SóProvas


ID
1116310
Banca
FCC
Órgão
TRT - 19ª Região (AL)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Banguê

Cadê você meu país do Nordeste
que eu não vi nessa Usina Leão de minha terra?
Ah, Usina, você engoliu os banguezinhos do país das
Alagoas!
Você é grande, Usina Leão!
Você é forte, Usina Leão!

..................

Onde é que está a alegria das bagaceiras?
O cheiro bom do mel borbulhando nas tachas?
A tropa dos pães de açúcar atraindo arapuás?
Onde é que mugem os meus bois trabalhadores?
Onde é que cantam meus caboclos lambanceiros?
Onde é que dormem de papos para o ar os bebedores
de resto de alambique?
E os senhores de espora?
E as sinhás-donas de cocó?

........................

O meu banguezinho era tão diferente,
vestidinho de branco, o chapeuzinho do telhado sobre os olhos,
fumando o cigarro do boeiro pra namorar a mata virgem.
Nos domingos tinha missa na capela
e depois da missa uma feira danada:
a zabumba tirando esmola para as almas;
e os cabras de faca de ponta na cintura,
a camisa por fora das calças:
"Mão de milho a pataca!"
"Carretel marca Alexandre a doistões!"
Cadê você meu país de banguês
com as cantigas da boca da moenda:
"Tomba cana João que eu já tombei!"
E o eixo de maçaranduba chorando
talvez os estragos que a cachaça ia fazer!

.......................

Cadê a sua casa-grande, banguê,

...............

com as suas Donanas alcoviteiras?
Com seus Totôs e seus Pipius corredores de cavalhadas?
E as suas molecas catadoras de piolho,
e as suas negras Calus, que sabiam fazer munguzás,
manuês,
cuscuz,
e suas sinhás dengosas amantes dos banhos de rio
e de redes de franja larga!
Cadê os nomes de você, banguê?

...........................................

Ah, Usina Leão, você engoliu
os banguezinhos do país das Alagoas!

...............................


Glossário - banguê: engenho de açúcar primitivo, movido a força animal.

(LIMA, Jorge de. Poesias Completas. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1974, v. I, p. 161-163)


Da boa e legítima comoção que é a que vem da simplicidade, que é a que sai das fontes mais preciosas do coração.

O poema comprova a afirmativa acima, transcrita do Texto III, com

Alternativas
Comentários
  • Gab: Letra E

    Alguém explica o porquê?

  • Também gostaria de saber...

    Marquei letra D

  • Gabarito: E

    Da boa e legítima comoção que é a que vem dasimplicidade, que é a que sai das fontes mais preciosas do coração.

     simplicidade= forma de falar

    fontes= o coração dele está no nordeste.

    no trecho:

    O meu banguezinho era tão diferente,
    vestidinho de branco, o chapeuzinho do telhado sobre os olhos,
    fumando o cigarro do boeiro pra namorar a mata virgem.
    Nos domingos tinha missa na capela
    e depois da missa uma feira danada:
    a zabumba tirando esmola para as almas;
    e os cabras de faca de ponta na cintura,
    a camisa por fora das calças:
    "Mão de milho a pataca!"
    "Carretel marca Alexandre a doistões!"
    Cadê você meu país de banguês
    com as cantigas da boca da moenda:
    "Tomba cana João que eu já tombei!"
    E o eixo de maçaranduba chorando
    talvez os estragos que a cachaça ia fazer!

      Portanto se o coração dele está no nordeste a forma diminutiva traz uma relação de afeto com o nordeste que é fonte mais preciosa. O texto III explica de uma outra forma o sentimento expresso no poema.


                           Espero ter ajudado.

  • Da boa e legítima comoção que é a que vem da simplicidadeo uso de linguagem familiar  ( O autor retoma as origem de sua terra, sua família.)

    que é a que sai das fontes mais preciosas do coração =   marcada por diminutivos que indicam afetividade. ( O autor ao expressar sua origem fala com sentimento e emoção.)


    Resposta : E

  • Gabarito: E

    Diminutivo:

    "...grau que diminui ou atenua as proporções normais do substantivo: gato pequeno, saleta. (A categoria de grau diminutivo se indica por um adjetivo apropriado [pequeno pé, anel minúsculo], ou por meio de sufixos especiais [inho, zinho, zito, ote, ulo etc.]. Nos verbos derivados com sufixo iterativo, há complementarmente a noção implícita de grau diminutivo: saltitar, voejar, cuspinhar. ..."

    Referência: <http://www.dicio.com.br/diminutivo/>, acessado em 13 de novembro de 2014.

    No poema em questão, temos como exemplo de diminutivos os termos simplicidade e fontes mais preciosas.

    Bons estudos!


  • Acredito que o texto associado à esta questão pelo QCONCURSOS está incorreto.

    O texto correto é o "Banguê". Neste texto fica clara a alternativa E:

    Banguê

    Cadê você meu país do Nordeste 
    que eu não vi nessa Usina Leão de minha terra? 
    Ah, Usina, você engoliu os banguezinhos do país das 
    Alagoas! 
    Você é grande, Usina Leão! 
    Você é forte, Usina Leão! 

    .................. 

    Onde é que está a alegria das bagaceiras? 
    O cheiro bom do mel borbulhando nas tachas? 
    A tropa dos pães de açúcar atraindo arapuás? 
    Onde é que mugem os meus bois trabalhadores? 
    Onde é que cantam meus caboclos lambanceiros? 
    Onde é que dormem de papos para o ar os bebedores 
    de resto de alambique? 
    E os senhores de espora? 
    E as sinhás-donas de cocó? 

    ........................ 

    O meu banguezinho era tão diferente, 
    vestidinho de branco, o chapeuzinho do telhado sobre os olhos, 
    fumando o cigarro do boeiro pra namorar a mata virgem. 
    Nos domingos tinha missa na capela 
    e depois da missa uma feira danada: 
    a zabumba tirando esmola para as almas; 
    e os cabras de faca de ponta na cintura, 
    a camisa por fora das calças: 
    "Mão de milho a pataca!" 
    "Carretel marca Alexandre a doistões!" 
    Cadê você meu país de banguês 
    com as cantigas da boca da moenda: 
    "Tomba cana João que eu já tombei!" 
    E o eixo de maçaranduba chorando 
    talvez os estragos que a cachaça ia fazer! 

    ....................... 

    Cadê a sua casa-grande, banguê, 

    ............... 

    com as suas Donanas alcoviteiras? 
    Com seus Totôs e seus Pipius corredores de cavalhadas? 
    E as suas molecas catadoras de piolho, 
    e as suas negras Calus, que sabiam fazer munguzás, 
    manuês, 
    cuscuz, 
    e suas sinhás dengosas amantes dos banhos de rio 
    e de redes de franja larga! 
    Cadê os nomes de você, banguê? 

    ........................................... 

    Ah, Usina Leão, você engoliu 
    os banguezinhos do país das Alagoas! 

    ............................... 


    Glossário - banguê: engenho de açúcar primitivo, movido a força animal. 

    (LIMA, Jorge de. Poesias Completas. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1974, v. I, p. 161-163) 
  • Leide Carvalhos, fui procurar sobre seu questionamento. Na prova temos o seguinte:

    Atenção: Para responder às  questões de números 16 a 20, considere o poema abaixo. As questões  16  e  17  se  baseiam  também  nos textos III e IV. 


    Essa questão pode ser ao referido poema "Bangué" ou mesmo os textos III IV. Veja, questão 17 da prova. 

  • Faltou o poema para que a resposta seja dada corretamente. Cabe ao site QC juntar o poema à questão. 

  • FAÇAM A COMPARAÇÃO DOS TEXTO E CHEGARAM A LETRA E

    TEXTO III

     É ainda no caráter puramente regionalista de sua poesia que se distingue o Sr. Jorge de Lima. O regionalismo do jovem poeta nordestino é a sua emoção mais que a sua ideologia. Da boa e legítima comoção que é a que vem da simplicidade, que é a que sai das fontes mais preciosas do coração. [...] É vinda de dentro da terra, da vida sentimental do Nordeste.

    POEMA

    Cadê você meu país do Nordeste que eu não vi nessa Usina Leão de minha terra?
    Ah, Usina, você engoliu os banguezinhos do país das Alagoas!

    O meu banguezinho era tão diferente,
    vestidinho de branco, o chapeuzinho do telhado sobre os olho

    Ah, Usina Leão, você engoliu os banguezinhos do país das Alagoas!

    LETRA E) o uso de linguagem familiar marcada por diminutivos que indicam afetividade.

  • e acabou o tempo de prova!