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ID
1283356
Banca
FCC
Órgão
TRF - 4ª REGIÃO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Antônio Vieira é, desde o século XVII, um modelo de nosso idioma, a ponto de Fernando Pessoa, na Mensagem, chamá-lo de “Imperador da língua portuguesa”. Em uma de suas principais obras, o Sermão da Sexagésima, ensina como deve ser o estilo de um texto:
      “Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas, e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem, e tão alto que tenham muito que entender nele os que sabem. O rústico acha documentos nas estrelas para sua lavoura, e o mareante para sua navegação, e o matemático para as suas observações e para os seus juízos. De maneira que o rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever, entendem as estrelas, e o matemático que tem lido quantos escreveram não alcança a entender quanto nelas há.”
      Vieira mostra com as estrelas o que sejam a distinção e a clareza. Não são discordantes, como muitos de nós pensamos: uma e outra concorrem para o mesmo fim. Nada mais adequado que, ao tratar de tais virtudes do discurso, fizesse uso de comparação. Este procedimento Quintiliano, no século II d.C., já considerava dos mais aptos para conferir clareza, uma vez que estabelece similaridades entre algo já sabido pelo leitor e aquilo que se lhe quer elucidar. Aqui, compara o bom discurso ao céu, que é de todos conhecido.
(Tales Ben Daud, inédito)

Os elementos sublinhados em ... quantos escreveram não alcança a entender quanto nelas há... (2º parágrafo) possuem, respectivamente, a mesma função que os sublinhados em:

Alternativas
Comentários
  • relendo o período no texto: "De maneira que o rústico e o mareante, que não sabem ler nem escrever, entendem as estrelas, e o matemático que tem lido quantos escreveram não alcança a entender quanto nelas há.”

    analisando os termos : e o matemático [que tem lido - oração adjetiva restritiva] quantos [ como o termo varia ele não pode ser advérbio; para se encontrar o sujeito pergunte ao verbo quem? escreveram e ele responde "quantos",; logo, quantos é o sujeito] escreveram não alcança a entender [entende é VTD, quem entende entende alguma coisa, "quanto é o OD de entender]  quanto nelas há.”

    assim, deve-se buscar nas alternativas um sujeito e um OD, respectivamente.

    assim fica fácil ver que a correta é a letra B O rústico [sujeito] acha [VTD. Quem acha, acha alguma coisa] documentos [OD] nas estrelas para sua lavoura...

    particularmente, fiquei muito tempo pensando pra entender a questão e fazer a resposta achei a questão difícil.

  • Quem escreveram? quantos (sujeito; pergunta "quem?" antes do verbo)Entender o quê? quanto nelas há (obj. direto; pergunta "o quê?" depois do verbo)
    questão BQuem acha? O rústico portanto sujeito. Acha o quê? documentos obj. direto.
  • GABARITO B.
    As funções sintáticas no fragmento destacado que aparecem na B são de SUJEITO e OBJETO DIRETO.

  • Alana araújo vc não está confundindo análise sintática com  morfologia?

  • Questão TOP 10 - MAIS DIFÍCEIS de português...

  • >>> Sujeito

    >>> Objeto Direto