelli: talvez o mais generalizado, não só no Brasil como em quase todo o continente americano. (3o parágrafo)
Os dois-pontos poderiam ser substituídos por um travessão, sem prejuízo para a correção e a clareza.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Explicando o Item: III
    O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:
    1 - no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.
    — O que é isso, mãe?
    — É o seu presente de aniversário, minha filha.
    2 - para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.
    "E logo me apresentou à mulher, — uma estimável senhora — e à filha." (Machado de Assis)
    3 - para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.
    "Junto do leito meus poetas dormem — o Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron — na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)

    4 - para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos. (Hipótese da questão)
    "Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia)

    Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono34.php
  • Olá, pessoal!!
    Primeiramente, quero agradecer à Elaine o seu ótimo comentário!


    Vou explicar por que os itens I e II estão errados! ;)
    I. Recordam-nos, entretanto, a singular importância dessas estradas para a região de Piratininga, cujos destinos aparecem assim representados em um panorama simbólico. (1o parágrafo) 
    A vírgula colocada imediatamente depois de Piratininga
    poderia ser retirada sem alteração de sentido. Errada. Apesar de não se prejudicar a correção gramatical com a retirada da vírgula, mudar-se-ia o sentido. Sem vírgula(s), temos uma oração adjetiva restritiva. Com vírgula(s), temos uma oração adjetiva explicativa.

    II. Eram de vária espécie esses tênues e rudimentares caminhos de índios. (3o parágrafo) 
    A inversão da ordem direta na construção da frase acima justificaria a colocação de uma vírgula imediatamente depois de espécie, sem prejuízo para a correção. Errada. Caso a vírgula fosse colocada,
    separar-se-ia o sujeito do predicado. O que pode ser colocado entre vírgulas é o adjunto adverbial, mas este não existe na frase.

    Espero que tenham entendido! ;)
    Abraços, amigos!


    http://concurseiro24horas.com.br/curso/50/simulado-com-questoes-de-portugues-para-tribunais.html 
  • no item 2 o erro está no verbo, pois é verbo de ligação.
    segundo a gramática, ao inverter a ordem direta da frase, pode-se colocar a vírgula entre o predicado e o sujeito, porém essa regra nao cabe quando o verbo for de ligação.

    exemplo:
    Triste com a notícia, o rapaz deixou a sala em silêncio. (aqui pode-se colocar a vírgula depois do predicativo deslocado, VEJA QUE O VERBO NÃO É DE LIGAÇÃO)

    ou seja, se for verbo de ligação não se pode fazer este esquema de uso da vírgula.
  • Vem cá: no item II, "vária espécie" foi grafado corretamente? Na prova está escrito assim mesmo?

    Considerei-a errada por isso, pelo erro de concordância. Já que devia estar grafado várias espécies.
  • GABARITO: LETRA "A", de aprovação! :)

    I. Como cujos destinos aparecem assim representados em um panorama simbólico é uma oração subordinada adjetiva explicativa, a retirada da vírgula antes dela a tornaria restritiva, alterando seu sentido original.

    II. O termo esses tênues e rudimentares caminhos de índios é o sujeito da frase, logo não pode ser antecedido de vírgula.

    III. Os dois-pontos iniciam uma explicação. Como o travessão também cumpre essa função, a substituição de um sinal por outro está correta.
  • Não deveria ser duplo travessão?!

  • Elaine Santos, quando é final de frase pode colocar apenas um travessão.

  • Gabarito A   (mas...)

     

    A lagoa que a meninada esperta do bairro costumava visitarfoi aterrada.  

    Gramática de J Nicola e Infante​

    As gramaticas divergem-se.

     

    "Só tem poder quem age"

     

     

  • I. Recordam-nos, entretanto, a singular importância dessas estradas para a região de Piratininga, cujos destinos aparecem assim representados em um panorama simbólico. Aqui o sentido é da importância das estradas para Piratininga

    I. Recordam-nos, entretanto, a singular importância dessas estradas para a região de Piratininga cujos destinos aparecem assim representados em um panorama simbólico. Aqui o sentido é de as estradas estão representadas num parorama simbólico.

    o resto já foi explicado em outros comentários.

    gabarito A.

  • “Às vezes, para dar maior realce a uma conclusão, que

    representa a síntese do que se vinha dizendo, usa-se o travessão

    simples em lugar dos dois pontos.

    Ex.: Deixai-me chorar mais e beber mais,

    Perseguir doidamente os meus ideais,

    E ter fé e sonhar — encher a alma.” (CUNHA, 1985)


ID
937210
Banca
FCC
Órgão
ANS
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

É impossível não nos maravilharmos com as inúmeras formas vivas. Basta darmos uma passeada num parque e olharmos para as árvores, flores, insetos, pássaros, cachorros e seus donos, e nos damos conta da incrível criatividade da vida em suas várias adaptações na água, terra e ar. À primeira vista, parece mesmo difícil que as asas de uma abelha, os olhos de um gato, as nadadeiras de um peixe tenham surgido por acaso, resultado de acidentes no nível molecular. Mas foi isso o que ocorreu, ao longo dos 3,5 bilhões de anos (no mínimo), desde que a vida surgiu na Terra. Darwin propôs sua teoria da evolução para dar conta do que percebeu ser, ao longo de observações cuidadosamente catalogadas em viagens pelo globo, a característica fundamental da vida: sua capacidade de se adaptar a ambientes diversos. Sua idéia de que as espécies variam no tempo devido a pequenas mudanças que são transmitidas de geração em gera- ção permanece essencialmente intacta. A seleção natural, como já diz o nome, seleciona, dentre as várias mudanças, as que beneficiam a espécie. Com isso, os benefícios são passados aos poucos para novas gerações, até que façam parte de toda a população. A grande inovação veio em torno dos anos 1950, com a biologia molecular. Ficou claro que as variações (ou mutações) ocorrem no nível molecular, nos genes. Com o mapeamento do genoma humano durante a última década, mais surpresas ocorreram. Esperava-se que espécies mais sofisticadas, como os humanos, teriam muito mais genes do que as mais simples, como os vermes. Bem, humanos têm praticamente tantos genes quanto ratos. Se o número de genes não mede a complexidade de uma espécie, o que, então, a determina? A resposta encontra-se num novo ramo da biologia molecular, que estuda como os genes se comportam durante o desenvolvimento de um embrião, como as alterações na atividade de cada um deles geram um ser complexo, seja ele uma mosca, um morcego ou uma baleia. Genes são essencialmente moléculas extremamente longas, como corredores cheios de portas. Os biólogos descobriram que certas moléculas funcionam como chaves que ligam ou desligam as partes dos genes responsáveis pela produção de enzimas específicas. À medida que o embrião evolui, diferentes portas são abertas e fechadas, cada uma responsável por parte de seu corpo. É como se o animal tivesse um mapa de seu desenvolvimento, que determina quais portas devem ser abertas ou fechadas seqüencialmente. O incrível é que todos os seres vivos têm genes similares. A variação da vida vem da ativação de partes diferentes dos genes e não de genes diferentes. A evolução da vida é conseqüência de muta- ções que ocorrem nas “portas” moleculares e não nos genes. Somos todos essencialmente o mesmo animal, variações sobre o mesmo tema. (Adaptado de Marcelo Gleiser. Folha de S. Paulo, Mais!, 7 de maio de 2006, p. 9)

.. a característica fundamental da vida: sua capacidade de se adaptar a ambientes diversos. (2o parágrafo)
Os dois-pontos têm a função de introduzir, no contexto,

Alternativas
Comentários
  • Os dois-pontos têm a função de introduzir, no contexto,

    e) segmento explicativo da afirmativa anterior.

     .. a característica fundamental da vida: sua capacidade de se adaptar a ambientes diversos. (2o parágrafo) 

     


ID
974068
Banca
COPEVE-UFAL
Órgão
MPE-AL
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

     A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada natural. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transforma-la.
      Ética é, em suma, uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana.

(http://www.ensinandodireitoluizamaral.com.br. Acesso em 03/12/2011)


Analise o uso da pontuação nas sentenças abaixo e assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • A-  A    vírgula  foi  usada    para    separar   os   termos de   uma enumeração.

    B-    A  vírgula   não  pode   ser    usada  para  separar   o sujeito  de      seu    verbo ,   nem      o verbo de seu  complemento.

    C-  Correto. O     uso       dos   dois     pontos  introduz    uma  explicação  sobre      a  ética   e  amoral  estarem  em  uma  tensão  permanente. 

    D-      É    possível    utilizar     vírgula   antes  do  E.

    E-  

    Adjunto Adverbial

    É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo:

    Eles se respeitam muito.

    Seu projeto é muito interessante.

    O time jogou muito mal.

    Tempo

    Por Exemplo:

    O escritório permanece aberto das 8h às 18h.
    Beto e Mara se casarão em junho.
    Ontem à tarde
    encontrou um velho amigo.


     


  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO: 

    Usos dos Dois Pontos: Exemplos

    1. Nas explicações ou esclarecimentos

    O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.

    2. Nas sínteses ou resumos

    No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

    3. Nos discursos diretos

    Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

    4. Nas citações

    Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

    5. Nas enumerações

    Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

    6. Nos exemplos

    O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

    7. Após vocativos

    Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/

     


ID
991594
Banca
FCC
Órgão
TRT - 12ª Região (SC)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

  Embora não fosse mais a capital da Turquia, por muitos séculos a cidade fora o epicentro de três impérios distintos: Bizantino, Romano e Otomano. Por esse motivo, Istambul podia ser considerada um dos lugares com maior diversidade histórica no mundo. Do palácio de Topkapi à Mesquita Azul, passando pelo Castelo das Sete Torres, a cidade está repleta de relatos folclóricos de batalhas, glórias e derrotas.
    Era um mundo dividido, uma cidade de forças opostas: antigas e modernas; orientais e ocidentais. Situada na fronteira geográfica entre Europa e Ásia, a cidade era literalmente a ponte que ligava o Velho Mundo a um mundo mais velho ainda.

(Adaptado de: Dan Brown. Inferno. São Paulo, Editora Arqueiro, 2013, Cap. 84)

Considere as afirmações abaixo.

I. Por meio de alguns dados históricos, geográficos e culturais, o autor lamenta o fato de Istambul ter perdido parte de sua antiga glória e não ser mais a capital da Turquia.

II. Em ambos os segmentos em que aparecem, os dois-pontos introduzem um esclarecimento acerca do que acabou de ser anunciado.

III. Nos segmentos Era um mundo dividido e a ponte que ligava o Velho Mundo a um mundo mais velho ainda, os verbos estão flexionados nos mesmos tempo e modo.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I- Errada
    II- Correta
    III- Modo indicativo; tempo pretérito imperfeito. Correta
    Resposta certa letra C
  • Completando a explicação do colega sobre o item III, os dois verbos (era e ligava) estão no pretério imperfeito

    Eu era
    Tu eras
    Ele/Ela era
    Nós erámos
    Vós eréis
    Eles/Elas eram

    Eu ligava
    Tu ligavas
    Ele/Ela ligava
    Nós ligávamos
    Vós ligáveis
    Eles/Elas ligavam
  • Os dois pontos de "Embora não fosse mais a capital da Turquia, por muitos séculos a cidade fora o epicentro de três impérios distintos: Bizantino, Romano e Otomano." indica esclarecimento?

    Fiquei na dúvida, pois, é possível o entendimento do que está antes dos dois pontos, diferente do que encontramos em  " Era um mundo dividido, uma cidade de forças opostas: antigas e modernas; orientais e ocidentais." onde se não houvesse o esclarecimento do que seria ou seriam estas forças opostas, tornaria o período incompleto.

  • A) Em nenhum momento do texto fica claro o autor relatar pesar sobre Istambul não ser mais a capital da turquia.

    B) Sim Fátima, 

      Embora não fosse mais a capital da Turquia, por muitos séculos a cidade fora o epicentro de três impérios distintos: Bizantino, Romano e Otomano. Quais os três impérios distintos? visa esclarecimento.

    C) Era um mundo dividido e a ponte que ligava o Velho Mundo a um mundo mais velho ainda, os verbos estão flexionados nos mesmos tempo e modo. 

    Ambos os verbos estão no MODO indicativo.

    Tempo Pretérito imperfeito.

    Pretérito imperfeito             

    eu era
    tu eras
    ele era
    nós éramos
    vós éreis
    eles eram

    Pretérito imperfeito

    eu ligava
    tu ligavas
    ele ligava
    nós ligávamos
    vós ligáveis
    eles ligavam

    Pretérito imperfeito (lembrando da terminação do PII terminados em er ou ir)

    eu comia
    tu comias
    ele comia
    nós comíamos
    vós comíeis
    eles comiam



  • Concordo com vc, Fátima Nogueira. Na minha visão, os dois pontos do 1º parágrafo introduzem uma enumeração e não um esclarecimento.

  • Me pareceu que os dois pontos estavam introduzindo uma enumeração e não um esclarecimento.


ID
1049377
Banca
FCC
Órgão
AL-RN
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A pontuação está correta em:

Alternativas
Comentários
  • UFA! Que questão longa!


    As velhas regrinhas: não separa sujeito de predicado e verbo de seu complemento.


    " O inesperado precisa de uma longa preparação!"

  • A letra "a" é a que está menos incorreta ao meu ver. Mas ainda tem um erro gritante: letra minúscula depois do ponto de exclamação?

    "! deem..."

  • Alguns erros:

    b)...à notícia,de...(vírgula separando termo regente do seu complemento nominal) Jamais separar tais termos!


    c)...os parlamentares,cancelaram...(vírgula separando sujeito do verbo) Jamais separar sujeito do verbo!


    d)...se refere,à notícia...(vírgula separando verbo do seu complemento) Jamais separar verbo do seu complemento!


    e)...cancelaram,seu encontro...(vírgula separando verbo do seu complemento) Jamais separar verbo do seu complemento!


    Alternativa: a)

  • Galera de boa.. Desculpem, mas da para matar a questão só observando o termo destacado:

    O áspero comentário, que se refere à notícia de que os parlamentares cancelaram seu encontro com o papa, foi realizado por uma pessoa descontente com o tratamento dado à saúde pública que assim se pronunciou: 
    – Tem de cancelar mesmo! deem as verbas para as santas casas e hospitais públicos, nada de fazer média à custa de quem não tem como tratar da saúde, devido a hospitais sem leitos, sem médicos. 


  • Gabarito:Letra A

    A vírgula entre os termos não torna o período errado pois transforma a oração em subordinada restritiva explicativa, que é aquela que sempre vem separada por vírgulas.

  • Há um erro na alternativa A: como pode uma oração começar com letra minúscula?

    – Tem de cancelar mesmo! deem as verbas para a...

    Porém, a pontuação está correta. O que está errado é a ortografia, e não é isso que está sendo solicitado no enunciado.

  • Opção certa é A.


    O primeiro par de vírgula isola uma oração subordinada adjetiva explicativa. As últimas vírgulas são usadas para separar termos da mesma função sintática. e.g.: Tivera pai, mãe, marido, dois filhos etc ( LISPECTOR, Clarice)

  • Errei pq achei que o deem depois da exclamação estava com letra minúscula... putz... 

  • gabaritei

     

  • a.

    As virgulas estao isolando oração subordinada adjetiva explicativa porque descreve o sujeito da oração principal. Outra indicação é a presença do pronome relativo "que", o qual indica existência da oração subordinada, e a obrigação de usar virgulas para demarcar o segmento oracional.

  • QUANTO AO QUE SE PEDE - GABARITO A

     

    Só abrindo um parenteses :

    Não teria um erro na assertiva "A" ? no trecho :[...]devido a hospitais sem leitos, sem médicos.[...] (não seria "DEVIDO AOS HOSPITAIS" ?)

     

    ALGUÉM?


ID
1068010
Banca
FCC
Órgão
TRF - 3ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana mais bem repartida: nenhum privilegiado reivindica ignorância em relação a ela ou se vangloria de conhecê-la melhor que qualquer outro. Violência nascida no próprio âmago do indivíduo, ela dilacera sua presença e o esgota, dissolve-o no abismo que nele se abriu, esmaga-o no sentimento de um imediato sem nenhuma perspectiva. Rompe-se a evidência da relação do indivíduo consigo e com o mundo.

A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo enquanto goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do enraizamento físico de sua existência, desde que nenhum obstáculo se interponha entre seus projetos e o mundo. De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas ritualidades sociais e pela repetição incansável de situações próximas umas das outras. Aliás, esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência em que o sujeito é de seu corpo”.

(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, São Paulo, Editora Fap-Unifesp, 2013, p. 25-6)

Considere as frases abaixo.

I. Ao se suprimirem as vírgulas do trecho A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana..., o verbo deverá ser flexionado no plural.

II. Na frase Georges Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência em que o sujeito é de seu corpo”, pode-se acrescentar uma vírgula imediatamente após inconsciência, sem prejuízo para a correção.

III. Na frase De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas ritualidades sociais..., o ponto e vírgula pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido original, por dois-pontos.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • O verbo "é" concorda com o sujeito. juntamente com a morte, com ou sem vírgula, não é sujeito. Portanto, o verbo não deve ser flexionado.

    juntamente com a morte é Adjunto adverbial.
  • Na frase I temos : Ao se suprimirem as vírgulas do trecho A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana..., o verbo deverá ser flexionado no plural.
    Adjunto adverbial de companhia
     (junto com, com, na companhia de)

    Irei viajar com meus irmãos.
    O presidente se reuniu com o prefeito.


  • Existe um "qc" logo após a alternativa C, que é a correta. Por favor, pessoal do QC, apaguem isso!

  • Acho que no 1º o erro está na parte em que diz: " o verbo deverá ser flexionado no plural" sendo que Sujeito composto > núcleos ligados pela preposição COM, se estiver s/ virgulas pede de preferência o verbo no plural ou concorcando com o primeiro para realçá-lo

    Então o deverá deixa errada a primeira.

  • A opção II, correta pois, apesar de mudar o sentido restringindo-o, a correção esta sim correta.
    Na opção III, a frase inicial passa a ter sentido de introdução explicativa da frase que vem depois. 
  • Alguém sabe explicar qual a regra se aplica a troca do ponto e vírgula pelos dois pontos, no item III ? Obrigada.

  • Faço das palavras da Simone Antunes as minhas. Não entendi a regra aplicada para que seja trocado o ponto e vírgula por dois pontos...

  • Pesquisei e não encontrei nada sobre a substituição doponto e virgula pelo os dois pontos. nunca ouvi falar nisso. que locura.

  • Na frase III - um dos empregos dos dois-pontos é introduzir uma explicação ao trecho anterior. Acredito que essa seja a aplicação na questão.

  • Hipóteses aceitáveis para fazermos uso do sinal dedois pontos:

    1_ usa-se na enumeração, explicação, notícia subsidiária

    2_ para esclarecer algo que já foi explicado

    3_ citações que precedem discurso direto

    =D


    Abraço

  • Sem alterar o sentido? Impossível, FCC!!!

  • Achei que ponto e vírgula só era substituído por ponto ou por vírgula.

  • Esta é uma questão interessante. A alternativa correta, de acordo com o sistema do Questões de Concurso é a letra C, onde contemplam-se as alternativas I e III.

    Na alternativa I, o que gera dúvida são as aspas. Se mantidas, torna-se inviável o uso da vírgula, pois o trecho alterado fica sem sentido.  Já a alternativa III, foi a única que considerei correta. No caso, tem-se duas orações coordenadas. Neste caso, o ponto e vírgula pode ser substituído por dois pontos. Há um vídeo da professora Isabel Vegas disponível aqui no QC que explica esta regra. 
  • Pessoal, discordo que o "juntamente com a morte" (item I) seja adjunto adverbial, posto que ele não modifica o sentido do verbo ou de um advérbio, mas sim o do nome "dor", de forma que, a meu ver, trata-se de um ADJUNTO ADNOMINAL.

  • Segue o comentário da apostila do Estratégia Concursos:

    Comentário: a afirmativa II é a única correta. Veja as outras:
    I. Ao se suprimirem as vírgulas do trecho A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana..., o verbo deverá ser flexionado no plural. Informação errada. As vírgulas não podem ser suprimidas, pois separam um adjunto adverbial. O verbo só iria para o plural se toda a estrutura mudasse: a dor e a morte são sem dúvida a experiência humana...

    III. Na frase De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é apagada pelas ritualidades sociais..., o ponto e vírgula pode
    ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido original, por dois pontos. Nesta frase, o ponto e vírgula está sendo usado para separar orações coordenadas assindéticas, função que os dois pontos não possui. Afirmação errada.

    Gabarito Errado!


ID
1068025
Banca
FCC
Órgão
TRF - 3ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Menino do mato

Eu queria usar palavras de ave para escrever.
Onde a gente morava era um lugar imensamente e sem
[ nomeação.
Ali a gente brincava de brincar com palavras
tipo assim: Hoje eu vi uma formiga ajoelhada na pedra!
A Mãe que ouvira a brincadeira falou:
Já vem você com suas visões!
Porque formigas nem têm joelhos ajoelháveis
e nem há pedras de sacristias por aqui.
Isso é traquinagem da sua imaginação.
O menino tinha no olhar um silêncio de chão
e na sua voz uma candura de Fontes.
O Pai achava que a gente queria desver o mundo
para encontrar nas palavras novas coisas de ver
assim: eu via a manhã pousada sobre as margens do
rio do mesmo modo que uma garça aberta na solidão
de uma pedra.
Eram novidades que os meninos criavam com as suas
palavras.
Assim Bernardo emendou nova criação: Eu hoje vi um
sapo com olhar de árvore.
Então era preciso desver o mundo para sair daquele
lugar imensamente e sem lado.
A gente queria encontrar imagens de aves abençoadas
pela inocência.
O que a gente aprendia naquele lugar era só ignorâncias
para a gente bem entender a voz das águas e
dos caracóis.
A gente gostava das palavras quando elas perturbavam
o sentido normal das ideias.
Porque a gente também sabia que só os absurdos
enriquecem a poesia.

(BARROS, Manoel de, Menino do Mato, em Poesia Completa, São Paulo, Leya, 2013, p. 417-8.)

Em uma redação em prosa, para um segmento do poema, a pontuação se mantém correta em:

Alternativas
Comentários
  • Concordo c/ a comentarista. Em função da colocação das 2 1ªs vírgulas, eu só pude julgar as alternats. q ñ a "B" como erradas concernente à pontuação.

  • Como assim? Não tem pq só utlizar as áspas em um seguimento da fala dela.

  • A Mãe, que tinha ouvido a brincadeira, falou: “Já vem você com suas visões!” Porque formigas nem têm joelhos ajoelháveis, nem há pedras de sacristias por aqui: “Isso é traquinagem da sua imaginação"


    Tb complementando o uso do (dois pontos)  utiliza-se tb para dar início a fala ou citação de outrem. 

  • A justificativa da vírgula em "A Mãe, que tinha ouvido a brincadeira, falou..." é o aposto explicativo?

  • As aspas utilizadas em: " Já vem você, com suas visões!" Foram para ironizar. As aspas possuem está função também.

  • Tenho muita dificuldade com vírgula alguém pode me ajudar?



  • Boa tarde pessoal

    Na primeira oração: (A Mãe, que tinha ouvido a brincadeira, falou:) leia a frase entre as vírgulas como um termo acessório, retirem-no da oração e vejam se a mesma ainda mantém o sentido, neste caso ficaria: (A Mãe falou:) viram que manteve-se o sentido, logo o termo deve ficar entre vírgulas.

    A questão se resolve apenas observando esta regra.

    Abraços!!

  •  

    uso da vírgula nas orações adjetivas pode modificar seu sentido, por isso, tome cuidado:

     

    a) Se estiverem EXPLICANDO algo sobre o termo antecedente, devem vir entre vírgulas.
    b) Se estiverem RESTRINGINDO algo, não devem vir entre vírgulas.



  • O termo acessório entre as vírgulas é Aposto. 

    E uma dica que uso também é a seguinte: Uma vírgula separa enquanto duas ou mais UNEM...

  • O comentário do Alberto Souza é ótimo, e apenas complementando: não se pode separar o sujeito (A mãe) do predicado (falou), a não ser que seja uma oração intercalada que deverá vir entre DUAS vírgulas, como é o caso da oração "que tinha ouvido a brincadeira", que aliás é uma oração subordinada adjetiva (pois possui o pronome relativo) explicativa que vem entre vírgulas. 

    Espero ter ajudado e caso exista algum erro me alertem!!

    Bons estudos!! 

  • Só achei estranho o trecho sem aspas. Eu interpretei que todo o trecho de "Já vem você com suas visões! Porque ... imaginação" fosse uma citação direta e precisaria de aspas. Mas na resposta correta tem todo o trecho "Porque formigas nem têm joelhos ajoelháveis, nem há pedras de sacristias por aqui" sem as aspas. Devo entender que é uma citação indireta?

  • Porque a letra C está errada. Porque não se pode usar o travessão ? Acertei a questão mas me veio a dúvida

  • ...Aquela hora que você acha que todas as assertivas estão erradas. Fui por eliminação, pela "menos errada" e acertei. Mas que questãozinha ruim!

  • É possível responder a questão lendo apenas o primeiro trecho:

    A mãe, que não tinha ouvido a brincadeira, falou

    ---> Não se separa verbo do sujeito


ID
1083250
Banca
FCC
Órgão
TRT - 19ª Região (AL)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

No texto abaixo, Graciliano Ramos narra seu encontro com Nise da Silveira.

     Chamaram-me da porta: uma das mulheres recolhidas à sala 4 desejava falar comigo. Estranhei. Quem seria? E onde ficava a sala 4? Um sujeito conduziu-me ao fim da plataforma, subiu o corrimão e daí, com agilidade forte, galgou uma janela. Esteve alguns minutos conversando, gesticulando, pulou no chão e convidou-me a substituí-lo. Que? Trepar-me àquelas alturas, com tamancos?

     Examinei a distância, receoso, descalcei-me, resolvi tentar a difícil acrobacia. A desconhecida amiga exigia de mim um sacrifício; a perna, estragada na operação, movia-se lenta e perra; se me desequilibrasse, iria esborrachar-me no pavimento inferior. Não houve desastre. Numa passada larga, atingi o vão da janela; agarrei-me aos varões de ferro, olhei o exterior, zonzo, sem perceber direito por que me achava ali. Uma voz chegou-me, fraca, mas no primeiro instante não atinei com a pessoa que falava. Enxerguei o pátio, o vestíbulo, a escada já vista no dia anterior. No patamar, abaixo de meu observatório, uma cortina de lona ocultava a Praça Vermelha. Junto, à direita, além de uma grade larga, distingui afinal uma senhora pálida e magra, de olhos fixos, arregalados. O rosto moço revelava fadiga, aos cabelos negros misturavam-se alguns fios grisalhos.

Referiu-se a Maceió, apresentou-se:

     - Nise da Silveira.

     Noutro lugar o encontro me daria prazer. O que senti foi surpresa, lamentei ver minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se de tomar espaço. Nunca me havia aparecido criatura mais simpática. O marido, também médico, era meu velho conhecido Mário Magalhães. Pedi notícias dele: estava em liberdade. E calei-me, num vivo constrangimento.

     De pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio; certamente causava impressão muito infeliz. Nise, acanhada, tinha um sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a perturbação, magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio, provavelmente se arrependeu de me haver convidado para deixar-me assim confuso.

(RAMOS, Graciliano, Memórias do Cárcere, vol. 1. São Paulo, Record, 1996, p. 340 e 341)

Considere as afirmações abaixo.

I. No trecho Chamaram-me da porta: uma das mulheres recolhidas à sala 4 desejava falar comigo. Estranhei. Quem seria? E onde ficava a sala 4? (1o parágrafo), a pontuação contribui para o clima de perplexidade pretendido pelo narrador.

II. As perguntas Que? Trepar-me àquelas alturas, com tamancos? (1o parágrafo) são retóricas, de maneira que se podem suprimir os pontos de interrogação.

III. No segmento ...olhei o exterior, zonzo, sem perceber direito porque me achava ali (2o parágrafo), a vírgula imediatamente após “exterior” pode ser suprimida, sem prejuízo para o sentido original.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Com relação ao item III - No termo interferente (zonzo), ou as duas vírgulas se colocam, ou as duas vírgulas se tiram; e podem ser trocadas por parênteses ou travessões. Portanto, item errado.

  • Confesso que fiquei com dúvida na II, mas logo pensei que se é pergunta, logo tem interrogação rs. 

    letra A

  • Eu acho que a pontuação na asseriva I passa a ideia de suspense, não de perplexidade, mas a escolhi como correta, na falta de opção melhor.

  • I) Correta. As perguntas feitas denotam perplexidade quanto a quem estaria chamando Graciliano.

    II) Incorreta. As perguntas retóricas têm como essência o fato de que o interlocutor não deseja obter uma resposta, mas sim reforçar uma ideia ou crítica sobre algo ou alguém. Muitas vezes, o próprio interlocutor acaba por responder a pergunta retórica. 

    No caso das perguntas do texto, sucedem de um convite do sujeito oculto, que solicita a Graciliano que suba no vão da janela. Assim, podemos até entender que foram feitas realmente ao sujeito que o convidou naquele momento, pois mostram a surpresa do narrador com o convite. Não podemos inferir que há uma resposta já contida nela mesma. Não há, há, sim, espanto e perplexidade, pois o narrador não parece acreditar que vai fazer aquilo mesmo.

    III) Incorreta. A retirada da vírgula caracteriza exterior, que passa a ser um "exterior zonzo", mudando a significação no contexto.

    GABARITO: A 

  • Letra A.

     

    Sinônimo de perplexidade

     

    11 sinônimos de perplexidade para 5 sentidos da palavra perplexidade:

    1 hesitação, indecisão, vacilação.

    2 surpresa, assombro, pasmo, dúvida.

     

    Indecisão:

    3 oscilação.

     

    Embaraço:

    4 confusão.

    5 enleio, perplexão.

     

     

    https://www.sinonimos.com.br/perplexidade/


ID
1083271
Banca
FCC
Órgão
TRT - 19ª Região (AL)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder às questões de números 13 e 14, considere o poema abaixo.

Errância

Só porque
erro
encontro
o que não se
procura

só porque
erro
invento
o labirinto

a busca
a coisa
a causa da
procura

só porque
erro
acerto: me
construo

Margem de
erro: margem
de liberdade.

(FONTELA, Orides, Poesia Reunida, São Paulo, CosacNaify, 2006, p. 202)

Considere as afirmações abaixo.

I. A terceira estrofe do poema (A busca / a coisa / a causa da / procura) pode ser entendida como uma explicação do que seja o labirinto.

II. Nas duas últimas estrofes, os dois-pontos introduzem não apenas uma explicação, mas também uma consequência do que é dito anteriormente.

III. Em prosa, mantendo-se a correção e o sentido, as duas primeiras estrofes podem ser reescritas do seguinte modo: “Só porque erro, encontro, o que não se procura só, porque erro invento, o labirinto”.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Alguém pode me explicar a alternativa I?

  •  depois de ter errado entendi que:a busca, a coisa, a causa da procura isso é um labirinto.

  • A explicação é que a banca forçou a barra. 

  • Ter que ficar interpretando POESIA. Na boa, va se f***

  • Não existe explicação pra esse tipo de questão.  Para acertar temos que adivinhar o que o camarada estava pensando na hora que escreveu isso, somado com a interpretação da banca. 

  • Queria que entrevistassem Fontela - se for vivo - pra perguntar se  a alternativa I tá certa. Porque só assim,mesmo! Forçação de barra, isso.


ID
1103614
Banca
UFCG
Órgão
UFCG
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Com base no fragmento em destaque, do conto “Ele e suas ideias”, de Lima Barreto, julgue como verdadeiras (V) ou falsas (F) as assertivas sobre a temática, a pontuação e o sentido das formas gramaticais.

Para levar os dias a destilar ideias, ele tinha que passar as noites a pensar. Creio que dormia pouco: todo ele se encontrava em função de ter ideias. E era pródigo, e era generoso, e era desperdiçado: pensava, tinha ideias e dava aos outros.” (p. 63)

( ) A manifestação do eu-lírico objetiva explicar a origem das ideias do personagem.

( ) As duas ocorrências do uso dos dois pontos demarcam funções semelhantes: ambas servem para explicar o termo que os antecede.

( ) A ação rotineira da personagem é marcada por uma continuidade indefinida, justificada pela alternância do infinitivo e do pretérito imperfeito, presentes no texto.

( ) Os termos “pouco” e “todo” funcionam como pronomes e sugerem oposição de ações entre narrador e personagem.

Alternativas

ID
1107664
Banca
CEPERJ
Órgão
Rioprevidência
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

GUERRA DA ÁGUA É SILENCIOSA, MAS JÁ ESTÁ EM CURSO

     Quanto vale a vida? “Para começar, um bom copo de água”, responde com ironia Jerôme, um dos participantes do Fórum Mundial Alternativo de Água (FAME) que se reuniu na França, paralelamente ao muito oficial Fórum Mundial da Água (FME). Duas “cúpulas” e duas posturas radicalmente opostas que expõem até o absurdo o antagonismo entre as multinacionais privadas da água e aqueles que militam por um acesso gratuito e igual a este recurso natural cuja propriedade é objeto de uma áspera disputa nos países do Sul. Basta apontar a identidade dos organizadores do Fórum Mundial da Água para entender o que está em jogo: o Fórum oficial foi organizado pelo Conselho Mundial da Água. Este organismo foi fundado pelas multinacionais da água Suez e Veolia e pelo Fundo Monetário Internacional, incansáveis defensores da privatização da água nos países do Sul.

     O mercado que enxergam diante de si é colossal: um bilhão de seres humanos não têm acesso à água potável e cerca de três bilhões de seres humanos carecem de banheiro. O tema da água é estratégico e tem repercussões humanas muito profundas. Os especialistas calculam que, entre 1950 e 2025, ocorrerá uma dimi-nuição de 71% nas reservas mundiais de água por habitante: 18 mil metros cúbicos em 1950 e 4.800 metros cúbicos em 2025. Cerca de 2.500 pessoas morrem por dia por não dispor de um acesso adequado à água potável. A metade delas é de crianças. Comparativamente, 100% da população de Nova York recebe água potável em suas casas. A porcentagem cai para 44% nos países em via de desenvolvimento e despenca para 16% na África Subsaariana.

     As águas turvas dos negócios e as reivindicações límpidas da sociedade civil, que defende o princípio segundo o qual a água é um assunto público e não privado e uma gestão racional dos recursos, chocam-se entre si sem conciliação possível. Um exemplo dos estragos causados pela privatização desse recurso natural é o das represas Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, a oeste do Amazonas, no Brasil. As duas represas têm um custo de 20 bilhões de dólares e, na sua construção, estão envolvidas a multinacional GDF-Suez e o banco espanhol Santander. A construção dessas imensas represas provocou o que Ronack Monabay, da ONG Amigos da Terra, chama de “um desarranjo global”. As obras desencadearam um êxodo interior dos índios que viviam na região. Eles foram se refugiar em outra área ocupada por garimpeiros em busca de ouro e terminaram enfrentando-se com eles.

     (...) Brice Lalonde, coordenador da Rio+20, cúpula da ONU para o Meio Ambiente, prometeu que a água será “uma prioridade” da reunião que será realizada no Rio de Janeiro em junho. O responsável francês destaca neste sentido o paradoxo que atravessa este recurso natural: “a água é uma espécie de jogo entre o global e o local”. E neste jogo o poder global das multinacionais se impõe sobre os poderes locais.

As ONGs não perdem as esperanças e apostam na mobilização social para contrapor a influência das megacorporações.
Neste contexto preciso, todos lembram o exemplo da Bolívia. Jacques Cambon, organizador do Fórum Alternativo Mundial da Água e membro da ONG Aquattac, recorda o protesto que ocorreu na cidade de Cochabamba: “dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se na rua em protesto contra o aumento da tarifa da água potável imposto pela multinacional norteamericana Bechtel”.

A guerra da água é silenciosa, mas existe: conflito em Barcelona causado pelo aumento das tarifas, quase guerra na Patagônia chilena por causa da construção de enormes represas e da privatização de sistemas fluviais inteiros, antagonismos em Barcelona e em muitos países africanos pelas tarifas abusivas aplicadas pelas multinacionais. A pérola fica por conta da Coca Cola e de suas tentativas de garantir o controle em Chiapas, México, das reservas de água mais importantes do país. Jacques Cambon está convencido de que “o problema do acesso à água é um problema de democracia. Enquanto não se garantir o acesso e a gestão da água sob supervisão de uma participação cidadã haverá guerras da água em todo o mundo”.

     (...) A ONU apresentou na França um informe sobre o impacto da mudança climática na gestão da água: secas, inundações, transtornos nos padrões básicos de chuva, derretimento de geleiras, urbanização excessiva,globalização, hiperconsumo, crescimento demográfico e econômico. Cada um destes fatores constitui, para as Nações Unidas, os desafios iminentes que exigem respostas da humanidade.

     A margem de manobra é estreita. Nada indica que os tomadores de decisão estão dispostos a modificar o rumo de suas ações. A mudança climática colocou uma agenda que as multinacionais, os bancos e o sistema financeiro resistem a aceitar. Seguem destruindo, em benefício próprio e contra a humanidade. Ante a cegueira das multinacionais, a solidariedade internacional e o lançamento daquilo que se chamou na França de “um efeito mariposa” em torno da problemática da água são duas respostas possíveis para frear a seca mundial.

Eduardo Febbro - De Paris
Tradução: Katarina Peixoto
(Adaptado de www.cartamaior.com.br)

O emprego dos dois-pontos em “O mercado que enxergam diante de si é colossal:" (2º parágrafo) indica o seguinte:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    Os dois pontos ou dois-pontos (:) são um sinal de pontuação. Indicam um prenúncio, comunicam que se aproxima um enunciado. Correspondem a uma pausa breve da linguagem oral e a uma entoaçãodescendente (ao contrário da entoação ascendente da pergunta). Anunciam: ou uma citação, ou uma enumeração, ou um esclarecimento, ou uma síntese do que se acabou de dizer.

  • Primeiramente identifiquemos no texto o trecho.

    "O mercado que enxergam diante de si é colossal: um bilhão de seres humanos não têm acesso à água potável e cerca de três bilhões de seres humanos carecem de banheiro".

    Obviamente quando o locutor impõe argumentos exemplificativos, tem como objetivo reforçar sua tese, ratificar seu ponto de vista.

    Ratificar= confirmar, reforçar

  • BASTA SUBSTITUIR OS ''DOIS PONTOS'' POR ''POIS'':

    "O mercado que enxergam diante de si é colossal, pois um bilhão de seres humanos não têm acesso à água potável e cerca de três bilhões de seres humanos carecem de banheiro".

    RATIFICOU SEU PONTO DE VISTA -> CONFIRMOU O QUE FOI DITO, POR MEIO DE UMA CONCLUSÃO DO PENSAMENTO.

  • GABARITO: LETRA D

    ACRESCENTANDO:

    Usos dos Dois Pontos: Exemplos

    1. Nas explicações ou esclarecimentos

    O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.

    2. Nas sínteses ou resumos

    No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

    3. Nos discursos diretos

    Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

    4. Nas citações

    Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

    5. Nas enumerações

    Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

    6. Nos exemplos

    O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

    7. Após vocativos

    Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/


ID
1112029
Banca
FCC
Órgão
TRF - 3ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O barulho é um som de valor negativo, uma agressão ao silêncio ou simplesmente à tranquilidade necessária à vida em comum. Causa um incômodo àquele que o percebe como um entrave a seu sentimento de liberdade e se sente agredido por manifestações que não controla e lhe são impostas, impedindo- o de repousar e desfrutar sossegadamente de seu espaço. Traduz uma interferência dolorosa entre o mundo e o eu, uma distorção da comunicação em razão da qual as significações se perdem e são substituídas por uma informação parasita que provoca desagrado ou aborrecimento.
O sentimento do barulho surge quando as sonoridades do ambiente perdem sua dimensão de sentido e se impõem como uma agressão irritante, da qual não há como se defender. Mas esse sentimento põe em relevo um contexto social e a interpretação que o indivíduo faz do ambiente sonoro em que se encontra. Às vezes o mesmo som é inversamente percebido por outra pessoa como um invólucro que lhe é indiferente. No limite, o barulho constante das ruas acaba sendo abafado, ao passo que os excessos sonoros dos vizinhos são percebidos como indesejáveis e como violações da intimidade pessoal. Os barulhos produzidos por nós mesmos não são percebidos como incômodo: eles têm um sentido. Quem faz barulho são sempre os outros.
O sentimento do barulho se difundiu, sobretudo, com o nascimento da sociedade industrial - e a modernidade o inten- sificou de maneira desmesurada. O desenvolvimento técnico caminhou de mãos dadas com a penetração ampliada do barulho na vida cotidiana e com uma crescente impotência para controlar os excessos. À profusão de barulhos produzidos pela cidade, à circulação incessante dos automóveis, nossas socie- dades acrescentam novas fontes sonoras com os televisores ligados e a música ambiente que toca no interior das lojas, dos cafés, dos restaurantes, dos aeroportos, como se fosse preciso afogar permanentemente o silêncio. Nesses lugares troca-se a palavra por um universo de sons que ninguém escuta, que enervam às vezes, mas que teriam o benefício de emitir uma mensagem tranquilizante. Antídoto ao medo difuso de não se ter o que dizer, infusão acústica de segurança cuja súbita ruptura provoca um desconforto redobrado, a música ambiente tornou-se uma arma eficaz contra certa fobia do silêncio. Esse persistente universo sonoro isola as conversas particulares ou encobre os devaneios, confinando cada um em seu espaço próprio, equivalente fônico dos biombos que encerram os encontros em si mesmos, criando uma intimidade pela interferência sonora assim forjada em torno da pessoa.
Nossas cidades são particularmente vulneráveis às agressões sonoras; o barulho se propaga e atravessa grandes distâncias. As operações de liquidação do silêncio existem em abundância e sitiam os lugares ainda preservados, incultos, abandonados à pura gratuidade da meditação e do silêncio. A modernidade assinala uma tentativa difusa de saturação do espaço e do tempo por uma emissão sonora sem fim. Pois, aos olhos de uma lógica produtiva e comercial, o silêncio não serve para nada, ocupa um tempo e um espaço que poderiam se beneficiar de um uso mais rentável.

(LE BRETON, David. O Estado de S. Paulo, Aliás, 2 de junho de 2013, com adaptações)


Os barulhos produzidos por nós mesmos não são percebidos como incômodo: eles têm um sentido. (2º parágrafo)

As relações estabelecidas na transcrição acima permitem afirmar que o segmento introduzido pelos dois-pontos tem valor

Alternativas
Comentários
  •  Qual é a causa desses barulhos? deles terem sentidos. Letra C. 

  • Os barulhos produzidos por nós mesmos não são percebidos como incômodo(porque,uma vez que...)eles têm um sentido...

    uma das funçoes dos dois pontos é separar as oraçoes coord. explicativas e as subordinativas causais.
  • O mundo precisa de questões como essa s2

  • Os barulhos produzidos por nós mesmos não são percebidos como incômodo, (pois - uma vez que - já que - dado que) eles têm um sentido.

  • c-

    Os barulhos produzidos por nós mesmos não são percebidos como incômodo porque/uma vez que/por causa de que eles têm um sentido.


ID
1116301
Banca
FCC
Órgão
TRT - 19ª Região (AL)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto III


Este caderno de Jorge de Lima bem que se poderia chamar "as impressões dum homem que esteve no cárcere". E são estes poemas mesmo um canto comovido à terra de que ele esteve segregado. E há neles qualquer coisa das surpresas e dos espantos que sofre um homem que tudo via em névoa, ao sair de uma operação de catarata. As cores como que vivem com outra intensidade.
Tudo isso nos versos de Jorge de Lima está contado com muita força e comoção. Da boa e legítima comoção que é a que vem da simplicidade, que é a que sai das fontes mais preciosas do coração. [...]
É vinda de dentro da terra, da vida sentimental do Nordeste, a maior parte dos poemas desse caderno. Quem os escreveu fez como um desterrado que a saudade conduziu ao retorno. E que voltasse com todos os sentidos atacados de fome. E se encontra o Nordeste por toda a parte em seus poemas. [...] É ainda no caráter puramente regionalista de sua poesia que se distingue o Sr. Jorge de Lima. Porque o seu regionalismo não é um limite à sua emoção e não tem por outra parte o caráter de partido político daquele que rapazes de S. Paulo oferecem ao país com as insistências de anúncios de remédio. O regionalismo do jovem poeta nordestino é a sua emoção mais que a sua ideologia. O Nordeste não vem em sua poesia como um tema ou uma imposição doutrinária, vem como a expressão lírica de um nordestino evocar a sua terra.



(Nota preliminar a Poemas escolhidos. REGO, José Lins do. in: LIMA, Jorge de. Poesias completas. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1974, vol. I, p. 140-142)


Texto IV


Já uma vez me afoitei a sugerir esta ideia: a necessidade de reconhecer-se um movimento distintamente nordestino de renovação das letras, das artes, da cultura brasileira - movimento dos nossos dias que, tendo se confundido com a expansão do muito mais opulento "modernismo" paulista-carioca, teve, entretanto, condições próprias - "ecológicas", poderia dizer-se com algum pedantismo - de formação, aparecimento e vida.
Desse "movimento do Nordeste" pode-se acrescentar que foi uma espécie de parente pobre, capaz de dar ao rico valores já quase despercebidos de outras partes do Brasil e necessitados apenas dos novos estímulos vindos do Sul e do estrangeiro para se integrarem no conjunto de riqueza circulante e viva constituída por elementos genuinamente brasileiros, essenciais ao desenvolvimento da nossa cultura em expressão honesta do nosso ethos, da nossa história e da nossa paisagem e em instrumento de nossas aspirações e tendências sociais como povo tanto quanto possível autônomo e criador. [...]
Experiência brasileira não falta a Jorge de Lima: ele é bem do Nordeste. Não lhe falta o contato com a realidade afro-nordestina. E há poemas seus em que os nossos olhos, os nossos ouvidos, o nosso olfato, o nosso paladar se juntam para saborear gostos e cheiros de carne de mulata, de massapê, de resina, de muqueca, de maresia, de sargaço; para sentir cores e formas regionais que dão presença e vida, e não apenas encanto literário, às sugestões das palavras: que parecem lhes dar outras condições de vida além da tecnicamente literária. [...]
Jorge de Lima, um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, [...] põe o estrangeiro que se aproxima da poesia brasileira em contato com uma das nossas maiores riquezas: a interpretação de culturas, entre nós tão livre, ao lado do cruzamento de raças. Dois processos através dos quais o Brasil vai-se adoçando numa das comunidades mais genuinamente democráticas e cristãs do nosso tempo.



(Nota preliminar a Poemas negros. FREYRE, Gilberto in: LIMA, Jorge de. Poesias completas. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1974, v. I, p. 157 e 158)


... em contato com uma das nossas maiores riquezas: a interpretação de culturas, entre nós tão livre...

O segmento introduzido pelos dois-pontos, no final do Texto IV, tem sentido

Alternativas
Comentários
  • Explicativo...Especificando o que é dito anteriormente.:)

  • USO DOS DOIS PONTOS

    - para indicar uma citação alheia ou própria;

    - para enumeração;

    - para introduzir uma explicação (ou seja, explicar o que foi dito anteriormente)

  • VIU DOIS PONTOS, VC JÁ SABE QUE É EXPLICAÇÃO.

    GAB.(D)

    OBRIGADO JESUS.

    JESUS É O ÚNICO CAMINHO........DEUS ABENÇOE A TODOS

  • põe o estrangeiro que se aproxima da poesia brasileira em contato com uma das nossas maiores riquezas: a interpretação de culturas, entre nós tão livre, ao lado do cruzamento de raças. 

  • "põe o estrangeiro que se aproxima da poesia brasileira em contato com uma das nossas maiores riquezas, que é a interpretação de culturas, entre nós tão livre, ao lado do cruzamento de raças."

  • O uso de dois-pontos

     

    Marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:

     

    - Marca o discurso direto.

    - Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.

    - Para anunciar uma citação.

    - Para anunciar uma enumeração.

    - Antes de orações apositivas.

    - Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

    - Na invocação das correspondências.

     

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ID
1119589
Banca
CEPERJ
Órgão
Rioprevidência
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FALTA DE NEUTRALIDADE NA WEB FARÁ INTERNAUTA PAGAR “MAIS PEDÁGIOS”

Após tantos anos de debate, deve ser ?nalmente votado o projeto do Marco Civil da Internet. Ao longo das discussões, tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social: são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo.

Um dos pontos básicos do projeto – e o que mais está em risco – refere-se à neutralidade de rede. Parece um conceito reservado apenas à compreensão dos técnicos, distante dos interesses dos tantos milhões de internautas, mas é o oposto. Esta é a chave para a manutenção da internet livre e aberta como tem sido até agora. Se o tratarmos como um tema para experts, sem decifrar este “enigma”, corremos o risco de deixar os detentores da infraestrutura de banda larga (as empresas telefônicas) intervir como quiserem no livre ?uxo de criação de sites e dados, mudando assim o espírito da igualdade dos conteúdos, serviços e negócios inovadores na rede.

Não é tão complicado como parece. Os serviços e redes de telecomunicações funcionam como uma malha de ruas e estradas, por onde trafegam os “carros” (os internautas) por todos os sites disponíveis (conteúdos jornalísticos, de entretenimento, além de serviços como e-mails, redes sociais etc.). As empresas telefônicas cobram dos internautas para trafegarem na internet em diferentes velocidades, de acordo com o plano que cada um quer ou pode pagar.

Segundo pesquisa da Mesuring Information Society, hoje 45% dos lares brasileiros pagam mensalidades a estas empresas de banda larga. Até aí, tudo bem: atualmente, após pagar o “pedágio”, o internauta pode trafegar livremente pelas “estradas” que preferir, com acesso a todos os serviços e conteúdos. A regra da neutralidade de redes garante que as condições de acesso aos sites sejam iguais, sem privilégio a nenhum serviço ou conteúdo. A única limitação é o limite de velocidade contratado.

Mas as empresas telefônicas, além de cobrarem dos usuários pelo limite de velocidade, querem cobrar em função de onde e o que o carro está fazendo, ou seja, querem poder intervir também na navegação dos internautas e na sua liberdade de escolha dos conteúdos, favorecendo os seus parceiros ou os que puderem pagar mais.

Por meio de mudanças aparentemente sutis no texto original do relator, buscam alterar radicalmente o espírito da internet livre. Impor barreiras ou prioridades para o acesso a determinados conteúdos é limitar a liberdade de acesso à informação. É tornar a internet uma rede limitada. Com a neutralidade é possível ao internauta alugar um “carro” com o tamanho e potência de motor que escolher, sendo-lhe reservado o direito de ir e vir. Se o lobby das empresas telefônicas prevalecer, o carro alugado circulará apenas por determinados locais de?nidos por elas, ou então mediante o pagamento de mais pedágios.

Convém não esquecer também de outra questão colocada no Marco Civil, que é a retirada dos conteúdos da internet. Hoje, quem produz e divulga conteúdos responsabiliza-se por eles, inclusive em juízo.

Quando se trata de inserção de conteúdos em plataformas de terceiros, o responsável pela plataforma é obrigado a retirar do ar um conteúdo tão logo receba uma ordem judicial com esta determinação ou, mesmo sem ordem judicial, por violação de suas políticas de uso, como é o caso de conteúdos postados que tenham conotação evidentemente criminosa, como pedo? lia. Mas algumas instituições sugerem a retirada do conteúdo mediante o simples pedido de um interessado, sem que o responsável pela plataforma tenha segurança de estar agindo da forma justa e correta.

É como se a editora de livros fosse obrigada a retirar partes de uma publicação mediante a simples comunicação por um interessado que sequer precisa ter qualquer relação de propriedade intelectual com a matéria publicada. É necessário, neste ponto, aprofundar a discussão dos requisitos mínimos para retirada de um conteúdo antes que passe a vigorar tal dispositivo, de modo a não colocar em risco valores sociais inegociáveis, como a liberdade de expressão.

Espera-se que a Câmara exerça a sua função de forma independente de interesses econômicos desmesurados, de modo que tal lei represente a vontade da sociedade, especialmente dos internautas, em prol da neutralidade. Só assim teremos a proteção de todos contra interferências das operadoras de telecomunicações no conteúdo que acessamos, sejam jornalísticos ou vídeos, redes sociais, e-mails, comércio eletrônico etc. Não vamos deixar que as empresas de telecomunicações restrinjam o desenvolvimento da internet.

EDUARDO F. PARAJO
(Adaptado de http://tecnologia.uol.com.br/)



No primeiro parágrafo, os dois-pontos podem ser substituídos por um conectivo com o valor semântico de:

Alternativas
Comentários
  • Os 105 milhões de internautas no Brasil são a causa da importância da Internet como meio de expressão de expressão social.

    Substituindo os dois pontos pelo conectivo:

    (...) a importância da internet como meio de expressão social porque são 105 milhões de internautas (...).

    Alternativa A

  • Letra A-

    causa

    porque, pois, por, porquanto, dado, visto, como

    por causa de, devido a, em vista de, em virtude de, em face de, em razão de, já que, visto que, uma vez que, dado que


  • Pra tirar a "prova real" ,é só substituir os dois pontos por conectivos q introduzem uma O. S. Adv. causal ( porque, visto que, uma vez que, como, na medida em que.....)

  • COMO - no início do período e com valor de porque ou já que é uma conjunção subordinativa causal; é o motivo da ideia principal.

    COMO não tem valor semântico de consequência.

  • Como são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo, tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social. 

    A consequência da importância da internet foi a quantidade de interneutas. A quantidade de internautas causou a importância. 
  • são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo.  (CAUSA)

    tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social:  (CONSEQUÊNCIA)

    Já que são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo, a importância da internet como meio de expressão social tornou-se ainda mais óbvia.   (a conjunção está iniciando a oração subordinada adverbial causal)

    Para ser uma oração subordinada adverbial consecutiva (ideia de consequência), a conjunção deve iniciar a oração subordinada adverbial consecutiva. Dessa forma:
    São 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo, por isso; de modo que; de forma que a importância da internet como meio de expressão social tornou-se ainda mais óbvia.
  • Primeiramente identifiquemos o período correspondente  aos "dois pontos" no texto.

    "Ao longo das discussões, tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social: são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo."

    Observem a analogia:

    A internet é importante, porque dados mostram que são 105 milhões de internautas .........

    A relação mantida é de causa. 




  • Gabarito. A. 

    Causa pois indicam a causa e a consequência.

  • Esse Kiko tá ficando inteligente.............rsrs!!!!

  • Causal, pois teria um valor equivalente à porque, pios, visto que, etc.

  • Causa

    Ao longo das discussões, tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social

  • As conjunções subordinativas causais dão ideia de causa e consequência, ou seja, uma ação gera um resultado ou um fato faz com que outro ocorra. Essa relação é claramente observada no trecho do texto analisado.

  • Dica: para gravar as conjunções, não todos mas grande parte, utilizei uma musiquinha que tem no YouTube que é fantástica.. Já matei mta questão em prova por nunca ter esquecido essa música.  Para os q acham q não conseguem gravar: " nunca ache q é impossível fazer algo sem ao menos tentar"! 


    ► 1:55► 1:55www.youtube.com/watch?v=ReYu3-iTa5028/05/2011 - Vídeo enviado por helenadallortoALGUMAS conjunções subordinadas para BASE de estudo. Não canto, não leciono ...Bons estudos galera!!! 
  • Causa é motivo, está voltada para o passado e antecede o fato principal: 

    Ao longo das discussões, tornou-se ainda mais óbvia a importância da internet como meio de expressão social: são 105 milhões de internautas no Brasil e cerca de dois bilhões no mundo.  Qual a causa, qual o motivo da importância da Internet como meio de expressão social? 

  • a-

    quando puder substituir 2 pontos ou ponto-e-virgula por "porque", é porque estao expressando causa

  • GABARITO: LETRA A

    Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

    Por exemplo:

    Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.

    Como não se interessa por arte, desistiu do curso.

    FONTE: https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf86.php


ID
1127383
Banca
FCC
Órgão
TRT - 19ª Região (AL)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

              Errância

              Só porque
               erro
              encontro
              o que não se
              procura

              só porque
               erro
              invento
              o labirinto

               a busca
              a coisa
              a causa da
              ;procura

              só porque
              erro
              acerto: me
              construo

              Margem de
               erro: margem
              de liberdade.

                            (FONTELA, Orides, Poesia Reunida, São Paulo, CosacNaify, 2006, p. 202)


Considere as afirmações abaixo.

I. A terceira estrofe do poema (A busca / a coisa / a causa da / procura) pode ser entendida como uma explicação do que seja o labirinto.
II. Nas duas últimas estrofes, os dois-pontos introduzem não apenas uma explicação, mas também uma consequência do que é dito anteriormente.
III. Em prosa, mantendo-se a correção e o sentido, as duas primeiras estrofes podem ser reescritas do se- guinte modo: “Só porque erro, encontro, o que não se procura só, porque erro invento, o labirinto”.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Quanto ao item I, não entendi como se referindo ao labirinto. Alguém poderia me ajudar?

  • Questão difícil. Passando para o texto  para prosa, acho que ficaria assim: 

    Itens I e III: Só porque  erro,  encontro  o que não se  procura,  só porque  erro,  invento  o labirinto: (O que seria?)   a busca,   a coisa,   a causa da  procura.

    Item II:  

      Só porque erro, acerto: (vai explicar porque erro->acerto. Essa explicação também é a consequência, a minha construção pessoal ) me construo .

    Margem de  erro: margem de liberdade.  (Tenho liberdade para poder errar)

  • Natalia Oliveira, não é que vc "não entendeu". Na verdade, vc, assim como eu, não entende a terceira estrofe como se referisse a "labirinto". É interpretação de texto. Tem gente que entende que se refere a labirinto. A FCC também entendeu assim. Paciência... 

    Detalhe: uma vez (dentre muitas) pegaram um poema do Drummond e colocaram numa prova de interpretação de texto, em um vestibular da vida. Depois do gabarito deram a prova para o autor do poema "resolver" as questões. Ele afirmou: se eu tivesse feito essa prova teria errado algumas respostas.

    A banca deveria ter mais cuidado com essas interpretações de texto que têm ampla margem de subjetivismo, principalmente quando se trata de poemas. Se poemas tivessem um entendimento único, não teriam graça alguma.

    Abraços e bons estudos a todos.

  • No item III, a vírgula não pode ficar posposto ao verbo invento,pois estará separando a ordem direta,que é regra essecial à pontuação,Somente teriamos essa vírgula caso o complemento estivesse deslocado.


     

    Quem é que inventa?Eu





    Eu invento o quê?O labirinto


  • o item I é o próprio labirinto, agora venha a FCC dizer que não. Essa é minha subjetividade kkkk

  • Resposta: Letra A.

    Eeeeeita, quanta subjetividade nessa questão! Adoro questões assim, nas quais a banca decide deliberadamente qual será a resposta. Deixa eu ver se eu compro um aparelho pra adivinhar o que se passa no imaginário dos examinadores.

  • Subjetivismo total!!!! Até desanima uma questão dessa.

  • Todas as questões de português poderia ser como essa. Difícil, subjetiva, para nós forçar a ir no limite da reflexão e imaginação.

  • Se você observar: As palavras: A busca; a causa da procura... Primeiro pense na palavra labirinto. Quando se está em o que se procura encontrar, o que se busca? Óbvio que é a saída. Então labirinto é o motivo da busca e a causa da procura. Questão top! Amei!!! FCC show!!!


ID
1146640
Banca
FCC
Órgão
TRT - 5ª Região (BA)
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                        "Te embalarei com uma canção sentida."

            Senta-te aqui ao meu lado, amiga, e te contarei uma história. Faz tempo que não te conto uma história na beira deste cais. A noite está cheia de estrelas, são homens valentes que morreram. Senta-te aqui, dá-me tua mão, vou te contar a história de um homem valente. Vês aquela estrela lá longe, mais além do navio fundeado, mais além do forte velho, da sombra das ilhas? Deve ser ele iluminando o céu da Bahia. [...]
            Já viste da beira do cais o vento noroeste se despenhar sobre a cidade e o mar, levar embarcações, desatracar navios, mudar o rumo de transatlânticos, transformar a cor das águas? É rápido, inquietante, belo, quase irreal. Dura um instante na medida do tempo. Mas, mesmo depois que o noroeste passa e volta a calmaria, fica a sua lembrança e é impossível esquecê-lo porque tudo mudou na face das coisas: é outra a fisionomia do cais e o ar que se respira é mais puro. Assim, negra, foi Castro Alves. Tinha a força do vento noroeste, o seu ímpeto, a sua violência. Tinha a sua beleza também. E deixou o ar mais puro, a sua lembrança imortal.
            Tinha a precocidade desses moleques de rua a quem acaricias a cabeça e dos quais te contei a história. Começou muito moço e muito moço terminou. Foi o mais belo espetáculo de juventude e de gênio que os céus da América presenciaram.
            No tempo que andou nestas e noutras ruas, disse tantas e tão belas coisas, amiga, que sua voz ficou soando para sempre e é cada vez mais alta e cada vez mais a voz de centenas, de milhares, de milhões de pessoas. É a sua voz, negra, é a voz do cais inteiro e da cidade lá atrás também. Falou por todos nós como nenhum de nós falaria. É ainda hoje o maior e o mais moço de todos nós.
            No teatro grande lá de cima ouviste certa vez uma numerosa orquestra. Lembras-te da hora em que os músicos se juntaram todos num esforço supremo e produziram com os seus instrumentos e com sua virtuosidade uma nota mais alta que todas, que todas mais bela, nota que ficou soando na sala mesmo após a saída dos espectadores? Pois assim foi Castro Alves. Há momentos no mundo em que todas as forças de uma nação se conjugam e, como uma nota mais alta que todas, aparece, tranquilo e terrível, demoniacamente belo, justo e verdadeiro, um gênio. Nasce dos desejos do povo, das necessidades do povo. Nunca mais morre, imortal como o povo.
            Este, cuja história vou te contar, foi amado e amou muitas mulheres. Vieram brancas, judias e mestiças, tímidas e afoitas, para os seus braços e para o seu leito. Para uma, no
entanto, guardou ele as melhores palavras, as mais doces, as mais ternas, as mais belas. Essa noiva tem um nome lindo, negra: liberdade.
            Vê no céu, ele brilha, é a mais poderosa das estrelas. Mas o encontrarás também nas ruas de qualquer cidade, no quarto de qualquer casa. Seja onde for que haja jovens, corações pulsando pela humanidade, em qualquer desses corações encontrarás Castro Alves.
            Dá-me agora tua mão direita, ouve o ABC do poeta.



            Obs.: Ortografia atualizada segundo as normas vigentes.
            (Jorge Amado. ABC de Castro Alves; 14. ed. São Paulo: Martins, 1968. p. 15-17)


... e é impossível esquecê-lo porque tudo mudou na face das coisas: é outra a fisionomia do cais e o ar que se respira é mais puro. (2º parágrafo)

A afirmativa introduzida pelos dois-pontos deve ser entendida como

Alternativas
Comentários
  • Fiquei em dúvida entre a C e a D. Não marquei a D porque supus que a enumeração já foi dita anteriormente, quando o texto fala em "[...]levar embarcações, desatracar navios[...]".

  • Resposta: Letra C.


    Funções dos dois pontos:

    1) Introduzir uma enumeração

    2) Introduzir uma citação

    3) Introduzir uma explicação


    Em nosso caso, seria a função 3, está introduzindo uma explicação, de forma que detalha e define o que seria a "face das coisas".

  • Que m***** de questão é essa


ID
1157575
Banca
FGV
Órgão
FUNARTE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                    Brasileiro, Homem do Amanhã

(Paulo Mendes Campos)


          Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um jeito; a capacidade de adiar.
          A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida, no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso.
          Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira.
          Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível, também adiada).
          Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado: proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde, só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do Carnaval; no ano que vem.
          Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil.
          Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares de Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje, postulando a Deus prazos mais confortáveis.
          Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com um furor disciplinado, o espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida.
          O brasileiro adia, logo existe.
          A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. A verdade é que já está nos manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra. Entre poucos endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico:

                    Palavras

          Hier: ontem
          Aujourd’hui: hoje
          Demain: amanhã
          A única palavra importante é “amanhã”.
          Ora, este francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio para a semana que vem.


O emprego dos dois pontos (:) mostra uma finalidade diferente das demais no seguinte segmento do texto:

Alternativas
Comentários
  • Não entendi...alguém explica?

  • A questão parece possuir duas alternativas corretas: A e D.

    A alternativa A traz os dois pontos antes de aposto enumerativo.

    A alternativa D PARECE que traz os dois pontos antes de uma citação.


    Então por que a letra D está errada? Alguém poderia me ajudar?

  • A letra D é uma citação, notem que a expressão "Se eu morrer amanhã" está entre aspas.

    As outras alternativas correspondem a enumerações.

    Resposta D.

  • Caros amigos,

    A questão é que devemos interpretar a citação do refrão como uma explicação/restrição de que refrão é esse do qual se fala.

  • Usei um raciocínio simples: a primeira frase (da alternativa A) enumera algo; as demais, explicam.

  • A d não explica, é uma citação. Esta questão é, no mínimo, mal formulada.

  • Resposta: Letra A.

    De fato, a questão apresenta duas respostas corretas; sendo a letra D uma citação, diferente das outras alternativas, cujos dois pontos iniciam oração que explica termo anterior.

    Letra D também está correta.

  • Os dois pontos na letra A enunciam uma enumeração??? Tá de sacanagem, né!?
    Na letra A, os dois pontos iniciam a explicação do "tudo". 

    O que é esse "tudo" que adiamos?
    É "o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham".

    TMNC essas merdas de questões de português da FGV!
    O mais foda é a arrogância dos que defendem o gabarito.

  • Gente, mas na letra A "o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham" não estão explicitando o que é o "TUDO"?

  • letra a. 

     

    O emprego dos dois pontos (:) mostra uma finalidade diferente das demais no seguinte segmento do texto:

     

    a) “Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham”; - ENUMERAÇÃO  (O QUE VEM ANTES DA VIRGULA DIFERE DO QUE VEM DEPOIS DA MESMA) 

     

    b) “Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil”; EXPLICAÇÃO 

     

    c) “Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira;

    EXPLICAÇÃO 

     

    d) “Já Álvares de Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”; EXPLICAÇÃO  (não é citação) 

     

    e) “A coisa deu em reflexo condicionado: proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto...”. EXPLICAÇÃO 

  • Odeio a FGV

  • a d é uma citaçao q absurdo

     

  • A questão D explica qual é o refrão.Não se leva em conta se é citação ou não

     


ID
1166638
Banca
VUNESP
Órgão
PC-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

         A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imunológica melhor a essa medida, similar _____________.

Os dois-pontos empregados na frase apresentada têm a mesma função que em:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    No enunciado, o sinal de dois pontos é usado para explicar uma ideia anteriormente citada, no caso, explicar qual é o "dado curioso".

    A-Correta.Explica o que é o "sal da vida".
    B-Incorreta. Sinal de dois pontos empregado para Iniciar fala.
    C-Incorreta. Sinal de dois pontos empregado para Iniciar fala.
    D-Incorreta. Sinal usado para enumerar ideia anterior.
    E- Incorreta. Sinal usado antes de citação.

    Bons estudos!

  • a) explicação

    b) c) e) citação direta

    d)  enumeração

     

  • USO DE DOIS-PONTOS

    1. Antes de uma citação direta.
    2. Antes ou depois de enumeração.
    3. Antes de ideia explicativa ou conclusiva.


    B), C) e E) -> CITAÇÃO DIRETA.

    A) explicação -> GABARITO

    D) enumerção.

  • Introduzir sentença comprobatória à anterior.

    Gabarito A

  • Assertiva A

    A obra fala sobre o que é o ‘sal da vida’: não sentir culpa por se dar o direito ao descanso e de perceber os raros encantos simples da vida.

    (ISTOÉ, 15 de janeiro de 2014)" Explicativo"


ID
1171027
Banca
VUNESP
Órgão
PC-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Retratos de família

      FOTOGRAFIAS: haverá coisa mais preciosa? Em tempos arcaicos, talvez. A minha avó costumava contar que o maior tesouro que trouxe da casa dos pais eram as fotos de família. Álbuns com fotos em preto e branco algumas coloridas (manualmente, claro) e impressas em cartão grosso. Todas elas insubstituíveis. Estranho tempo, esse, em que os retratos valiam tanto como ouro.
      Hoje vivemos o supremo paradoxo: nunca se tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram tão pouco valor.
      O jornal “Guardian” avisa que 2014 será o ano em que o mundo vai bater recordes no número de fotos tiradas: qualquer coisa como 3 trilhões. Esse excesso não pode ser coisa boa: a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.
      Uma amiga, aliás, contava-me há tempos uma história instrutiva: em três anos de maternidade, ela acumulara mais de mil fotos do primogênito. Até descobrir que não tinha nenhuma para mostrar em papel ou em moldura permaneciam todas na memória do laptop, ou na câmera, ou no celular. À espera de melhores dias.
     Três trilhões de fotos para 2014, diz o “Guardian”. E, no fim de contas, é como se o mundo não tirasse uma única foto que realmente importe.

(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 07 de janeiro de 2014)

Considere o trecho a seguir.

Esse excesso não pode ser coisa boa: a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

Mantendo-se as relações de sentido do texto, os dois-pontos podem ser corretamente substituídos por

Alternativas
Comentários
  •  Esse excesso não pode ser coisa boa , pois (ou porque = introduz uma explicação) a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

  • POIS - antes de verbo(explicação) POIS - DEPOIS DO VERBO(CONCLUSÃO)

  • Gente, mesmo vocês não sabendo, você poderá deduzir "pois" porque é a única que não indica adversidade/restrição/oposição! :*

  • Paolla Ramos, pois não indica adversidade (se o sentido fosse de adversidade/oposição, se encaixaria o Mas ou Contudo), o pois pode ser Explicativo, Causa ou se vier deslocado e entre virgulas, conclusão.

    No exercicio ele esta Explicando.

  • Pode-se uitiliza os dois pontos antes de ideia explicativa ou conclusiva.

    Gabarito -> [b]

  • Qual a função sinal ":" (dois pontos)?

    Antecede frases que expressam: explicação, conclusão, enumeração e citação direta.

    As letras "A", "C" e "D" são conjunções adversativas e expressam a ideia de contraste (oposição).

     

    A letra "E", embora seja uma conjunção conlusiva, expressa a ideia de condição, portanto não substitui satisfatoriamente os dois pontos na passagem.

     

    A conjunção POIS se enquadra perfeitamente por ser a única das conjunções apresentadas que expressa a ideia de conclusão ou explicação.

     

    Gabarito: B 

  • Esse excesso não pode ser coisa boa, pois a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

    Esse excesso não pode ser coisa boa, uma vez que a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

    Esse excesso não pode ser coisa boa, já que a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

    Esse excesso não pode ser coisa boa, dado que a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

    Esse excesso não pode ser coisa boa, visto que a facilidade com que hoje se tiram fotos é diretamente proporcional à facilidade com que nos esquecemos delas.

  • Assertiva b

    pois.= (dois pontos)

  • GABARITO: LETRA B

    ACRESCENTANDO: 

    Usos dos Dois Pontos: Exemplos

    1. Nas explicações ou esclarecimentos

    O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.

    2. Nas sínteses ou resumos

    No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

    3. Nos discursos diretos

    Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

    4. Nas citações

    Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

    5. Nas enumerações

    Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

    6. Nos exemplos

    O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

    7. Após vocativos

    Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/

  • GAB. B

    pois.


ID
1171039
Banca
VUNESP
Órgão
PC-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a alternativa em que a função dos dois-pontos na frase está corretamente indicada entre parênteses.

Alternativas
Comentários
  • Dois pontos (:): é usado para indicar uma citação, explicação, enumeração ou sequenciação, a fala de um(a) personagem dentro de um discurso direto.

  • Dois-pontos ( : )

    O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:


    - Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.

    Por Exemplo:

    "Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz :
    – Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)


    - Para anunciar uma citação.

    Por Exemplo:

    Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
    Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."


    - Para anunciar uma enumeração.

    Por Exemplo:

    Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.


    - Antes de orações apositivas.

    Por Exemplo:

    Só aceito com uma condição: irás ao cinema comigo.


    - Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

    Exemplos:

    Marcelo era assim mesmo: não tolerava ofensas.
    Resultado: corri muito, mas não alcancei o ladrão.
    Em resumo: montei um negócio e hoje estou rico.



    - Na invocação das correspondências.


    Por Exemplo:

    Prezados Senhores:
    Convidamos todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa.
    Atenciosamente, 
    A Direção

    Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono31.php

  • Gabarito B

    Esta introduzindo a fala de Claudio, entre aspas até.

  • Senhores, nao seria necessário o uso de travessao ?

  • O erro da alternativa A é porque abriu a citação com aspas e não fechou?

  • Eu não vi na alternativa A o fechamento das aspas..vixi..rs

  • Questão meio capenga.

    Gabarito B, mas faltou o travessão sim


ID
1186975
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        As projeções sobre qual impacto o aquecimento global terá em relação à saúde das pessoas ainda são pouco precisas, principalmente quanto à incidência de doenças. Mas uma coisa é certa: a maior freqüência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, vai deixar populações, cujo destino será incerto, em situação de fragilidade ainda maior. O problema é que os estudos são pouco específicos sobre os países onde ocorrerão as maiores alterações climáticas. Sabe-se apenas que esses lugares sofrerão com o aumento das ondas de calor e das doenças respiratórias.
        Previsões sobre desnutrição, aumento de moléstias ligadas à água, como diarréias, são genéricas. Não há dúvidas de que haverá esse impacto na população, mas exatamente quando, onde e como não se sabe.

(O Estado de S.Paulo, 07.04.2007. Adaptado)


Atente para as afirmações:

I. A frase – As projeções sobre qual impacto o aquecimento global terá em relação à saúde das pessoas ainda são pouco precisas… – está corretamente reescrita em: As projeções sobre qual impacto o aquecimento global terá no que tange a saúde das pessoas ainda são pouco precisas.
II. Os dois pontos em – Mas uma coisa é certa: a maior freqüência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, vai deixar populações… – indicam explicação de idéia anteriormente enunciada.
III. Em – O problema é que os estudos são pouco específicos … – a palavra pouco expressa idéia de intensidade

Está correto apenas o contido em

Alternativas
Comentários
  • No que tange à saúde [...]

    Gabarito Letra E

  • No que tange à...
  • Quando tiver dúvida em relação à crase, trocar por palavra masculina e verificar se a preposição continua.

    No que tange à saúde / No que tange AO assunto

  • Assertiva E

    II e III.

  • Sobre:

    II. Os dois pontos em – Mas uma coisa é certa: a maior freqüência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, vai deixar populações… – indicam explicação de idéia anteriormente enunciada.

    Os dois pontos ( : )representam um sinal gráfico que faz parte dos sinais de pontuação.

    Na produção de textos, eles marcam uma breve pausa no discurso. Geralmente são utilizados antes de uma explicação ou esclarecimento, após vocativos, em sínteses ou resumos, citações, falas (discurso direto), enumerações, exemplos, dentre outros.

    Interessante observar que na matemática, os dois pontos correspondem ao sinal da divisão (44:2=22 - Lê-se: quarenta e quatro dividido por dois, igual a vinte e dois)

    USOS DOS DOIS PONTOS: EXEMPLOS

    Para compreender melhor o conceito desse sinal de pontuação e saber quando e como usá-lo, segue abaixo alguns exemplos:

    1 Nas Explicações ou esclarecimentos

    "O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.

    2 Nas sínteses ou resumos

    "No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

    3 Nos discursos diretos

    "Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

    4 Nas citações

    "Já dizia o poeta português Fernando Pessoa:Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

    5 Nas enumerações

    "Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

    6 Nos Exemplos

    "O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

    7 Após vocativos

    "Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

    Diferença entre Dois Pontos e Ponto e Vírgula

    A grande diferença entre o ponto e vírgula e os dois pontos é a pausa que eles oferecem à produção textual, uma vez que podem apresentar a mesma função dentro de um texto, por exemplo, de enumeração.

    Assim, o ponto e virgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que ponto, separando orações, ideias ou elementos textuais.

    Já os dois pontos, indicam uma pausa mais breve no discurso utilizado nos discursos diretos, explicações, citações, enumerações, dentre outros.

    Link: https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/

  • ►I. nesta frase, no que tange "a"+"a".

    ►II. dois-pontos na maioria dos casos está ligado à explicações, termos de natureza explicativa.

    ►III. troquem por "muito". Advérbios são invariáveis na maioria dos casos.


ID
1236511
Banca
FCC
Órgão
DPE-RS
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto
seguinte.


                Secretária

        Procuro um documento de que preciso com urgência. Não o encontro, mas me demoro a decifrar minha própria letra, nas notas de um caderno esquecido que os misteriosos movimentos da papelada pelas minhas gavetas fizeram vir à tona. Isso é o que dá encanto ao costume da gente ter tudo desarrumado. Tenho uma secretária que é um gênio nesse sentido. Perdeu, outro dia, cinquenta páginas de uma tradução que tanto me custou.
        Tem um extraordinário senso divinatório: rasga apenas o que é estritamente necessário guardar, mas conserva com rigoroso carinho o recibo da segunda prestação de um aparelho de rádio que comprei em S. Paulo em 1941. Isso fornece algumas emoções líricas inesperadas: quem não se comove de repente quando está procurando um aviso de banco e encontra uma conta de hotel de Teresina de quatro anos atrás, com a discriminação das despesas extraordinárias, inclusive uma garrafa de água mineral? Caio em estado de pureza e humildade: tomar uma água mineral em Teresina, num quarto de hotel, quatro anos atrás...
        Há também papéis de visão amarga, que eu deveria ter rasgado dez anos atrás; mas a mão caprichosa de minha jovem secretária, que os preservou carinhosamente, não será a própria mão da consciência a me apontar esse remorso velho, a me dizer que devo lembrar o quanto posso ser inconsciente e egoísta? Seria melhor talvez esquecer isso; e tento me defender diante desses papéis velhos que me acusam do fundo do passado. Não, eu não fui mau; andava tonto; e pelo menos fui sincero...
        Meus arquivos, na sua desordem, não revelam apenas a imaginação desordenada e o capricho estranho da minha secretária. Revelam a desarrumação mais profunda que não é de meus papéis, é da minha vida


(Adaptado de Rubem Braga, O homem rouco)

Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: E


ID
1237489
Banca
FCC
Órgão
TCE-PI
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos


        A pregação de um sermão e a publicação de uma ordem de delação faziam parte da rotina dos inquisidores medievais quando chegavam a uma nova localidade em seu itinerário. A ordem de delação, embrião do futuro édito da fé, não era tão minuciosa na descrição dos crimes - em uma sociedade onde predominava a comunicação oral, os inquisidores consideravam fundamental o papel do sermão. É apenas mais tarde que se inverte essa relação de dominação do édito pelo sermão - tendência tornada irreversível com a fundação da Inquisição espanhola. Com efeito, o édito não era apenas lido depois do sermão: ele era afixado à porta da igreja. Como suporte de comunicação, ele se torna cada vez mais importante, pois assegura uma definição clara dos delitos sob alçada da Inquisição. Não é surpreendente que, em uma sociedade onde as elites urbanas são progressivamente alfabetizadas, a publicação do édito se torne o ato central da fundação dos novos tribunais e das visitas de distrito, um ato que adquire uma tal autonomia que é utilizado todos os anos para reafirmar os contornos da jurisdição inquisitorial. Mas a publicação do édito, embora breve e subordinada nos séculos XIII e XIV, era acompanhada pela proclamação de um "tempo de graça" de que podiam se beneficiar todos os culpados dos delitos de heresia que se apresentassem espontaneamente para confessar suas faltas aos inquisidores. A publicação do tempo de graça, que se estendia geralmente até um mês, adquire uma tal rotina que é frequentemente incluída no protocolo final do édito - nesse caso, o édito passa a ser designado por "édito da graça".

(BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições: Portugal,
Espanha e Itália - séculos XV-XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 155 e 156)

As orientações da gramática normativa legitimam o que se afirma na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • a) ERRADO. Não se separa sujeito do predicativo do sujeito, a não ser que este venha deslocado. É possível colocar entre vírgulas um advérbio, entretanto, não é o caso da questão. Logo, neste caso esta sim comprometendo a correção da frase. Contudo, pode-se sim substituir os dois pontos por um travessão sem prejudicar a correção da frase, pois este pode substituir aquele quando há o intuito de destacar uma palavra, frase ou expressão

    b) CORRETO. ''os inquisidores consideravam fundamental quaisquer que fossem os temas do sermão''. A oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva restritiva e a função sintática do pronome relativo ''que'' é de predicativo do sujeito. Neste caso, quaisquer equivale a adjunto adnominal o qual deverá concordar com o núcleo do sujeito, para evidenciar isso, basta colocar na seguinte ordem : Quaisquer temas do sermão fossem...''. 

    c) ERRADO. Pois, o núcleo do sujeito é ''publicação'' e é com este que o verbo deve concordar.''A publicação dos éditos se torne o ato central..''

    d) ERRADO. O correto seria inclui

    e) ERRADO. Pois, o sujeito é ''essa relação de dominação do édito pelo sermão'' e se o núcleo do sujeito -relação- passar para o plural, o verbo deverá concordar com o mesmo. ''que se invertem essas relações...''


    Caso tenha algo errado, retifiquem por favor!

    Bons estudos!

  • Conforme comentário da Patrícia a resposta A também está certa porque uma das alterações está comprometendo a correção da frase e é justamente isto que o enunciado afirma: a inclusão de vírgula depois da palavra apenas e a substituição dos dois-pontos por um travessão comprometeriam a correção da frase.

    Questão deveria ser anulada.
  • Abrão, 

    Para a assertiva a estar correta  os dois casos deveriam comprometer a correção da frase, entretanto, não é isto que ocorre. 

    A conjunção e é aditiva, ou seja, há a necessidade das duas coisas acontecerem. Agora, se fosse utilizado a conjunção ou que é alternativa, a assertiva estaria correta pois bastaria apenas que um caso comprometesse a correção da frase.

  • Gabarito da questão: letra A

  • GABARITO DA BANCA: B)


ID
1249534
Banca
IDECAN
Órgão
AGU
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          50 anos depois

      [ ...] No cinquentenário da República, ninguém questionava a quartelada que derrubou o Império em 1889. Nos 50 anos do Estado Novo, poucos deram atenção ao período que transformou a economia e a sociedade brasileiras. Pois hoje, dia 31 de março de 2014, 50 anos depois do golpe militar, o Brasil é tomado de debates inflamados e de um surto incomum de memória histórica. [ ...]
      Houve avanços em quase todas essas áreas. Estabilizamos a moeda, distribuímos renda, pusemos as crianças na escola. As conquistas não são poucas, vieram aos poucos e estão longe de terminadas. Todas elas são fruto do ambiente livre, em que diferentes ideias podem ser debatidas e testadas. Todas são fruto, numa palavra, da democracia.
      Eis a principal diferença entre os dois Brasis, separados por 50 anos: em 1964 havia, à direita e à esquerda, ceticismo em relação à democracia; hoje, não mais. Se há pensamento autoritário no país, ele é minoritário. Nossas instituições democráticas deram prova de vitalidade ao promover o impeachment de um presidente, a condenação de corruptos poderosos no caso do mensalão e ao manter ampla liberdade de opinião e de expressão. A cada eleição, o brasileiro gosta mais da democracia.
      Nada disso significa, porém, que possamos considerá-la uma conquista perene e consolidada. Democracias jovens, como Venezuela, Argentina ou Rússia, estão aí para mostrar como o espectro do autoritarismo pode abalar os regimes de liberdade. A luta pela democracia e pelas liberdades individuais precisa ser constante, consistente e sem margem pa ra hesitação.

                              (Helio Gurovitz. Época, 31 de março de 2014. Adaptado.)


Em "Eis a principal diferença entre os dois Brasis, separados por 50 anos: em 1964 havia, à direita e à esquerda, ceticismo em relação à democracia; hoje, não mais.", quanto à utilização do sinal de dois pontos, é correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • DOIS-PONTOS ( : ) é utilizado:

    a) ao iniciar a fala dos personagens 
    Ex.:        Então o chefe comentou: 
           - Está ótimo!

    b) antes de apostos ou orações apositivas

    Ex:

         Cedilha: indica que o C tem som de SS.


    c) antes de enumerações

    Ex.:

           Meus amigos são poucos: Jorge, Ricardo e Alexandre.


    d) antes de sequência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.

    Ex:

          Eis a principal diferença entre os dois Brasis, separados por 50 anos (ideia anterior ao dois-pontos): em 1964 havia, à direita e à esquerda, ceticismo em relação à democracia; hoje, não mais (sequência de palavras que explicam a ideia anterior).


    c) antes de citação
    Ex.:

            Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”



    Gabarito: E

  • Errei muito já, mais hoje estou focada.

    Dois pontos :

    Anuncia fala de personagem

    Anuncia e explica citação da frase anterior.


    Letra: E

  • É isso aí Rianne. Força, Fé e Foco.

  • só falta estudar mais a diferença entre "Mais e Mas". =)

  • Dois pontos é um sinal de pontuação que marca uma ligeira suspensão no ritmo ou na entonação de uma frase não concluída.Dois pontos é um sinal de pontuação que marca uma ligeira suspensão no ritmo ou na entonação de uma frase não concluída.


ID
1256023
Banca
FUNCAB
Órgão
SEPLAG-MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        O recente interesse na regulamentação da astrologia como profissão oferece a oportunidade de refletir sobre questões que vão desde as raízes históricas da ciência até a percepção, infelizmente muito popular, de seu dogmatismo. Preocupa-me, e imagino que a muitos dos colegas cientistas, a rotulação do cientista como um sujeito inflexível, bitolado, que só sabe pensar dentro dos preceitos da ciência. Ela vem justamente do desconhecimento sobre como funciona a ciência. Talvez esteja aqui a raiz de tanta confusão e desentendimento.

        Longe dos cientistas achar que a ciência é o único modo de conhecer o mundo e as pessoas, ou que a ciência está sempre certa. Muito ao contrário, seria absurdo não dar lugar às artes, aos mitos e às religiões como instrumentos complementares de conhecimento, expressões de como o mundo é visto por pessoas e culturas muito diversas entre si.

        Um mundo sem esse tipo de conhecimento não científico seria um mundo menor e, na minha opinião, insuportável. O que existe é uma distinção entre as várias formas de conhecimento, distinção baseada no método pertinente a cada uma delas. A confusão começa quando uma tenta entrar no território da outra, e os métodos passam a ser usados fora de seus contextos.

        Portanto, é (ou deveria ser) inútil criticar a astrologia por ela não ser ciência, pois ela não é. Ela é uma outra forma de conhecimento. [...]

        Essa caracterização da astrologia como não ciência não é devida ao dogmatismo dos cientistas.É importante lembrar que, para a ciência progredir, dúvida e erro são fundamentais. Teorias não nascem prontas,mas são refinadas como passar do tempo, a partir da comparação constante com dados. Erros são consertados, e, aos poucos, chega-se a um resultado aceito pela comunidade científica.

        A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo prazo. (Modismos, claro, existem sempre.) Todos podem ter uma opinião, que será sujeita ao escrutínio dos colegas e provada ou não. E isso tudo ocorre independentemente de raça, religião ou ideologia. Portanto, se cientistas vão contra alguma coisa, eles não vão como donos da verdade, mas com o mesmo ceticismo quecaracteriza a sua atitude com relação aos próprios colegas. Por outro lado, eles devem ir dispostos a mudar de opinião, caso as provas sejam irrefutáveis.

         Será necessário definir a astrologia? Afinal, qualquer definição necessariamente limita. Se popularidade é medida de importância, existem muito mais astrólogos do que astrônomos. Isso porque a astrologia lida com questões de relevância imediata na vida de cada um, tendo um papel emocional que a astronomia jamais poderia (ou deveria) suprir.

         A astrologia está conosco há 4.000 anos e não irá embora. E nem acho que deveria. Ela faz parte da história das ideias, foi fundamental no desenvolvimento da astronomia e é testemunha da necessidade coletiva de conhecer melhor a nós mesmos e os que nos cercam. De minha parte, acho que viver com a dúvida pode ser muito mais difícil, mas é muito mais gratificante. Se erramos por não saber, ao menos aprendemos com os nossos erros e, com isso, crescemos como indivíduos. Afinal, nós somos produtos de nossas escolhas, inspiradas ou não pelos astros.

(GLEISER, Marcelo. Folha de São Paulo, 22 set. 2002)


O sinal de dois-pontos empregado em: “A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo prazo”. (§ 6) anuncia:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    Usos dos Dois Pontos: Exemplos

    1. Nas explicações ou esclarecimentos

    O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.

    2. Nas sínteses ou resumos

    No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

    3. Nos discursos diretos

    Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

    4. Nas citações

    Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

    5. Nas enumerações

    Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

    6. Nos exemplos

    O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

    7. Após vocativos

    Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/


ID
1282525
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Quando se olha para o que aconteceu no cenário cultural brasileiro durante a última década e meia, não há como escapar do impacto da tecnologia. Ela possibilitou a reorganização dos universos da música, dos filmes e dos livros. Motivou igualmente o surgimento das mídias sociais e das megaempresas que as gerenciam, além de democratizar e ampliar a produção em todas as áreas. Nunca se produziu tanto como agora.

As inovações tecnológicas modificaram completamente o debate sobre cultura, trazendo, para os próximos anos, ao menos três questões centrais. A primeira é a tensão entre as formas ampliadas de criatividade e os contornos cada vez mais restritos dos direitos autorais. Com a tecnologia, gerou-se um contingente maciço de novos produtores de conteúdo. Isso faz com que os limites do que chamamos “cultura” fiquem permanentemente sujeitos a contínuas “invasões bárbaras”, vindas dos recantos mais inusitados. Vez por outra, alguns casos simbólicos extraem essas tensões do cotidiano no qual elas ocorrem e as colocam num contexto jurídico, em que uma decisão precisa ser tomada.

O outro tema é o permanente conflito entre passado e futuro, exacerbado pela atual revolução tecnológica. Em seu livro mais recente, Retromania, o escritor e crítico inglês Simon Reynolds afirma que nosso atual uso da tecnologia, em vez de apontar novos caminhos estéticos, está criando um generalizado pastiche do passado. Vivemos num mundo onde todo legado cultural está acessível a apenas um clique. Uma das respostas inteligentes à provocação de Reynolds vem dos proponentes da chamada “nova estética”, como o designer inglês James Bridle: para eles, mesmo sem perceber com clareza, estamos desenvolvendo novos modos de representar a realidade, em que o “real” mistura-se cada vez mais a sucessivas camadas virtuais. O mundo está cheio de novidades. É só reeducar o olhar para enxergá-las, algo que Reynolds ainda não teria feito.

A tese de Reynolds abre caminho para o terceiro ponto. Na medida em que “terceirizamos” nossa memória para as redes em que estamos conectados (a nuvem), ignoramos o quanto o suporte digital é efêmero. Não existe museu nem arquivo para conservar essas memórias coletivas. Artefatos digitais culturais se evaporam o tempo todo e se perdem para sempre: são deletados, ficam obsoletos ou tornam-se simplesmente inacessíveis. Apesar de muita gente torcer o nariz à menção do Orkut, a “velha” rede social é talvez o mais rico e detalhado documento do período 2004-2011 no Brasil, já que registrou em suas infinitas comunidades a ascensão da classe C e a progressão da inclusão digital. No entanto, basta uma decisão do Google para tudo ficar inalcançável.

(Adaptado de Ronaldo Lemos. Bravo! outubro de 2012, edição especial de aniversário, p. 26)

O segmento introduzido pelos dois-pontos, no 3º parágrafo,

Alternativas
Comentários
  • Bridle expõe a ideia de que essa "nova estetica" vale a pena, assim, elclarecendo seu ponto de vista.  (C)

  • Consegui achar a resposta certa quando reli o trecho:

    Uma das respostas inteligentes à provocação de Reynolds vem dos proponentes da chamada “nova estética”, como o designer inglês James Bridle:

  • GABARITO: Letra "C", p/ os não assinantes


ID
1287118
Banca
FEPESE
Órgão
MPE-SC
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1


“Formação do Brasil no Atlântico Sul”: o leitor que  bateu o olho na capa do livro estará intrigado com o subtítulo. Quer dizer então que o Brasil se formou fora  do Brasil? É exatamente isso: tal é o paradoxo histórico  que pretendo demonstrar nas páginas seguintes.

Nossa história colonial não se confunde com a  continuidade do nosso território colonial. Sempre se pensou o Brasil fora do Brasil, mas de maneira incompleta: o país aparece no prolongamento da Europa.  Ora, a ideia exposta neste livro é diferente e relativamente simples: a colonização portuguesa, fundada no  escravismo, deu lugar a um espaço econômico e social  bipolar, englobando uma zona de produção escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de  reprodução de escravos centrada em Angola. Desde o final do século XVI, surge um espaço aterritorial,  um arquipélago lusófono composto dos enclaves da   América portuguesa e das feitorias de Angola. É daí  que emerge o Brasil do século XVIII. Não se trata, ao  longo dos capítulos, de estudar de forma comparativa as colônias portuguesas no Atlântico. O que se quer,  ao contrário, é mostrar como essas duas partes unidas  pelo oceano se complementam num só sistema de  exploração colonial cuja  singularidade ainda marca profundamente o Brasil contemporâneo.

[…] 

A propósito do modo de escrever, é preciso notar que  o território do historiador da Colônia deve abranger  toda a extensão da lusofonia, da documentação ultra-marina onde estão registrados os contatos entre as  culturas que nos formaram. Além do mais, numa cultura tradicionalmente oral como a nossa, um meio privilegiado de patentear a presença do passado consiste  em dar relevo à perenidade das palavras. Das palavras,  dos coloquialismos – ainda vivos agora – grafados nos  textos, na linguagem das estradas, das ruelas e das  praias brasileiras. Por isso, da leitura dos documentos e dos textos seiscentistas, retomei expressões que  encadeiam a narrativa das oito partes do livro.

ALANCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no 
Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. [prefácio]. 

Assinale a alternativa correta, considerando o texto 1.

Alternativas
Comentários
  • A letra B está correta. 

    A letra C é uma pegadinha e  está errada pois não se escreve "À cerca do" mas "Acerca  de/do". 



  • A letra B está correta. 

    A letra C é uma pegadinha e  está errada pois não se escreve "À cerca do" mas "Acerca  de/do". 



  • A letra B está correta. 

    A letra C é uma pegadinha e  está errada pois não se escreve "À cerca do" mas "Acerca  de/do". 



  • a)  No segundo parágrafo, o vocábulo “Ora” tem valor temporal e remete ao momento em que o livro mencionado no texto foi escrito.

    >> Ora = conjunção coordenativa conclusiva 

    b) Gabarito

    c)  Em “Sempre se pensou o Brasil fora do Brasil, mas de maneira incompleta” (segundo parágrafo), o vocábulo “mas” funciona como um articulador que contrapõe enunciados com orientações argumentativas contrárias.

    >> Mas = conjunção adversativa

    d) No terceiro parágrafo, a expressão “A propósito do” pode ser substituída por “À cerca do”, sem prejuízo de sentido e sem ferir a norma culta da língua.

    >> Grafia correta de "À cerca" = Acerca

    e) No terceiro parágrafo, em “[…] da documentação ultramarina onde estão registrados os contatos entre as culturas que nos formaram […]”, a locução verbal sublinhada poderia estar no singular, concordando com o local do registro.

    >> "estão registrados" concorda com contatos >> contatos registrados na documentação


  • b) No segundo parágrafo, o sinal de dois pontos é usado na segunda e na terceira frase para anunciar um esclarecimento ou detalhamento do que foi dito antes.

  • Danilo, o seu comentário sobre a alternativa C, na verdade é sobre a alternativa D.

  • Também não entendi por que a alternativa C está errada. A conjunção MAS não tem relação de adversidade, oposição? Isso não é ser contrária?

  • O erro da alternativa "C" está em afirmar que o vocábulo “mas” funciona como um articulador que contrapõe enunciados com orientações argumentativas contrárias, quando, em verdade, conecta uma ideia que ressalva (ou excepciona) a mensagem apresentada na oração principal, sem, no entanto, contradizê-la. Ao se colocar as duas orações lado a lado, fica claro que a segunda "pensar, de maneira incompleta, o Brasil fora do Brasil" não se opõe à primeira "pensar o Brasil fora do Brasil", mas, sim, expõe uma reserva a esta ideia principal, que continua válida, pois não fora contraditada. Com a reescrita do período, preservando-se a estrutura semântica, qualquer dúvida da inexistência de um antagonismo argumentativo se dissipa: "Sempre se pensou o Brasil fora do Brasil, só que de maneira incompleta”.

    Espero ter contribuído para a movimentação das ideias.
  • O "mas" da alternativa C tem o sentido de concessão.

  • Alguém pode me explicar a regra de concordância usada na alternativa E ? Quem seria o sujeito da oração? Alguém poderia reescrever na ordem direta?

  • Colega Marcos Nathalia, quanto à alternativa E:


    Ordem direta (com substituição do pronome relativo "onde" pelo termo a que se refere):


    "... os contatos entre as culturas que nos formaram estão registrados em toda a extensão da lusofonia, da documentação ultramarina."


    Dessa forma, fica claro que a locução verbal "estão registrados" não poderia estar no singular (nem concordar com o local de registro), pois tem como sujeito o núcleo plural "contatos".

  • Resposta: Letra B.

    Galera, ao meu ver, o erro da C é que ela expressa ideia de adição, fazendo papel de uma conjunção coordenativa aditiva. Para que você comprove o que estou dizendo, substitua o "mas" por "e" e veja se o sentido não continua o mesmo.

  • Na C elas não são contrárias. 

    Simples assim. ;p

  • Pensei o mesmo que o Lucas... conjunção aditiva.

  • Emprego dos dois pontos (:) 

    a) Separar o verbo de dizer do discurso direto (fala) da personagem;

    b) Enunciar uma enumeração;

    c) separar expressões que explicam ou completam o que foi dito anteriormente;

    d) Indicar uma citação, alheia ou própria;

    e) marcar a supressão de uma conjunção (conectivo)


ID
1302397
Banca
IDECAN
Órgão
CRA-MA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto

                                      Pregos

     Foi de repente. Dois quadros que tenho na parede da sala despencaram juntos. Ninguém os havia tocado, nenhuma ventania naquele dia, nenhuma obra no prédio, nenhuma rachadura. Simplesmente caíram, depois de terem permanecido seis anos inertes. Não consegui admitir essa gratuidade, fiquei procurando uma razão para a queda, haveria de ter uma.

     Poucos dias depois, numa dessas coincidências que não se explicam, estava lendo um livro do italiano Alessandro Baricco, chamado Novecentos, em que ele descrevia exatamente a mesma situação. "No silêncio mais absoluto, com tudo imóvel ao seu redor, nem sequer uma mosca se movendo, eles, zás. Não há uma causa. Por que precisamente neste instante? Não se sabe. Zás. O que ocorre a um prego para que decida que já não pode mais?"

     Alessandro Baricco não procura desvendar esse mistério, apenas diz que assim é. Um belo dia a gente se olha no espelho e descobre que está velho. A gente acorda de manhã e descobre que não ama mais uma pessoa. Um avião passa no céu e a gente descobre que não pode ficar parado onde está nem mais um minuto. Zás. Nossos pregos já não nos seguram.

     Nascemos, ficamos em pé, crescemos e a partir daí começamos a sustentar nossas inquietações, nossos desejos inconfessos, algum sofrimento silencioso e a enormidade da nossa paciência. Nossos pregos são feitos de material maciço, mas nunca se sabe quanto peso eles podem aguentar. O quanto podemos conosco? Uma boa definição para felicidade: ser leve para si mesmo.

     Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede. Estão novamente fixos no mesmo lugar. Até que eles, ou eu, sejamos definitivamente vencidos pelo cansaço.

                     (Martha Medeiros. Disponível em: http://www.dihitt.com/barra/pregos-de-martha-medeiros. Adaptado.)

No trecho "Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede." (69§), os dois pontos foram utilizados para introduzir

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra C


    Ele explica o que foi feito com os quadros "Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede."

  • Letra C.

     

    Nessa questão, os dois-pontos introduzem um esclarecimento/explicação e podem ser substituídos por: travessão ou vírgula.

    Ex:  Sobre os meus quadros: foram colocados na parede.

           Sobre os meus quadros, foram colocados na parede.

           Sobre os meus quadros – foram colocados na parede.

         

  • "Sobre os meus quadros: foram recolocados na parede."
    Esclarecimento dos quadros,ou seja,algo que ele citou anteriormente,ele em seguida foi lá e esclareceu.
    Gab C

  • Gabarito C

    DOIS PONTOS:

    ·       Antes de citação. Indignada, a jovem ruiva respondeu-lhe: "Não aceitaria nisso.

    ·       Antes de enumeração. Ex.: Ela teve três filhos: Godofredo, Godogildo e o Godomundo.

    ·       Antes de aposto. Ex.: Só fiz um pedido: que me amasse para sempre.

    ·       Antes de explicação. Ex.: Deveria estar frio: todos estavam de casaco.

    ·       Explicitação. Ex.: Os rapazes pareciam uniformizados: quase todos sem camisa, descalços e de bermudas.

    APOSITIVA

    Uma expressão apositiva é aquela que aparece em uma oração se referindo a uma oração anterior e explicando-na.

    Ex.: A amiga deu-me um conselho: que desistisse da ex namorada.

    A segunda oração é uma oração apositiva.

  • Dois pontos para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

    Exemplos:

    Marcelo era assim mesmo: não tolerava ofensas.

    Resultado: corri muito, mas não alcancei o ladrão.

    Em resumo: montei um negócio e hoje estou rico.

    Oração subordinada substantiva apositiva: 

    É aquela que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.

     Exemplos: 

    Esse era meu maior receio: que você não aceitasse meu pedido de casamento.

    (Oração principal + oração subordinada substantiva apositiva)

    Não consigo aceitar uma coisa: você não ter comparecido à festa.

    (Oração principal + oração subordinada substantiva apositiva)

  • Uma diferença muito sutil entre uso dos dois pontos para introduzir uma oração apositiva e para indicar uma esclarecimento!


ID
1316989
Banca
ESAF
Órgão
MF
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Assinale a opção em que foram plenamente atendidas as regras de emprego de sinais de pontuação nos trechos adaptados da obra Humor, língua e discurso, de Sírio Possenti.

Alternativas
Comentários
  • Bem, vou contribuir com base em meus conhecimentos:


    a)  Há um traço discursivo marcante de nosso tempo, que merece investigação mais detalhada. Diria que se trata de um processo deeufemização. Suponho que esteja relacionado, de alguma forma, (FALTOU ESSA VÍRGULA_QUE JÁ COLOQUEI_ APÓS “RELACIONADO”, PARA MARCAR O ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO NA ORAÇÃO) ao ambiente cultural relativista, que desconfia de qualquer realismo, seja epistemológico (quem pode garantir a mais mísera verdade sobre o mundo, se é que ele existe?), seja ético (quem sabe o que é certo ou errado?).


    b)  O exagero dessa posição consiste em sustentar que a própria realidade não existe. Tudo seria efeito de discurso. Gente bastante sem compromisso ri à socapa, em bares e em salas de aula, ou (PARECE-ME ESTAR INCORRETA ESTA VÍRGULA ANTES DO “OU”, POIS SÓ SE USA ESTA VÍRGULA SE A CONJUNÇÃO ESTIVER REPETIDA NA FRASE) em artigos eruditos das posições antiquadas dos realistas. É que, em geral, (TERMO DESLOCADO NA FRASE, LOGO DEVE ESTAR ISOLADO ENTRE VÍRGULAS, ASSIM COMO COLOQUEI) esses “modernos” são também apolíticos, o que sempre significa que fazem a política conservadora dominante.


    c)  Correta!


    d)  Palavras que designam pessoas afetadas por certas doenças engrossam a lista: não há mais aidéticos, somente soropositivos, (DEVERIA SER EMPREGADO PONTO E VÍRGULA) também não há mais surdos; (DEVERIA SER EMPREGADO VÍRGULA) mas portadores de deficiência auditiva; não há mais impotência, mas disfunção erétil; nem presos, só apenados; e os meninos presos, (ESTA VÍRGULA DEVERIA ESTAR EMPREGADA APÓS “FUNDAÇÃO CASA” OU ENTÃO AUSENTE) na Fundação Casa são jovens em conflito com a lei.


    e)  O eufemismo é uma figura de linguagem clássica, portanto, (FALTOU A VÍRGULA_COMO COLOQUEI_ APÓS O “PORTANTO”, VISTO QUE CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS DESLOCADAS SAO SEPARADAS POR VÍRGULA) o fenômeno não é novo. De fato, especialmente para evitar termos tabus, (FALTOU A VÍRGULA NO FINAL: ORAÇÃO COM NATUREZA EXPLICATIVA, POR ISSO DEVE FICAR ISOLADA ENTRE VÍRGULAS) sempre se enunciaram palavras atenuadoras. Em vez de morrer, os parentes falecem, ou faltam. Ao lado do eufemismo, os jargões, principalmente os dos especialistas, dos intelectuais ganharam destaque. Para os médicos, as pessoas não só não morrem, elas, sequer falecem. Nem faltam. Elas “vão a óbito”.


    FONTE: FERNANDO PESTANA, A GRAMATICA PARA CONCURSOS, 2013.

    BONS ESTUDOS!

  • Depois desta aula,...não ficou dúvida alguma. Muito obrigado Karen!!!

  • Complementando a B: não havia visto o "em geral" sen vírgula. Quanto ànvirgula antes do "Ou", achei correta. Achei este artigo: 

    https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-virgula-antes-de-ou/30931

  • Karen B, em relação ao seu comentário e correção da letra C, acho que houve um engano em relação ao ponto e virgula após o termo 'surdos'. Na verdade o ponto e virgula vai após 'soropositivos'. Veja que a partir daí, segue-se o mesmo padrão em relação à pontuação dos demais períodos.Certo?
  • O pronome seu do trecho em seu lugar refere-se a quem?

    Entendo que faz referência ao termos tradicionais. Se estou certo por que o trecho Em seu lugar não foi conjugado no plural - Em seus lugares?

    Alguém consegue me explicar?


ID
1330030
Banca
FMP Concursos
Órgão
PROCEMPA
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                 Cair do cavalo 


    Todo mundo um dia cai do cavalo, alguns literalmente inclusive. Cair do cavalo é perder o equilíbrio e o movimento ao mesmo tempo. É bater com toda a força no chão e em seguida ficar prostrado, incapaz de planejar o próximo movimento. Cair do cavalo dói não apenas pelo impacto em si, mas porque nos arranca do conforto da rotina. Paranoicos, hipocondríacos, precavidos, todo mundo cai do cavalo do mesmo jeito, ou seja, sem aviso prévio. E ninguém consegue evitar a perplexidade e a indignação ao verificar, na própria pele, um dos fatos mais banais da existência: coisas dão errado. 

    Se as tijoladas do destino são mais a regra do que a exceção, deveríamos estar mais preparados para lidar com doenças, separações, mortes, problemas de dinheiro, frustrações em geral – mas o fato é que nunca estamos. Somos comovedoramente ingênuos e distraídos, pelo menos até o primeiro grande tombo.

    De volta à terra firme, quando já não há dúvida de que, enfim, sobrevivemos, cada pessoa elabora o sofrimento da forma que pode e sabe. Alguns naufragam na autopiedade, outros veem suas forças exauridas pelo próprio esforço de enfrentar a tormenta. Muitos sentem a necessidade de extrair sentido do sofrimento, atribuindo algum propósito à experiência e propondo a si mesmos uma espécie de jogo do (des)contente: sofri, mas aprendi. (Foi o caso, por exemplo, de Reynaldo Gianecchini, que em todas as entrevistas depois do fim do tratamento do câncer fez questão de falar sobre o lado transcendente da doença.) Há aqueles, porém, em que o sofrimento apenas acentua traços de personalidade que já existiam: o egoísta torna-se intratável, o tímido recolhe-se ainda mais, o extrovertido abusa da grandiloquência. (Lula, na primeira grande entrevista depois do fim do tratamento, falou da doença com a mesma ênfase barroca que usa para florear todos os assuntos, da economia internacional às derrotas do Corinthians: “Se eu perdesse a voz, estaria morto” ou “Estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim”.) 

    O ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592) também caiu do cavalo – concreta e metaforicamente – e essa experiência foi determinante para tudo o que ele viria a produzir depois. A tese é apresentada na deliciosa biografia do filósofo lançada há pouco no Brasil: Como Viver Uma biografia em uma pergunta e vinte tentativas de respostas, da escritora inglesa Sarah Bakewell. O acidente quase fatal, sustenta a autora, ajudou Montaigne a desencanar das preocupações com o futuro e prestar mais atenção no presente e nele mesmo. Seus magníficos Ensaios, escritos nos 20 anos seguintes ao acidente, nada mais são do que a tentativa de ficar alerta às próprias sensações e experiências e buscar a paz de espírito – o “como viver” do título. 

    Para Montaigne, a vida é aquilo que acontece quando estamos fazendo outros planos, e nossa atenção tem que estar o tempo todo sendo reorientada para onde ela deveria estar: aqui e agora. Cair do cavalo pode ser inevitável, mas prestar atenção na paisagem é o que faz o passeio valer a pena. 


                                                                                   LAITANO, Claudia. In: Zero Hora, Porto Alegre, 

                                                                                                                              7 de abril de 2012, p. 2.

Considere as afirmativas sobre a pontuação do primeiro parágrafo do texto. 

 
    Todo mundo um dia cai do cavalo, alguns literalmente inclusive. Cair do cavalo é perder o equilíbrio e o movimento ao mesmo tempo. É bater com toda a força no chão e em seguida ficar prostrado, incapaz de planejar o próximo movimento. Cair do cavalo dói não apenas pelo impacto em si, mas porque nos arranca do conforto da rotina. Paranoicos, hipocondríacos, precavidos, todo mundo cai do cavalo do mesmo jeito, ou seja, sem aviso prévio. E ninguém consegue evitar a perplexidade e a indignação ao verificar, na própria pele, um dos fatos mais banais da existência: coisas dão errado. 


I) A primeira vírgula do texto poderia ser substituída por ponto-e-vírgula.   

II) A expressão EM SEGUIDA, no terceiro período da passagem, poderia estar entre vírgulas, sem que qualquer alteração ocorra na passagem.
III) As vírgulas que separam PARANOICOS, HIPOCONDRÍACOS e PRECAVIDOS separam termos da mesma função sintática.
IV) Os dois-pontos, no final do texto, introduzem uma explicação esclarecedora sobre um termo anterior. 

 
Quais as afirmativas que estão corretas?

Alternativas
Comentários
  • USO DO PONTO E VIRGULA:

    - Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

  •  e) I, II, III e IV.

    I - É possível ponto e vírgula ser usado para substutuir vírgula quando houver omissão de um verbo (elípsis).
    http://www.mundovestibular.com.br/articles/106/1/QUANDO-SE-UTILIZA-O-PONTO-E-VIRGULA/Paacutegina1.html

    II sim, locução adverbial pode vir entre vírgulas porque n ão é essencial para o entendimento do resto da oração.

    III - sim, são itens em uma enumeração.

    IV - uma das funções do 2 pontos, além de anunciar uma citação ou ser usado antes de orações apositivas.


ID
1330537
Banca
FMP Concursos
Órgão
PROCEMPA
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                 Cair do cavalo 


    Todo mundo um dia cai do cavalo, alguns literalmente inclusive. Cair do cavalo é perder o equilíbrio e o movimento ao mesmo tempo. É bater com toda a força no chão e em seguida ficar prostrado, incapaz de planejar o próximo movimento. Cair do cavalo dói não apenas pelo impacto em si, mas porque nos arranca do conforto da rotina. Paranoicos, hipocondríacos, precavidos, todo mundo cai do cavalo do mesmo jeito, ou seja, sem aviso prévio. E ninguém consegue evitar a perplexidade e a indignação ao verificar, na própria pele, um dos fatos mais banais da existência: coisas dão errado. 

    Se as tijoladas do destino são mais a regra do que a exceção, deveríamos estar mais preparados para lidar com doenças, separações, mortes, problemas de dinheiro, frustrações em geral – mas o fato é que nunca estamos. Somos comovedoramente ingênuos e distraídos, pelo menos até o primeiro grande tombo.

    De volta à terra firme, quando já não há dúvida de que, enfim, sobrevivemos, cada pessoa elabora o sofrimento da forma que pode e sabe. Alguns naufragam na autopiedade, outros veem suas forças exauridas pelo próprio esforço de enfrentar a tormenta. Muitos sentem a necessidade de extrair sentido do sofrimento, atribuindo algum propósito à experiência e propondo a si mesmos uma espécie de jogo do (des)contente: sofri, mas aprendi. (Foi o caso, por exemplo, de Reynaldo Gianecchini, que em todas as entrevistas depois do fim do tratamento do câncer fez questão de falar sobre o lado transcendente da doença.) Há aqueles, porém, em que o sofrimento apenas acentua traços de personalidade que já existiam: o egoísta torna-se intratável, o tímido recolhe-se ainda mais, o extrovertido abusa da grandiloquência. (Lula, na primeira grande entrevista depois do fim do tratamento, falou da doença com a mesma ênfase barroca que usa para florear todos os assuntos, da economia internacional às derrotas do Corinthians: “Se eu perdesse a voz, estaria morto” ou “Estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim”.) 

    O ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592) também caiu do cavalo – concreta e metaforicamente – e essa experiência foi determinante para tudo o que ele viria a produzir depois. A tese é apresentada na deliciosa biografia do filósofo lançada há pouco no Brasil: Como Viver Uma biografia em uma pergunta e vinte tentativas de respostas, da escritora inglesa Sarah Bakewell. O acidente quase fatal, sustenta a autora, ajudou Montaigne a desencanar das preocupações com o futuro e prestar mais atenção no presente e nele mesmo. Seus magníficos Ensaios, escritos nos 20 anos seguintes ao acidente, nada mais são do que a tentativa de ficar alerta às próprias sensações e experiências e buscar a paz de espírito – o “como viver” do título. 

    Para Montaigne, a vida é aquilo que acontece quando estamos fazendo outros planos, e nossa atenção tem que estar o tempo todo sendo reorientada para onde ela deveria estar: aqui e agora. Cair do cavalo pode ser inevitável, mas prestar atenção na paisagem é o que faz o passeio valer a pena. 


                                                                                   LAITANO, Claudia. In: Zero Hora, Porto Alegre, 

                                                                                                                              7 de abril de 2012, p. 2.

Considere as afirmativas sobre a pontuação do primeiro parágrafo do texto.

           Todo mundo um dia cai do cavalo, alguns literalmente inclusive. Cair do cavalo é perder o equilíbrio e o movimento ao mesmo tempo. É bater com toda a força no chão e em seguida ficar prostrado, incapaz de planejar o próximo movimento. Cair do cavalo dói não apenas pelo impacto em si, mas porque nos arranca do conforto da rotina. Paranoicos, hipocondríacos, precavidos, todo mundo cai do cavalo do mesmo jeito, ou seja, sem aviso prévio. E ninguém consegue evitar a perplexidade e a indignação ao verificar, na própria pele, um dos fatos mais banais da existência: coisas dão errado.

I) A primeira vírgula do texto poderia ser substituída por ponto-e-vírgula.
II) A expressão EM SEGUIDA, no terceiro período da passagem, poderia estar entre vírgulas, sem que qualquer alteração ocorra na passagem.
III) As vírgulas que separam PARANOICOS, HIPOCONDRÍACOS e PRECAVIDOS separam termos da mesma função sintática.
IV) Os dois-pontos, no final do texto, introduzem uma explicação esclarecedora sobre um termo anterior. 


 Quais as afirmativas que estão corretas?

Alternativas

ID
1332931
Banca
FCC
Órgão
TRT - 13ª Região (PB)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

   O caldo cultural do Nordeste, particularmente do sertão, foi primordial na formação do paraibano Ariano Suassuna. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com temas e formas de expressão artística que mais tarde viriam a influenciar o seu universo ficcional, como a literatura de cordel e o maracatu rural. Não só histórias e casos narrados foram aproveitados para o processo de criação de suas peças e romances, mas também todas as formas da narrativa oral e da poesia sertaneja foram assimiladas e reelaboradas por Suassuna. Suas obras se caracterizam justamente por isso, pelo domínio dos ritmos da poética popular nordestina.

   Com apenas 19 anos, Suassuna ligou-se a um grupo de jovens escritores e artistas. As atividades que o grupo desenvolveu apontavam para três direções: levar o teatro ao povo por meio de apresentações em praças públicas, instaurar entre os componentes do conjunto uma problemática teatral e estimular a criação de uma literatura dramática de raízes fincadas na realidade brasileira, particularmente na nordestina.

   No final do século XIX, surgiu no Nordeste a chamada literatura de cordel. A primeira publicação de folheto no Nordeste, historicamente comprovada, aconteceu em 1870.

   O nome cordel originou-se do fato de os folhetos serem expostos em cordões, quando vendidos nas feiras livres. O principal nome do cordel foi Leandro Gomes de Barros, considerado por Ariano Suassuna “o mais genial de todos os poetas do romanceiro popular do Nordeste”.

   A peça Auto da Compadecida, de Suassuna, é uma releitura do folclore nordestino em linguagem teatral moderna. O enredo da peça é um trabalho de montagem e moldagem baseado em uma tradição muito antiga, que remonta aos autos medievais e mais diretamente a inúmeros autores populares que se dedicaram ao gênero do cordel.

   As apropriações de Suassuna tanto do folheto nordestino quanto de outras fontes literárias são possíveis porque a palavra imitação, usada por Suassuna, remete-nos ao conceito aristotélico de mimesis, cujo significado não representa apenas uma repetição à semelhança de algo, uma cópia, mas a representação de uma realidade. Suassuna já fez diversos elogios da imitação como ato de criação e costuma dizer que boa parte da obra de Shakespeare vem da recriação de histórias mais antigas.

   Recontar uma história alheia, para o cordelista e para o dramaturgo popular, é torná-la sua, porque existe na cultura popular a noção de que a história, uma vez contada, torna-se patrimônio universal e transfere-se para o domínio público. Autoral é apenas a forma textual dada à história por cada um que a reescreve.

(Adaptado de FOLCH, Luiza. Disponível em: www.omarrare.uerj.br/numero15. Acesso em 17/05/2014)



Considere o que se afirma abaixo sobre a pontuação do texto.

I. Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser colocada imediatamente após “atividades” no segmento As atividades que o grupo desenvolveu apontavam para três direções... (2o parágrafo)

II. No segmento Suas obras se caracterizam justamente por isso, pelo domínio dos ritmos da poética popular nordestina, a vírgula colocada imediatamente após “isso” pode ser corretamente substituída por dois-pontos, uma vez que a ela se segue uma explicação. (1o parágrafo)

III. Sem prejuízo para a correção gramatical, uma vírgula pode ser colocada imediatamente após “sertão”, no segmento A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com os temas e formas de expressão artística... (1o parágrafo)

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • I - Errado: separa os termos essenciais da oração;

    II - Correto: a vírgula tem tom explicativo.

    III - Errado: A primeira oração é sujeito oracional da segunda, e não se separa os termos essenciais nunca (SUJ-verbo-pred)

  • Assertiva correta: Letra C. 


    I - Colocar ou retirar vírgulas em um texto sem substituí-las por alguma coisa sempre altera o sentido do texto. Neste caso a vírgula estaria separando sujeito e verbo, o que não pode ocorrer.  
    II - CORRETO
    III - Sujeito, verbo e complemento, quando na ordem direta, não podem ser separados por vírgula.
  • http://www.gramaticaonline.com.br/page.aspx?id=9&idsubcat=33&iddetalhe=428&idcateg=3

     A palavra "que" pode ser, entre outras coisas, pronome relativo e conjunção integrante. Vejamos como estabelecer a diferença entre essas duas classes:

    O pronome relativo inicia oração subordinada adjetiva, e a conjunção integrante, oração subordinada substantiva.

    O pronome relativo sempre estará entre um verbo e um substantivo – ou palavra substantivada – que mantêm relação sintática entre si. O verbo fica depois do pronome relativo, e o substantivo, antes.

    Com a conjunção integrante não ocorre essa relação entre o verbo posterior e o substantivo anterior, e sim ela inicia uma oração que exerce uma dentre seis funções sintáticas concernentemente à oração principal: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo ou aposto.

    as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem  ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa (SEM VÍRGULAS), sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas.

    Existem também orações que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.  (http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint36.php)

    I- ERRADA ASSIM, SE O "QUE" FOR PRONOME RELATIVO (REFERIR-SE AO TERMO QUE O ANTECEDE) A COLOCAÇÃO OU RETIRADA DA VÍRGULA ALTERA SEU SENTIDO ENTRE: EXPLICATIVO (COM VIRGULA) E RESTRITIVO (SEM VIRGULA)


  • Consegui acertar, mas faço uma ressalva. Muitas vezes se poderia considerar a (I) também correta, porque não mudaram necessariamente o sentido da frase, e sim a tornaram incorreta gramaticalmente - o que não está em questão. Há muitas resoluções que nos enganam usando essa pegadinha, o que felizmente não foi o caso dessa vez. Alguns colegas apontam que haveria mudança de sentido ao separar sujeito e verbo, ou termos essenciais, como erro de sentido além de gramatical. Acho que só haveria erro de sentido se a mudança/manutenção da vírgula alternasse a frase entre restritiva ou explicativa, o que não me pareceu ser o caso. Mas que bom, acertamos e não era pegadinha.

  • I - Mudaria do sentido restritivo para o explicativo.

    II-  Pode-se trocar a virgula por dois pontos.

    III- Não se separa o sujeito do verbo.

    O sujeito é a infância passada no sertão.

     

    GAB C


ID
1334020
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-SP
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder a questão, leia o texto.

Ronald Golias

Paulista de São Carlos, filho de marceneiro, Ronald Golias
fez de tudo para sobreviver: foi ajudante de alfaiate, funileiro e
aqualouco, entre outros bicos. Mas nunca perdeu de vista a idéia
de cumprir aquela que dizia ser sua missão: fazer humor. Sucesso
primeiro no rádio e depois na televisão – em que imortalizou o
espertalhão Bronco, de A Família Trapo –, Golias foi um dos
mestres de uma comédia muito brasileira, mas que, com sua mor-
te, fica ainda mais perto da extinção: um casamento de humor
circense com non-sense, capaz de se adaptar igualmente bem à
rapidez dos esquetes televisivos ou ao ritmo do cinema.
(Veja, 28.12.2005)

No texto, há uma série de expressões após sinal de dois pontos. Todas elas representam uma

Alternativas
Comentários
  • GAB: E

  • Uma das funções do sinal de dois pontos é explicar uma termo anterior.

  • - Para anunciar uma enumeração ou explicação:

    Por Exemplo:

    Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.

  • Ronald Golias fez de tudo para sobreviver: foi ajudante de alfaiate, funileiro e

    aqualouco, entre outros bicos.

    Aquela que dizia ser sua missão: fazer humor

    Gabarito: E

  • Assertiva E

    explicação ou ampliação das informações precedentes.


ID
1342228
Banca
COPEVE-UFAL
Órgão
UFAL
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

– Nós, os Cambarás, temos uma lei: nunca batemos em mulher nem em homem fraco; nem nunca usamos arma contra homem desarmado, mesmo que ele seja forte. Quando vejo um negro que baixa a cabeça quando gritam com ele, ou quando vejo um escravo surrado, o sangue me ferve.
VERÍSSIMO, É. O tempo e o vento – O Continente I. São Paulo: Globo, 1997.


Assinale a alternativa que justifica corretamente o uso dos três tipos diferentes de pontuação no trecho “– Nós, os Cambarás, temos uma lei: nunca...”.

Alternativas
Comentários
  • gab. E


    Aposto

    Primeiramente, vejamos o que é aposto. Observe a frase a seguir:

    Manoel, português casado com minha prima, é um ótimo engenheiro.

    Veja que o trecho “português casado com minha prima” está explicando quem é o sujeito da oração “Manoel”. Esse trecho é o aposto da oração.

    alguns tipos de apostos:

    • Explicativo: usado para explicar o termo anterior: Gregório de Matos, autor do movimento barroco, é considerado o primeiro poeta brasileiro.

    • Especificador: individualiza, coloca à parte um substantivo de sentido genérico: Cláudio Manuel da Costa nasceu nas proximidades de Mariana, situada no estado de Minas Gerais.

    • Enumerador: sequência de termos usados para desenvolver ou especificar um termo anterior: O aluno dever ir à escola munido de todo material escolar: borracha, lápis, caderno, cola, tesoura, apontador e régua.

    • Resumidor: resume termos anteriores: Funcionários da limpeza, auxiliares, coordenadores, professores,todos devem comparecer à reunião.


    Vocativo: é a palavra, termo, expressão utilizada pelo falante para se dirigir ao interlocutor por meio do próprio nome, de um substantivo, adjetivo (característica) ou apelido.

ID
1343326
Banca
FUNCAB
Órgão
SEPLAG-MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O recente interesse na regulamentação da astrologia como profissão oferece a oportunidade de refletir sobre questões que vão desde as raízes históricas da ciência até a percepção, infelizmente muito popular, de seu dogmatismo. Preocupa-me, e imagino que a muitos dos colegas cientistas, a rotulação do cientista como um sujeito inflexível, bitolado, que só sabe pensar dentro dos preceitos da ciência. Ela vem justamente do desconhecimento sobre como funciona a ciência. Talvez esteja aqui a raiz de tanta confusão e desentendimento.

Longe dos cientistas achar que a ciência é o único modo de conhecer o mundo e as pessoas, ou que a ciência está sempre certa. Muito ao contrário, seria absurdo não dar lugar às artes, aos mitos e às religiões como instrumentos complementares de conhecimento, expressões de como o mundo é visto por pessoas e culturas muito diversas entre si.

Um mundo sem esse tipo de conhecimento não científico seria um mundo menor e, na minha opinião, insuportável. O que existe é uma distinção entre as várias formas de conhecimento, distinção baseada no método pertinente a cada uma delas. A confusão começa quando uma tenta entrar no território da outra, e os métodos passam a ser usados fora de seus contexto.

Essa caracterização da astrologia como não ciência não é devida ao dogmatismo dos cientistas. É importante lembrar que, para a ciência progredir, dúvida e erro são fundamentais. Teorias não nascem prontas, mas são refinadas com o passar do tempo, a partir da comparação constante com dados. Erros são consertados, e, aos poucos, chega-se a um resultado aceito pela comunidade científica.

A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo prazo. (Modismos, claro, existem sempre.) Todos podem ter uma opinião, que será sujeita ao escrutínio dos colegas e provada ou não. E isso tudo ocorre independentemente de raça, religião ou ideologia. Portanto, se cientistas vão contra alguma coisa, eles não vão como donos da verdade, mas com o mesmo ceticismo que caracteriza a sua atitude com relação aos próprios colegas. Por outro lado, eles devem ir dispostos a mudar de opinião, caso as provas sejam irrefutáveis.

Será necessário definir a astrologia? Afinal, qualquer definição necessariame nte limita. Se popularidade é medida de importância, existem muito mais astrólogos do que astrônomos. Isso porque a astrologia lida com questões de relevância imediata na vida de cada um, tendo um papel emocional que a astronomia jamais poderia (ou deveria) suprir.

A astrologia está conosco há 4.000 anos e não irá embora. E nem acho que deveria. Ela faz parte da história das ideias, foi fundamental no desenvolvimento da astronomia e é testemunha da necessidade coletiva de conhecer melhor a nós mesmos e os que nos cercam. De minha parte, acho que viver com a dúvida pode ser muito mais difícil, mas é muito mais gratificante. Se erramos por não saber, ao menos aprendemos com os nossos erros e, com isso, crescemos como indivíduos. Afinal, nós somos produtos de nossas escolhas, inspiradas ou não pelos astros.

(GLEISER, Marcelo. Folha de São Paulo, 22 set. 2002)

O sinal de dois-pontos empregado em: “A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo". (§6) anuncia.

Alternativas
Comentários
  • Após os dois pontos segue aposto, portanto, trata-se de uma explicação. 

  • “A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo"

    Troca : por = , pois

    gabarito = B

    PM/SC

    DEUS PERMITIRÁ, MINHA GLÓRIA!


ID
1344346
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Vassouras - RJ
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


    Um dos sentimentos mais deprimentes em nossa nacionalidade é o de que criminosos ficam impunes. Temos esta sensação a respeito de praticamente tudo. Políticos não pagam por atos de corrupção, até mesmo quando transmitidos com áudio e vídeo para o país inteiro. Em algum momento se dirá que as provas foram colhidas de maneira ilegal. A propósito, foi por essa razão que o SupremoTribunal Federal absolveu o ex-presidente Collor, que tinha sido condenado pelo Senado à perda do cargo mas não foi punido na Justiça pelos crimes de que era acusado. Certamente é por isso que há, no Brasil uma desconfiança tão grande em relação aos homens públicos: imagina-se que não pagarão pelo mal que uns deles fazem.
    Mas essa convicção não diz respeito apenas ao andar de cima. Há um consenso tácito de que os, vamos chamá-los assim, do andar de baixo, não devem ser punidos quando violam a lei. Encontram- se atenuantes . Não tiveram oportunidades na vida. São pobres. É complicado penalizá-los. E por aí se acaba chegando a uma anistia branca paramuitos praticantes de atos ilícitos, que causaram mal à sociedade, mas não são castigados.
    O curioso, porém, está na passagem da indignação à impunidade. Duas ou três vezes por semana nos indignamos. Um senador que bradava contra a corrupção é pego fazendo lobby para um suspeito de crimes. Um bêbado praticamente mata um homem que teria dirigido gracinhas a sua companheira. Um residenciável guia sem habilitação. São atos que revoltam. Durante horas ou dias, são trending topics em nossa conversação e governamnosso imaginário. Mas, depois, cai tudo no esquecimento – ou é tudo perdoado. Não se paga pelo que se fez. O estoque de fatos que nos indignam se renova o tempo todo, mas sem que mudem as coisas.
    Muitas pessoas estão convencidas de que o Brasil se notabiliza pela impunidade, sobretudo, dos homens públicos. Entendo que não é bem isso. Primeiro, tambémhá os impunes de que se tempena. A impunidade beneficia quem tem muito poder e quem não tem nenhum. Segundo, não é só mpunidade. Nossa característica não é a mera mpunidade. É uma impunidade que se segue à ndignação. Esta é intensa. A imprensa nos serve matéria cotidiana para nos indignarmos. Às vezes, até nos revoltamos sem razão. Certas informações, apressadas, levam a opinião pública a condenar nocentes. Mas tais casos parecem constituir uma minoria. O problema é que, depois, a indignação se arrefece ou entra em cena algo que torna inviável o astigo. Ou seja, nossa indignação é inútil. Os sentimentos de revolta não resultam em grande coisa.
    Mas o que foram as grandes revoluções que mudaram o mundo – a Inglesa de 1688, a Americana de 1776, a Francesa de 1789, a Russa de 1917 – senão um sentimento de indignação, de revolta, de “basta”, que conseguiu traduzir-se em atos de milhares oumilhões de pessoas e, depois, conquistar o poder? Ou seja, há casos em que a indignação traz resultados. E não precisamos chegar a fazer uma revolução para que nossos indignados mudem o mundo ou, pelomenos, omundo à sua, à nossa volta. Para isso, é preciso, porém, mudar a atitude. Amera indignação é improdutiva. Não gera ações. Resulta em desânimo. Uma das expressões mais lamentáveis a esse respeito é que “só no Brasil” acontece determinado absurdo. O que, por sinal, não é verdade. Tudo de ruimque temos também acontece em algum outro lugar. Os Estados Unidos conheceram enorme fraude eleitoral em 2000, levando à posse do candidato presidencial derrotado nas urnas,George Bush. Fraude tamanha não ocorre no Brasil desde 1930.Mas, por issomesmo, é preciso enxergar as coisas bem, ver o que realmente acontece. E, depois, agir para mudar. O que significa juntar-se a outras pessoas. Solitária, uma andorinha não faz o verão.

(RIBEIRO, Renato Janine. Rev. Filosofia : nº 71, junho 2012, p. 8.)


Consoante as normas de pontuação em vigor, e sem perder de vista o sentido do texto, pode-se substituir por dois-pontos o ponto que finaliza todos os períodos a seguir, EXCETO:

Alternativas
Comentários
  • Além disso, ainda temos erro no sentido do texto: "soma-se a isso perdas decorrentes" indica perdas decorrentes incertas, pois não está especificado quais perdas são. Quando substituímos por "Isso soma-se às perdas causadas pela ineficiência" o "às" indica que agora temos "as perdas" como perdas definidas, ou seja, agora eu sei quais perdas são especificamente, coisa que eu não sabia quando deixei os termos sem artigo definido na oração original.

  • Quando vi a ênclise junto do isso parei de ler e marquei como errado.


ID
1373698
Banca
FUNCAB
Órgão
SEPLAG-MG
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O recente interesse na regulamentação da astrologia como profissão oferece a oportunidade de refletir sobre questões que vão desde as raízes históricas da ciência até a percepção, infelizmente muito popular, de seu dogmatismo. Preocupa-me, e imagino que a muitos dos colegas cientistas, a rotulação do cientista como um sujeito inflexível, bitolado, que só sabe pensar dentro dos preceitos da ciência. Ela vem justamente do desconhecimento sobre como funciona a ciência. Talvez esteja aqui a raiz de tanta confusão e desentendimento.

Longe dos cientistas achar que a ciência é o único modo de conhecer o mundo e as pessoas, ou que a ciência está sempre certa. Muito ao contrário, seria absurdo não dar lugar às artes, aos mitos e às religiões como instrumentos complementares de conhecimento, expressões de como o mundo é visto por pessoas e culturas muito diversas entre si.

Um mundo sem esse tipo de conhecimento não científico seria um mundo menor e, na minha opinião, insuportável. O que existe é uma distinção entre as várias formas de conhecimento, distinção baseada no método pertinente a cada uma delas. A confusão começa quando uma tenta entrar no território da outra, e os métodos passam a ser usados fora de seus contexto.

Portanto, é (ou deveria ser) inútil criticar a astrologia por ela não ser ciência, pois ela não é. Ela é uma outra forma de conhecimento. [...]

Essa caracterização da astrologia como não ciência não é devida ao dogmatismo dos cientistas. É importante lembrar que, para a ciência progredir, dúvida e erro são fundamentais. Teorias não nascem prontas, mas são refinadas com o passar do tempo, a partir da comparação constante com dados. Erros são consertados, e, aos poucos, chega-se a um resultado aceito pela comunidade científica.

A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo prazo. (Modismos, claro, existem sempre.) Todos podem ter uma opinião, que será sujeita ao escrutínio dos colegas e provada ou não. E isso tudo ocorre independentemente de raça, religião ou ideologia. Portanto, se cientistas vão contra alguma coisa, eles não vão como donos da ve rd ad e, mas com o mesmo ce t ic ism o que caracteriza a sua atitude com relação aos próprios colegas. Por outro lado, eles devem ir dispostos a mudar de opinião, caso as provas sejam irrefutáveis.

astrologia lida com questões de relevância imediata na vida de cada um, tendo um papel emocional que a astronomia jamais poderia (ou deveria) suprir.

A astrologia está conosco há 4.000 anos e não irá embora. E nem acho que deveria. Ela faz parte da história das ideias, foi fundamental no desenvolvimento da astronomia e é testemunha da necessidade coletiva de conhecer melhor a nós mesmos e os que nos cercam. De minha parte, acho que viver com a dúvida pode ser muito mais difícil, mas é muito mais gratificante. Se erramos por não saber, ao menos aprendemos com os nossos erros e, com isso, crescemos como indivíduos. Afinal, nós somos produtos de nossas escolhas, inspiradas ou não pelos astros.

(GLEISER, Marcelo. Folha de São Paulo, 22 set. 2002)

O sinal de dois-pontos empregado em: “A ciência pode ser a presenada como um modelo de democracia: não existe o dono da verdade, ao menos a longo prazo'' (§ 6) anuncia:

Alternativas
Comentários
  • Dois-pontos geralmente são empregados para indicar uma explicação. Nesta questão, o referido sinal foi usado para explicar o que seria "um modelo de democracia".

  • Gabarito: B

    "A ciência pode ser apresentada como um modelo de democracia, POIS não existe o dono da verdade, ao menos a longo prazo";


ID
1378747
Banca
FCC
Órgão
MPE-AM
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

É como se a floresta se dissolvesse: o sul do Amazonas perdeu cerca de 2 milhões de hectares de floresta por ano nesta década. O Ibama, que deveria conter a devastação, olha tudo de longe. Monitora imagens de satélites em Manaus, a cerca de 500 quilômetros. Na região onde motosserras e o fogo dizimam a floresta, os fiscais só aparecem uma vez por ano e ficam por um mês. Nessa época, os madeireiros tiram suas férias. “Quando a gente entra nas serrarias, vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista ambiental Geraldo Motta.

O madeireiro Vítor José de Souza, dono de uma serraria em Santo Antônio do Matupi, diz que a ausência do Estado favorece a devastação: “Um plano de manejo florestal leva 18 meses para sair porque tem de vir alguém de Manaus para fazer a vistoria”. Nesse meio tempo, os madeireiros clandestinos agem. O manejo florestal, garante Souza, gera mais dinheiro que o boi ou a agricultura: “Um lote de 100 hectares produz madeira suficiente para o cara viver sem fazer mais nada. Por que ele iria querer só desmatar?” Migrante do Paraná, Souza detém seis planos de manejo para abastecer a serraria.


(Adaptado de: “Ibama fiscaliza o sul do Amazonas por satélite” Grandes Reportagens: Amazônia. São Paulo, nov.-dez./2007. p. 48)

É como se a floresta se dissolvesse: o sul do Amazonas perdeu cerca de 2 milhões de hectares de floresta por ano nesta década.

Suprimindo-se os dois-pontos, uma redação alternativa para a frase acima, mantendo-se a coerência, está em:

Alternativas
Comentários
  • Gab. C

    Suprimindo-se os dois-pontos, a oração passa a ser oração subordinada restritiva.

    Uma vez que pode ser substituído por:
    comodado quedevido aem consequência dejá quepois queposto quevisto que.

  •  é o seguinte,os dois pontos podem substituir a virgula na separaçao de uma oraçao subordinada causal ou oraçao coordenada explicativa.

    ex:

    "menino nao morra:(porque) na tormenta mata".

  • Notar que os dois pontos na oração introduz uma explicação. Assim, a alternativa correta deverá ter um conectivo explicativo, o que de fato ocorre na letra C


ID
1397167
Banca
FCC
Órgão
TJ-AP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Embora a aspiração por justiça seja tão antiga quanto os primeiros agrupamentos sociais, seu significado sofreu profundas alterações no decorrer da história. Apesar das mudanças, um símbolo atravessou os séculos - a deusa Têmis -, imponente figura feminina, com os olhos vendados e carregando em uma das mãos uma balança e na outra uma espada. Poucas divindades da mitologia grega sobreviveram tanto tempo. Poucos deixariam de reconhecer na imagem o símbolo da justiça.

A moderna ideia de justiça e de direito é inerente ao conceito de indivíduo, um ente que tem valor em si mesmo, dotado de direitos naturais. Tal doutrina se contrapunha a uma concepção orgânica, segundo a qual a sociedade é um todo.

A liberdade, nesse novo paradigma, deixa de ser uma concessão ou uma característica de uma camada social e converte-se em um atributo do próprio homem.

A crença de que os direitos do homem correspondiam a uma qualidade intrínseca ao próprio homem implicou enquadrar a justiça em um novo paradigma. O justo não é mais correspondente à função designada no corpo social, mas é um bem individual, identificado com a felicidade, com os direitos inatos.

Da igualdade nos direitos naturais derivava-se não só a liberdade, mas também as possibilidades de questionar a desigualdade entre os indivíduos, de definir o tipo de organização social e o direito à resistência. Toda e qualquer desigualdade passa a ser entendida como uma desigualdade provocada pelo arranjo social. Nesse paradigma, a sociedade e o Estado não são fenômenos dados, mas engendrados pelo homem. A desigualdade e o poder ilimitado deixam, pois, de ser justificados como decorrentes da ordem natural das coisas. À lei igual para todos incorpora-se o princípio de que desiguais devem ser tratados de forma desigual. Cresce a força de movimentos segundo os quais a lei, para cumprir suas funções, deve ser desigual para indivíduos que são desiguais na vida real.

Nesse novo contexto, modifica-se o perfil do poder público. O judiciário, segundo tais parâmetros, representa uma força de emancipação. É a instituição pública encarregada, por excelência, de fazer com que os preceitos da igualdade prevaleçam na realidade concreta. Assim, os supostos da modernidade, particularmente a liberdade e a igualdade, dependem, para se materializarem, da força do Judiciário, de um lado, e do acesso à justiça, das possibilidades reais de se ingressar em tribunais, de outro.

Para terminar, volto à deusa Têmis, que enfrentava no Olimpo o deus da guerra, Ares. Naquele tempo, como hoje, duas armas se enfrentam: a violência, que destrói e vive da desigualdade, e a lei, que constrói e busca a igualdade.


(Adaptado de SADEK, Maria Tereza Aina. “Justiça e direitos: a construção da igualdade". In: Agenda Brasileira. São Paulo, Cia. das Letras, 2011, p. 326-333.)



A respeito da pontuação do texto, considere:

I. Sem prejuízo da correção e do sentido, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após lei, no segmento À lei igual para todos (6o parágrafo).

II. Mantendo-se a correção e o sentido, uma pontuação alternativa para um segmento do texto é: um símbolo atravessou os séculos: a deusa Têmis, imponente figura feminina, com os olhos vendados e carregando, em uma das mãos, uma balança e, na outra, uma espada... (1o parágrafo).

III. Sem prejuízo da correção, a vírgula empregada imediatamente após individual, no segmento ...mas é um bem individual, identificado com a felicidade, com os direitos inatos, pode ser suprimida. (5o parágrafo)

Está correto o que se afirma APENAS em:

Alternativas
Comentários
  • fui na A


    alguém pode explicar?

  • I. Sem prejuízo da correção e do sentido, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após lei, no segmento À lei igual para todos (6o parágrafo). TERIA QUE SE COLOCAR DUAS VÍRGULAS, UMA DEPOIS DE LEI E OUTRA DEPOIS DE TODOS. PARA NÃO MUDAR SENTIDO. ERRADA

    II. Mantendo-se a correção e o sentido, uma pontuação alternativa para um segmento do texto é: um símbolo atravessou os séculos: a deusa Têmis, imponente figura feminina, com os olhos vendados e carregando, em uma das mãos, uma balança e, na outra, uma espada... (1o parágrafo). (RECEBI UMA DICA DE UM COLEGA DAQUI DO QCONCURSOS E ELE DISSE QUE SE TIRASSE OS TERMOS INTERCALADOS POR VÍRGULAS NÃO ESSENCIAIS E A FRASE TIVESSE SENTIDO TAVA CERTO. NESSE CASO FUNCIONOU.... um símbolo atravessou os séculos: a deusa Têmis, com os olhos vendados e carregando,uma balança e, uma espada...

    III. Sem prejuízo da correção, a vírgula empregada imediatamente após individual, no segmento ...mas é um bem individual, identificado com a felicidade, com os direitos inatos, pode ser suprimida. (5o parágrafo) MUDOU SENTIDO COM A VÍRGULA APÓS INDIVÍDUAL, MAS A QUESTÃO SÓ QUERIA SABER SE ESTAVA CORRETA. CERTA

    ERREI ESSA QUESTÃO POR NÃO FICAR ATENTA NO ITEM III ,QUE SÓ QUERIA SABER DA CORREÇÃO E NÃO DO SENTIDO.
    GAB: E
  • Só por estratégia de fazer provas, vai aqui uma dica: eu não cheguei a ler a número II, acertei mesmo assim a questão e explico por que.

    Quando visto que a questão I está errada, pelas alternativas é possível eliminas as letras a, b e c. Sobrando a d e a e, é só analisarmos o número III, pois a II com certeza estará certa, por constar nas duas alternativas. Como o número III está certa, assinala a e e corre para o abraço.

  • Fiquei em dúvida se a questão seria sacana o suficiente em fazer a pegadinha com relação ao parágrafo. A III não está no 5º parágrafo, mas sim no 3º.

    Considerei que a banca não seria estúpida e não foi mesmo. Fico feliz.

  • A gente assina o QC Premium pensando que as quetões terão comentários de professores, mas a GRANDE MAIORIA das questões nao tem. Poxaaa!!!


  • Pessoal, por favor, me corrijam se eu estiver errado: no item III, entendo que a vírgula é obrigatória por se tratar de uma oração coordenada assindética. Ou não se trata de um período composto por coordenação?
  • Waldir Luiz,

     

    No caso do item III a frase "identificado com a felicidade" se trata de uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio e não coordenada. Pense assim, se voce isola a oração "identificado com a felicidade"  não faz sentido. Ela precisa da outra, portanto, subordinada. 

     

    Quanto à retirada da vírgula, retirando-se muda o sentido de explicativa para restritiva, já que agora só os "bem individuais IDENTIFICADOS com a felicidade..". Apesar da mudança de sentido, conforme explicado pelos colegas, permanece a frase gramaticalmente correta.


ID
1413565
Banca
VUNESP
Órgão
CREMESP
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                             Os eletrônicos “verdes"

Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde" que a Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: trata- se do Eco Book que exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos" fazem uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pesquisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.

Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Comunidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde" permitirá adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes" também conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável.

O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto" - ele era duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preocupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se coloque a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no cartucho - o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em grandes empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora.

                                                                           (Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado)

Em – Essa ideia ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: trata-se do Eco Book que exibe revestimento de tiras dessa planta. – o uso dos dois pontos introduz

Alternativas
Comentários
  •  Gabarito E

     

    Dois-pontos ( : )

     

    Na língua portuguesa, os dois pontos (:) representam um sinal gráfico que faz parte dos sinais de pontuação. Na produção de textos, eles marcam uma breve pausa no discurso, sendo geralmente utilizados antes de uma explicação ou esclarecimento, após vocativos, em sínteses ou resumos, citações, falas (discurso direto), enumerações, exemplos, dentre outros.

     

    Para compreender melhor o conceito desse sinal de pontuação e saber quando e como usá-lo, segue abaixo alguns exemplos:

     

    Explicação ou Esclarecimento: O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador. (GABARITO)

     

    Síntese ou Resumo: No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

     

    Discurso Direto: Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

     

    Citação: Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

     

    Enumeração Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

     

    Exemplos: O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

     

    Após Vocativos: Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

     

    Tudo posso naquele que me fortalece!

  • Assertiva E

    : sentido de

    uma explicação.


ID
1424248
Banca
FUNCAB
Órgão
EMDAGRO-SE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Existem pessoas frágeis, mas sexo frágil, esqueça. As mulheres nunca estiveram tão fortes, decididas, abusadas até. O que é saudável: quem não busca corajosamente sua independência acaba sobrando e vivendo de queixas. Uma sociedade de homens e mulheres que prezam sua liberdade e atingem seus objetivos é um lugar mais saudável para se viver. Realização provoca alegria

O que não impede que prestemos atenção no que essa metamorfose pode ter de prejudicial. As mulheres se masculinizaram, é fato. Não por fora, mas por dentro. As qualidades que lhes são atribuídas hoje, e as decorrentes conquistas dessa nova maneira de estar no mundo, eram atributos considerados apenas dos homens. Agora ninguém mais tem monopólio de atributo algum: nem eles de seu perfil batalhador, nem nós da nossa afetividade. Geração bivolt. Homens e mulheres funcionando em dupla voltagem, com todos os atributos em comum. Mas seguimos, sim, precisando uns dos outros -como nunca.

Não são poucas as mulheres potentes que parecem conseguir tocar o barco sozinhas, sem alguém que as ajude com os remos. Mas é só impressão. Talvez não precisemos de quem reme conosco, mas há em todas nós uma necessidade ancestral de confirmar a fêmea que invariavelmente somos. E isso se dá através damaternidade, do amor e do sexo. Se não for possível ter tudo (ou não quiser), ao menos alguma dessas práticas é preciso exercer na vida íntima, caso contrário, viraremos uns tratores. Muito competentes, mas com a identidade incompleta.

Nossa virilização é interessante em muitos pontos, mas se tornará brutal se chegarmos ao exagero de declarar guerra aos nossos instintos. O.k., sermãe não é obrigatório, ter umgrande amor é sorte, e muitas fazem sexo apenas para disfarçar o desespero da solidão, mas seja qual for o contexto em que nos encontramos, é importante seguir buscando algo que nos conecte como que nos restou de terno, aquela doçura que cada mulher sabe que ainda traz em si e que deve preservar, porque não se trata de uma fragilidade paralisante, e sim de uma característica intrínseca ao gênero, a parte de nós que se reconhece vulnerável e que não precisa se envergonhar disso. Se é igualdade que a gente quer, extra, extra: homens tambémsão vulneráveis.

''Cuida bem de mim”, dizia o refrão de uma antiga música do Dalto, e que Nando Reis regravou recentemente. Cafona? Ora, se a gente não se desfizer da nossa prepotência e não se permitir um tantinho de insegurança e delicadeza, a construção desta “nova mulher” terá se desviado para uma “caricatura. A intenção não era a gente se transformar no estereótipo de umhomem, era?

(MEDEIROS, O Globo Martha. : 04/04/2012)

O sinal de dois-pontos usado após “Oque é saudável” (§ 1) e após “Agora ninguém mais tem monopólio de atributo algum” (§ 2) anuncia, respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C

    Embora achei confusa

  • Questão truncada.


ID
1434013
Banca
FCC
Órgão
AL-RN
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o texto abaixo para responder a questão.

    É comum se discutir que mudanças a internet trouxe para as relações humanas. Como é este mundo pós-pós-moderno, diferente de tudo que antes existiu? Uma imagem ilustra o que uns chamam de perplexidade, uma imagem frequente, hilariante – e banal: cinco ou seis pessoas juntas, mas cada uma mergulhada em seu laptop ou celular. Parecem ser um grupo, só que não o são, cada uma fechada em seu mundo virtual.

    Mas isso é mesmo uma novidade? Porque o distanciamento de quem fisicamente está próximo é um tema antigo na filosofia. Ele remonta pelo menos a Platão, no século V antes de Cristo.

    Em seu diálogo Fedro, o filósofo grego conta que o ministro Tot apresentou ao faraó Tamus uma série de invenções.A escrita, disse Tot, permitiria guardar a memória do passado e transmitir mensagens a distância, superando as barreiras do tempo e do espaço. Mas o faraó a condena: ela permite a mentira, a falsidade. Assim, desde a Antiguidade, se valoriza a presença e se desconfia da ausência, da distância, da representação. Representar é tornar presente o ausente, é fazer que o morto ou o longínquo esteja conosco; o problema é que assim é fácil falsificá-lo. É o que dirá outro filósofo, Rousseau, no século XVIII: quando você fala com alguém na sua frente, os gestos e o olhar enriquecem a comunicação; já um texto escrito pode ser manipulado à vontade.

   Ora, quais invenções aumentam a representação, substituindo a presença, o olho a olho, pela distância, falsidade ou manipulação? Primeiro, a escrita; depois, a imprensa; em nossos dias, a internet. Mas imprensa e internet não nasceram do nada. Cada uma potencializou o que já existia. Cada uma amplia as possibilidades da comunicação a distância. Com isso, cada uma castiga a presença. Essa se torna dispensável, inferior, secundária. O avanço da amizade on-line que, muitas vezes, quando vamos conferir, é falsa (as pessoas são mais feias ou mais pobres do que se disseram), desvaloriza a amizade presencial
.

(Renato Janine Ribeiro. O Estado de S. Paulo, J6 aliás, 3 de fevereiro de 2013, com adaptações)

Mas o faraó a condena: ela permite a mentira, a falsidade.

O segmento introduzido pelos dois-pontos deve ser entendido como

Alternativas
Comentários
  • Neste caso, os dois pontos poderia ser substituído por: pois, já que, visto que, porque, etc. Trata-se de uma oração subordinada causal. 


    Gab: D


ID
1434784
Banca
CETRO
Órgão
Prefeitura de São Paulo - SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        Soraia tem 60 anos, mora só, usa grampos para prender o cabelo e tem cinco sapatos. Uma bota, uma sandália, um sapato fino, outro mais confortável para ir à feira e um mais casual, para ir ao cinema. Soraia tem três boas amigas. Uma é vizinha de prédio. Falam-se de três a quatro vezes por semana; pouco frequentam-se. As outras duas Soraia só encontra nos finais de semana, mas falam-se ao telefone. Ela não se casou nem teve filhos; as amigas, sim. Soraia não quer incomodar. Quando dorme, muitas vezes Soraia sonha que escorrega num carrinho de rolimã, como um menino. Ela dá risada, o carrinho desliza e, no final da ladeira, ela desce, encontra uma torneira, abre e fica olhando um fio de água bem fino escorrer. A síndica, Dona Marta, não sabe o que significa o sonho, mas diz a Soraia que ela deve estar precisando se distrair, se divertir mais, quem sabe fazer alguma atividade física. Dizem que atividade física é ótima para quem tem pesadelos. Soraia não tem certeza se seu sonho é mesmo um pesadelo.
        Soraia decide ir com o sapato casual, o de cinema. Acha que a ocasião o exige. Empacota três dúzias de empadas de palmito, que fez seguindo a receita aprendida com a mãe, anotada num caderno de receitas antigo; biscoitos de nata com pingos de chocolate; sabonete; cotonetes; desodorante; um agasalho fino e outro impermeável, para o caso de chuva; um pequeno travesseiro com uma fronha rendada; um lençol mais velho; dois livros; um bloco de anotações; três sacos plásticos vazios; duas mudas de roupa e um rolo de papel higiênico.
        Coloca tudo numa frasqueira ainda não usada, que ela comprou numa liquidação. Soraia rega as plantas, examina mais uma vez se as luzes estão todas apagadas e o botão do gás desligado e sai. Fica esperando o 23C com a frasqueira na mão, quando se lembra: é preciso passar numa papelaria, num supermercado, no shopping center; onde venderiam aquilo? Depois de muito procurar, inutilmente, tem uma ideia. Numa loja de esportes.
       Na fotografia do jornal, na primeira página, cerca de duzentos jovens acampam em frente à casa do governador do Rio de Janeiro, no Leblon. Empunham faixas, cartazes, gesticulam, gritam, riem. No canto superior esquerdo da imagem, se alguém se der ao trabalho de olhar com uma lupa, uma jovem está com a boca toda esfarelada, segurando um tupperware azul. Ao lado dela, séria, uma senhora sopra um apito.

                        JAFFE, N. Soraia. Não é só por 20 contos. Org: Marcos Bassini. Texto com adaptações.

Levando em consideração o 1º parágrafo do texto e as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Comentários
  • Considerações sobre a letra c)

    "Quando dorme, muitas vezes Soraia sonha que escorrega num carrinho de rolimã, como um menino. Ela dá risada, o carrinho desliza e, no final da ladeira, ela desce, encontra uma torneira, abre e fica olhando um fio de água bem fino escorrer." 

    Se o pronome "ela" fosse retirado poderia trazer uma ambiguidade no sentido de que, quem desceria a ladeira, abriria a torneira e ficaria olhando [...] seria o "carrinho" e não "Soraia". Portanto, prejudicaria a clareza.

  • Na letra D o ponto e vírgula trás uma conjunção subentendida.

    Falam-se de 3 a 4 vezes por semana; pouco frequenta-se = Falam-se de 3 a 4 vezes por semana, portanto pouco frequenta-se.

    Se inverter perde todo o sentido: Pouco frequentam-se; falam de 3 a 4 vezes por semana.

  • Uma contribuição.

    "A síndica, Dona Marta, não sabe o que significa o sonho, mas diz a Soraia que ela deve estar precisando se distrair [...]"

    A síndica (dona Marta) diz a ela (Soraia) alguma coisa (que ela deve estar precisando se distrair). Diz-lhe (a ela) algo.

    Bons Estudos


ID
1438936
Banca
VUNESP
Órgão
PC-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o poema para responder à questão .

                              À televisão

                  Teu boletim meteorológico
                  me diz aqui e agora
                  se chove ou se faz sol.
                  Para que ir lá fora?

                  A comida suculenta
                  que pões à minha frente
                  como-a toda com os olhos.
                  Aposentei os dentes.

                  Nos dramalhões que encenas
                  há tamanho poder
                  de vida que eu próprio
                  Nem me canso em viver.

                  Guerra, sexo, esporte
                  - me dás tudo, tudo.
                  Vou pregar minha porta:
                  já não preciso do mundo.

(José Paulo Paes, Prosas seguidas de Odes mínimas. Companhia das Letras, 1992)

Os dois-pontos empregados no penúltimo verso têm a função de introduzir um(a)

Alternativas
Comentários
  •  Vou pregar minha porta:  já não preciso do mundo.

    Vou pregar minhas porta, pois já não preciso do mundo.

  • Valeu Tais oliveira, jamais passou pela minha cabeça colocar uma conjunção ali, se tivesse pensado nisso talvez teria acertado essa rsrs.

  • Pesoal, sempre que a questão pedir a função do dois pontos no texto atente-se à:

     É um sinal de pontuação que anuncia uma citação, uma enumeração, uma explicação, ou ainda uma síntese do que se acabou de dizer.

     

    Ex: Como dizia Albert Einstein: "No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade".

     

    Fui na feira e comprei: batata, maçã, banana....

     

  • : (Dois pontos) EXPLICA / CITA / ENUMERA

  • Gabarito C

  • GABARITO: LETRA C

    ACRESCENTANDO: 

    Usos dos Dois Pontos: Exemplos

    1. Nas explicações ou esclarecimentos

    O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.

    2. Nas sínteses ou resumos

    No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.

    3. Nos discursos diretos

    Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.

    4. Nas citações

    Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

    5. Nas enumerações

    Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

    6. Nos exemplos

    O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.

    7. Após vocativos

    Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?

    FONTE: https://www.todamateria.com.br/dois-pontos/

     


ID
1443499
Banca
FCC
Órgão
CNMP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder a questão, considere o texto abaixo.

Na literatura internacional da Ciência Política, é hoje dominante o entendimento de que democracia é um arcabouço institucional para a pacificação das lutas inerentes à conquista e ao exercício do poder, não um padrão de sociedade fundado na igualdade socioeconômica substantiva. A democracia surge historicamente em sociedades com profunda desigualdade, estratificadas, sendo muito mais causa que consequência da redução das desigualdades sociais.

De fato, certa tensão entre os conceitos institucional e substantivo da democracia existe por toda parte, mas articula-se de maneira específica no pensamento de cada país. Durante todo o século XX, a avaliação de que democracia só é “autêntica" quando estreitamente associada a avanços no plano da
igualdade foi compartilhada por correntes ideológicas diversas. 
Endossar o conceito analítico da democracia como um arcabouço político-institucional, a meu ver correto, não significa que o corpo de hipóteses históricas e empíricas que explica a consolidação da democracia como sistema em casos concretos possa passar ao largo das desigualdades sociais e dos obstáculos culturais delas recorrentes. Como processo histórico, a evolução da democracia representativa deve ser compreendida como resultante de dois vetores. De um lado, a formação de uma autoridade central capaz de arbitrar disputas de poder, inclusive mediante a elaboração de uma complexa aparelhagem  eleitoral; de outro, o crescimento econômico, com todas as implicações para a elevação do piso de bem-estar e desconcentração das posições de privilégio, status. Num período dilatado de tempo, tal processo propicia efetiva redistribuição de renda e riqueza, facilita o surgimento econômico e político de uma classe média e torna mais provável o fortalecimento da “sociedade civil".

Desde a Segunda Grande Guerra, o principal determinante da estabilidade democrática foi o crescimento econômico. Mesmo democracias que no início pareciam débeis foram se robustecendo à medida que ascendiam a níveis mais altos de renda per capita, melhoravam seus níveis educacionais e conseguiam atender as demandas básicas da população. Mas nada assegura que a configuração de fatores relevantes para a estabilidade permanecerá a mesma até, digamos, a metade do presente século. Na América Latina, o regime democrático sabidamente convive com níveis infamantes de desigualdade social, corrupção e criminalidade, e se beneficia cada vez menos da força moderadora de valores e instituições “tradicionais". Assim, até onde a vista alcança, a estabilidade e o vigor da democracia dependerão muito do desempenho do sistema político e do aprimoramento moral da vida pública.

(Adaptado de: LAMOUNIER, Bolivar. “Democracia: origens e
presença no pensamento brasileiro
. In: Agenda cultural. São
Paulo, Cia. das Letras, 2009. p. 148-150)

Considerando-se a pontuação do texto, atente para o que se afirma abaixo.

I. Uma vírgula pode ser inserida imediatamente após central, sem prejuízo da coesão textual e da correção gramatical. (3º parágrafo)
II. Fazendo-se as devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas, o sinal de dois-pontos pode ser colocado imediatamente após vetores, sem prejuízo da correção e do sentido. (3º parágrafo)
III. Sem prejuízo da correção e do sentido, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após “autêntica”. (2º parágrafo)

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Comentários
  • Gab. B

    Observações sobre o uso da vírgula
    1° Não se coloca vírgula entre sujeito e verbo
    2° Não se coloca vírgula entre verbo e objeto.


  • A alternativa I encontra-se correta porque, embora haja alteração de sentido na frase, são mantidas a coesão textual e a correção gramatical.

  • RESPOSTA B


    I) Não há erro, neste caso, a vírgula após "central" vai especificar " a formação de uma autoridade central", ao invés de restringir, então o texto continua coeso, pois "capaz de arbitrar disputas de poder," continua se referindo à " a formação de uma autoridade central" e não há erros gramáticos, pois esse tipo de alteração não está nos casos proibitivos de vírgula.


    II) Sim, pode! O sinal de dois pontos, dentre outras  utilizações, serve para introduzir uma explicação: Como processo histórico, a evolução da democracia representativa deve ser compreendida como resultante de dois vetores : de um lado, a formação de uma autoridade central ...de outro, o crescimento econômico ...


    III)Durante todo o século XX, a avaliação de que democracia só é “autêntica" quando estreitamente associada a avanços no plano da  .. ...  O texto perde o sentido quando colocada a vírgula após autêntica, fica parecendo que a democracia só é autentica e ponto, sem falar do restante do texto. Além de ser proibido separar substantivo de complemento.

  • Gabarito: B


    I.  Uma vírgula pode ser inserida imediatamente após central, sem prejuízo da coesão textual e da correção gramatical. (3º parágrafo). CORRETA.


    Muda um pouco o sentido, mas não a coesão e a correção gramaticais.



     
    II. Fazendo-se as devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas, o sinal de dois-pontos pode ser colocado imediatamente após vetores, sem prejuízo da correção e do sentido. (3º parágrafo). CORRETA.


    Os dois pontos introduzem a explicação referente aos dois vetores.




    III. Sem prejuízo da correção e do sentido, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após “autêntica”. (2º parágrafo) ERRADA.


    A colocação de uma vírgula após “autêntica” gera incorreção, pois o termo seguinte é um adjunto adverbial longo e, por isso, deve ser isolado por vírgulas.


    "Durante todo o século XX, a avaliação de que democracia só é “autêntica" , quando estreitamente associada a avanços no plano da igualdade, foi compartilhada por correntes ideológicas diversas."

  • I) Correta!!! Não existe erro, a vírgula após "central" irá especificar "...a formação de uma autoridade central".

    II) Correta!!! o sinal de dois pontos serve, dentre outras utilizações, para introduzir uma explicação.

    ...resultante de dois vetores:

    III) Errada!!! a colocação da vírgula após "autentica" fará com que a passage perca o seu sentido original, ou seja, o sustantivo "autentica" ficará sem o seu complemento;"...quando estreitamente associada a avanços no plano da..."

    Constitui, ainda, uma caso proibitivo do uso da vírgula a separação do substantivo do seu complemento.

    Gab: B

  • BIZU PRA VC QUE AINDA NAO ENTENDEU


    eu estudo pelo qc que eh um site de questoes--> RESTITIVA


    SE eu por uma virgula depois do qc, vou deixar a assertiva como explicativa. Havera uma mudanca de SENTIDO, mas a correção vai ficar de boa. Segue:


    eu estudo pelo qc,,,,,,,,, que é um site de questoes --> AGORA FICOU explicativa.... TEVE MUDANCA DE SENTIDO CARAI. MAS A CORREÇÃO FICOU CERTA, APESAR DA MUDANCA

  • Pra quem errou a I: a adição da vírgula somente mudaria o sentido, mas não a coesão, tampouco a correção gramatical.

  • que explicação meia boca desse prof

  • Errei pq a banca não fala sobre a substituição do ponto final por dois pontos, ela só fala

    Fazendo-se as devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas, o sinal de dois-pontos pode ser colocado imediatamente após vetores, sem prejuízo da correção e do sentido. (3º parágrafo).

  • GAB [B] AOS NÃO ASSINANTES.

    #ESTABILIDADESIM.

    #NÃOÀREFORMAADMINISTRATIVA.

    ''AQUELE QUE , PODENDO FAZER SE OMITIR , SERÁ CÚMPLICE DA BARBÁRIE.''


ID
1465699
Banca
FUNCAB
Órgão
IF-RR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                         Política de facebook

     A onda de protestos de junho deve muito a um recurso aparentemente inofensivo: a ferramenta de eventos do Facebook. Todos os protestos eram agendados e compartilhados na própria rede social. E mais do que isso: fatos começaram a ser filmados e postados por cidadãos isolados e grupos organizados, como a Mídia Ninja, sem precisar passar pelas mídias tradicionais. “Não existe mais a separação que se traçava entre o mundo online e o mundo offline, como se fossem dois universos diferentes e a pessoa precisasse sair de um para entrar no outro", diz Wilson Gomes, professor de comunicação da Universidade Federal da Bahia, especialista em democracia digital.

     As petições online também começam a fazer diferença. Nos EUA, na Finlândia e na Comunidade Europeia, elas ganharam status oficial e são discutidas na política tradicional. Os americanos foram os pioneiros: por lá, o governo é obrigado a responder a qualquer sugestão que atinja o mínimo de 100 mil assinaturas.[...]

     Na Europa, a participação digital rendeu frutos mais concretos. O parlamento finlandês é obrigado a votar qualquer projeto de lei que consiga 50 000 assinaturas - cerca de 1% da população. (A Constituição brasileira também prevê essa possibilidade - a lei da Ficha Limpa só foi votada porque conseguiu, com ajuda das redes sociais, 1,6 milhão de assinaturas.) A diferença é que o Ministério da Justiça finlandês criou sua própria plataforma para facilitar esse tipo de participação. Em março, uma comissão parlamentar vetou o casamento gay e a população respondeu criando uma petição e conseguiu 107 mil assinaturas em 24 horas. [...] Mais de dez leis propostas por essa via já foram aprovadas desde sua criação, em maio de 2012. E nem é preciso ir tão longe: por aqui, a lei que agora obriga as empresas a detalhar nas notas fiscais os impostos embutidos nos preços dos produtos nasceu de uma iniciativa popular das associações comerciais de São Paulo, que bombaram a ideia dentro e fora da internet.

     Todas essas tecnologias aumentam nossas possibilidades de cidadão - seja para criar uma nova forma de fazer política, seja para melhorar a velha. Mais importante: elas permitem que isso seja feito em qualquer momento - e não apenas em dia de eleição. “Adinâmica da política está mudando muito rápido. E, se descobrirmos como fazer isso cada vez melhor, tudo é possível", diz Graziela Tanaka, diretora da Change.org , uma das maiores plataformas de petições online do mundo. “Você começa defendendo uma árvore em seu bairro e depois vai acabar lutando por um parque nacional." Sim, esse é só o começo.

                             César Cerqueira. Revista Superinteressante. Edição de aniversário, agosto de 2013.

Em “A onda de protestos de junho deve muito a um recurso aparentemente inofensivo: a ferramenta de eventos do Facebook.” (parágrafo 1), os dois pontos foram empregados:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra D. 

    Neste caso, os dois pontos estão esclarecendo o que foi anunciado anteriormente. Ou seja, a ferramenta de eventos do Facebook é o recurso aparentemente inofensivo de que trata a oração.  


ID
1479517
Banca
FGV
Órgão
AL-MA
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A empregada foi embora

Chegou ao Brasil um problema que, na Europa, velho de meio século, em nosso país só as empregadas domésticas enfrentavam: como viver sem empregada, esse personagem que, dentro de casa, serve de amortecedor às tensões entre homens e mulheres confrontados às exigências do cotidiano de uma família.

Quem faz o quê na infinidade de pequenos gestos do dia a dia? Nem um nem outro. A resposta é simples: a empregada, a babá, a cuidadora. Por vezes as três tarefas em uma mesma pessoa. Baixos salários, jornadas infindáveis, condições de alojamento deploráveis, essa sequela da escravidão exigia uma abolição. A lei é bem vinda. Abre uma dinâmica de transformação da sociedade que ainda não está visível em toda a sua profundidade e cujos desdobramentos vão muito além dos muros da casa. Vai interpelar, para além do orçamento das famílias, as contas públicas e a organização do tempo nas empresas.

(Oliveira, Rosiska Darcy de. O Globo, abril de 2013.)

“Chegou ao Brasil um problema que, na Europa, velho de meio século, em nosso país só as empregadas domésticas enfrentavam: como viver sem empregada, esse personagem que, dentro de casa, serve de amortecedor às tensões entre homens e mulheres confrontados às exigências do cotidiano de uma família”.

Sobre os constituintes desse primeiro parágrafo do texto, assinale a alternativa que apresenta o comentário inadequado.

Alternativas
Comentários
  • ALTERNATIVA A. Muita atenção comunidade: eu quase errei a questão, pois já está perto da meia noite e não atentei para a palavra inadequado. Achei estranho mais de uma alternativa está correta. Muita fé e bons estudos!

  • No trecho "na  Europa,  velho  de meio  século" houve zeugma. O correto seria:
    - Na Europa (já) é velho de meio século.

  • 'Velho" está se referindo a "problema', por isso está no masculino.

    Bons estudos!

  • a alternativa D também está errada!

  • Velho se refere ao problema. " Um Velho problema de meio século ".....

  • errei por falta de atencao, pq o enuncuado ele pede: 

    a alternativa que apresenta o comentário inadequado. 

    entao,

    a)  O adjetivo “velho” está mal empregado, já que, referindo-se à  Europa, deveria estar no gênero feminino – “velha”.

    velho se refere a problema e nao a Europa.

    entao muita, muita atençao no que pede o enunciado.

    boa sorte

  • VELHO como essa D) está correta?

     

  • Falta de atenção, ele pede a questão com o comentário inadequado.

  • empregada,  esse  personagem  que...

    ''Esse personagem'' é a empregada,logo é um aposto

    D) correto

  • Eu sabia a resposta e me distraí completamente, socorro!!! 22h55 em pleno sábado, não é hora de fazer questões da FGV kkkkk

  • Essa letra C eu nunca ouvi falar e queria saber por que a letra D está certa? Obrigado quem poder me ajudar.

  • Questao de 2013 e nao tem comentário de professor. Brincadeira né Qconcursos?????????????

  • A) O adjetivo “velho” está mal empregado, já que, referindo-se à Europa, deveria estar no gênero feminino – “velha”.

    O período está um pouco bagunçado, mas dá para chegar a conclusão pela análise..

    ....Chegou ao Brasil um problema que, na Europa, velho ...

    Um problema velho chegou ao Brasil...

    B) Os dois pontos após “enfrentavam” introduz uma explicitação do substantivo “problema”.

    Chegou ao Brasil um problema que, na Europa, velho de meio século, em nosso país só as empregadas domésticas enfrentavam: 

    Ignore algumas partes e foque somente nas negritadas...

    Qual o problema enfrentado?...

    C) O advérbio “como” tem valor de interrogativo de modo.

    como viver sem empregada/ De que maneira viver sem?

    D) As vírgulas empregadas antes e depois de “esse personagem que” marcam um aposto.

    como viver sem empregada, esse personagem que, dentro de casa, 

    Esse personagem / empregada.

    E) A expressão “serve de amortecedor às tensões” indica um papel positivo das empregadas domésticas.

    Amortecer/ Amenizar as tensões..

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Resposta: A.

  • banca do cão

  • Perdi a questão por não prestar atenção no comando, eles pediram a alternativa ERRADA. Concordo com o gabarito. Mais atenção e bola para a frente.

  • quando vc a resposta logo na letra A, bate uma desconfiança...

ID
1481059
Banca
VUNESP
Órgão
SEFAZ-SP
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cadastro positivo já é realidade

Desde que entrou em vigor, no início deste ano, o cadastro positivo vem sendo adotado por grandes redes do varejo, a exemplo de C&A, Casas Bahia e Riachuelo, que passaram a registrar o consumidor que queira futuramente aderir à novidade.

O cadastro é um banco de dados no qual são registrados compromissos financeiros e pagamentos relativos a operações de crédito, como empréstimos. Na prática, o consumidor é avaliado por seu desempenho no pagamento de suas contas, que vão além do varejo: financiamento imobiliário, consórcio, leasing, contas de luz, escola. Toda despesa que comprometa a renda da pessoa é registrada no banco de dados que todos podem consultar, inclusive o próprio cliente. Se for um bom pagador, poderá receber um tratamento melhor na hora de conquistar o crédito. Juros mais baixos, por exemplo.

Para o superintendente de Informações sobre Consumidores da Serasa Experian, Vander Nagata, a grande vantagem desse cadastro em relação ao tradicional cadastro negativo (que negativa o nome dos consumidores que deram calote) é dar ao comércio a real condição financeira do cliente que está pedindo crédito. “A partir do momento que um credor, como a Casas Bahia, alimenta o banco de dados, tudo fica disponível para outras empresas consultarem. A base de dados compartilhada mostra que existe compromisso financeiro, de forma a evitar o superendividamento da pessoa. Hoje as empresas dão um tiro no escuro quando concedem o crédito”.

A entrada no cadastro positivo não é compulsória. O cliente tem de autorizar junto a empresas a inclusão de seu nome. Essa é uma das razões de a novidade não agradar as entidades de defesa do consumidor. O temor é que o cliente que se recuse a dar o nome passe a ser tratado como um mau pagador. O presidente do Procon-PE, José Rangel, questiona um outro problema: e se a pessoa passar por um momento de aperto financeiro? “Eu entendo que o cadastro positivo tem potencial de se tornar uma lista ruim, pois, num momento de dificuldades, a pessoa vai ter de escolher que conta pagar e isso vai restringir seu crédito, mais que beneficiar”, critica.

Com relação à desconfiança de Rangel, Vander Nagata, da Serasa Experian, diz que “um deslize” do consumidor que deixou, eventualmente, de pagar uma conta não significa nada. “Todos nós estamos sujeitos a isso. O cadastro positivo funciona como um histórico de longo prazo. É como na indústria de seguros. O motorista que tem um bom histórico e não se envolve em acidentes ganha bônus. Uma coisa é ter batido o carro há dois anos, outra diferente é bater a cada mês”, defende.

(Leonardo Spinelli, Jornal do Commercio, 03.03.2013. Adaptado)


Observe o uso dos dois-pontos (:) nos trechos que seguem.

• Na prática, o consumidor é avaliado por seu desempenho no pagamento de suas contas, que vão além do varejo: financiamento imobiliário, consórcio, leasing, contas de luz, escola. (segundo parágrafo)

• O presidente do Procon-PE, José Rangel, questiona um outro problema:e se a pessoa passar por um momento de aperto financeiro? (penúltimo parágrafo)

É correto afirmar que os dois-pontos introduzem, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • Gabarito E. 

    • Na prática, o consumidor é avaliado por seu desempenho no pagamento de suas contas, que vão além do varejo: financiamento imobiliário, consórcio, leasing, contas de luz, escola. (segundo parágrafo) 

    • O presidente do Procon-PE, José Rangel, questiona um outro problema:e se a pessoa passar por um momento de aperto financeiro? (penúltimo parágrafo)  


ID
1481749
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-PA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              Um homem de consciência

            Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E, por muito tempo, não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
            Mas João Teodoro acompanhava com aperto no coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.
            “Isto já foi muito melhor”, dizia consigo. “Já teve três médicos bem bons - agora um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando ...”
            João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar- -se, mas para isso necessitava de um fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
            “É isso”, deliberou lá por dentro. “Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.”
      Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, se julgava capaz de nada ...
            Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado - e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca! ...
            João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou seu cavalo magro e partiu.
            - Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
            - Vou-me embora - respondeu o retirante. - Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
            - Mas, como? Agora que você está delegado?
            - Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado eu não moro. Adeus.
            E sumiu.

                                                            (Monteiro Lobato. Cidades Mortas. São Paulo: Globo, 2009)

rábula: advogado sem diploma

Leia os enunciados a seguir:

I. “Isto já foi muito melhor”, ... (4.º parágrafo)
II. Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. (7.º parágrafo)

As aspas e os dois pontos foram empregados, respectivamente, com a função de

Alternativas
Comentários
  • e)isolar o pensamento da personagem; introduzir um esclarecimento.

  • Qual a diferença de isolar o pensamento e indicar uma citação?

  • Eduardo, as diferenças são:

    - isolar um pensamento: algo que se pensou, não pronunciou. 

     “Isto já foi muito melhor”, dizia consigo. Ou seja, ele dizia para si, refletia, pensava.

    - indicar uma citação: algo que foi pronunciado, foi dito.

    Alternativa E

  • Assertiva E

    isolar o pensamento da personagem; introduzir um esclarecimento.

  • GABARITO: LETRA E

    ACRESCENTANDO:

     Aspas:

    As aspas são usadas comumente em citações, mas também há outras funções bem interessantes. Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo frequentemente o uso das aspas. Resumindo, elas são empregadas:

    1) Antes e depois de citações textuais.

    – “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma a editora de opinião do jornal Correio Braziliense e especialista em língua portuguesa Dad Squarisi, 64.

    2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas.

    – Chávez, com 58 anos, é uma figura doente e fugidia, que hoje representa o “establishment”. (Carta Capital)

    – Não me venham com problemática, que tenho a “solucionática”. (Dadá

    Maravilha)

    – O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que desejava.

    – Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd”. (Jornal Meia Hora)

    – Anderson Silva “passou o carro” no adversário.

    3) Para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes com objetivo irônico ou malicioso.

    – Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.

    – Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!

    – Se ela fosse “minha”...

    4) Quando se citam nomes de mídias, livros etc.

    – Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.

    – “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.

    FONTE: Pestana, Fernando A gramática para concursos públicos / Fernando Pestana. – 3. ed. –

    Rio de Janeiro :Método, 2017 . 1611 p . – ( Provas e concursos)


ID
1484881
Banca
FCC
Órgão
TRF - 1ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

            Quem nasce no século XXI é rodeado de grande quantidade de dados desde o primeiro momento de vida. Uma em cada três crianças americanas tem presença virtual - normalmente na forma de ultrassonografia, salva pelos pais na internet - antes mesmo de nascer. Nove em cada dez já possuem algo pessoal armazenado na internet ao completar 2 anos. Praticamente tudo o que uma pessoa faz é guardado digitalmente em bancos de dados e preservado pelo resto de sua vida - e até depois dela.
            Por dia, três exabytes de informações circulam pelo mundo, o equivalente a metade de toda a informação produzida pela humanidade desde a Idade da Pedra. A essa abundância de informações dá-se o nome de Big Data. Interpretar corretamente o Big Data é um procedimento precioso para empresas na disputa com a concorrência. Quem sabe minerar naquele oceano de dados pode encontrar, por exemplo, a resposta a um problema que sempre atormentou administradores: o recrutamento e a retenção de talentos. Com informações que circulam livremente pela internet, é possível traçar o perfil psicológico e identificar as qualidades e os defeitos de um profissional. Nos últimos dez anos, softwares têm substituído funções de psicólogos na árdua tarefa de manter funcionários produtivos e felizes com seu emprego.
            O Big Data chega como o melhor recurso para contornar a falta de mão de obra. Quase 40% das empresas não conseguem preencher vagas em aberto pela falta de profissionais qualificados. Há áreas em que a disputa por talentos é especialmente ferrenha. A melhor forma de preencher as vagas é garimpar entre os quase 3 bilhões de pessoas que produzem exabytes de informações na internet. Nos Estados Unidos, há softwares focados no recrutamento de profissionais de categorias específicas. Há também sites especializados em avaliar perfis em redes sociais. Diz o criador de um desses sites, Joe Fernandez: “O universo virtual abriu portas para que se saiba tudo sobre todos. Essa é uma das maiores revoluções iniciadas pela internet."
            Há, evidentemente, uma área cinzenta no uso do Big Data. Pode uma empresa acessar dados pessoais que empregados compartilham on-line? Não há ainda respostas fáceis para esse tipo de questionamento. O certo é que a transformação tecnológica do Big Data veio para ficar
.

                                                                 (Adaptado de: VILICIC, Filipe e BEER, Raquel. Veja, 25 de setembro de 2013, p. 101-103)



... a resposta a um problema que sempre atormentou administradores: o recrutamento e a retenção de talentos. (2° parágrafo)

O segmento introduzido pelos dois-pontos apresenta sentido

Alternativas
Comentários
  • Dois pontos: 

    - introduzem uma citação. Ex: Assim disse Voltaire: "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."

    -introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. Ex: Amanda tinha conseguido finalmente realizar seu maior sonho: seduzir Pedro. 

    Notem que na questão é  a explicação de qual é  o problema. Resposta: o recrutamento e a retenção de talentos

    - introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc.Ex: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,Filosofia, Ciências...

    -marcar uma pausa entre orações coordenadas (normalmente a relação semântica entre elas eé de oposição, explicação / causa ou consequência)

    - Marcaria invocação em correspondências 

    FONTE: FERNANDO PESTANA

    GAB LETRA B




ID
1497607
Banca
FCC
Órgão
MPE-AM
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

     Seria verdade que o homem, ao ser expulso do paraíso, sofreu como condenação ter de trabalhar? O trabalho é um castigo? Seria o ócio uma dádiva? Independentemente da necessidade de trabalhar para ganhar o sustento, muitas vezes enfrentando tarefas enfadonhas e repetitivas, impondo-se o deslocamento de casa até a fábrica ou o escritório, com horas de sacrifício dentro do metrô ou do ônibus, penso que o trabalho dá sentido à vida.
     Somos condenados a viver. Nascemos, e nas condições que se apresentam, devendo enfrentar a situação de filho de beltrano e de sicrana, rico ou pobre, brasileiro, suíço ou angolano. Viver é uma aventura que de plano enfrenta o barulho depois do confortável silêncio do útero materno. Inicia-se o percurso e cabe a cada qual afirmar sua individualidade.
     Cada qual se põe na vida diante desta empreitada: obter sua realização pessoal. Pela via do trabalho a pessoa marca sua individualidade, assinala sua passagem por esta vida, ocupa as horas do cotidiano visando a construir sua autoestima e a conquista importante do reconhecimento dos demais.
     O trabalho atua em duas frentes: permite, de um lado, que as pessoas se afirmem perante si mesmas, motivando a busca de realização, podendo trazer orgulho no sucesso ou dor diante de eventual fracasso; e, de outro lado, faz surgir entre os consorciados o reconhecimento de uma condição própria como sapateiro, mecânico, médico, professor, cozinheiro. Esse espaço na sociedade causa satisfação ou desilusão, se reconhecido como o melhor sapateiro do bairro ou o pior cozinheiro da região.
     Assim, fracassar na execução de uma profissão ou ofício é do jogo da vida. Mais frustrante mesmo é nem sequer entrar no jogo para fazer algo com sua cara, com seu jeito, da sua forma, esperando infantilmente contar com acontecimentos externos para conseguir preencher o vazio de uma existência sem rosto.
    Dois fenômenos da atual sociedade digital, na qual mais se mexem os dedos no iPhonedo que se ativam os neurônios, indicam uma falsa felicidade não derivada da efetivação de um projeto, mas sim de fatores marcadamente efêmeros, visivelmente enganosos: os relacionamentos pela rede Facebook e o culto às celebridades.
     A urgência hoje vivida de compartilhar imediatamente todos os acontecimentos (ouvir uma música, comprar uma roupa, deliciar-se com um vinho, trocar um olhar) retira a vivência da realidade do âmbito individual, pois o essencial é antes dividir com alguém o sucedido para receber imediatamente o assentimento elogioso do que sentir isoladamente o prazer do fato, transformando-se, dessa maneira, o mundo numa grande academia do elogio mútuo. A satisfação, então, vem de fora, pois algo só vale se outrem vier a curtir. Instala-se um novo cartesianismo: eu compartilho, logo, existo.
     Outra futilidade alienante domina os espíritos: a celebração das celebridades, os famosos, a mais perfeita criação artificial da mídia. Ídolos passageiros, sem conteúdo, apenas virtuais, povoam a fantasia. A existência perde consistência. Muitos são os espíritos empreendedores, porém, infelizmente, repetem-se hoje jovens para os quais a conquista árdua, a afirmação profissional deixa de ser importante para que eventuais fracassos não sejam sofridos, mas disfarçados, driblados pelo compartilhamento elogioso de momentos irrelevantes ou pelo consumismo desenfreado, que substitui o ser pelo possuir. A vida deixa de ter cor, passa em branco.


                                                     (Miguel Reale Júnior. O Estado de S. Paulo. A2, 6 de abril de 2013, com adaptações)

Considere as afirmativas seguintes a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto.

I. As interrogações que aparecem no início do texto têm função meramente retórica, empregadas como recurso para a introdução do assunto a ser desenvolvido.

II. O trabalho atua em duas frentes: permite, de um lado, que as pessoas... (4 o parágrafo)

... de fatores marcadamente efêmeros, visivelmente enganosos: os relacionamentos pela rede Facebook e o culto às celebridades. (6 o parágrafo)

O emprego dos dois pontos introduz, em ambos os casos, segmentos de valor semelhante.

III. (ouvir uma música, comprar uma roupa, deliciar-se com um vinho, trocar um olhar) (7 o parágrafo)
O segmento entre parênteses constitui enumeração gradativa contraposta ao argumento apresentado.

IV. ... ou pelo consumismo desenfreado, que substitui o ser pelo possuir. (final do texto)
Retirada a vírgula, o período permanecerá correto, embora ocorra alteração de sentido.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas