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ID
116743
Banca
FCC
Órgão
TRE-AC
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O caso Amina Lawal

A absolvição da nigeriana Amina Lawal, que havia sido condenada à morte por apedrejamento pela acusação de adultério, representa uma vitória dos direitos humanos e da comunidade internacional. Ela está longe, entretanto, de significar
uma melhora da situação das mulheres no país. Na verdade, a "solução" encontrada pelos juízes da corte islâmica de apelações que reviu o caso manteve as aparências. Lawal foi absolvida devido a "erros de procedimento" nos dois julgamentos anteriores. Em nenhum momento o "crime" (sexo fora do casamento, ou "zina", na lei islâmica) ou a crueldade da pena foram postos em questão. A sentença, porém, aliviou a pressão internacional sobre o governo nigeriano.
O caso Lawal é, para os padrões democráticos ocidentais, um verdadeiro escândalo. Amina Lawal, 31, foi sentenciada em primeira instância, em março de 2002, no Estado de Katsina, no norte da Nigéria. Segundo a Anistia Internacional, a prova usada contra ela foi o fato de ter engravidado sem ser casada. Curiosamente, o homem que ela afirmava ser o pai da criança apenas negou que tivesse mantido relações sexuais com Amina e nem foi a juízo. Pelos cânones da escola Maliki de interpretação da "sharia", a lei muçulmana, que é a corrente dominante no norte da Nigéria, a gravidez é prova bastante da culpabilidade da ré. A condenação de Amina fora confirmada em segunda instância em agosto de 2002.
A absolvição representa um alívio para o governo do presidente Olusegun Obasanjo (cristão). Se o apedrejamento fosse confirmado pela corte islâmica e ascendesse a um tribunal laico, uma eventual liberação de Lawal - vista por observadores como certa - poderia desencadear uma guerra civil entre os muçulmanos do norte do país e os cristãos do sul. Se o pior desfecho foi evitado com a absolvição, a questão dos direitos humanos está longe de equacionada. No
mesmo dia em que Lawal era libertada, a imprensa nigeriana noticiava a condenação ao apedrejamento de um acusado de sodomia.

(Folha de S.Paulo. Editorial. 27/09/2003)

O verbo indicado entre parênteses adotará uma forma do plural, ao se flexionar corretamente na seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • A alternativa "c" traz uma locução verbal imbuída de concordância - nesse caso, singular: "Por mais razões que POSSA HAVER..."A alternativa "b" (correta), no entanto, mostra que o conectivo "de" bloqueia a concordância. Assim, teremos "...quantos apedrejamentos HAVERIAM DE OCORRER..."É o mesmo caso de:"Camisa escura""Camisas escuras" (concordância)"Camisa de cor escura""Camisas de cor escura" (bloqueio de concordância)
  • A) O pronome "tudo" é o sujeito (simples) da oração, por isso o verbo tem de ficar no singular. Colocando-se a oração na ordem correta:

    Tudo REDUNDARIA na morte de Amina.

    B) O Verbo "Haver" não está sendo utilizado no sentido de "existir", por isso ele não é impessoal, devendo ser flexionado.

     Na frase, ele tem sentido de "ter" (quantos apedrejamentos terão de ocorrer...), devendo concordar com o núcleo do sujeito (apedrejamentos).

    É de se perguntar quantos apedrejamentos HAVERÃO de ocorrer.

    C) O item traz uma locução verbal "poder + haver". Nesse caso (locução), aplica-se a regra de que o segundo verbo "manda" no primeiro (o segundo verbo fica no infinito e quem flexiona é o primeiro). Como o verbo "haver" está sendo utilizado no sentido de "existir", ele é impessoal, fazendo com que o primeiro verbo também seja impessoal, devendo a locução verbal ficar no singular, independente do sujeito.

    Por mais razões que POSSA HAVER....

    D) O núcleo do sujeito do verbo "ensejar" é o substantivo "conflito", devendo o verbo concordar com o sujeito.

    Um conflito ENSEJARÁ...

    E) Caso de Sujeito oracional 

    Que se solucionem casos como esse não SATISFAZ (...)


  • A) Errado . Concordaria com '' tudo na morte de Amina ''

    B) cORRETO

    c) Errado. Como a uma locução verbal , o verbo ''poder'' se flexiona no singular pois o verbo principal é o verbo ''haver'' no sentido de existir , sendo assim impessoal , não flexionando-se no plural .

    D) Errado. ''Ensejar'' deve concordar com ''conflito'' ficando no singular

    E) Errado. O sujeito de ''satisfaz'' , neste caso , é oracional ( Or.Sub.Subjetiva ) sendo assim a concordância é feita na 3ª Pessoa do singular .