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ID
12493
Banca
FCC
Órgão
TRF - 2ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Instruções: As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto
seguinte.

A eterna juventude

Conforme a lenda, haveria em algum lugar a Fonte da
Juventude, cujas águas garantiriam pleno rejuvenescimento a
quem delas bebesse. A tal fonte nunca foi encontrada, mas os
homens estão dando um jeito de promover a expansão dos
anos de "juventude" para limites jamais vistos. A adolescência
começa mais cedo - veja-se o comportamento de "mocinhos" e
"mocinhas" de dez ou onze anos - e promete não terminar
nunca. Num comercial de TV, uma vovó fala com desenvoltura
a gíria de um surfista. As academias e as clínicas de cirurgia
plástica nunca fizeram tanto sucesso. Muitos velhos fazem
questão de se proclamar jovens, e uma tintura de cabelo é
indicada aos homens encanecidos como um meio de fazer
voltar a "cor natural".
Esse obsessivo culto da juventude não se explica por
uma razão única, mas tem nas leis do mercado um sólido
esteio. Tornou-se um produto rentável, que se multiplica
incalculavelmente e vai da moda à indústria química, dos
hábitos de consumo à cultura de entretenimento, dos salões de
beleza à lipoaspiração, das editoras às farmácias. Resulta daí
uma espécie de código comportamental, uma ética subliminar,
um jeito novo de viver. O mercado, sempre oportunista, torna-se
extraordinariamente amplo, quando os consumidores das mais
diferentes idades são abrangidos pelo denominador comum do
"ser jovem". A juventude não é mais uma fase da vida: é um
tempo que se imagina poder prolongar indefinidamente.
São várias as conseqüências dessa idolatria: a
decantada "experiência dos mais velhos" vai para o baú de
inutilidades, os que se recusam a aderir ao padrão triunfante da
mocidade são estigmatizados e excluídos, a velhice se torna
sinônimo de improdutividade e objeto de caricatura. Prefere-se
a máscara grotesca do botox às rugas que os anos trouxeram, o
motociclista sessentão se faz passar por jovem, metido no
capacete espetacular e na roupa de couro com tachas de metal.
É natural que se tenha medo de envelhecer, de adoecer,
de definhar, de morrer. Mas não é natural que reajamos à lei da
natureza com tamanha carga de artifícios. Diziam os antigos
gregos que uma forma sábia de vida está na permanente preparação
para a morte, pois só assim se valoriza de fato o presente
que se vive. Pode-se perguntar se, vivendo nesta ilusão da
eterna juventude, os homens não estão se esquecendo de
experimentar a plenitude própria de cada momento de sua
existência, a dinâmica natural de sua vida interior.

(Bráulio Canuto)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

Alternativas
Comentários
  • a) O SUJEITO É: as evidências do tempo inexorável. PORTANTO O VERBO DEVE CONCORDAR COM O SUJEITO NO PLURAL.
    b) O SUJEITO DO VERBO TER É: esse culto. PORTANTO DEVE CONCORDAR COM O SINGULAR.
    c) O SUJEITO É ORACIONAL: que os efeitos desse culto sejam rapidamente eliminados. PORTANTO DEVE PERMANECER NO SINGULAR
    d) O SUJEITO É: a ilusão dessa suposta juventude eterna. SINGULAR
    e) O SUJEITO DO VERBO PROPOR É: que esqueçam. SUJEITO ORACIONAL. SINGULAR.

  • O sujeito da alternativa A é "o adulto de hoje"... que é usado no singular apesar de indicar plural, uso este aceito pela norma culta. Não sabia que neste caso o verbo concorda no plural... e mais estranho ainda é que o pronome que antecede o verbo a ser completado está no singular!
  • Em relação a letra a: por que AS EVIDÊNCIAS do tempo inexorável não o DEMOVEM desse culto obstinado. Por isso, deve ficar o verbo no plural.O pronome olíquo "o" antes do verbo demover faz referência ao adulto, que está no singular. É por isso que o pronome oblíquo também está no singular.Além disso, o adulto de hoje não dá ideia de plural, mas sim de singular, seja pelo artigo no singular que o está determinando (o), seja pela flexão singular do substantivo (adulto).
  • Essa questão carece de explicações mais claras e precisas!
  • Vamos lá:

    Significado de Demover

    v.t. Fazer renunciar a uma pretensão; dissuadir.

    Classe gramatical de demover: Verbo transitivo direto e indireto
    O quê ou quem que não demove (VTDI)? - O adulto de hoje (OD).
    De quê ou de quem? desse culto obstinado.

    Na ordem direta: Por que as evidências do tempo inexorável não DEMOVEM o adulto de hoje desse culto obstinado?

    Por isso o verbo tem que ir para o plural, pois concorda com o sujeito.