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ID
1162639
Banca
FAFIPA
Órgão
PM-PR
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 2

1.§ O movimento de urbanização do Brasil no século XX marcou o crescimento das cidades, tanto em número quanto em área e população. Com a expansão do capitalismo a cidade assumiu uma importância muito grande. A cidade tornou-se o centro das decisões políticas e econômicas, exercendo a função de centro polarizador das atividades socioeconômicas espaciais. Por outro lado, ela passou a ser a expressão visível das contradições sociais. Como produto das relações humanas, a cidade mostra as marcas das diferenças de classes sociais, da segregação do espaço urbano, da exclusão social, da especulação imobiliária, da deteriorização ambiental e da violência.

2.§ Atualmente, as cidades têm assumido um papel fundamental no campo de intervenção social das políticas públicas. Pois, a partir da Constituição de 1988 temos um processo de descentralização bastante avançado nos casos das políticas de saúde e educação, e mais recentemente, para as políticas de habitação, saneamento e transferência de renda.

3.§ O fenômeno da urbanização provocou o agravamento do histórico quadro de exclusão social no Brasil, tornando mais evidente a marginalização e a violência urbana que atualmente tem provocado afições nos moradores e governos das cidades. Quando temos o aumento da violência somado ao empobrecimento da população, a vida nas cidades se torna problemática. Na medida em que o medo e a insegurança adentram o cotidiano das pessoas a qualidade de vida declina. O quadro agrava-se ainda, principalmente com a aparição de novas formas de pobreza.

4.§ A estruturação da “nova pobreza” ocorre no contexto de hipermobilidade do capital, de heterogeneidade e instabilidade do trabalho assalariado, e de polarização social. Tendo como característica fundamental o desenvolvimento de uma marginalidade avançada, os novos pobres não poderão ser absorvidos progressivamente pela expansão do livre mercado, uma vez que o Estado neoliberal não garante mais a proteção infalível contra a ameaça da pobreza, baseada na relação trabalho-salário. No Brasil, apesar de ainda não termos resolvidos os problemas sociais mais básicos, é muito marcante o dilema da manutenção de um grande contingente de desempregados de longa duração que vão sendo expulsos do mercado produtivo, juntamente a milhares de jovens que não conseguem ter acesso ao “primeiro emprego”.

5.§ Aliado a esse processo de exclusão do mercado de trabalho, a favela se torna um espaço de materialização da exclusão social, um instrumento para o aprisionamento dos pobres, um local temido. Uma vez que o fenômeno das favelas aponta para a estigmatização dos territórios de concentração da pobreza, sobretudo em razão da difusão da “cultura do medo”. A consolidação de espaços de segregação, em virtude do processo de fragmentação das cidades vão constituir a formação dos enclaves fortifcados.

6.§ Nesse sentido, não é tão-somente uma separação espacial entre áreas pobres e ricas mas, principalmente, uma separação social que adentra o espaço público das ruas, donde fca difícil manter os princípios básicos de livre circulação e abertura dos espaços públicos que serviam de fundamento para a estruturação das cidades modernas. Os enclaves privados e fortifcados, como os shopping centers e os condomínios fechados desenvolvem uma relação de negação e ruptura com o resto da cidade, aspecto que intensifca ainda mais a qualifcar as interações públicas por meio de índices como suspeição, perigo e restrição. Ao estabelecerem uma simbologia de status, os enclaves criam meios para a afrmação de todos os tipos de barreiras físicas e artifícios de distanciamento, sendo portanto, uma explícita afrmação da diferenciação social. A consolidação dos enclaves demonstra, na contemporaneidade, a necessidade crescente de cercar, murar, fechar e garantir por uma segurança sofsticada e estruturada a vida privada. Utilizando-se de uma justifcativa que contempla o medo do crime e da violência, as pessoas transformam sua maneira de viver bem como a dinâmica pública das cidades.

Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma a seguir.

Alternativas
Comentários
  • pode sim ser retirada, só muda o sentido.

  • Comentário: a banca traz a alternativa (E) como resposta correta para a questão. É preciso entender, no entanto, que há mais de uma resposta cabível para a questão. A alternativa (A) menciona apenas a inserção de uma vírgula quando, na verdade, é necessário inserir duas vírgulas (uma antes e uma depois da conjunção), uma vez que haja a ideia de mobilidade do elemento conjuntivo (é norma de pontuação isolar o elemento conjuntivo disperso na sentença). Na alternativa (B), também há erro conceitual, pois a sentença já possui vírgula para separar um elemento adverbial enfatizado após a conjunção. Na hierarquia de separação dos termos sintáticos, é mister que se utilize um sinal de ponto e vírgula para mostrar a diferença de relacionamento sintático dos termos e não um vírgula. Há mais um erro conceitual na questão: a alternativa (E) diz que o elemento “na medida em que” deve ser grafado como “à medida que”. Não se pode asseverar tal pensamento; pois, dentro do contexto em que está inserida a oração, é possível compreendê-la como um elemento com nexo causal ou, ainda, explicativo – o que não traria prejuízo para a compreensão do texto.

     l

  • MUITO BOM ERRAR ESTA QUESTÃO

    LEMBRE-SE:

    *À medida que significa “à proporção que”, “conforme”.

    *À medida em que NÃO EXISTE!

    *Na medida em que corresponde a “tendo em vista que”, “já que”, “uma vez que”.

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    https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/duvidas-portugues/8220-a-medida-que-8221-ou-8220-na-medida-em-que-8221/

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    Vanessa,

    Leia o texto e verá que sua vírgula está lá.

    Eles só não colocaram na opção, mas isso em nada altera a correção da questão.

  • Concordo com a Colega Vanessa Barbosa em partes, pois de fato a norma pede uma vírgula antes e depois (é norma de pontuação isolar o elemento conjuntivo disperso na sentença), no entanto, essa vírgula proposta pela colega já está inserida no texto, portanto descabida sua reclamação.

    Quanto à alternativa "D" (inclusive a que eu marquei e errei, mas em partes, já que por preguiça não li a última), segundo a Prof. Isabel Vega, pode estar correta ou errada, depende do que a autora quis dizer, pois cabe sim as duas formas, tanto À MEDIDA QUE (conj. subordinativa PROPORCIONAL), quanto NA MEDIDA EM QUE (conj. sub. CAUSAL), para escolher entre uma e outra teria que se verificar com a autora o que ela quis dizer, fato impossível aqui. Pura sacanagem ou ignorância da banca. Porém, dentre as opções, a que está mais errada, sem dúvidas é a alternativa "E".

    Questão, ao meu ver, difícil, mas que ajuda a revisar o conteúdo...

    BONS ESTUDOS!!!

  • À medida que não existe ! Crase em início de frase estar errado ! Com cordo com à letra E , mas existem 2 que estão incorretas . O q concurso só estar mostrando o gabarito preliminar ! acredito que à galera tenha entrado com recurso viu !