SóProvas


ID
1270912
Banca
VUNESP
Órgão
TJ-PA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                    É preciso dizer não

          Existe um personagem de história em quadrinhos, um pequeno dinossauro chamado Horácio que, apenas por uma de suas características - os braços curtos -, se assemelha a muitos profissionais. Explico: aquela pessoa que está sempre pedindo ajuda para tudo, mas nunca está disponível para ajudar os outros, o “braço-curto”.
          É o tipo do profissional que acaba sobrecarregando os colegas, estressa o ambiente de trabalho e compromete a produtividade. Os colegas precisam fazer a parte dele, o que gera gargalos e coloca em risco o resultado final.
          Já identificou alguém com esse perfil? Como lidar com uma pessoa assim? Primeiramente, alguns padrões de atitude persistem porque o meio os favorece.
          Esses “horácios” encontram à sua volta pessoas que não sabem dizer não. Estas, por sua vez, reclamam para os colegas, se sentem usadas, mas não conseguem se posicionar diante da situação, gerando clima desconfortável no ambiente de trabalho.
          Sinto desapontar quem pensou que eu fosse dar lição de moral nos “mãos-curtas”, mas o maior responsável pela situação não é ele. Em situações profissionais, é difícil dizer “não” para algumas pessoas, mas é importante.
          O “não” é poderoso para a manutenção da saúde, para evitar sobrecarga e para ter mais tempo. É resposta fundamental para impor limites, definir prioridades e sinalizar desagrado.
          Tenha critérios para dizer “não” e avalie a situação: é preciso entender, naquele momento, o que é importante e urgente para você. O urgente não pode esperar. Peça uma contrapartida, por exemplo: “Se eu fizer isso para você, então você pode fazer aquilo para mim?”. É uma maneira de pedir comprometimento do outro.
          Não é preciso, entretanto, ser agressivo. É a isso que se chama assertividade: quando a pessoa consegue expressar com segurança os próprios pensamentos, opiniões ou emoções, sem que para isso seja ameaçador ou autoritário para o outro. Pratique o “não” e veja que os “horácios” tenderão a desaparecer da sua frente.

                    (Adriana Gomes. Folha de S. Paulo, 08.12.2013. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a colocação pronominal está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito Letra A

    A) "colocam" tem terminação nasal (-no -na -nos -nas) + "que" é partícula atrativa e atraio pronome ocasionando Próclise = CERTO

    B) "ajudado" tem terminação normal (-o -a -os -as) + sem partícula atrativa = ênclise
    (Ajudado-os)

    C) Pronome obliquo não conjuga verbo
    (Ensinaram-nos)

    D) "conduziriam" está no futuro, logo é causa de Mesóclise
    ( conduzir-nos-iam )

    E) "facilita" tem terminação normal (-o -a -os -as) + "frequentemente" é partícula atrativa = Próclise
    (os facilita)

    Bons Estudos

  • Retificando a OBS em relação a Letra B.
    O erro ocorre quando NÃO é permitido fazer ÊNCLISE em verbos no Particípio (ADO, IDO).
    No caso, o correto seria ter feito PRÓCLISE.
  • Comentário elucidativo o do Renato, porém acrescento, quanto à alternativa "e", que a forma correta da frase seria "(...)frequentemente nos facilita a vida". 

  •  a) As situações desconfortáveis em que nos colocam os horácios demandam respostas assertivas. (Certo) QUE - Pronome relativo/ atrai o pronome.
     b) Exigir a participação dos mãos-curtas tem ajudado-nos a evitar sobrecarga de trabalho. (caso proibido de ênclise: não se emprega o pronome após particípio)
     c) Nos ensinaram que é imprescindível saber dizer não aos colegas que agem como braços-curtos. (Caso proibido: não se inicia a oração com pronome obliquo)
     d) Segundo a autora, ameaças e práticas autoritárias conduziriam-nos a resultados negativos. (caso proibido: não se usa o pronome após futuros do subjuntivo)
     e) Ter segurança para expressar os próprios pensamentos frequentemente facilita-nos a convivência. (Caso obrigatório: advérbios curtos atraem o pronome)

  • Na letra "a" não seria "nas quais"? Os horácios nos colocam NAS situações desconfortáveis.

  • a\ correta : conjunção que exige próclise

    b\ locução verbal aux mais partic : pronome ante ou depois do aux. mas nunca depois do particípio(ênclise)

    c\ não se inicia a oração com pronome

    d\ verbo no futuro do pretérito exige mesóclise quando não tem antes palavra atrativa que exige próclise

    e\ adverbio antes do verbo exige a próclise

  • a)  Certa. Uso da próclise

    b)  Verbo principal no particípio exige que o pronome oblíquo venha antes ou depois do verbo auxiliar, mas nunca no particípio. (...tem-nos ajudado...)

    c)  Não se inicia oração com pronome oblíquo. (Ensinaram-nos => ênclise)

    d)  Caso de mesóclise (conduzir-nos-iam)

    e)  Uso da próclise com palavra atrativa (adverbio) (....frequentemente nos facilita a...) 

  • Melhor professor! valeu! :))))

  • Assistam ao vídeo do professor Alexandre. Ele literalmente "desossou" essa questão. Esse cara é fera, deu um show!

  • Ótimo professor! Explicação excelente!!

  •  

    a) As situações desconfortáveis em que nos colocam os horários demandam respostas assertivas.
    CORRETA: O pronome relativo "que" atrai a próclise obrigatória.


    b) Exigir a participação dos mãos-curtas tem ajudado-nos a evitar sobrecarga de trabalho.

    INCORRETA: Não se usa ênclise em verbos no particípio; o correto seria "tem nos ajudado".


    c)Nos ensinaram que é imprescindível saber dizer não aos colegas que agem como braços-curtos.

    INCORRETA: Não se usa próclise no inicio de frases. "Ensinaram-nos".


    d) Segundo a autora, ameaças e práticas autoritárias conduziriam-nos a resultados negativos.


    Caros Colegas, esse foi o meu entendimento. Corrijam-me caso eu esteja equivocado.

  • Análise letra por letra:

    a) Assertiva correta, pronomes relativos são palavras atrativas e resultam em próclise.

    b) Assertiva errada, pois verbo no particípio não carrega, nunca, pronome. Neste caso o correto seria: tem-nos ajudado, tem nos ajudado ou nos tem ajudado (hífen é opcional).

    c) Assertiva errada, visto que nunca se inicia período com próclise. O correto seria usar a ênclise: Ensinaram-nos.

    d) Assertiva errada, caso de mesóclise. O correto seria: conduzir-nos-iam.

    e) Assertiva errada, advérbios são palavras atrativas e resultam em próclise.

  • Ótima explicação, professor. Muito obrigado!!!

    Gab: A.

  • a) correto

    b )tem nos ajudado

    c) Não se começa com pronome átono uma oração.

    d) futuro do presente e FUTURO DO PRETÉRITO será mesóclise  conduzir-nos-iam

    e) frequentemente nos facilitam

     

  • A) correto. QUE atraiu pronome.

    b) particípio não admite ênclise

    c) errado iniciar oração com pronome átono

    d) futuro do presente e FUTURO DO PRETÉRITO será mesóclise - nesse caso pode ser CONDUZIR-NOS-IAM ou PRÓCLISE--> NOS CONDUZIRIAM

    e) advérbio atrativo

  • MUITO FÁCIL

  • Se você lembrar a regra do "que" atrativo, você responderá 90% das questões da VUNESP a respeito do tema.

  • A)CORRETA  PARTICULA QUE ATRATIVA

    B)AJUDADO,PARTICIPIO "ADO,IDO" FATOR DE PRÓCLISE

    C)NÃO PODE COMEÇAR FRASE COM PRONOME

    D)CONDUZIRAM  FATOR DE MESÓCLISE (AO MEU VER INCA FUTURO)

    E)FREQUENTEMENTE ADVERBIO ,FATOR ATRATIVO DE PRÓCLISE

  • D) conduzir-nos-iam ou nos conduziriam

  • Segundo a autora, ameaças e práticas autoritárias conduzir-nos-iam a resultados negativos.

  • O QUE DEMANDA RESPOSTAS ASSERTIVAS AS SITUAÇÕES DESCONFORTÁVEIS !

  • pronomes relativos são palavras atrativas e resultam em próclise.

  • Fatores de próclise (atração)

    1 – Advérbios;

    Ex.: Agora se negam a depor.

    2 – Palavras negativas;

    Ex.: Não lhe enviei o relatório, nem o orientei devidamente.

    3 – Pronomes relativos;

    Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

    4 – Pronomes demonstrativos;

    Ex.: Isso me diz respeito.

    5 – Pronomes indefinidos;

    Ex.: Poucos lhe deram a oportunidade.

    6 – Conjunções subordinativas;

    Ex.: Quando me vi sozinho, chorei.

    Temos mais quatro observações importantes

    7 – Verbos no infinitivo sempre admitem o uso da ênclise.

    Ex.: Não importar-se com o que ocorra.

    Note-se que, devido à presença do verbo no infinitivo, o pronome poderá permanecer após a forma verbal, mesmo que haja fator atrativo. Sem problemas, também poderíamos ter a seguinte construção: “Não se importar com o que ocorra”.

    8 – Verbos no particípio e no futuro jamais admitem o uso da ênclise.

    Ex.: Ninguém deve ter se lembrado desses mecanismos.

    Ex.: Tratar-me-ei.

    Lembre-se de que a mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja um fator de próclise, ou seja, uma palavra atrativa. Veja outros exemplos:

    Realizar-se-ia uma nova reunião. (sem fator atrativo)

    Mostrar-lhe-ei outros projetos. (sem fator atrativo)

    Não te enviarei outra proposta. (com fator atrativo)

    Depois se buscaria uma solução melhor. (com fator atrativo)

    9 – A expressão “em + verbo no gerúndio” exige a próclise.

    Ex.: Em se tratando desse assunto, Lucas é especialista.

    10 – Frases exclamativas, interrogativas e optativas (frases que exprimem desejo) exigem a próclise.

    Ex.: Como te julgaram!

    Ex.: Como se chama o presidente do Supremo Tribunal Federal?

    Ex.: Bons ventos o tragam, Lucas Gonçalves.