SóProvas


ID
1103731
Banca
FGV
Órgão
DPE-RJ
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

CIDADE URGENTE

    Os problemas da expansão urbana estão na conversa cotidiana dos milhões de brasileiros que vivem em grandes cidades e sabem “onde o sapato aperta”. São reféns do metrô e do ônibus, das enchentes, da violência, da precariedade dos serviços públicos. No vestibular, todo estudante depara com a “questão urbana” e os pesquisadores se debruçam sobre o assunto, que também é parte significativa da pauta dos meios de comunicação.
    Não poderia ser diferente: com 85% da população nas cidades (chegará a 90% ao final desta década), quem pode esquecer a relevância do tema? 
    Parece incrível, mas os grandes operadores do sistema econômico e político tratam os problemas das cidades como grilos que irritam ao estrilar. Passados os incômodos de cada crise, quem ganha dinheiro no caos urbano toca em frente seus negócios e quem ganha votos, sua campanha. Só alguns movimentos populares e organizações civis - Passe Livre, Nossa São Paulo e outros - insistem em plataformas, debates e campanhas para enfrentar os problemas e encontrar soluções sustentáveis. 
    A criação do Ministério das Cidades, no governo Lula, fazia supor que o Brasil enfrentaria o desafio urbano, integrando as políticas públicas no âmbito municipal, estabelecendo parâmetros de qualidade de vida e promovendo boas práticas. Passados quase 12 anos, o ministério é mais um a ser negociado nos arranjos eleitorais.
    A gestão é fragmentada, educação para um lado e saúde para outro, habitação submetida à especulação imobiliária, saneamento à espera de recursos que vão para as grandes obras de fachada, transporte inviabilizado por um século de submissão ao mercado do petróleo. A fragmentação vem do descompasso entre União, Estados e municípios, desunidos por um pacto antifederativo, adversários na disputa pelos tributos que se sobrepõem nas costas dos cidadãos. 
    (....) Uma nova gestão urbana pode nascer com a participação das organizações civis e movimentos sociais que acumularam experiências e conhecimento dos moradores das periferias e usuários dos serviços públicos. Quem vive e estuda os problemas, ajuda a achar soluções. 

Marina Silva, Folha de São Paulo, 7/1/2014.


“Não poderia ser diferente: com 85% da população nas cidades (chegará a 90% ao final desta década), quem pode esquecer a relevância do tema?”. Sobre os componentes desse parágrafo do texto, a afirmação adequada é

Alternativas
Comentários
  • Alguém pode me explicar ?  Eu vejo que ela supõe  uma resposta sim...e está bem clara.  Alguém aí????


  • Também achei que a pergunta supõe uma resposta, até mesmo por ser uma pergunta elucidativa! Mas, enfim…! 

  • letra C: A pergunta final não supõe uma resposta. Sim, está é uma pergunta retórica, ou seja, o autor quis simplesmente enfatizar uma ideia ou um ponto de vista. Quem ouve a pergunta já sabe a resposta. Ela é usada apenas para causar impacto.

    letra A: explicação.

    letra B: refere-se a esta década.

    letra D: causa.

    letra E: refere-se a todo mundo.



  • Complementando o que o amigo Weslley postou:

    "Uma pergunta retórica é uma interrogação que NÃO tem o objetivo de obter uma informação ou uma resposta, mas sim provocar um efeito no destinatário do discurso, eventualmente ajudando na argumentação que está a ser feita."

    Podemos concluir que não se pressupõe uma resposta mas sim uma forma de realçar o texto dando ênfase a argumentação.

  • Pra mim, a banca errou; deveria ter escrito: "a pergunta não exige resposta". Supor, ela supõe sim, já que a resposta é tendenciosa considerando-se o teor do texto. Essas bancas não sabem o que cobram.

  • A alternativa menos errada é a letra C. Embora não se exige uma resposta... se supõe que ela seja algo do tipo: "Quase ninguém". Não sei de onde a banca tirou que não se supõe uma reposta.

  • Perfeito Weslley. Esta é uma retórica, se a pessoa não compreender o significado de retórica a questão começa a parecer confusa.

  • Não supõe..., que dizer que não necessariamente terá uma reposta  textual, mas sim implícita que dizer que haverá de forma subentendida. Deixa claro que pela ampla informação tudo mundo sabe da resposta ao tema. Então pra mim está errada

  • Como essa banca é obscura...suas questões são muito estranhas 

  • Vamos lá!

    a) Errada. Após os dois pontos aparece uma explicação da frase anterior, já que expressa o motivo pelo qual o assunto tornou-se significativo.

    b)Errada. O demonstrativo "desta" refere-se à década atual, possui ideia de presente.

    c)Certa. Realmente a pergunta não supõe uma resposta, sendo apenas para evidenciar os motivos pelos quais o assunto é bastante discutido na atualidade e percebido por todos que se encontram naquela realidade.

    d) Errada. O parágrafo representa a causa e não a consequência do anterior.

    e) Errada. O pronome não se refere exclusivamente ao leitor, tendo em vista que é um problema visível por toda a coletividade que reside nas grandes cidades.

    Força sempre!!!

  • Vamos com calma! A Pergunta retórica não exige uma resposta exatamente porque "supõe" que seja conhecida e esta resposta normalmente vem no contexto. Exemplo: "Quem nunca viu um menor abandonado?" (Fernando Sabino). Supõe que todos ou a maioria já tenha visto um.  Questão mal formulada.  

  • Que questões sao essas?!!  Ainda reclamam da Cespe! 

  • Perguntas retóricas não exigem respostas. Estas vêm implícitas nas perguntas. Simples assim.

  • Pergunta retórica.

  • Duvida cruel entre a letra C e D ...... acabei optando pela D . Mas aceito a C .

  • Fui de D

  • Como sempre, professor Arenildo, certeiro e objetivo: Trata-se de pergunta retórica, a qual, não SUPÕE uma resposta e SIM, já TRAZ uma resposta implícita:: NInguém !

  • Washington, não se trata de uma consequência do parágrafo anterior e sim de uma explicação, ou seja, explica porque não poderia ser diferente!