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ID
1319170
Banca
FGV
Órgão
SUSAM
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                           País precisa racionalizar consumo de eletricidade?

    Há previsão de chuvas para a maior parte das regiões do país nos próximos dias. Ainda assim, por força da longa estiagem que afetou o Sudeste e o Centro-Oeste, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS) trabalha com uma estimativa de que no atual período úmido o volume de chuvas não ultrapasse 67% da média histórica nas áreas que abrigam os principais reservatórios das hidrelétricas.

    No Sudoeste, o volume de água acumulada nos reservatórios caiu para o mesmo patamar registrado em igual período em 2001 (34%), ano em que o país teve de recorrer a um programa de racionamento de eletricidade. Desde então muita coisa aconteceu para reduzir a necessidade de um novo racionamento.

    Linhas de transmissão foram instaladas, aumentando a capacidade de transferência de eletricidade de uma região para outra (em 2001, de fato, a energia que sobrava no Sul ou no Norte não pôde ser transferida para o Sudeste e o Nordeste). O parque gerador também recebeu considerável reforço de usinas termoelétricas e há uma crescente contribuição da energia eólica, ainda que em termos relativos essa participação não ultrapasse 1% da eletricidade consumida.

    Mas a verdade é que a oferta de energia depende agora dos humores de São Pedro. A hidroeletricidade responde por mais de 70% da capacidade de geração, e praticamente todas as novas usinas hidráulicas operam a fio d’água, ou seja, dependem da vazão dos rios. Se estivessem concluídas, as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Madeira, e Belo Monte, no Xingu, poderiam estar operando a plena capacidade em face da grande cheia dos rios que as abastecem.

    Os reservatórios remanescentes não mais asseguram o suprimento de eletricidade do país por vários anos, e sim por meses.

    Em pleno período úmido, quando a ocorrência de chuvas abundantes ainda é possível, talvez não faça sentido a adoção já de um plano de racionamento de energia. Com a economia crescendo pouco, o racionamento precipitado poderia ter impacto negativo desnecessário sobre a produção, já debilitada por outros fatores. No entanto, como a situação dos reservatórios está em ponto crítico e a previsão de chuvas é incerta, o mínimo que se deveria esperar das autoridades seria um esforço em prol da racionalização do uso de energia, como primeira iniciativa. No passado, a população e os setores produtivos deram provas de que respondem com presteza aos estímulos à racionalização do consumo de eletricidade. E, se preciso for, todos estariam preparados para o racionamento, em um segundo momento.

    O que não pode é o governo ficar de braços cruzados, por causa do ano eleitoral, fingindo que não há qualquer risco de desabastecimento. Por causa de seus interesses políticos, o governo não deveria jogar com a sorte e expor a população a uma situação com consequências muito sérias se o país tiver de ser submetido, mais tarde, a um forte racionamento de energia.

                                                                                                                (Opinião, O Globo, 07/03/2014)

“Há  previsão  de  chuvas  para  a maior  parte  das  regiões  do  país  nos próximos dias. Ainda assim, por força da longa estiagem que  afetou  o  Sudeste  e  o  Centro-Oeste,  o  Operador  Nacional  do  Sistema  Elétrico  (NOS)  trabalha  com  uma  estimativa  de  que  no  atual período úmido o volume de chuvas não ultrapasse 67% da  média histórica...”. 

Nesse segmento inicial do texto, o termo “ainda assim” tem valor  semântico de

Alternativas
Comentários
  • Sinceramente não entendi porque o "mas" não se encaixa.  "Há previsão de chuvas......nos próximos dias. Mas, por força da longa.....

  • Ainda assim é um conetivo de concessão.

    • Concessão - embora, mesmo que, se bem que, apesar de, ainda assim, ainda que, por mais que, mesmo assim, de qualquer forma, posto que…



    Mas é um conetivo de oposição/contraste.

    • Oposição/ contraste: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, contrariamente, em vez de, ao invés de, pelo contrário, por oposição, oposto, opostamente, entretanto, doutro modo, ao contrário, não obstante, por outro lado…

  • para mim tb caberia o mas. =/

  • As frases não são coordenadas? Como pode haver valor semântico de concessão? Pelo que entendo, as frases são independentes:

    1) Há  previsão  de  chuvas. 

    2) O operador trabalha com uma estimativa.

    Outra coisa: "ainda assim" não é exemplo de conjunção concessiva. "Ainda que", sim.

    – Era humilde, ainda assim possuía muitos bens (adversativa)

    – Era humilde, ainda que possuísse muitos bens (concessiva)

  • tambem errei, mas lendo essa explicacao, da pra entender: https://flaverlei.wordpress.com/2009/09/21/diferencas-entre-a-concessiva-e-adversativa/

  • Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização.

     

    São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc.

  • Acho esse gabarito errado. A questão NÃO possui resposta válida. pelo simples fato de que a principal diferença semântica entre adversidade e concessão está na frase que a conjunção inicia.

    Até onde sei, a adversidade expressa a ideia mais forte, que, de fato, se contrapõe a anterior, enquanto a concessividade não impede que a ação na oração principal aconteça, apenas demonstra que existe um obstáculo, não um impedimento.

    No texto: o fato de haver previsão de chuva não é o fato principal. É o mesmo que dizer: Embora haja previsão de chuvas, o Operador Nacional do Sistema Elétrico.... O Operador Nacional trabalhar com uma estimativa tal é o conteúdo mais importante, logo, a conjunção deve ter valor adversativo em relação ao período anterior.

    Até o comando da questão reforça a isso: Nesse segmento inicial do texto, o termo “ainda assim” tem valor semântico de

    Também não poderia ser a letra "A". Porque, segundo a maioria dos gramáticos, não se começa período com a conjunção "MAS". Então, teria que ser outra conjunção adversativa.