SóProvas


ID
1106053
Banca
FCC
Órgão
TJ-RJ
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Por mais de três séculos, do início da colonização ao ocaso do Império, a economia do Brasil foi sustentada pelos escravos. Os negros vindos da África trabalharam nas lavouras de cana-de-açúcar e café e nas minas de ouro e diamante. O tráfico negreiro, por si só, era um dos setores mais dinâmicos da economia. Os historiadores estimam que 4 milhões de africanos foram trazidos à força para o Brasil. Desse total, 1 milhão entrou no país pelo Valongo, um cais construído no Rio de Janeiro em 1758 especialmente para receber navios negreiros. Os escravos eram expostos e vendidos em lojas espalhadas pela vizinhança.
O Valongo deixou de ser porto negreiro em 1831, quan- do foi proibida a importação de escravos. Logo foi apagado. Sobre ele, o Império construiu o Cais da Imperatriz, para o desembarque da mulher de D. Pedro II, Teresa Cristina. Mais tarde, a República aterrou aquela zona e a cobriu com ruas e praças. O maior porto de chegada de escravos desapareceu como se nunca tivesse existido.
Quase dois séculos depois, o Brasil se vê obrigado a encarar novamente um dos cenários mais vergonhosos de sua história. Com o objetivo de embelezar o Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016, a prefeitura pôs em execução uma ampla reforma da decadente zona portuária. Na varredura do subsolo, exigida pela lei, para impedir que relíquias enterradas sejam perdidas, uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional encontrou o piso do Cais do Valongo. As ruínas foram localizadas debaixo de uma praça malcuidada entre o Morro da Providência, o Elevado da Perimetral e a Praça Mauá.
O Cais do Valongo ficava longe da vista dos cariocas, na periferia da cidade. Antes de sua abertura os navios negreiros desembarcavam sua carga na atual Praça Quinze, no centro do Rio, justamente onde funcionavam as principais repartições públicas da Colônia. Com o tempo, os burocratas começaram a ficar perturbados com as cenas degradantes do mercado de escravos. O cais do centro continuou funcionando depois da criação do Valongo, mas sem mercadoria humana.

(Ricardo Westin. Veja, 17 de agosto de 2011, p. 126-128, com adaptações)


O verbo que NÃO admite transposição para a voz passiva está em:

Alternativas
Comentários
  • Ficar é verbo de ligação, para que possa haver transposição o verbo precisa ser VTD OU VTDI!

  • a) ... a República(Sujeito) aterrou(Verbo Transitivo Direto) aquela zona(Objeto Direto) ...b) O Cais do Valongo(sujeito) ficava (Verbo de Ligação) longe da vista dos cariocas ...c) ... a prefeitura (sujeito) pôs (Verbo Transitivo Direto) em execução uma ampla reforma (Objeto Direto)...d) ... uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional(sujeito oracional) encontrou (Verbo Transitivo Direto) o piso do Cais do Valongo (Objeto Direto).e) ... e a (OD) cobriu (VTD) com ruas e praças.
  • Nessa questão é só fazer um teste e tentar transformar cada alternativa. Aquela que não se encaixar, é a que não admite transformação. Então vai ficar mais ou menos assim:


    a) ... a República aterrou aquela zona ... 

    Aquela zona foi aterrada pela república


    B) Não tem como alterar.


    c) ... a prefeitura pôs em execução uma ampla reforma...

    Uma ampla reforma foi colocada em execução pela prefeitura


    d) .. uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional encontrou o piso do Cais do Valongo.

    O piso do Cais do Valongo foi encontrado por uma equipe de pesquisadores...


    e) ... e a cobriu com ruas e praças.

    Ruas e praças foram cobertas


    Corrijam-me se eu estiver errado.


  • olha, essa questão é "enjoada"... as letras que gerariam dúvidas são "b" e "e".


    Temos que analisar, pois, a transitividade dos verbos de cada letra.

    1- Na "b" temos verbo de ligação "O Cais do Valongo ficava longe da vista dos cariocas ...", e eu não consigo, de forma alguma, transpô-la para a voz passiva.

    2- na e, poderia gerar uma dúvida bem interessante. Mas "cobrir" não é verbo transitivo indireto? sim, mas ele também é transitivo direto, ou seja, temos o caso de um verbo VTDI, cuja transitividade não impõe empecilho algum para a transposição. Assim sendo, quando tivermos esse tipo de intriga (letra "e" foi muito bem bolada), não basta apenas olharmos para o complemento que vem na letra, temos que analisar a transitividade do verbo como um todo. Somente assim poderemos sanar a dúvida quanto à transposição ou não.

  • Ficar, é verbo de ligação. logo não admite a transposição para o voz passiva!!

  • Sobre a letra "b".

    .

    .


    Os verbos de ligação não indicam ação. Estes verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas chamadas de predicativo do sujeito.

    PREDICATIVO= é o termo que modifica o sujeito. O predicativo nos informa alguma coisa a respeito do sujeito.

    Ex.: Maria é inteligente. Inteligente é Maria (inteligente é uma qualidade, característica de Maria, logo é chamado de predicativo do sujeito).

    Ex.: O Cais do Valongo ficava longe da vista dos cariocas (Obs: ficar longe da vista dos cariocas é uma característica do Cais, por isso o verbo "ficar" é de ligação).

    Os principais verbos de ligação são:

    SER= O carro é novo.
    ESTAR= João está feliz.
    PARECER= Joice parece cansada.
    PERMANECER= A moça permanece aflita.
    FICAR= Nicole ficou triste.
    CONTINUAR= Diana continua feliz.
    ANDAR= Cláudia anda nervosa.

    Podemos dizer que, de um modo geral, predicativo do sujeito é tudo aquilo que se fala do sujeito. O predicativo do sujeito vem acompanhado do verbo de ligação.

    OBSERVAÇÕES 

    Para fazermos uma correta análise, é preciso verificar o contexto em que estes verbos estão inseridos.

    Ex.: O homem anda depressa.
    Andar neste contexto significa modo, maneira que o homem anda. É um verbo de ação (portanto não poderá ser de ligação). Aqui andar é verbo intransitivo. O jeito depressa se refere ao "andar" e não ao homem.

    Ex.: O homem anda preocupado. Quem está preocupado? O homem. Agora sim! Não tem como o "andar" estar preocupado, entendeu?

    Nesse caso andar indica o estado em que o homem se encontra. Logo, trata-se de um verbo de ligação.

    Ela continua feliz. Indica estado. Verbo de ligação. Feliz continua ela.

    Ela continua sua tarefa. Indica ação. Verbo transitivo direto. A tarefa é continuada por ele (A "tarefa" não se refere a ela, e sim ao verbo continuar.


  • ATENÇÃO! Conforme explicação do professor Arenildo: no item "b", FICAR NÃO É VERBO DE LIGAÇÃO. Isso acontece porque é seguido de uma expressão LOCATIVA OU ESPACIAL. Trata-se de VERBO INTRANSITIVO.

  • Pessoal, não erre mais. Ficar NÃO É VERBO DE LIGAÇÃO, tá OK? kkkk Errei também.