SóProvas


ID
1521763
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                       Crianças que possuem demais
                   Elas já tendem a acumular muita tralha, não comece essa
                   loucura antes mesmo de elas nascerem, pelo bem delas e
                                                 do planeta

                                                                                                               Isabel Clemente

     [...]O excesso que pauta a ideia do que precisamos ter para viver está tirando a noção de muita gente. Desde que os sacos de pipoca quadruplicaram de tamanho passamos a acumular em casa e no corpo os excessos da vida insustentável. Consumimos e comemos demais. A obesidade como epidemia, inclusive entre crianças, é a prova material disso. Está faltando freio. Ostentar virou um modo de vida numa sociedade cheia de peças faltando. E abro um parêntese importante aqui para dizer que mania de acumulação não é privilégio dos ricos, muito menos dos famosos. Pode ser que as celebridades, depois das declarações públicas, promovam uma doação em peso de tudo que ganharam e, para não magoar ninguém, façam segredo disso. Vai saber.
      O apego é um hábito ruim e democrático: assola pessoas das mais variadas classes. E não afetam só o fulano que pode se tornar um consumidor compulsivo eternamente insatisfeito, como até pesquisas mostram. Há males nesse comportamento que prejudicam todos ao redor.
     Pesquisadores da Northwestern University (EUA) encontraram uma forte correlação entre indivíduos materialistas e um comportamento antissocial, egoísta e competitivo. Segundo esse estudo, que foi publicado em 2012, a tendência da pessoa materialista é apresentar um nível maior de ansiedade e insatisfação com a própria vida. São pessoas que costumam dar ênfase demais a si mesmas e não se envolvem de forma profunda e colaborativa com os demais, de acordo com os experimentos conduzidos por psicólogos e médicos.
      O egoísta é aquele que depois vai, no mínimo, estacionar o carro na vaga de cadeirante ou de idoso sem pertencer a nenhuma das duas categorias porque “precisava urgentemente". A urgência dele é sempre maior do que a do outro.
     A identidade de uma pessoa não depende apenas de sua índole. Sofre influência do ambiente e da interação até circunstancial com os outros. Por um complexo sistema de trocas subjetivas é que o aprendizado acontece enquanto incorpora valores nos quais acredita. Se ela cresce acostumada à ideia de que precisa de muito, jamais saberá o que é lidar com pouco, não entenderá a diferença entre o que é e o que tem, desenvolvendo grandes chances de buscar aceitação social por aquilo que possui.
     Dosar as posses dos nossos filhos é algo que está em nossas mãos durante um certo (e curto) período da vida deles. É uma atitude que, por um lado, ensina um pouco sobre desprendimento e, por outro, auxilia na organização da própria vida. Cabe aos responsáveis estabelecer regras e apresentar propostas sadias para que o quarto do filho - e consequentemente a vida dele - não se torne um depósito infinito de tudo que ele irá ganhar durante a vida.
      Crianças requerem atenção redobrada porque são seres em formação. Estão mais propensas a terem o foco desviado. Presas fáceis dos comerciais na televisão, conhecem todos os brinquedos que não têm. Querem quase tudo porque está para nascer o ser humano imune a tanto apelo. Ensiná- las nesse ambiente adverso dá mais trabalho. Passa pelo exemplo e pelo convencimento, ou você ouvirá da sua filha de quatro anos que seu armário também está cheio de roupas, quando a ela for negado um novo brinquedinho no mesmo dia em que você tiver comprado uma blusa.
      Lá em casa, chegada a hora de se desfazer de brinquedos e roupas, sempre rolam discussões e argumentações que aos poucos constroem nas crianças um pouco dos princípios nos quais eu e meu marido acreditamos. É preciso abrir mão enquanto o brinquedo e a roupa forem úteis e bons a quem os herdar. Não podemos ter vergonha daquilo que estamos doando. E se sentir saudade depois daquilo que perdeu, ótimo, faz parte do crescimento também saber lidar com perdas.
      Crianças que possuem demais sofrem do mesmo mal do adulto obrigado a fazer escolhas em demasia todos os dias, não valorizam o que têm, perdem tempo e sentem-se perdidas.
      Essa é a lógica que procuro empregar na minha vida, mas quem ouviu aquele disparate da filha de quatro anos fui eu.

                                                         Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clem...
                                                                             noticia/2014/02/criancas-que-bpossuem-demaisb.html

Em “Estão mais propensas a terem o foco desviado.”, a oração destacada exerce função de

Alternativas
Comentários
  • Em “Estão mais propensas a terem o foco desviado.”, a oração destacada exerce função de? 
     Estão mais propensas: do que? Falta algo nessa frase.
    Propensas é adjetivo feminino, ele pede um complemento para tornar essa frase com sentido completo, no caso é um complemento nominal.

     E o que é um complemento nominal?  É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos abstratos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.O adjetivo propensas em sua regência pede a preposição "a", pois quem está propenso, está propenso "a" alguma coisa.A frase "a terem o foco desviado", é o complemento nominal.

    FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=kKJeXpSOeIY



  • Estar propenso A alguma coisa....

    Propenso é uma palavra NÃO Verbal, portanto, o que vier a completá-la, será um complemento nominal 

     

    GABARITO A

  • ara saber se a frase é um adjunto adnominal basta pronominar o verbo terem, se sumir o que vem depois dele "foco desviado", é adjunto, se sumir somente o "foco" é redicativo do objeto, no caso da questão some os dois, sendo o gabarito a letra A.

    no caso ficaria assim: “Estão mais propensas a terem o foco desviado.”

    a regra do ronome é a seguinte, palavras terminadas em sons nazais levam os pronomes NA ou NO

    a questão ficaria: Estão mais propensas a terem-NO.

    Terem quem? o foco desviado.

    esero ter ajudade, se houver erros mandem mensagem.

  • Objeto direto e indireto são complementos VERBAIS, ou seja, só vão completar o sentido de um verbo

    O que completa o sentido de um nome é COMPLEMENTO NOMINAL

    -----

    O complemento nominal completa o sentido de substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio.

    Ele sempre será antecedido de preposição

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    No caso, o termo sublinhado é uma oração completiva nominal

  • Complemento nominal vs adjunto adnominal: 

    O adjunto adnominal é o termo acessório que determina especifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos

    **Se relaciona com substantivos *concretos e abstratos 

     O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância .

    O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal, que se liga ao nome que completa por intermédio de preposição:

    * Só se relaciona com substantivos *abstratos 

    A arte é necessária à vida, = relaciona-se com a palavra "necessária" 

    Temos medo de barata. = ligada à palavra "medo"