SóProvas


ID
1506784
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou escondermos a infâmia.
     Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana.
    Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...]

     Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a escravidão atual. Promovido pela Associação Walk Free, o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]
    A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais" em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas roças.

     Conclusões principais do estudo?  Pessoalmente, interessam-me duas. A primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".
    De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a existir.
    Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e até na América Latina? [...]

     O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não têm final feliz.

                                                 (Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em:                                                                                                                    http://www1.folha.uol.com.br)

O verbo em negrito deve sua flexão ao elemento sublinhado em:

Alternativas
Comentários
  • LETRA B

    O verbo em negrito deve sua flexão ao elemento sublinhado em: 

    a) A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava... ERRADO 

        A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.

    O LIVRO DE BENJAMIN SKINNER (SUJEITO) JÁ ANUNCIAVA

    A ÍNDIA É SUJEITO DE "CONTINUA"

      b) ... com um número que hoje oscila entre os 13 milhões....

    QUE = SUJEITO = UM NUMERO  (O "QUE" É PRONOME RELATIVO E SE REFERE AO TERMO QUE O ANTECEDE)

      c) Pessoalmente, interessam-me duas.ERRADO 

    DUAS (SUJEITO) INTERESSAM A MIM. 

      d) A escravidão que denunciava com dureza..ERRADO 

    QUEM DENUNCIAVA? Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando ... SKINEER (SUJEITO) DENUNCIAVA A ESCRAVIDÃO...

      e) ... o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece... ERRADO 

    A ESCRAVIDÃO MODERNA (SUJEITO) MERECE. 

  • ainda não muito clara !

  • enunciado difícil, a interpretação pra poder acertar a questão pode ser: "o verbo em negrito tem como sujeito o termo sublinhado em:". foi assim que eu consegui chegar à resposta. 

  • faz sentindo o comentário da Fabiana


    A escravidão que Skynner denunciava

  • Eu não consegui entender a letra d. 

  • Fiquei em dúvida na D também, tem que fazer a interpretação pelo texto galera, só pela alternativa não é suficiente.. No caso da D (pelo que entendi) quem denunciava não era a escravidão, a escravidão era denunciada pelo Skineer, sendo então o sujeito do verbo.

  •  a) A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava...  ( O LIVRO  anunciava..)

     b)... com um número que hoje oscila entre os 13 milhões... ( numeros os quais oscilam... ) Gabarito

     c) Pessoalmente, interessam-me duas .. ( Pessoalmente, duas interessam-me )

     d) A escravidão que denunciava com dureza.. ( Essa era mais complicada porque precisava retomar ao texto : quem denunciava ? Skinner 

     e)... o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece... ( quem merece?  a escravidão )

  • Parabéns pelos comentários Edson e Fabiana, mas para quem não entendeu a alternativa "D" leia o texto assim:


    Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que ele denunciava com dureza era a velha escravidão clássica 

    Ele quem? Skinner

  • Boa explicação Edson errei por que não voltei ao texto, 

    mas essa forma de perguntas é a melhor para descobrir a quem o verbo se refere.

    obrigado pela ajuda

  • Marquei a D e errei! Sempre aprendi que o sujeito da oração não pode ser termo preposicionado, então como "um número", precedido de com pode ser considerado sujeito? Esta regra não se aplica aos pronomes relativos? Alguém pode me ajudar! Obrigado!

  • quase errei , fiquei em duvida quando li a letra D , mas quando voltei ao texto percebi que o "denunciava" concordava com "ele" ......

  • Fiquei na duvida entre a B e a D, não fui pro texto e marquei a errada D.

  • eu  fiquei na dúvida na B, pois vinha precedido com preposição "com"

  • a) A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava...

     QUEM JÁ ANUNCIAVA = O LIVRO

     

    b)... com um número que hoje oscila entre os 13 milhões...

     QUEM OSCILA = O NÚMERO

     

    c) Pessoalmente, interessam-me duas.

    QUEM INTERESSAM = DUAS

     

    d) A escravidão que denunciava com dureza.. TEM QUE VOLTAR NO TEXTO

     

    e)... o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece...

    QUEM MERECE = A ESCRAVIDÃO MODERNA

  •  

    Na letra B deve-se analisar  a segunda oração olhando para o último termo da oração que a antece:

    "... com um número"/ "que hoje oscila entre os 13 milhões" 

    Nesse caso temos "que"= o qual referindo-se a "número" da oração anterior (não importando a sua função sintática da oração anterior, se está preposicionado ou não). Ficando assim: "número hoje oscila..." 

     

     

  • na questão na da pra ver que livro está em negrito..por isso errei

  • Quando o Pronome Relativo é núcleo do sujeito, a concordância é feita com o seu referente:

    Fugiu o ladrão que me roubou. / Fugiram o ladrão que me roubaram.

     

     

    Prof. Arenildo