SóProvas


ID
1532428
Banca
COVEST-COPSET
Órgão
UFPE
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1

Palavras emprestadas

A leitora Mafalda, sob o título “Sugestão de crônica”, mandou-me um e-mail protestando contra a invasão de expressões estrangeiras no dia a dia do brasileiro. Enviou até fotos de vitrines dos arredores de sua casa na região da Rua Oscar Freire.

Visionária, a leitora sonhava que eu pudesse contribuir para “mudar o uso do inglês nas ruas”, motivar algum político “a comprar essa briga” e dizia ser isso uma questão de patriotismo. Não acha?

Não acho, leitora, leitores. Com jeito vou tentar explicar.

Quando me alfabetizei, em 1943, havia cerca de 40.000 palavras dicionarizadas no português, segundo Domício Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras. Hoje, são mais de 400.000; alguns filólogos estimam em 600.000. Ora, leitora, de onde brotaram tantas palavras? Dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das gírias, dos estrangeirismos.

Já vê, cara Mafalda, que a consequência dos estrangeirismos não é o empobrecimento da língua, e sim o seu enriquecimento. Nós nos irritamos com os abusos, sim, como acontece com qualquer outro abuso.

A questão do estrangeirismo se aclara com a pergunta: com quem a pessoa quer se comunicar? Se usa palavras que muitas pessoas não entendem, não vai se comunicar com elas. Mesmo usando só o português. No caso das frases em inglês na Rua Oscar Freire, aqueles comerciantes não estão querendo se comunicar com quem não as entende.

Existe quem use a expressão estrangeira por pedantismo, quando há termo equivalente brasileiro. Mas por que impedir alguém de ser pedante? É um direito dele. Há quem use por ser modismo, mas por que ir contra a moda? Ela passa.

Na maioria dos casos, usa-se o estrangeirismo por necessidade. Há palavras estrangeiras inevitáveis, porque designam coisas novas com mais exatidão e rapidez: air bag, shopping center, e-mail, flash, slide, outdoor, marketing, videogame e milhares de outras.

Centenas delas ficaram bem à vontade quando aportuguesadas: uísque, futebol, lanchonete, gol, chique, garçom, sanduíche - e por aí vai. Muitas ficaram bem bacaninhas no nosso dia a dia, mesmo usadas do jeito que chegaram: jeans, show, shopping, topless, manicure, vitrine...

Ou seja, o povo falante há de peneirar o que merece permanência.

(Ivan Ângelo. Revista Veja. São Paulo: Abril, 25 mai. 2011. Adaptado.)

Segundo as normas da concordância sintática entre ‘verbo’ e ‘sujeito’, identifique a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • A - Pode haver ( lembrando que o verbo haver no sentido de existir , fazer , acontecer é impessoal e o verbo ao lado dele também deve ficar no singular ) 

    B -  ficam bem ...

    C - GABARITO

    D- Existem aqueles 

    E -  .. se comunicar 


    SUAR NO TREINO PARA NÃO SANGRAR NA LUTA!

  • Não sei não, a LETRA B tb pode ser entendida da como está escrita., pois dá o sentido de algo que já foi realizado, ou seja, que está no passado...

     

    Para mim, nitidamente duas respotas: B e C

  • B- Nenhumas das palavras estrangeiras ficaram bem à vontade quando aportuguesadas.

  • Na letra B o Sujeito é nenhuma, por isso deve ser "ficam". O sujeito não pode ser preposicionado, por isso não é "das palavras". 

     

  • Na verdade a letra B  está errada porque NENHUM é pronome indefinido, o núcleo do sujeito é exatamente essa expressão que está no singular e por essa razão o verbo também fica no singular.

    O correto seria: "NENHUMA das palavras estrangeiras FICOU bem à vontade quando aportuguesadas."

    Corrijam-me se estiver errada.

  • Demorei muito tempo para conseguir responder uma questão como essa. Para mim isso já é uma superação pessoal.

    Principalmente a letra que é uma oração subordinada substantiva, logo o verdo deve estar na terceira pessoa do sigular.

    Bons estudos, gelera.

  • Superação pessoal, palavra chave do concurseiro.

  • Fiquei confuso com essa questão. Em vez de analisar a concordância entre sujeito e verbo, foquei nas alternativas como uma explicação para o uso ou não de palavras estrangeiras. kkkk. Voei legal!


    "O tempo faz tudo valer a pena. E nem o erro é desperdício." (Ana Carolina)

  • Cadê o comentário do professor Qconcursos?

  • As expressões Nenhum de/dos/das ou Cada um de/dos/das, quando no sujeito, sempre ficarão na 3° do singular.

  • Vanessa Costa, quando não tiver comentário do professor pode pedir no próprio site.

  • Os colegas foram AO cinema!