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ID
1087255
Banca
IESES
Órgão
SEPLAG-MG
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                   CANTO DE PÁSSARO, LINGUAGEM DE GENTE

                                                                                                                        Por: Sofia Moutinho. Adaptado de:
                                                                                           http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/02/can...
                                                                                   linguagem-de-gente Acesso em 20 de outubro de 2013

       Pássaros e humanos estão bem distantes na história evolutiva, mas compartilham uma habilidade rara entre outros animais: a linguagem falada. Não, você não leu errado. Para muitos cientistas, inclusive o neurobiólogo Erich Jarvis, da Universidade Duke (Estados Unidos), não existe diferença biológica entre o canto de alguns pássaros e a fala humana.
      O pesquisador e sua equipe acabam de anunciar, no encontro anual da Sociedade Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), realizado nesta semana em Boston, que identificaram em mandarins-diamante e beija-flores um grupo de 40 genes ligados ao controle da fala semelhantes aos encontrados em humanos.
      Jarvis estuda as bases biológicas da linguagem há 20 anos. Na maior parte de suas pesquisas, examina o comportamento e o cérebro desses dois pássaros e de papagaios - os três têm em comum a capacidade de aprender a vocalizar sons (sejam eles típicos da espécie ou não). Segundo o pesquisador, o que acontece no cérebro dessas aves quando cantam é muito similar ao que ocorre em nosso cérebro quando falamos.
      Os resultados do estudo anunciado durante a conferência ainda não foram publicados, mas depois de analisar moléculas geradas por genes ativos em mais de 4.700 amostras de tecido cerebral de mandarins-diamante e beija-flores - alguns do Brasil - e compará-las às do cérebro humano, Jarvis está seguro de suas conclusões.
      “Nossos resultados apontam que comportamentos e conexões neurais associados à fala e ao canto estão ligados a traços genéticos compartilhados por humanos e alguns pássaros que estão separados de nós por três milhões de anos na história da evolução", diz. “Isso é incrível, pois nem nossos parentes mais próximos, como os chimpanzés, têm essa habilidade de aprender e reproduzir sons".
      Para o cientista, a habilidade teria evoluído independentemente em humanos, pássaros e outros animais que aprendem sons, como as baleias e os golfinhos.

Nada de especial nos humanos

      Jarvis tem uma visão sobre a linguagem bem diferente do senso comum e da dos linguistas. Para ele, a linguagem nada mais é do que “a capacidade de controlar os movimentos da laringe para reproduzir sons". Sendo assim, o pesquisador explica que não há diferença entre o canto dos pássaros e a fala humana.
      “As definições de fala e linguagem falada são diferentes para a neurologia e a linguística ou psicologia comportamental", explica. “Quando se trata de cérebro, linguagem e fala são a mesma coisa. O que diferencia os humanos e esses pássaros dos demais animais é a habilidade de imitar sons. A capacidade de entender a linguagem não é única dos humanos; cães e até galinhas podem entender a linguagem e te obedecer quando você diz 'senta'."
      Para Jarvis, a diferença entre os beija-flores, mandarins-diamante e humanos está apenas na complexidade da linguagem. “Acredito que esses pássaros têm um nível de linguagem mais complexo do que o imaginado; nós não percebemos porque é um trabalho duro medir a complexidade da vocalização de tantas espécies. Mas, dito isso, eles ainda estão muito longe da complexidade que a linguagem humana adquiriu."
      A psicóloga Janet  Werker, da Universidade da Columbia Britânica (Canadá), que estuda a aquisição da linguagem em bebês, acredita que os resultados de Jarvis podem fomentar a compreensão sobre a evolução da linguagem humana.
      Werker aponta que enquanto a maioria das espécies, inclusive as estudadas por Jarvis, usa sons para atrair parceiros para o acasalamento, somente os humanos usam a linguagem majoritariamente para a comunicação.
      “É possível que no início da nossa história evolutiva usássemos, assim como esses pássaros, a fala e o canto como atrativos sexuais e depois passamos a usar como forma de comunicação também", sugere. “O interessante é tentar descobrir como se deu essa mudança."

Após a leitura das assertivas em que se analisa o processo de formação de algumas palavras empregadas no texto, assinale V para verdadeiro e F para falso. Em seguida, assinale a alternativa que contenha a ordem correta de cima para baixo:

( ) A palavra ”vocalizar” (3º parágrafo) é escrita com ‘z’, pois verbos formados a partir de palavras que não têm ‘s’ na última sílaba são escritos com ‘z’ (- izar).
( ) A palavra “acasalamento” (penúltimo parágrafo) é um exemplo de derivação parassintética, pois foram agregados radical e prefixo à palavra inicial.
( ) O plural do nome do pássaro: “mandarins- diamante” também estaria correto sob a forma: mandarins-diamantes.
( ) Na palavra “independentemente” (6º parágrafo), o prefixo ‘im-’ assume a forma ‘in-‘ por estar diante de uma palavra começada por ‘d

A ordem correta é:

Alternativas
Comentários
  • Há, em português, dois processos básicos de formação das palavras: a derivação e a composição.

    .

    A derivação poder ser: prefixação (junção de um prefixo: infeliz); sufixação (junção de um sufixo ao radical: legalmente); e por parassintética (junção simultânea de um prefixo e um sufixo ao radical, sem que a palavra possa existir apenas com um dos afixos: anoitecer, desalmado, etc);

    .

    Temos ainda a composição, esta pode ser: justaposição ou aglutinação. A primeira, é a junção de dois radicais que formam palavras novas, exemplo: passatempo, rodapé.

    Aglutinação: junção de palavras, porém uma delas perde sua integralidade, a saber: planalto (plano + alto).

  • Resposta correta: C

    De acordo com Bechara (2009, p. 358), ao relatar sobre os principais sufixos formadores de substantivos, esclarece, no item número 2, que para a formação de nomes de ação ou resultado de ação, estado, qualidade, etc. utiliza-se, entre outros, o sufixo "-mento" junto aos verbos primitivos do novo substantivo.

    A assertiva II não está correta, pois para o processo parassintético firmar-se verdadeiro seria necessário o acréscimo simultâneo de sufixo e prefixo, o que não ocorre (acasalar > acasalamento)

    É importante lembrar que para saber se um verbo vem do substantivo, ou se procede o inverso, basta verificar se, semanticamente, o substantivo indica uma ação. Se sim, ele derivou do verbo com o qual se relaciona.

    No caso do substantivo portar sentido apenas substancial, será o verbo, com o qual está ligado, seu derivado. 

  •  Verbos formados a partir de palavras que não têm ‘s’ na última sílaba são escritos com ‘z’ (- izar). Ou seja, quando a palavra "original" não tem S no final, o "IZAR"  é sempre com Z .

    A palavra ACASALAMENTO não tem PREfixo (pre = antes) porque ela deriva de ACASALAR , foi incluido apenas o radical = MENTO

  • Não sabia que substantivos compostos quando o segundo termo indica tipo ou finalidade do primeiro, ambos variam. Pensava que era só o primeiro. =(

  • Nessa questão dá pra ver claramente como o entendimento das bancas é diferente.
    Na questão Q423426 (Banca: MPE-RS), "A palavra inaceitável (L. 7) contém o mesmo prefixo que a palavra impessoalidade (L. 24)" é uma assertiva considerada correta.
    Vai entender. 



  • Entendo que esta é mais uma questão de atenção do que domínio do conteúdo.

    A assertiva II diz "A palavra “acasalamento” (penúltimo parágrafo) é um exemplo de derivação parassintética, pois foram agregados radical e prefixo à palavra inicial', quando na verdade foram agregados SUFIXO e prefixo, não um radical.


    Isto já tornaria a II falsa. 


    Considerando que a a assertiva I é Verdadeira, resta apenas a alternativa C.

  • Gabarito: Letra C

    ( ) A palavra ”vocalizar” (3º parágrafo) é escrita com ‘z’, pois verbos formados a partir de palavras que não têm ‘s’ na última sílaba são escritos com ‘z’ (- izar). 

    VERDADEIRO. Escreve-se com Z os verbos terminados em "–izar" formados por palavras que não tem S na última sílaba. Exemplo: vocal - vocalizar, canal - canalizar, terror – aterrorizar, padrão – padronizar, frágil – fragilizar, mecânico – mecanizar.

    ( ) A palavra “acasalamento” (penúltimo parágrafo) é um exemplo de derivação parassintética, pois foram agregados radical e prefixo à palavra inicial. 

    FALSO. A derivação parassintética ou parassíntese ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo SIMULTÂNEO de PREFIXO e sufixo à palavra primitiva, o que não ocorre em acasalar - acasalamento. Acasalamento deriva de acasalar. Já acasalar deriva de casal e é um exemplo de derivação parassintética ( A+CASAL+AR), de toda forma essa assertiva seria falsa, pois esse tipo de derivação não é agregação de radical e prefixo à palavra inicial, mas sim prefixo e sufixo.

    ( ) O plural do nome do pássaro: “mandarins- diamante” também estaria correto sob a forma: mandarins-diamantes. 

    CORRETO; Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: substantivo + substantivo. Exemplo: couve-flor /couves-flores, pássaro mandarim-diamante / pássaros mandarins-diamantes. 

    ( ) Na palavra “independentemente” (6º parágrafo), o prefixo ‘im-’ assume a forma ‘in-‘ por estar diante de uma palavra começada por ‘d’. 

    Errado. O prefixo "in" identifica sentido contrário, negativo (inviável, insatisfeito), . O que acontece é que ele se assume outras formas diante de certas situações, como, por exemplo, antes de p e b, assume a forma "im" (impaciente, impossível) ou "ir" antes de palavras iniciadas com r ( irregular, irresponsável).


  • muito bom o comentário da jéssika alves .

  • A terceira caberia recurso, pois em compostos formados por dois substantivos onde o segundo indica TIPO ou FINALIDADE apenas o primeiro será flexionado. Ex: bananas-maça, mangas-espada, navios-escola...

  • - CERTO= VOCALIZAR;
    - ACASALAMENTO - VEM DO VERBO ACASALAR - NÃO TEM PREFIXO, SÓ SUFIXO = NÃO É PARASSÍNTESE.
    ***DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA É QUANDO NÓS TEMOS UM ACRÉSCIMO DE UM PREFIXO E UM SUFIXO E DE UMA FORMA SIMULTÂNEA. OU ELA EXISTE JUNTO OU ELA EXISTE SEPARADAMENTE
    EXEMPLO: DES-LEAL-DADE. SE TIRAR O PREFIXO 'DES', O LEALDADE EXISTE --> COMPROVA QUE NÃO EXISTE PARASSÍNTESE. PARA SER PARASSÍNTESE OU EU TIRO AMBOS (PREFIXO E SUFIXO) OU EU DEIXO AMBOS POIS SE RETIRAR A PALAVRA PASSA A NÃO EXISTIR, POR EXEMPLO: A-NOITE-CER (A PALAVRA NOITE EXISTE SÓ COM OS DOIS AFIXOS OU SEM OS DOIS).
    ***- QUANDO NÓS TEMOS DOIS SUBSTANTIVOS E O SEGUNDO INDICA FINALIDADE OU SEMELHANÇA, INDICAVA-SE QUE SÓ COLOCASSE O PRIMEIRO NO PLURAL, EX: SAIA BALÃO (BALÃO INDICA SEMELHANÇA)--> FICARIA SAIAS BALÃO. MAS EXISTE UMA TENDÊNCIA CONTEMPORÂNEA QUE INDICA QUE QUANDO TEM 2 SUBSTANTIVOS INDEPENDENTE DO SEGUNDO INDICAR FINALIDADE OU SEMELHANÇA, A PLURALIZAÇÃO OCORRE EM AMBOS ELEMENTOS, EX: SALÁRIOS FAMILÍAS OU SALÁRIOS FAMÍLIA.
    - 'IN' JÁ É IN É UM PREFIXO DE ORIGEM LATINA. O QUE OCORRE É O CONTRÁRIO, O "IN" VIRA "IM" NA FRENTE DE "P ou B" PARA HAVER CONFORMIDADE. E QUANDO A PALAVRA JÁ TEM "M", COMO MADURO, ACONTECE UMA FUSÃO MANTENDO O "M" = IMATURO.