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ID
1331065
Banca
CETRO
Órgão
Ministério das Cidades
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                     Autoritarismo benigno

      SÃO PAULO – O título não esconde as intenções da autora: “Contra a Autonomia – Justificando o Paternalismo Coercitivo”. A obra da filósofa Sarah Conly, disponível só em inglês, bate de frente com o virtual consenso de que as escolhas das pessoas devem ser respeitadas. Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, não é um texto irremediavelmente autoritário. Embora Conly defenda a proibição do fumo, ela é simpática à legalização da maconha.
      O ponto central da autora, que pretende refutar os argumentos libertários de John Stuart Mill, é o de que a psicologia reuniu uma catarata de evidências que provam que o ser humano é “intratavelmente irracional” e que isso não pode ser consertado por campanhas educativas.
      Não é tanto que não saibamos o que queremos. A maioria de nós não tem dúvida de que deseja manter a saúde, guardar dinheiro para a aposentadoria etc.. A questão é que, devido a uma série de vieses cognitivos, fracassamos miseravelmente em seguir uma estratégia para chegar a esses fins. É só sob essas circunstâncias, diz Conly, que o paternalismo deve entrar para dar uma mãozinha.
      Até aqui eu acompanho os raciocínios da autora. Ela não me convenceu, entretanto, de que o paternalismo coercitivo, isto é, imposto por meio de normas restritivas, é superior ao paternalismo libertário proposto por Richard Thaler e Cass Sunstein, em que o poder público tenta induzir o cidadão a fazer as melhores escolhas, sem, contudo, obrigá-lo a elas.
      Minha impressão é que Conly não considerou como deveria o problema da informação incompleta que, em alguma medida, afeta todas as éticas consequencialistas. Nós simplesmente não temos como calcular o valor subjetivo que o fumante atribui a suas baforadas para proclamar que elas valem menos que a sua saúde.
      O livro de Conly é bom e nos faz pensar, mas continuo com Mill: “Sobre si mesmo, o seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano”. 

 

                                                                                                SCHWARTSMAN, H. Folha de S. Paulo
                                                                                                                São Paulo, p. A2, 17 mar. 2013.


Considerando as ideias do texto como um todo e a significação das palavras, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • REFUTAR:

    verbo

    1. transitivo direto
      afirmar o contrário de; desmentir, negar.

      "o policial refutou a acusação de corrupção"

    2.
    transitivo direto
    não aceitar, não dar aprovação; rejeitar.

    "refutou a proposta indecorosa"

  • A) irremediavelmente >> Sem cura, algo que não se pode voltar atrás, logo > para sempre.

    A) inofensivamente >> Sem fazer dano; inocentemente.

    B) refutar  >> Dizer o oposto; dizer o contrário de; negar: o réu refutou os indícios do crime.Que não se pode aprovar ou aceitar; rejeitar: refutou o pedido de casamento.

    B)  contestar >> Recusar o reconhecimento de um direito: contestar uma sucessão.Pôr em discussão a justeza ou a veracidade de uma coisa; negar, objetar.

    C)  virtual >> Não real; simulado eletronicamente: imagens virtuais.

    C) digital >> Que se relaciona ou tem a ver com os dedos ou dígitos.Que é produzido pelos dedos: impressões digitais.

    D) vieses  >>  Aquilo que parte na contra mão de uma ideia, em detrimento, ao contrário.oblíquo, esguelha, soslaio, ou classifica algo que tem direção oblíqua

    D) problemas >> questões, perguntas, impasses, dilemas, dúvidas, quebra-cabeças, mistérios, charadas, enigmas

    E) soberano  >> Capaz de exercer o poder de maneira extrema; que possui suprema autoridade: soberana rainha; verdade soberana.

    E)  soberbo  >> Arrogante; quem possui soberba ou se comporta de modo arrogante e presunçoso; quem se acha superior aos demais.