SóProvas


ID
1313509
Banca
CETRO
Órgão
Prefeitura de São Paulo - SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

     A Câmara preparou um generosíssimo pacote de vantagens para empresas que têm pendências com a Receita. Os obséquios estão na MP 627, que agora tramita no Senado. Caso as benesses sejam aprovadas cabe ao governo vetá-las? 44

     Um fato da vida moderna que nem sempre recebe a devida apreciação é o poder do fisco para promover e reprimir comportamentos. Gostamos de imaginar que é a lei que cumpre esse papel, mas impostos tendem a ser muito mais eficazes.

     Enquanto normas penais atuam, exclusivamente, pelo lado negativo - elas estabelecem uma sanção para a conduta que queremos coibir, que só será imposta se o delinquente for pego -, taxas agem tanto no plano das barreiras quanto no dos incentivos e se aplicam automaticamente a quase todos os contribuintes.

     A correlação entre a carga fiscal que incide sobre um produto e seu nível de consumo pela sociedade é conhecida desde sempre. Em inglês existe até a sugestiva expressão “sin tax” (imposto sobre o pecado) para designar os tributos diferenciados que recaem sobre atividades tidas como “indesejadas”, a exemplo do consumo de tabaco e álcool e o jogo.

     Se há algo que parlamentares e autoridades econômicas não podem negligenciar, portanto, são os aspectos psicológicos da legislação fiscal. Nesse quesito, a MP 627 é desastrosa.

     Anistias fiscais até fazem sentido em condições específicas, como a retomada depois de megacrises ou quando o Estado fica totalmente sem caixa. Mas, mesmo aí, precisam ser utilizadas com extrema parcimônia. Uma vez por século soa como uma frequência razoável.

     Quando elas são concedidas duas vezes por década, como tem acontecido no Brasil, o poder público está basicamente dizendo aos empresários que vale a pena sonegar e esperar o próximo perdão. É uma mensagem que, dada a eficácia dos impostos para moldar comportamentos, eles captam com extrema facilidade.

             SCHWARTZMAN, H. Crime tributário. Folha de S.Paulo, 15 abr. 2014, p. A2. Texto com adaptações.

Analise as seguintes paráfrases do fragmento “Gostamos de imaginar que é a lei que cumpre esse papel, mas impostos tendem a ser muito mais eficazes” (2º parágrafo).

I. A tendência a impostos eficazes é muito maior que o cumprimento desse papel pelas leis.

II. Costuma-se atribuir à lei o cumprimento desse papel, todavia a eficácia dos impostos tendem a ser maiores.

III. Imaginamos a lei como cumpridora desse papel; os impostos, contudo, costumam apresentar maior eficácia.

Considerando o sentido que a frase original assume no texto e as prescrições gramaticais em relação a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa, é (são) válida(s) a(s) paráfrase(s) apresentadas em

Alternativas
Comentários
  • Não entendi por que a II está incorreta...

  • Oi Renata acredito que o erro da II esteja na seguinte parte:

    Costuma-se atribuir à lei o cumprimento desse papel, todavia a EFICÁCIA dos impostos TENDE a ser MAIOR. 

    Não encontrei o erro da I se alguém puder contribuir agradeço.


  • Não entendi também.

  • I. A tendência a impostos eficazes É MUITO MAIOR que o cumprimento desse papel pelas leis. ERRADO

     

    Não consegui identificar o erro na II. Alguém poderia explicar?
     

  • Erro da II está n pluralização

  • Minha análise sobre o item I e II:

    I) Item errado pois o sentido foi alterado. Interessante voltar no texto e substituir as frases para observar.

    Frase original contextualizada:

    Um fato da vida moderna que nem sempre recebe a devida apreciação é o poder do fisco para promover e reprimir comportamentos. Gostamos de imaginar que é a lei que cumpre esse papel, mas impostos tendem a ser muito mais eficazes.

    Paráfrase contextualizada:

    Um fato da vida moderna que nem sempre recebe a devida apreciação é o poder do fisco para promover e reprimir comportamentos. A tendência a impostos eficazes é muito maior que o cumprimento desse papel pelas leis.

    O erro está no sentido da relação feita. Pra mim, a frase original transmite a ideia de que os impostos tendem a ser mais eficazes que as leis no papel de promover e reprimir comportamentos. Enquanto, na paráfrase, o sentido ficou meio estranho, parecendo que tendência de existirem impostos eficazes é maior que o cumprimento do papel de promover e reprimir comportamentos pelas leis.

    Ou seja, os impostos tendem a ser mais eficazes que as leis no papel de promover e reprimir comportamentos. E não: A tendência a impostos eficazes é maior que o cumprimento de promover e reprimir comportamentos por parte das das leis.

    Não sei se ficou clara minha interpretação. Mas, quaisquer considerações, mandem no privado que faço as alterações;

    II) Item com erro de concordância (nesta frase não é preciso voltar no texto):

    Frase errada da assertiva: Costuma-se atribuir à lei o cumprimento desse papel, todavia a eficácia dos impostos tendem a ser maiores.

    Correção:  a eficácia dos impostos tende a ser maior.