SóProvas


ID
1391551
Banca
FCC
Órgão
TJ-AP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O meu e o outro lugar


Há lugares da nossa casa em que nos sentimos melhor ou pior que em outros: na ponta da mesa, junto a uma janela, no canto da sala ou perto da porta atua algum especial elemento de atração que nos faz sentir ali, e só exatamente ali, perfeitamente “em casa". Não faltarão razões para isso, que a psicanálise, a sociologia ou talvez a astrologia possam explicar;mas quero aqui me ocupar com a projeção contrária dessa sensação. Sentir-se no exílio é, genericamente, estar fora do seu lugar. O exilado é, em princípio, um ser punido, condenado a distanciar-se de seu espaço próprio, ou desejado.

Li outro dia umas linhas muito sábias a respeito da relação que mantemos com o que julgamos o nosso lugar. São as palavras de um monge do século XII, da Saxônia, chamado Hugo de Saint Victor:

“O homem que acha doce seu torrão natal ainda é um iniciante fraco; aquele para quem todo solo é sua terra natal já é forte; mas perfeito é aquele para quem o mundo inteiro é uma terra estrangeira. A alma frágil fixou seu amor em um ponto do mundo; o homem forte estendeu seu amor para todos os lugares; o homem perfeito extinguiu sua dependência em relação aos lugares."

O monge considera aqui a superioridade de quem não tem um lugar que lhe seja próprio. Ou seja: ele fala de alguém que, humildemente, não julga que seja seu qualquer lugar do mundo; todos os lugares lhe impõem o respeito do desconhecido. Tratando-se de um monge, é possível suspeitar que o único espaço que ele julga de fato pertencer a alguém é o espaço interior da pessoa, o lugar onde o espírito se encontra com Deus, o centro da alma e da individualidade. Não deixa de ser instigante acreditar que somos todos estrangeiros neste mundo,e o único lugar que nos é próprio é o que podemos carregar dentro de nós. A meditação mais profunda se constituiria,assim, como o nosso território pessoal.

(Sabino Junqueira, inédito)

O fato de estar mal estruturada leva à necessidade de se corrigir a redação da seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • Não só o embora, mas a frase está incompleta eu acho.

    Se fosse colocar na ordem, creio que ficaria assim:
    Embora pareça inteiramente excêntrico, o ponto de vista do monge medieval poucas pessoas compartilhariam tal convicção.
    Está faltando um complemento entre medieval e poucas.

  • Erro da letra C: verbo compartilhar no sentido de experimentar as mesmas opiniões é transitivo indireto. O correto seria : "poucas pessoas compartilhariam de tal convicção.".

  • Resposta: C

    A frase está mal estruturada, pois carrega as seguintes informações:

    "O ponto de vista do monge medieval parece inteiramente excêntrico"

    e

    "Poucas pessoas compartilhariam tal convicção" (A inserção da preposição "de" não corrige a má estruturação).

    Ao colocar as duas informações na mesma frase, o autor perdeu a ordem SVO.

    Uma possível correção seria:

    "O ponto de vista do monge medieval, embora pareça inteiramente excêntrico, é uma convicção compartilhada por poucas pessoas."

    Desta forma, temos a ordem natural da frase: Sujeito + Verbo + Objeto.

    Espero ter ajudado! Obrigada! =)

  • Confesso que a correlação entre os verbos da A me intriga.
  • Por que na alternativa E não contém crase antes de convicções? "vão de encontro às convicções que fazem..."

  • Guilherme, "convicções" está no plural,  se houvesse artigo acompanhando ele estaria no plural também,  e ficaria "às convicções". 


    Quanto a questão, concordo com a Alhandra Teixeira. Alternativa c.


    Se eu estiver errado me corrijam, por favor.

    Bons estudos!

  • Letra c ->  Não faz muito sentido a frase, necessita de alteração do tempo verbal e reestruturação da frase.

  • 2 ERROS:

    1º -> Compartilhar no sentido de possuir a mesma opinião é VTI, pede a preposição de.

    Exemplo:  poucas pessoas compartilhariam de tal convicção.


    2º -> Não se separa verbo de sujeito por vírgula.

    "O ponto de vista do monge medieval, embora pareça inteiramente excêntrico".

    Quem pareça ? O ponto de vista do monge medieval.

    CORRETO: Embora o ponto de vista do monge medieval pareça inteiramente excêntrico.

    .

  • Concordo com que há má estruturação da alternativa C, pois quando se lê " pareça inteiramente excêntrico", será certo que poucos compartilharão, por essa forma não se justifica o "embora".


  • Gente, eu matei a questão simplesmente pelo fato dela não conter o ponto final  da alternativa C. Simples assim.

  • O ponto de vista do monge medieval, embora pareça inteiramente excêntrico, poucas pessoas compartilhariam tal convicção

     

    observa-se que a função primordial de uma oração concessiva (embora...) será de tentar negar a oração principal, porém não consegue. Dito isso, percebe-se que apesar de ser excentrico o ponto de vista do monge, muitas pessoas compartilhariam suas convicção, coisa que não esta acontecendo na proposião exposta. na verdade o erro esta na conjução utilizada.

         Na verdade temos uma relação de causa e efeito, pois, por ser muito excêntrico o ponto de vista do monge medieval, poucas pessoas compartilhariam suas convicções.

    TENHO DITO!