SóProvas


ID
142576
Banca
FCC
Órgão
TRT - 7ª Região (CE)
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Trabalho infantil: prós e contras.

Darcy Ribeiro, um dos mais originais e polêmicos pensadores do Brasil, não admitiria a alternativa que está no título deste artigo. Para ele, trabalho não era opção para as crianças: só deveria haver a obrigatoriedade da escola, da boa escola, em período integral e com duas refeições diárias. Estava pensando em atender amplamente as necessidades dos meninos e meninas carentes - parcela significativa da infância brasileira. Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua.
A favor do trabalho infantil estão aqueles que, considerando a inviabilidade de qualquer outra solução imediata, preferem evitar o mal maior - o do abandono e da delinquência de nossas crianças -, contornando-o com a permissão oficial de integração do menor no mercado de trabalho. Regulamentados por lei o horário máximo e as condições mínimas de adequação ao universo da criança, as empresas seriam encorajadas a admitir, treinar e a ajudar a desenvolver os pequenos trabalhadores, facilitando-lhes, inclusive, o acesso a uma educação suplementar: cursos profissionalizantes, estágios, atualizações etc.
Contra o trabalho infantil alinham-se os que defendem tanto o encaminhamento obrigatório das crianças à escola como a interdição do aproveitamento delas em qualquer tipo detrabalho profissional, em qualquer caso. Ainda que a escola não venha a suprir a necessidade das refeições diárias completas, do uniforme doado e do banho tomado, ela representaria o compromisso mínimo da educação em meio período, do ambiente de socialização e da sempre oportuna merenda escolar. Caberiam aos pais, aos adultos, à sociedade em geral as providências para que se poupassem as crianças de qualquer outra atividade.
Ainda temos muito a caminhar: é olhar as ruas das grandes cidades para constatar que a realidade vem exibindo uma terceira - e a pior - via. A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem que faz pensar na abrangência das propostas de Darcy Ribeiro, que são também, certamente, as mais justas. Rever, reexaminar, rediscutir suas propostas não é um retorno ao passado: é buscar atender as necessidades de um melhor futuro.

(Tarso de Cintra Meirelles, inédito)

Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua.

Os termos sublinhados exercem na frase acima a mesma função sintática do termo sublinhado em:

Alternativas
Comentários
  • Função sintática é o papel que os elementos de uma frase exercem no seu interior, levando em consideração as relações existentes entre eles. Por exemplo: os substantivos ora exercem a função de sujeito, de adjunto adnominal, de objeto direto, indireto, etc.; os adjetivos ora exercem a função de adjuntos adnominais, de predicativos; os pronomes podem também exercer várias funções, e assim ocorre com as outras classes gramaticais.

    No caso em tela, estamos diante de dois sujeitos:  Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua. Portanto, a letra e) está correta: A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem (...)

     

  • A função sintática  de "sonho" e "debate", citados no exemplo, é a de sujeito. "Tragédia" (ítem E) exerce idêntica função sintática.
  • Os dois termos sublinhados tem a função de sujeito...
     
    Se alguém tiver ficado com dúvida na alternativa "c", uma forma de eliminá-la é verificando a regência do verbo "Caber":
     
    "Quem cabe, cabe EM"
    "O que cabe, cabe A/PARA"
     
    Assim, podemos notar que o verbo caber é transitivo indireto e que "aos pais" é objeto indireto do verbo (e não sujeito!). Pois na ordem direta da frase temos:
     
    "As providências caberiam aos pais" -> sujeito, objeto indireto;
  • Pequeno macete que aprendi aqui no site: sujeito não vem preposicionado.
    Logo, descartam-se de cara as alternativas b) e c)
  • O SONHO de darcy esta exercendo a funcao de NUCLeo do sujeito.
    QUal sera o sujeito?
    O SONHO de Darcy
    O sonho e o nucleo.
  • d) Ainda que a escola não venha a suprir a necessidade (...) INCORRETA

    "a necessidade" neste caso é objeto direto do verbo suprir. O enunciado da questão pede o sujeito.



  • GABARITO: LETRA E

    Direto ao bizu de achamento do sujeito:
    “O que não se torna realidade?”
    Resposta: ‘o sonho de Darcy’.
    “O que continua?”
    Resposta: ‘o debate’.
    “O que é de tal ordem?
    "Resposta: ‘A tragédia dos menores abandonados’. Sujeito simples.

    Simples assim! :)
  • Pessoal, o prof. Fernando Pestana, em sua obra A Gramática para concursos públicos, trata a questão de forma bem simples. Vejam o comentário dele:

    "Direto ao bizu de achamento do sujeito: “O que não se torna realidade?”

    Resposta: ”O sonho de Darcy.”. “O que continua?” Resposta: “O debate.”. Sujeitos

    simples, pois apresentam um núcleo. Olhe a E: “O que é de tal ordem?” Resposta:

    “A tragédia dos menores abandonados.”. Sujeito simples também, pois apresenta

    apenas um núcleo."


  • " ... Mas enquanto o sonho de Darcy não se torna realidade, o debate continua ... "

                                SUJ.                                                       SUJ.

     

    " ... A tragédia dos menores abandonados é de tal ordem ... "

              SUJ.

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: E