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ID
1213726
Banca
AOCP
Órgão
INES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Alarmismo ambiental e consumo

Maílson da Nóbrega

   1.§ Muitos previram o fim do mundo nos últimos 200 anos. Thomas Malthus (1766-1834) falava em risco de catástrofe humana. Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria. Assim, para controlar a expansão demográfica, Malthus defendia a abstinência sexual e a negação de assistência à população em hospitais e asilos. O risco foi superado pela tecnologia, que aumentou a produtividade agrícola. 
    2.§ Hoje, o alarmismo vem de ambientalistas radicais. A catástrofe decorreria do aquecimento global causado basicamente pelo homem, via emissões de dióxido de carbono. Em 2006, o governo britânico divulgou relatório de grande repercussão, preparado por sir Nicholas Stern, assessor do primeiro-ministro Tony Blair. Stern buscava alertar os que reconheciam tal aquecimento, mas julgavam que seria um desperdício enfrentá-lo. O relatório mereceu dura resposta de Nigel Lawson, ex-ministro de Energia e da Fazenda de Margaret Thatcher, hoje no grupo dos “céticos”, isto é, os que duvidam dos ambientalistas. No livro An Appeal to Reason (2008), Lawson atribuiu objetivos políticos ao documento, que não teria mérito nas conclusões nem nos argumentos. 
   3.§ Lawson afirma que o aquecimento não tem aumentado desde a virada do século e que são comuns oscilações da temperatura mundial. Há 400 anos, o esfriamento conhecido como “pequena era do gelo” fazia o Rio Tâmisa congelar no inverno. Mil anos atrás, bem antes da industrialização — que se diz ser a origem da mudança climática —, houve um “aquecimento medieval”, com temperaturas tão altas quanto as atuais. “Muito antes, no Império Romano, o mundo era provavelmente mais quente”, assinala. De fato, sempre me chamou atenção o modo de vestir de gregos e romanos, que aparecem em roupas leves em pinturas da Grécia e da Roma antigas. Nunca vi um deles metido em pesados agasalhos como os de hoje. 
   4.§ Entre Malthus e os ambientalistas, surgiram outros alarmistas. Em 1968, saiu o livro The Population Bomb, do biologista americano Paul Ehrlich, no qual o autor sustentava que o tamanho excessivo da população constituiria ameaça à sobrevivência da humanidade e do meio ambiente. Em 1972, o Clube de Roma propôs o “crescimento zero” como forma de enfrentar a exaustão rápida de recursos naturais. Ehrlich defendia a redução do crescimento populacional; o Clube de Roma, a paralisia do crescimento econômico. Nenhum dos dois estava certo. 
   5.§ Em artigo na última edição da revista Foreign Affairs, Bjom Lomborg, destacado “cético”, prova o enorme fracasso das previsões catastróficas do Clube de Roma. Dizia-se que em uma geração se esgotariam as reservas de alumínio, cobre, ouro, chumbo, mercúrio, molibdênio, gás natural, petróleo, estanho, tungstênio e zinco. As de mercúrio, então sob forte demanda, durariam apenas treze anos. Acontece que a inovação tecnológica permitiu substituir o mercúrio em baterias e outras aplicações. Seu consumo caiu 98%; o preço, 90%. As reservas dos demais metais aumentaram e outras inovações reduziram sua demanda. O colapso não ocorreu. 
  6.§ Como o Clube de Roma pode ter errado tanto? Segundo Lomborg, seus membros desprezaram o talento e a engenhosidade do ser humano e “sua capacidade de descobrir e inovar”. Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres. Lomborg poderia ter afirmado que o Brasil estaria mais desigual e não haveria a ascensão da classe C. 
   7.§ Apesar de tais lições, volta-se a falar em limites físicos do planeta. Na linha do Clube de Roma, defende-se o estancamento da expansão baseada no consumo de bens materiais. Se fosse assim, inúmeros países seriam congelados em seu estado atual, sem poder reduzir a pobreza nem promover o bem-estar. 
   8.§ Mesmo que o homem não seja a causa básica do aquecimento, é preciso não correr riscos e apoiar medidas para conter as emissões. Mas também resistir a ideias de frear o consumo. Além de injusta, a medida exigiria um impossível grau de coordenação e renúncia ou um inconcebível comando autoritário. Desprezaria, ademais, a capacidade do homem de se adaptar a novas e desafiantes situações.

Revista Veja, edição 2.285. p. 24.

Assinale a alternativa em que está adequada a passagem da voz passiva para a voz ativa da construção “tivessem sido acatadas" (6.§)

Alternativas
Comentários
  • LETRA D DE DOIDO DE ESTUDAR

  • Alguém sabe explicar o pq da resposta?

  • Na passiva está no subjuntivo, quando for para a ativa tem que preserva a forma verbal

    Se meio bilhao de chineses, indianos e outros tivessem acatado a sugestão

  • Pessoal, boa noite.

    Alguém poderia esclarecer o porquê da letra D?

  • Para que o verbo seja da voz passiva é necessário que ele seja um verbo transitivo. Assim, quando na voz passiva ele exige o verbo "SER". Para passar para voz ativa basta tira o verbo "ser".

    ''D" - tivessem atacadas
  • Para  compreender a questão é preciso lembrar que o agente da passiva ( aquele que pratica a ação na voz passiva), quando na voz ativa, exercerá a função de sujeito. Nesse caso, se voltarmos ao texto podemos perceber que não há  agente da passiva, ou seja,  não se pode determinar quem pratica a ação. Logo, quando se transcreve a trecho para voz ativa, por não se saber quem praticou a ação,  o sujeito torna-se  indeterminado. nesse caso temos:
    '' tivessem ( O verbo é colocado na 3 pessoa do plural indicando indeterminação do sujeito ) acatado... '

     

     

  • Se as sugestões tivessem sido acatada (VOZ PASSIVA porque o sujeito "as sugestões" sofre a ação de ser acatada).

     

    Se tivessem acatado as sugestões (VOZ ATIVA)

  • " Se as sugestões tivessem sido acatadas, meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres."
    Ordem direta:
    Meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres se tivessem sido acatadas as sugestões.
    Voz ativa
    Meio bilhão de chineses, indianos e outros teriam continuado muito pobres se tivessem acatado as sugestões.

  • Voz ativa para voz passiva = acrescenta verbo ser

    Voz passiva para voz ativa = tira o verbo ser.

    Letra D é a única que o verbo auxiliar é tivessem.

    Professora Isabel.

  • O assunto abordado é basico, mas a redação da questão está analfabética

  • Primeira vez que eu ouço uma explicaçao simples.

  • Tivessem sido acatadas- voz passiva analítica, para passar pra voz ativa retira-se o verbo ser. (Eliminadas C e E). Tivessem está no Pretérito Imperfeito do subjuntivo ( Eliminamos a letra A-Tinha, Pretérito Imperfeito do Indicativo) e a letra B não é o mesmo verbo, sendo assim GABARITO D

  • tivessem sido acatadas > VOZ PASSIVA

    tivessem acatados > VOZ ATIVA

  • sse + particípio