Segundo José Maria Jardim "um aspecto muito freqüente é confundir-se legislação arquivística com política arquivística.
A legislação arquivística fornece elementos normalizadores à política arquivística, mas
não é em si mesma uma política. Muitas vezes a legislação arquivística tende a ser considerada
o marco zero de uma nova era arquivística. É compreensível tal expectativa já que uma
legislação adequadamente concebida pode ser um poderoso instrumento a favor da gestão, uso
e preservação dos arquivos. A viabilidade dessa legislação torna-se comprometida se não for
simultaneamente instrumento e objeto de uma política arquivística.
Políticas públicas arquivísticas constituem uma das dimensões das políticas públicas informacionais.
Em função da realidade observada, é possível detectar situações nas quais polí-
ticas públicas arquivísticas são concebidas e implementadas - normalmente sem muito sucesso
- ignorando-se as demais políticas públicas de informação existentes. Da mesma forma, são
freqüentes situações nas quais políticas públicas de informação - muitas vezes em nível nacional
- desconhecem por completo as peculiaridades do universo arquivístico. Em alguns
casos, por exemplo, políticas arquivísticas e políticas de governo eletrônico são concebidas e
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desenvolvidas como se pertencessem a universos paralelos. Ambas as iniciativas perdem com
essa ausência de interfaces, especialmente o campo arquivístico, normalmente menos visível
que aquele relacionado com as questões inerentes aos projetos de governo eletrônico."
(...)
Referência: http://enancib.ibict.br/index.php/enancib/ixenancib/paper/viewFile/3077/2203