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ID
1381822
Banca
VUNESP
Órgão
IPT-SP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Juros e marshmallows




     Formação de poupança, taxa de juros, r > g, na agora célebre formulação de Thomas Piketty. Expressos em economês, esses conceitos têm algo de impenetravelmente abstrato. Mas tudo isso pode se tornar um pouco mais compreensível se recorrermos à psicologia.

     Sob essa chave interpretativa, a taxa de juros é a expressão monetária da recompensa diferida, ou melhor, o prêmio que se paga à paciência. O sujeito que aceita deixar de consumir já e guarda seu dinheiro recebe uma gratificação por seu autocontrole. Essa faceta psicológica, embora não dê conta de explicar todos os aspectos da taxa de juros, ajudaria a compreender sua relativa estabilidade. Historicamente, ela fica em torno dos 4% ou 5% ao ano, que seriam o preço-base da impaciência humana.

     O interessante é que a noção de recompensa diferida não serve só para ajudar a entender a economia. Ela se revelou também um teste de inteligência emocional com alto valor preditivo sobre o sucesso de pessoas.

     Tudo começou nos anos 60 com o experimento do marshmallow. O psicólogo Walter Mischel, de Stanford, estava interessado em saber como crianças resistiam a tentações. Assim, colocava garotos de quatro anos numa sala diante de um marshmallow e lhes dava duas opções. Poderiam tocar uma campainha, encerrar o experimento e devorar a guloseima, ou aguardar a volta do pesquisador, que então lhes entregaria um segundo marshmallow.

     Anos depois, Mischel correlacionou o tempo que elas conseguiram esperar com indicadores de sucesso. Constatou que as que conseguiram esperar mais se saíram melhor nos exames acadêmicos, tinham menos problemas com drogas, menores taxas de divórcio e até menor peso.

     Não podemos, decerto, transpor esses achados individuais para sociedades, mas será que as altas taxas de juros no Brasil não dizem algo sobre nossa saúde mental coletiva?


(Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 13.07.2014. Adaptado)

Considerando o contexto, a forma verbal destacada em – Historicamente, ela fica em torno dos 4% ou 5% ao ano... (segundo parágrafo) – está corretamente substituída, preservando-se o sentido de uma ação que se iniciou no passado e se prolonga até o presente, por

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra D   - tem ficado = ação que se iniciou no passado e se prolonga até o presente.


    a) ficará - futuro do presente do indicativo = ação certa no futuro.

    b) ficava - pretérito imperfeito do indicativo = ação que era contínua no passado, duradoura.

    c) tinha ficado - (tempo composto) pret. imperfeito do indicativo + particípio = formam o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. A título de complementação, isso equivale ao pret. mais-que-perfeito simples do ind, ou seja, final -RA (ficara = tinha ficado, pois possuem correlação verbal).

    e) teria ficado - (tempo composto) futuro do pretérito do indicativo + particípio = ação possível de ocorrer no futuro, hipótese, incerteza, dúvida.


    Bons estudos!!

  • RESPOSTA D 


     Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:

    ...tem ficado...

    É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato contínuo.