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ID
1216570
Banca
COPESE - UFT
Órgão
UFT
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Esse é o hino

De quatro em quatro anos, por ocasião das Copas do Mundo, milhões de pessoas pelo planeta afora têm a oportunidade de entrar em contato com uma das melhores realizações que o Brasil já foi capaz de pôr em pé - o Hino Nacional Brasileiro, tocado e transmitido globalmente antes do começo de cada jogo. É sempre um momento de sucesso garantido junto ao público. O time, no campo, pode ir melhor ou pior, mas o hino não falha nunca. Seus primeiros acordes já deixam claro para a plateia presente aos estádios que ela vai ouvir, nos instantes que se seguem, música de primeira qualidade no gênero; dali para frente as coisas só melhoram. Ao se executar a última nota, todos os que prestaram atenção ao que estavam ouvindo ficam com a impressão de ter recebido um brinde inesperado antes do jogo: em vez da monotonia habitual dos hinos nacionais, em geral áridas arrumações de movimentos marciais que têm como característica mais notável o fato de parecerem todas iguais umas às outras, o que se ouve é uma das melodias mais vibrantes, calorosas e inspiradas que se podem escutar numa cerimônia oficial. 

 
Não há momento sequer de tédio no Hino Nacional; tudo ali é energia, emoção, vigor. Com quase 200 anos de vida, a peça composta por Francisco Manuel da Silva em 1822 mantém intactas até hoje todas as qualidades que fizeram dela uma das composições mais bem-sucedidas na história da música brasileira. Escrita originalmente em homenagem à Independência, e oficializada como Hino Nacional Brasileiro após a proclamação da República, a obra de Francisco Manuel tem um longo histórico de aplausos. Louis Gottschalk, o grande compositor americano do século XIX, que morreu no Brasil em 1869 e tinha entre seus admiradores Chopin, Liszt e Berlioz, considerava-a um dos melhores momentos da criação musical de sua época; em sua homenagem, escreveu a celebrada Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. [...]
 
Mas e a letra? Já se falou mal o suficiente da letra do Hino Nacional para que se ganhe alguma coisa insistindo no assunto. Sua linguagem, provavelmente, já era antiquada na época em que foi escrita, 101 anos atrás; é confusa, às vezes absurda, e muito pouca gente consegue decorá-la direito, mesmo porque muita pouca gente entende o que ela está dizendo. Mas isso não afeta a melodia nem embaraça o gênio de Francisco Manuel - que, por sinal, já estava morto quase meio século antes de colocarem palavras em sua música. Além do mais, a letra do Hino Nacional nunca causou prejuízo a ninguém - e, francamente, talvez nem seja pior que a média das letras presentes em hinos de outros países, em geral, obcecados por sangue, morte, canhões, tiranias e outros horrores. O mais prático, portanto, é deixar tudo como está, antes que venha a ideia de adotar uma nova letra através de concurso público. Com certeza, teríamos muita saudade, aí, do lábaro estrelado e dos raios fúlgidos.

Analise as afirmativas abaixo referentes à organização do texto, à estratégia argumentativa e à construção de sentidos.

I - Para sustentar a sua opinião acerca do tema em análise, o autor faz uso da analogia.

II - No corpo do texto, os adjetivos vibrantes, calorosas, inspiradas (primeiro parágrafo) e os substantivos abstratos energia, emoção e vigor (segundo parágrafo) recuperam a imagem de superioridade atribuída ao Hino Nacional, no título.

III - No terceiro parágrafo, a frase interrogativa é usada como recurso de retórica.

IV - No segundo parágrafo, a citação de compositores notórios sustenta a argumentação a respeito da qualidade musical do Hino Nacional Brasileiro.

Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Letra D. 

    I - CERTO! O autor faz analogia entre o hino nacional e os outros hinos. 

    II - ERRADO! O título até abre margem a uma interpretação de superioridade, apesar de não explícita, e haveria quem dissesse que os adjetivos "vibrantes, calorosas, inspiradas" recuperaram essa imagem de superioridade pelo contexto em que foram empregados. Porém, mesmo que consideremos dessa forma, de modo algum poderíamos dizer o mesmo dos substantivos "energia, emoção e vigor", que se limitam, no contexto empregado, a caracterizar o Hino Nacional.

    III - CERTO! O autor faz uso da interrogação retórica no trecho: "Mas e a letra?". Interroga sem esperar resposta, com o objetivo de atenuar a informação pretendida, usando como argumento para defender a letra do Hino Nacional. 

    IV - CERTO! A citação dos compositores é feita justamente para defender a ideia de que o Hino Nacional é de alta qualidade (até aquele grande compositor, que tinham outros grandes compositores entre seus admiradores, considera a composição como um dos melhores momentos musicais de sua época).

  • Também marquei a letra D

    II - No corpo do texto, os adjetivos vibrantes, calorosas, inspiradas (primeiro parágrafo) e os substantivos abstratos energia, emoção e vigor (segundo parágrafo) recuperam a imagem de superioridade atribuída ao Hino Nacional, no título.


    alternativa II esta errada, porque ele diz que o hino RECUPEROU a superioridade. A palavra RECUPEROU nos leva a crer que ele estava sendo inferior, o que não é visto em nenhum momento no texto.


  • CORRETA >>> B

     

    Cuidado!

    Algumas pessoas marcaram a letra "D" acreditando que a frase interrogativa fora usada como "retórica". ERRADO

     

    Pergunta retórica: É uma interrogação que não visa obter uma resposta, mas estimular alguma reflexão no leitor. No entanto, perceba que o autor responde a própria pergunta: "- Mas e a letra? Já se falou mal o suficiente..." 

    Ou seja, não se trata de uma pergunta retórica.

  • A única alternativa que tive certeza foi a IV.

    A alternativa II deixou dúvida porque não vi o título atribuir superioridade ao Hino Nacional. Ao não ser que o autor tenha feito uso da ENTONAÇÃO. (mas aí fica difícil saber)


    Espero não está falando besteira! Bons estudos...

  • Também marquei a alternativa D. :-(

  • o  que é analogia?

     

  • Analogia :  relação de semelhança entre coisas