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ID
1502806
Banca
FGV
Órgão
DPE-MT
Ano
2015
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

João da Silva, após apresentar um surto psicótico aos 20 anos e ter sido internado e diagnosticado como esquizofrênico paranoide, foi interditado judicialmente a pedido de sua mãe. Atualmente com 32 anos, João faz acompanhamento ambulatorial no CAPS, trabalha sem vínculo empregatício e deseja se casar com sua namorada Maria, comerciária de 27 anos.

Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O levantamento da interdição deve ser pedido, que será decidido pelo juiz após a realização da perícia, com base no laudo apresentado e na audiência de instrução e julgamento.

  • Não entendi. Alguém me explica?

  • surto psicótico aos 20 - interditado - "Interdição civil, como um estatuto jurídico pelo qual um ato judicial declara a incapacidade real de uma pessoa maior para a prática de certos atos da vida civil, na regência de si mesma e de seus bens, têm-se presentes, de forma subjacente, temas clássicos como liberdade, cidadania, direitos humanos, autonomia, doença, inadaptação e exclusão social, capacidade, proteção social, função do Estado". 

    32 anos - faz acompanhamento e trabalha, quer casar. 

    A lei brasileira admite levantamento ou alteração de qualidade da interdição (de total para relativa), como uma possibilidade (que raramente ocorre na prática), se houver uma melhoria na situação que levou à determinação de sua incapacidade ou se cessar a causa da mesma. Para tal, deve o interdito, ou seu curador, requerê-la em processo próprio, apensado ao de interdição, sendo o interditado submetido a nova perícia médico-judicial e a todos os longos trâmites processuais pertinentes (Vieira, 2003). 

    exclusão: 

    a) a curatela deve ser transferida para Maria (não) e pelos motivos trazidos pela resposta  (também não);

    b) A mãe de João deve ser processada por danos morais por tê- lo interditado indevidamente, quando ele tinha discernimento de seus atos. Para ele ter sofrido a interdição, a situação apresentada no passado não era indevida;

    c) a interdição nao é um ato jurídico irreversível;

    d) 12 anos depois, em uma situação completamente diferente da primeira  "O levantamento da interdição deve ser pedido, que será decidido pelo juiz após a realização da perícia, com base no laudo apresentado e na audiência de instrução e julgamento." - sim, com certeza é preciso pedir a revisão dessa situação. 

    e) aposentado? Completamente sem sentido essa resposta -  João deve ser aposentado para que ele tenha renda por conta de sua incapacidade permanente para o trabalho formal e pelo risco de novos surtos e internações. 





  • Obrigado! Eu não tinha entendido a questão!

  • A aposentadoria seria uma possibilidade, se ele trabalhasse em algum vinculo empregatício, que não é o caso.

  • A pessoa que fica internada por anos e sai tem direito a um benefício. Não é o caso da questão, como já foi explicado pelos colegas. Esse benefício tem relação com a reforma antimanicomial.

  • Gab D

    O levantamento da interdição deve ser pedido, que será decidido pelo juiz após a realização da perícia, com base no laudo apresentado e na audiência de instrução e julgamento.

  • A concepção de incapacidade civil absoluta foi modificada com o advento do estatuto da pessoa com deficiência.

    Tal estatuto alterou a Redação do CC, o qual passou a considerar como absolutamente incapazes tão somente os menores de 16 anos.

    O estauto prevê que:

    Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.

    § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei.

    § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.

    Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.

    § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.

    O fim da curatela ocorre quando deixar de existir o motivo que originou a incapacidade relativa do curatelado.

    É possível, assim, requerer judicialmente a revogação da curatela, a qual pode ser deferida após realização de perícia.

    No caso acima apresentado, independente da revogação, é plenamente possível o exercício do direito ao matrimônio.

    Gabarito: D