SóProvas


ID
1409341
Banca
FUNCAB
Órgão
SEDS-TO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Nas análises sobre as funções pedagógicas do Serviço Social no seu processo de desenvolvimento sócio-histórico, são identificadas duas estratégias educativas postas no contexto das lutas de classe comperfis pedagógicos distintos.Nesse sentido:

Alternativas
Comentários
  • Literatura sobre esse tema:

    ABREU, Marina Maciel. Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos da prática profissional. São Paulo: Cortez, 2002.  

  • Abreu (2002) demarca os processos históricos que constituem o Serviço Social e a organização da cultura, suas nuances societárias, perspectivas sócio-históricas, reconstruindo o perfil pedagógico em dois eixos definidores dos perfis pedagógicos das práticas educativas em Serviço Social: a ajuda e a participação.

    A ajuda, presente desde a institucionalização do Serviço Social como profissão, nos Estados Unidos na segunda década do século XX, ainda hoje existe, reatualizando-se conforme as novas exigências da acumulação capitalista. Incorpora-se ao Serviço Social de Caso, “enquanto “ajuda psicossocial individualizada”, que, na formulação de Mary Richmond (1950, 1977) refere-se a um tratamento prolongado e intensivo, centrado no desenvolvimento da personalidade, com vistas na capacitação do indivíduo para o ajustamento ao mundo que o cerca” (ABREU; GOMES, 2009:6). Seu intuito claro era a assistência individualizada voltada para reforma moral e reintegração social, vinculadas 4 fundamentalmente a composição do mundo do trabalho, que naquela época correspondia ao fordismo e taylorismo, modelos que visavam o novo trabalhador ou trabalhador moderno, integrado. Esse padrão se consolida nos chamados “30 anos gloriosos” do capitalismo, após o 2º pós-guerra, predominando na sociedade a “cultura do bem-estar”. Na crise dos “anos gloriosos”, além da crise econômica, seus rebatimentos implicam também nesta cultura.

    A participação advém do período de desenvolvimentismo do governo brasileiro da época, via na participação a possibilidade de integração social as políticas sociais de desenvolvimento da época. Lembra-se que o projeto desenvolvimentista modernista surge nos países periféricos como uma resposta ao subdesenvolvimento, incidindo nesses países no sentido da “modernização”, contando, inclusive, com a mobilização comunitária para isso.

  • http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/zD3ifq80Dt7Az49Q4j7x.pdf

     

  • A função pedagógica refere-se a intervenção do profissional junto ao indivíduo ou grupo objetivando mudar seu modo de agir, viver e pensar. O profissional pode, dessa forma, transformar a consciência e a subjetividade dos sujeitos e intervir de forma que eles continuem sendo controlados ou de forma que se rebelem. Dessa forma com base em Marina Maciel Abreu (Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos da prática profissional. São Paulo: Cortez, 2002), considerando que há projetos de sociedade distintos, considerando que um deles busca a manutenção dessa ordem e outro a sua ultrapassagem, pode-se afirmar que o Serviço Social ao longo de sua trajetória, possuiu duas estratégias educativas distintas, a saber são elas: 1) estratégia subalternizante; e 2) estratégia emancipatória. Com relação a estratégia subalternizante, o Serviço Social historicamente possui como perfil pedagógico a ajuda, buscando controlar e enquadrar a classe trabalhadora sendo funcional a classe dominante ao reproduzir as relações sociais vigentes e a forma de ser e viver instituída pela burguesia. A assistência era ao mesmo tempo repressiva e filantrópica com a finalidade de prevenir possíveis organizações dos trabalhadores e concedendo a eles o necessário para sobreviver, reproduzir e trabalhar. No tocante a estratégia emancipatória que possui o perfil pedagógico da participação, o qual inicia-se entre os anos de 1950 e 1960 com o Desenvolvimento de Comunidade (proposta esta conservadora mas que possibilitará a reconfiguração da profissão aproximando-a dos interesses populares e subalternos), almeja-se a radicalização da democracia, a expansão da cidadania, o fim da sociedade de classes e, assim, a construção de uma nova sociedade livre da exploração e exploração de classe.

    Assim, com relação as alternativas:
    a) está incorreta visto que na obras supracitada não há menção ao citado na assertiva. Ademais, as estratégia educativas são estratégia subalternizante e estratégia emancipatória.
    b) está incorreta pois são desconhecidas nas produções bibliográficas que tratam do assuntos tais estratégias.
    c) está incorreta pois não há nas bibliografias que abordam a temáticas as estratégias educativas citadas no que se refere à função pedagógica do Serviço Social.
    d) está correta visto que trata exatamente das estratégias educativas citadas por Mariana Maciel de Abreu em sua obra e citada no texto acima.


    RESOISTA: D
  • Gabarito 

    d

    uma refere-se a estratégias educativas subalternizantes, vinculadas às necessidades de reprodução das relações de exploração do capital sobre o trabalho e que apresenta como perfil pedagógico a ajuda. A outra se refere a est ratégias educat ivas emancipatór ias vinculadas às necessidades de construção de alternativa societária a ordem do capital, contendo o perfil pedagógico da participação.

  • Qual é o erro da letra C?Alguém??

  • O Serviço Social ao longo de sua trajetória, possuiu duas estratégias educativas distintas, são elas:

     

    1) estratégia subalternizante; possui como perfil pedagógico a ajuda, buscando controlar e enquadrar a classe trabalhadora sendo funcional a classe dominante ao reproduzir as relações sociais vigentes e a forma de ser e viver instituída pela burguesia. A assistência era ao mesmo tempo repressiva e filantrópica com a finalidade de prevenir possíveis organizações dos trabalhadores e concedendo a eles o necessário para sobreviver, reproduzir e trabalhar.

    2) estratégia emancipatória; possui o perfil pedagógico da participação, o qual inicia-se entre os anos de 1950 e 1960 com o Desenvolvimento de Comunidade (proposta esta conservadora mas que possibilitará a reconfiguração da profissão aproximando-a dos interesses populares e subalternos), almeja-se a radicalização da democracia, a expansão da cidadania, o fim da sociedade de classes e, assim, a construção de uma nova sociedade livre da exploração e exploração de classe.

     

     

    Obs: resposta completa no comentário do Qconcurso.