- ID
- 1347502
- Banca
- FUNDEP (Gestão de Concursos)
- Órgão
- Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG
- Ano
- 2014
- Provas
-
- FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Auxiliar de Serviços Educaionais
- FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Fiscal de Obras e Serviços
- FUNDEP - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Auxiliar Administrativo
- FUNDEP - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Fiscal de Posturas
- FUNDEP - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Professor - Nível I
- FUNDEP - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Técnico de Enfermagem
- FUNDEP - 2014 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG - Técnico em Informática
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A difícil arte de ser bizarro
Num dos maiores dicionários de língua portuguesa, bizarro recebe nove definições. Sete delas são elogiosas. Bizarro é aquele que se destaca pela aparência bem cuidada, por modos e trajes elegantes, briosos, nobres. O uso mais comum hoje é como sinônimo de esquisito, estranho e excêntrico. Essa definição aparece por último, como informal e recente.
Talvez nenhum outro adjetivo combine mais com moda que “bizarro", em todos os seus nove sentidos. O que é bonito, garboso e elegante num dia pode virar esquisito e estranho no outro. O livro Última moda - Uma história do belo e do bizarro, dos historiadores e jornalistas ingleses Barbara Cox, Carolyn Sally Jones, David e Caroline Stafford (Publifolha), reúne boa parte da história de hábitos da moda de gosto e bom-senso duvidosos. É divertido e informativo, mesmo para quem não está nem aí com moda - ou especialmente para essas pessoas.
As ousadias e sacrifícios mal disfarçavam o desejo de se diferenciar. Nas cortes, leis suntuárias ditavam limites para o tipo de acessório e tecido que os súditos podiam usar para que não ostentassem roupas como as da realeza. Não foi possível manter esse controle por muito tempo. À medida que a indústria da moda se expandia e as classes mais pobres passavam a ter acesso a cópias dos acessórios reais, mais mirabolante a moda da alta sociedade se tornava. A ideia de exclusivo viveu muito tempo da arte de dificultar a confecção, o acesso à matéria-prima, até mesmo o uso dos artigos. Muitos dos trajes e acessórios que compõem o bizarro na moda eram mais do que curiosidades estéticas para os olhos de hoje. Alguns prejudicavam a saúde e chegavam a pôr em risco a vida de quem os usava. Armações de saias que levavam mulheres à histeria, estruturas de vestidos inflamáveis, até tintas de roupas que matavam e maquiagens que envenenavam.
Conhecida como uma das mais belas jovens do Reino Unido, Maria Gunning, condessa de Coventry, era adepta da base branca para o roso e para o busto e de ruge vermelho para as bochechas. Os cosméticos continham chumbo. Abriram fissuras em seu rosto, infeccionaram e a levaram à morte aos 27 anos. Ela passou seus últimos anos num quarto escuro para que ninguém a visse.
Os absurdos da moda foram terreno fértil para as críticas de costume do escritor francês Honoré de Balzac, que afirmou: “A moda nada mais é que um ridículo que não teme objeções". E que diverte - para quem sobrevive a ela.
OSHIMA, Flávia Yuri. A difícil arte de ser bizarro. Época. São Paulo, Globo,
Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.