- ID
- 1078456
- Banca
- FADESP
- Órgão
- MPE-PA
- Ano
- 2012
- Provas
-
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Analista Jurídico
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico - Analista de Sistemas - Desenvolvimento
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico - Analista de Sistemas - Modelagem de Sistemas
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico - Analista de Sistemas - Suporte a Banco de Dados
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico - Analista de Sistemas - Suporte a Redes de Computadores
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico - Biblioteconomia
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico - Pedagogia
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Técnico Contábil
- FADESP - 2012 - MPE-PA - Tecnico Especializado - Arquiteto
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 07.
O JEITINHO BRASILEIRO expressa duas características. A positiva é a capacidade de
adaptação em diferentes situações. Isso dá ao país uma flexibilidade política e uma capacidade
de inovação invejáveis. O lado negativo é uma ambiguidade em relação às regras. Isso afeta o
sistema político e as instituições, que por vezes operam com um certo desprezo pelas regras
formais do jogo político.
Esta flexibilidade também está ligada ao “familismo amoral”, um padrão moral que
privilegia as relações familiares e permite um desrespeito às regras daquilo que é público. Essa
é a dimensão do comportamento brasileiro que mais propicia a corrupção. Percorremos um
importante caminho até considerar essas práticas negativas para o sistema político, mas ainda
não conseguimos superá-las.
Corrupção depende da percepção, já que quem é corrupto não o admite publicamente.
Não existe método para classificá-la internacionalmente. Ela varia de acordo com a liberdade de
imprensa e das instituições democráticas de cada país. Os índices, principalmente o da
Transparência Internacional, não consideram essas dimensões. Então, vemos países com
ótimas performances comparativas, mas sem mecanismos democráticos, como a Malásia.
Hoje, o Brasil está distante de aceitar uma postura de “roubo, mas faço”. Mas esse sistema
político se deslegitima quando a opinião pública percebe que ele não consegue tratar da
corrupção no seu interior.
O grande problema não é perceber a corrupção, mas puni-la. O combate está muito
concentrado no Executivo, especialmente na Polícia Federal. Já a mídia não tem um papel
muito claro. Ela prefere novos casos a seguir até o final os já existentes. Poderia ser mais
transparente, acompanhar exaustivamente toda a tramitação e exercer uma pressão maior
sobre o Judiciário para que as punições ocorram.
Resposta de Leonardo Avritzer ao questionamento “O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção?”, publicada na
Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 42, de março de 2009.