A socialização primária diz respeito à socialização que o indivíduo experimenta na infância e pela qual torna-se membro da sociedade. Na socialização primária é construído o primeiro mundo do indivíduo e implica sequências de aprendizagem, socialmente definidas, onde a linguagem possibilita a interiorização de vários esquemas motivacionais e interpretativos com valor institucional definido. A socialização primária termina quando o conceito do outro generalizado é estabelecido na consciência do indivíduo. Assim, torna-se um membro efetivo da sociedade, possuindo, subjetivamente, uma personalidade e um mundo. Porém, essa interiorização da sociedade, da identidade, da realidade não se dá definitivamente. A socialização nunca é total e nem está acabada.
A socialização secundária consiste nos processos subsequentes que introduzem um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade; é a interiorização de “submundos” institucionais ou baseados em instituições, cuja extensão e caráter são determinados pela complexidade da divisão do trabalho e concomitante distribuição social do conhecimento. Portanto, a socialização secundária é “(...) a aquisição do conhecimento de funções específicas, funções direta ou indiretamente com raízes na divisão do trabalho” (Berger & Luckman, 1996, p.185).