Nasce neste cenário o processo de renovação da profissão do Serviço
Social no Brasil, assumindo novas posturas, até então consideradas
modernas para o período onde estava inseridos. Sendo assim, o cenário
das teorias do Assistente social passa a ser ajustado ao contexto
socioeconômico da realidade brasileira, configurando mudanças
estruturais na sociedade e na ideologia do Serviço social no Brasil.Nas práticas e nas concepções profissionais
No contexto da ditadura militar:.
houve aumento dos postos de
trabalho, mas faltou condições estruturais para permanência destes
postos; tinha muito dinheiro nos cofres dos bancos, especialmente nas
poupanças das classes média e alta, mas milhões de brasileiros morria de
subnutrição.
Assim , se concebe neste cenário que o
crescimento econômico brasileiro gerou mazelas sociais irreparáveis,
especialmente a concentração de renda e o desemprego.
Já no que
se refere desenvolvimento humano neste contexto, frisa-se os dados já
citados acima, ou seja, um pais onde milhões morriam de desnutrição,
enquanto seu PIB, era o 9º maior do mundo, caracteriza de forma evidente
que o país era administrado para o favorecimento das classes média e
alta.
Outros aspectos que configuram um contexto onde o
desenvolvimento humano este à mercê era as características estruturais
da Nação que se dizia em desenvolvimento. Sendo assim, tais
características como: grande quantidade de crianças mortas por
desnutrição; milhares de municípios brasileiros sem água encanada; falta
de saneamento básicos em grande parte do país; e tantos outras
situações sociais, evidenciaram a falta de planejamento para o desenvolvimento humano do povo brasileiro.
A concentração da
renda brasileira no contexto do Milagre Econômico, teve grande argumento
nos técnicos do Governo militar, que afirmavam que a ideologia que
fundamentava tal concentração consistia em “crescer o bolo para depois reparta-lo”. Nesse tocante, situações como contenções de salários, altos
impostos para a classe pobre e diminuição de impostos sobre produtos
destinados à classe mediata, foram argumentos utilizados pelos
militares para concentrar ou acumular a renda, sem distribuição.
Assim, o que se conclui da concentração da renda é que esta é fruto do
próprio desenvolvimento econômico deste momento histórico. Todavia, que
neste mesmo contexto haveria a urgente necessidade de posturas de
políticas econômicas que visa-se a distribuição renda, e nada foi
feito.
Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social
O Serviço Social brasileiro, durante a autocracia burguesa no Brasil, passa por um processo de renovação da profissão. A própria autocracia e o quadro social, político e econômico gerado por ela, propiciaram o questionamento dos profissionais de Serviço Social acerca de sua prática e o resultado que ela produz. Desse modo, nesse contexto os assistentes sociais passam a repensar e revisar sua prática e atuação profissional, preocupar-se com o instrumental técnico e sua renovação. De acordo com José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. 17ª edição. Cortez, 2015) no processo de renovação emergem três principais concepções profissionais: 1) perspectiva modernizadora; 2) reatualização do conservadorismo e 3) intenção de ruptura.
RESPOSTA: E