A Perspectiva Modernizadora é a primeira perspectiva do processo de renovação do Serviço Social no Brasil e começa a ganhar força durante a crise do tradicionalismo da profissão. Essa perspectiva teve como marco principal adequar o Serviço Social às demandas abarcadas pelo processo sociopolítico oriundos do golpe militar. Netto (2005, p.154) ressalta:
[...] uma perspectiva modernizadora para as concepções profissionais - um esforço no sentido de adequar o Serviço Social, enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser operacionalizado no marco de estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências postas pelos processos sócio-políticos emergentes no pós-64.
Tendo em vista as próprias características do desenvolvimento da sociedade, esta perspectiva foi capaz de se adequar ao governo através de um posicionamento tipicamente estrutural-funcionalista. Buscou-se um tom de instrumentalidade, onde sua diretriz profissional consistia em adquirir conhecimentos técnicos capazes de interferir na sociedade.
Entende-se que no processo de Reatualização do Conservadorismo, busca-se aperfeiçoar as antigas práticas profissionais de acordo com as novas exigências do perfil profissional, ou seja, busca-se mantê-las num viés mais crítico que pudesse apresentar argumentos plausíveis para adentrar a nova prática profissional. Essa perspectiva “supunha reatualizar o conservadorismo, embutindo-o numa ‘nova proposta’, ‘aberta’ e ‘em construção’” (NETTO, 2005, p.203) Nesse contexto cabe expor que o lastro conservador não foi erradicado do Serviço Social pela perspectiva modernizadora; com vista na seção precedente, ela explorou particularmente o seu vetor reformista e subordinou a suas expressões às condições das novas exigências que a “modernização conservadora” colocou ao exercício profissional (NETTO, 2005) Netto (2005) aponta que nessa perspectiva “a demanda do aporte teórico do pensamento fenomenológico surge como a faceta mais proeminente .
A terceira perspectiva é a intenção de ruptura, esta almejava romper totalmente com o Serviço Social tradicional, propunha uma quebra quer com seus procedimentos metodológicos, ideológicos e teóricos, com o seu conservadorismo, a tradição positivista. Esta perspectiva recorre principalmente ao pensamento marxista, que era tida de forma progressiva na sociedade. Caracteriza-se também pelo reforço a teoria marxista, principalmente o “marxismo acadêmico”, que se desenvolve no correr do tempo com a crise da ditadura militar. O Serviço Social se apropria das teorias marxistas, pois acreditavam em uma mudança social. Mas a leitura feita pelos assistentes sociais da época sobre o marxismo foi muito superficial o que causou uma concepção do assistente social como agente transformador da sociedade numa ideia de revolução.
fonte: http://seminarioservicosocial.paginas.ufsc.br/files/2017/05/Eixo_2_139.pdf