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ID
1226266
Banca
VUNESP
Órgão
EMPLASA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 07.

A bruxa nos relógios

      Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida. Então falo aqui de um tema que me fascina, sobre o qual já tenho refletido muito.
      Quando criança, eu achava que no relógio de parede do sobrado de uma de minhas avós, aquele que soava horas, meias horas e quartos de hora que me assustavam nas madrugadas insones em que eu eventualmente dormia lá, morava uma feiticeira que tricotava freneticamente, com agulhas de metal, tique-taque, tique-taque, tecendo em longas mantas o tempo de nossa vida.
      Nessas reflexões mais uma vez constatei o que todo mundo sabe: vivemos a idolatria da juventude – e do poder, do dinheiro, da beleza física e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre embalsamados em seus 20 ou 30 anos. Ou ter, aos 60, “alma jovem”, o que acho discutível, pois deve ser melhor ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada e áspera.
      A maturidade pode ter uma energia muito boa, pensamento e capacidade de trabalho estão no auge, os afetos mais sólidos, a capacidade de enfrentar problemas e compadecer-se dos outros mais refinada. Passada (ou abrandada) a insegurança juvenil, é possível desafiar conceitos que imperam, limpar o pó desse uniforme de prisioneiros, deixar de lado as falas decoradas, a tirania do que temos de ser ou fazer. Pronunciar a nossa própria alforria: vai ser livre, vai ser você mesmo, vai tentar ser feliz.
      Portas continuam se abrindo: não apenas sobre salas de papelão pintado, porém sobre caminhos reais. Correndo pela floresta das fatalidades, encontramos clareiras de construir. De se renovar, não importa a cifra indicando a nossa idade. E sempre que alguém resolver não pagar mais o altíssimo tributo da acomodação, mas dar sentido à sua vida, verá que a bruxa dos relógios não é inteiramente má. E vai entender que o tempo não só nega e rouba com uma das mãos, mas também, com a outra, oferece – até mesmo a possibilidade de, ao envelhecer, alargar ainda mais as varandas da alma.

(Lya Luft. Revista Veja, edição 2344, 23.10.2013. Adaptado)


Considerando a relação que a conjunção pois estabelece entre as orações, o sentido do trecho do texto (com cortes) – … ter, aos 60, “alma jovem”, acho discutível, pois deve ser melhor ter na maturidade uma alma adequada… –, está mantido em:

Alternativas
Comentários
  • EXPLICATIVAS
    Explicam, dão um motivo ou razão:

    - É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
    - Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

    Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.


  • a) À proporção que  - Conj. Subord. Proporcional

    b) Embora - Conj. Coord.Concessiva

    c) No entanto - Conj. Coord. Adversativa

    d) Porque - Conj. Coord. Explicativa

    e) Portanto - Conj. Coord. Conclusiva

    A Conjunção Pois, quando no início da oração, assume valor explicativo, o mesmo valor da conjunção Porque na letra " D "

  • POIS antes do verbo tem sentido de explicação nas conjunções coordenadas e que equivale a PORQUE(EXPLICATIVO), ou seja, o POIS DO COMANDO DA QUESTÃO É EXPLICATIVO, ASSIM COMO O PORQUE DA ALTERNATIVA "D".

  • Depois do verbo vem a conclusão. POIS dePOIS DO VERBO É Conclusivo. Tem jeito de fazer conclusão antes do verbo? Só se for em alemão. Pois depois do verbo é conclusão = Oração coordenada Conclusiva - PORTANTO, LOGO, ENTÃO, POR ISSO, POIS (posposto AO VERBO), POR CONSEGUINTE, ASSIM DESSA FORMA. Ah, pois antes do verbo é explicativo. CONJUNÇÔES EXPLICATIVAS: QUE, PORQUE, POIS (anteposto ao verbo), PORQUANTO (porquanto é de causa também, é bom lembrar..)



  • À proporção: Conjunção Subordinativa Adverbial PROPORCIONAL

    Embora: Conjunção Subordinativa Adverbial CONCESSIVA

    No entanto: Conjunção ADVERSATIVA

    Porque: Conjunção EXPLICATIVA

    Portanto: Conjunção CONCLUSIVA

    PorQUANTO: Conjunção EXPLICATIVA


  • pois antes do verbo = explicativa

    pois depois do verbo = conclusão

  • GABARITO D

    Oração coordenada sindética explicativa: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo)

  • Conjunção coordenada explicativa

  • CONJUNÇÃO EXPLICATIVA: QUE, PORQUE, POIS (ANTES DO VERBO).....

  • Caros me tirem uma duvida, assim como o "pois" o "portanto" antes do verbo não tem função explicativa, sendo apenas conclusivo após o verbo, se for correta essa afirmação tem-se duas respostas...

  • Assertiva D

    Acho discutível ter, aos 60, “alma jovem”, porque deve ser melhor ter na maturidade uma alma adequada.

    pois = porque = Explicação