SóProvas


ID
1091896
Banca
FUNCAB
Órgão
IF-RR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

        A figura do ancião, desde o início dos relatos das primeiras civilizações, é muito controversa e discutida. No mundo ocidental, o senso comum das principais culturas muitas vezes discordava dos ensinamentos das filosofias clássicas sobre as contribuições da velhice para a sociedade. O estudo das reais condições trazidas pelo avanço da idade gerou diversas discussões éticas sobre as percepções biossociais dos processos de mudança do corpo. Médicos, biólogos, psicólogos e antropólogos ainda hoje não conseguem obter consenso sobre esse fenômeno em suas respectivas áreas.

     Muitas culturas ocidentais descrevem o estereótipo do jovem como corajoso, destemido, forte e indolente. Já a figura do idoso é retratada como um peso morto, um chato em decadência corporal e mental. Percepção preconceituosa que foi levada ao extremo no século XX pelos portugueses durante a ditadura de Antônio Salazar, notório por usar a perseguição aos idosos como bandeira política. Atletas e artistas cotidianamente debatem o avanço da idade com medo e desgosto, enquanto especial istas da saúde questionam se há deterioração ou mudança adaptativa do corpo humano.

     Nas culturas orientais, assim como na maioria das filosofias clássicas, a velhice é vista de um ângulo positivo, sendo fonte de sabedoria e meta para uma vida guiada pela prudência. O sábio ancião, que personifica a figura do homem calmo, austero, e que muitas vezes é capaz de prever certas situações e aconselhar, se destaca em relação ao jovem cheio de energia e de hormônios instáveis. Porém, apesar dos filósofos apreciarem o avanço da idade, nem todos eles tinham a mesma opinião sobre a velhice. O jovem Platão tinha como inspiração o velho filósofo Sócrates. Apesar de ser desfavorecido materialmente, Sócrates possuía muita experiência e uma sabedoria ímpar que marcou a história do pensamento. Em A República , Platão retrata uma discussão filosófica sobre a justiça ocorrida na casa do velho Céfalo, homem importante e respeitável em Atenas, que propiciava discussões filosóficas entre os mais velhos e os jovens que contemplavam os diálogos.Na sociedade ideal desse filósofo, os jovens muitas vezes eram retratados como inconsequentes e ingênuos, a exemplo de Polemarco, filho de Céfalo.
Nesta sociedade ideal, crianças e adolescentes não recebiam diretamente o ensino da Filosofia. Por ser um conhecimento nobre e difícil, [ela] era ensinada somente para pessoas de idade mais avançada.

     Dentre os filósofos clássicos, o maior crítico sobre a construção filosófica da ideia de “velhice” era o estoico Sêneca. Para ele, Platão, Aristóteles e Epicuro construíram uma concepção mitológica da figura do velho. Os idosos que ele conheceu em Roma muitas vezes não eram tão felizes como descreviam os gregos. Muitos deles, observou Sêneca, pareciam tranquilos, mas no fundo não eram. A aparente tranquilidade decorria de seu cansaço e desânimo por não conseguir mais lutar por aquilo que queriam. Não buscaram a ataraxia enquanto jovens, ou seja, a tranquilidade da alma e a ausência de perturbações frente aos desafios impostos pela vida.

     Se envelhecer é uma “droga”, como afirma o ator Arnold Schwarzenegger, ou se [a velhice] é a “melhor idade”, como dizem muitos aposentados, esses discursos não contribuem para uma resposta definitiva para o estudo científico.Afinal, o conceito de velhice não é um fenômeno puramente biológico, mas também fruto de uma construção social e psicoemocional.

MEUCCI, Arthur. Rev. Filosofia : março de 2013, p. 72-3.

Altera-se o sentido fundamental de “[...]Apesar de ser desfavorecido materialmente, Sócrates possuía muita experiência e uma sabedoria ímpar [...]” (§ 3) com a seguinte reescrita da primeira oração:

Alternativas
Comentários
  • CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS CONCESSIVAS
    Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que, malgrado, suposto, por mais que, conquanto, posto que, por muito que..

    Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.

    CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS CAUSAIS
    Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, pois, que, porquanto, como (= porque), 


  • Entendo que a alternativa B está sim correta.


    "Apesar de" equivale a "conquanto".


    O que acham?

  • Sim Aristócrates, a letra b está correta. Também já cometi este equívoco, e o que pediu foi a letra que ALTERA o sentido da frase, e não a que concorda. 

  • visto que = porque (refere-se a uma explicação)

  • Visto que: conjunção causal.

    Se bem que, Conquanto, Posto que, Por muito que: conjunções concessivas. 

  • NÃO PRESTEI ATENÇÃO NO ENUNCIADO E MARQUEI (B).QUE BOBEIRA NÉ!

  • Cometi o mesmo erro haha

  • ola pessoal  .. a resposta letra (e) blz....

  • Errei pelos mesmos motivos que o pessoal acima - desatenção... 

  • Essa pegou srsrs errei


  • Apesar de é uma conjunção CONCESSIVA, assim como: embora, conquanto, malgrado, ainda que, posto que...

    Todas elas estão relacionadas a ideia "mais fraca" do período. Já que CONCESSÃO é sinônimo de EXCEÇÃO.

    Visto que é uma conjunção CAUSAL, logo percebe-se que a 1ª oração NÃO pode ser "causa" da segunda.

  • estava sim, fácil... pois só faltou atenção.