SóProvas


ID
1391548
Banca
FCC
Órgão
TJ-AP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O meu e o outro lugar


Há lugares da nossa casa em que nos sentimos melhor ou pior que em outros: na ponta da mesa, junto a uma janela, no canto da sala ou perto da porta atua algum especial elemento de atração que nos faz sentir ali, e só exatamente ali, perfeitamente “em casa". Não faltarão razões para isso, que a psicanálise, a sociologia ou talvez a astrologia possam explicar;mas quero aqui me ocupar com a projeção contrária dessa sensação. Sentir-se no exílio é, genericamente, estar fora do seu lugar. O exilado é, em princípio, um ser punido, condenado a distanciar-se de seu espaço próprio, ou desejado.

Li outro dia umas linhas muito sábias a respeito da relação que mantemos com o que julgamos o nosso lugar. São as palavras de um monge do século XII, da Saxônia, chamado Hugo de Saint Victor:

“O homem que acha doce seu torrão natal ainda é um iniciante fraco; aquele para quem todo solo é sua terra natal já é forte; mas perfeito é aquele para quem o mundo inteiro é uma terra estrangeira. A alma frágil fixou seu amor em um ponto do mundo; o homem forte estendeu seu amor para todos os lugares; o homem perfeito extinguiu sua dependência em relação aos lugares."

O monge considera aqui a superioridade de quem não tem um lugar que lhe seja próprio. Ou seja: ele fala de alguém que, humildemente, não julga que seja seu qualquer lugar do mundo; todos os lugares lhe impõem o respeito do desconhecido. Tratando-se de um monge, é possível suspeitar que o único espaço que ele julga de fato pertencer a alguém é o espaço interior da pessoa, o lugar onde o espírito se encontra com Deus, o centro da alma e da individualidade. Não deixa de ser instigante acreditar que somos todos estrangeiros neste mundo,e o único lugar que nos é próprio é o que podemos carregar dentro de nós. A meditação mais profunda se constituiria,assim, como o nosso território pessoal.

(Sabino Junqueira, inédito)

O verbo entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • Gab. A

    a) As linhas exibem...
    b) As razões não convencem ninguém, a que ele recorre...
    c) Lugares que há (invariável)...
    d) Toda vez que o sujeito for iniciado por um pronome indefinido ou interrogativo no singular, o verbo só pode ficar no singular.
    e) Compete na função de complemento do verbo principal meditar.

    Bons estudos!

  • Por favor, alguém me ajude. Continuo sem entender a letra "A" porque para mim o verbo deveria concordar com a palavra "sabedoria". 

    Quanto à letra "E" eu tinha pensando em sujeito oracional e portanto só poderia ser singular.
    Obrigada!
  • Natália,

    Quem exibe? As linhas 

    Exibe o quê? Sabedoria.

    As linhas exibem sabedoria.

    Espero ter ajudado.

  • eu ainda não consegui entender o que a banca quer que seja analisado.... =/

  • Não entendi tambem, a começar pelo enunciado... Parece incompleto. "As linhas" não exibem sabedoria, "ele" exibe sabedoria. O autor viu nas linhas sabedorias que ele exibe.

  • As linhas em que o autor viu sabedoria, penso eu, de fato a (exibir).

    Considerando o gabarito, não deveria ser as exibem?
  • NATALIA OLIVEIRA, O AUTOR VIU NAS  LINHAS SABEDORIA QUE ELAS EXIBEM. FICA ILÓGICO PENSAR QUE É O AUTOR QUE EXIBE SABEDORIA NAS LINHAS.LOGO,AS LINHAS TEM SENTIDO CONOTATIVO.OU SEJA:VI NOS TEXTOS SABEDORIAS QUE ELES EXIBEM. OBSERVA-SE O ENUNCIADO DA QUESTÃO QUE PEDE PARA CONCORDAR O TERMO SUBLINHADO E O VERBO ENTRE PARENTESES.

  • Na verdade, não acho que deveria ser "as exibem", mas "a exibem" mesmo. 


    As linhas em que o autor viu sabedoria, penso eu, de fato a (exibir).


    Retirando-se o complemento do núcleo "linhas", temos: As linhas de fato exibem. Exibem o quê? A sabedoria. 


    Ou, então, substituindo o pronome oblíquo átono pelo termo a que ele se refere temos: As linhas em que o autor viu sabedoria, penso eu, de fato exibem sabedoria. 


    Temos que ter em mente que o "a" nesse caso não é artigo, mas pronome oblíquo átono e, por isso, deve acompanhar o termo a que ele se refere. 

  • Alguém poderia explicar o erro da letra C.

    Obrigado

  • Verbo HAVER no sentido de EXISTIR é invariável e impessoal.

  • Meu Deus ....eu ainda não sei o que a banca está querendo ....


  • Frase esquizofrênica.

  • As linhas em que o autor viu sabedoria, penso eu, de fato a (exibir)

    1ª Oração: As linhas em que o autor viu sabedoria.

    2ª Oração: As linhas de fato a (exibir).--- É só fazer a pergunta para o verbo EXIBIR.

    Quem é que exibe? As linhas (Sujeito)

    Exibe o quê? Sabedoria (Objeto Direto)

    Obs: O substantivo sabedoria está representado na 2ª oração pelo pronome oblíquo átono “a”, senão vejamos:

    As linhas de fato a (exibir)

    As linhas de fato (exibir) sabedoria.

    Agora ficou fácil se soubermos que o verbo concorda com o sujeito (As linhas):

    As linhas de fato exibem sabedoria.

  • Gabarito A.

    Penso eu que a alternativa se organize da seguinte forma: As linhas exibidas em que (ou nas quais) o autor, de fato, viu a sabedoria.

    Seria o mais coerente, porém o verbo flexionado no particípio transmuda-se em adjetivo.

    :(

  • Na letra E ,não pode ser flexionado em função de verbo não concordar com sujeito precedido de preposição, pois sabemos que sujeito não pode ser preposicionado. Portanto "aos monges" não é sujeito do verbo "competir" e sim o verbo principal meditar. "Meditar compete.."

  • Alternativa E trata-se de sujeito oracional. Show de bola

  • Questão mais de sintaxe do que outra coisa, apesar de ter sido classificada como reescritura textual e significação de palavras e expressões. O que basicamente se pede é a conjugação verbal em conformidade com o sujeito de cada alternativa:
    a) As linhas em que o autor viu sabedoria, penso eu, de fato a (exibir). - As linhas em que o autor viu sabedoria, penso eu, de fato a exibem. Quem exibe? As linhas - sujeito. Exibem o quê? Sabedoria - objeto direto. Alternativa correta.

    b) As razões a que ele (recorrer) para se sentar ali não convencem ninguém. - As razões a que ele recorreu para se sentar ali não convencem a ninguém. Verbo concordando com o pronome "ele".

    c) Entre os muitos lugares que (haver) na sala, prefiro o canto junto à janela. - Oração sem sujeito. Verbo haver no sentido de existir.
    d) Quem já morou em vários países nem sempre (alimentar) alguma predileção. - Quem já morou em vários países nem sempre alimenta alguma predileção. Verbo alimentar concordando com o pronome indefinido "quem".

    e)Aos monges medievais sempre (competir) meditar com grande profundidade. - A palavra "monges" está sendo utilizada como objeto indireto. Meditar com grande profundida compete aos monges. É um caso típico de sujeito oracional, com a oração subordinada substantiva "meditar com grande profundidade" colocada no lugar do sujeito. Para identificar um sujeito oracional, basta substituir a oração por “isso”. Isso compete aos monges.
  • Fico com uma inveja danada de que começa um comentario, com expressões do tipo : questão de sintaxe, questão mais de morfologia, questão mais de "sei que lá".

    Não entendo nada disso, vou pela lógica, mas tenho que estudar porque só lógica não é suficiente.