SóProvas


ID
1422397
Banca
AOCP
Órgão
Prefeitura de Camaçari - BA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                    Falência múltipla
                                                                        Lya Luft


      Um jornalista comentou recentemente num programa de televisão que pediu a um médico seu amigo um diagnóstico do que está ocorrendo no Brasil: infecção, virose? A resposta foi perfeita: “Falência múltipla dos órgãos”.
      Nada mais acertado. Há quase dez anos realizo aqui na coluna minhas passeatas: estas páginas são minha avenida, as palavras são cartazes. Falo em relações humanas e seus dramas, porém mais frequentemente nas coisas inaceitáveis na nossa vida pública. Esgotei a paciência dos leitores reclamando da péssima educação — milhares de alunos sem escola ou abrigados em galpões e salinhas de fundo de igrejas, para chegarem aos 9, 10 anos sem saber ler nem escrever.
      Professores desesperados tentando ensinar sem material básico, sem estrutura, salários vergonhosos, estímulo nenhum. Universidades cujo nível é seguidamente baixado: em lugar de darem boas escolas a todas as crianças e jovens para que possam entrar em excelentes universidades por mérito e esforço, oferecem-lhes favorecimentos prejudiciais.
      Tenho clamado contra o horror da saúde pública, mulheres parindo e velhos morrendo em colchonetes no corredor, consultas para doenças graves marcadas para vários meses depois, médicos exaustos trabalhando além dos seus limites, tentando salvar vidas e confortar os pacientes, sem condições mínimas de higiene, sem aparelhamento e com salário humilhante.
      Em lugar de importarmos não sei quantos mil médicos estrangeiros, quem sabe vamos ser sensatos e oferecer condições e salários decentes aos médicos brasileiros que querem cuidar de nós?
      Tenho reclamado das condições de transporte, como no recente artigo “Três senhoras sentadas”: transporte caro para o calamitoso serviço oferecido. “Nos tratam como animais”, reclamou um usuário já idoso. A segurança inexiste, somos mortos ao acaso em nossas ruas, e se procuramos não sair de casa à noite somos fuzilados por um bando na frente de casa às 10 da manhã.
      E, quando nossa tolerância ou resignação chegou ao limite, brota essa onda humana de busca de dignidade para todos. Não se trata apenas de centavos em passagens, mas de respeito.
      As vozes dizem NÃO: não aos ônibus sujos e estragados, impontuais, motoristas sobrecarregados; não às escolas fechadas ou em ruínas; não aos professores e médicos impotentes, estradas intransitáveis, medo dentro e fora de casa. Não a um ensino em que a palavra “excelência” chega a parecer abuso ou ironia. Não ao mercado persa de favores e cargos em que transformam nossa política, não aos corruptos às vezes condenados ocupando altos cargos, não ao absurdo número de partidos confusos.
      As reclamações da multidão nas ruas são tão variadas quanto nossas mazelas: por onde começar? Talvez pelo prático, e imediato, sem planos mirabolantes. Algo há de se poder fazer: não creio que políticos e governo tenham sido apanhados desprevenidos, por mais que estivessem alienados em torres de marfim.
      Infelizmente todo movimento de massas provoca e abriga sem querer grupos violentos e anárquicos: que isso não nos prejudique nem invalide nossas reivindicações.
      Não sei como isso vai acabar: espero que transformando o Brasil num lugar melhor para viver. Quase com atraso, a voz das ruas quer lisura, ética, ações, cumprimento de deveres, realização dos mais básicos conceitos de decência e responsabilidade cívica, que andavam trocados por ganância monetária ou ânsia eleitoreira.
      Que sobrevenham ordem e paz. Que depois desse chamado à consciência de quem lidera e governa não se absolvam os mensaleiros, não se deixem pessoas medíocres ou de ética duvidosa em altos cargos, acabem as gigantescas negociatas meio secretas, e se apliquem decentemente somas que poderão salvar vidas, educar jovens, abrir horizontes.
      Sou totalmente contrária a qualquer violência, mas este povo chegou ao extremo de sua tolerância, percebeu que tem poder, não quer mais ser enganado e explorado: que não se destrua nada, mas se abram horizontes reais de melhoria e contentamento.

                                                                              http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tag/lya-luft/


Em “...que isso não nos prejudique”, a forma verbal destacada está conjugada no

Alternativas
Comentários
  • Tempos do Subjuntivo

    Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.

    Por exemplo:É conveniente que estudes para o exame.

    Portanto, alternativa A

    Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf62.php 

  • Presente do Subjuntivo - Expressa um fato atual exprimindo possibilidade de um fato hipotético. ( Geralmente é acompanhado de QUE - conjunção integrante = ISSO)

     

    Futuro do Subjuntivo- Indica uma ação hipotética que poderá ocorrer no futuro; o verbo, geralmente, vem acompanhado de "quando" ou "se"; Expressa um fato futuro relacionado a outro fato futuro.

    Ex.: Se eu fizer 18 acertos, passarei.

     

    Presente do Indicativo-  Expressa um fato que ocorre no momento; Expressa algo que frequente, habitual; Expressa um fato passado, geralmnete nos textos artísticos ou literal.

    Ex.: " Não vejo mais você faz tanto tempo

             que vontade que eu sinto de olhar em seus olhos ganhar seus abraços

             É verdade, eu não minto.

     

    Futuro do Indicativo- Existe o Futuro do Presente do Indicativo e o Futuro do Pretérito do Indicativo.

    Futuro do Presente do Indicativo-  inicia um fato que vai ou não ocorrer após o momento que se fala. 

    Ex.: Professores comentarão a prova depois do concurso. 

     

    Futuro do Pretérito do Indicativo-  Expressa um fato futuro em relação ao passado; indica uma dúvida, incerteza, cordialidade...;  Indica algo que ocorreria, se uma condição fosse atendida .

    Ex.:  " Estranho seria se eu não me apaixonasse por você."

     

     

     

     

  • GABARITO: A


    No presente do subjuntivo, verbos terminados em -AR (como prejudicar) são conjugados com -E.

     

    Logo, "prejudicar" se conjuga "prejudique".

  • esss tipo de questão é bom usar por eliminação tbm, porem presente do indicativo seria a primeira a ser eliminada pq é mas facil uasr a logica

     

  • presente do subjuntivo coloque o QUE ANTES DA CONJUGAÇÃO

    preterito imperfeito do subjuntivo coloque SE ANTES DA CONJUGAÇÃO

    futuro do subjuntivo coloque QUANDO ANTES DA CONJUGAÇÃO

  • presente do subjuntivo coloque o QUE ANTES DA CONJUGAÇÃO

    preterito imperfeito do subjuntivo coloque SE ANTES DA CONJUGAÇÃO

    futuro do subjuntivo coloque QUANDO ANTES DA CONJUGAÇÃO