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ID
128353
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Filmes sobre tribunais

Não são poucos os filmes, ou mesmo séries de TV, em
que a personagem principal é uma instituição: um julgamento no
tribunal, com júri popular. É verdade que em muitos desses
filmes há as preliminares das peripécias violentas, da ação
policial, da detenção e do interrogatório de suspeitos, mas o
clímax fica reservado para os ritos de acusação e defesa, tudo
culminando no anúncio da sentença. Que tipo de atração
exercem sobre nós essas tramas dramáticas?

Talvez jamais saibamos qual foi a primeira vez que um
grupo de pessoas reuniu-se para deliberar sobre a punição de
alguém que contrariou alguma norma de convívio; não terá sido
muito depois do tempo das cavernas. O fato mesmo de as
pessoas envolvidas deliberarem em forma ritual deve-se à
crença na apuração de uma verdade e à adoção de paradigmas
de justiça, para absolver ou condenar alguém. A busca e a
consolidação da indiscutibilidade dos fatos, bem como a
consequente aplicação da justiça, não são questões de
somenos: implicam a aceitação de leis claramente
estabelecidas, o rigor no cumprimento dos trâmites processuais,
o equilíbrio na decisão. Ao fim e ao cabo, trata-se de
estabelecer a culpa ou inocência ? valores com os quais nos
debatemos com frequência, quando interrogamos a moralidade
dos nossos atos.

É possível que esteja aí a razão do nosso interesse por
esses filmes ou séries: a arguição do valor e do nível de
gravidade de um ato, sobretudo quando este representa uma
afronta social, repercute em nossa intimidade. Assistindo a um
desses filmes, somos o réu, o promotor, o advogado de defesa,
o juiz, os jurados; dramatizamos, dentro de nós, todos esses
papéis, cabendo-nos encontrar em um deles o ponto de identificação.
Normalmente, o diretor e o roteirista do filme já
decidiram tudo, e buscam deixar bem fixado seu próprio ponto
de vista. O que não impede, é claro, que possamos acionar, por
nossa vez, um julgamento crítico, tanto para estabelecer um
juízo pessoal sobre o caso representado em forma de ficção
como para julgar a qualidade mesma do filme. Destas últimas
instâncias de julgamento não podemos abrir mão.
(Evaristo Munhoz, inédito)

O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • a) Está nas preliminares das peripécias violentas o principal foco de atração para muitos dos espectadores desses filmes.

    b) O fato de tantos apreciarem esses filmes não redundar em conclusões mecânicas que devamos estabelecer sobre o gosto popular.

    c) Aos espectadores mais críticos não deve interessar guiarem-se pelas intenções do diretor e do roteirista.

    d) Não fosse também por outras razões, ficaríamos atentos a esses filmes pela boa elaboração de suas tramas.

    e) A conclusão a que nos leva, nesse texto, as ponderações do autor é a de que esses filmes falam muito sobre nós.

  • A pergunta é: O que nos levam a conclusão do autor?
    Resposta: as ponderações de que esses filmes falam muito sobre nós.

    Grande abraço e bons estudos.
  • Pessoal com relação à letra “e”.
    A conclusão a que nos ...... (levar), nesse texto, as ponderações do autor é a de que esses filmes falam muito sobre nós.
    R: A conclusão a que nos levam, neste texto, as ponderações do autor é a de que esses filmes falam muito sobre nós.
    AMARELO: Oração Principal.
    AZUL: Oração Subordinada Adjetiva (a presença do pronome relativo sempre introduz uma or. Subordinada adjetiva).
    O termo sublinhado é o pronome relativo “que” o qual está se referindo a um termo anterior, isto é, a conclusão, portanto nitidamente temos aqui uma oração subordinada adjetiva, logo para toda a oração subordinada temos uma oração principal, o que não é diferente na frase.
    Oração principal: A conclusão é a de que esses filmes falam muito sobre nós (oração principal).
    Oração subordinada (normal): a que (a conclusão) nos levam, neste texto, as ponderações do autor.
    Oração subordinada (organizada): As ponderações do autor, neste texto, nos levam à conclusão.
    Quem leva, leva A alguma coisa, justamente por isso temos a presença da preposição “a” antes do relativo “que”.
    Justamente por essa razão a letra “e” está corretíssima.
  • Reescevendo letra e para ficar mais fácil de entender:

    A conclusão a que as ponderações do autor nos levam  é a de que esses filmes falam muito sobre nós.