- ID
- 1546531
- Banca
- FCC
- Órgão
- MANAUSPREV
- Ano
- 2015
- Provas
-
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Arquivologia
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Ciências Atuariais
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Contabilidade
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Economia
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Psicologia
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Serviço Social
- FCC - 2015 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Tecnologia da Informação
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Outro dia, numa mesa de bar, hesitante e assustado, me dei conta de que eu não sabia a minha idade. Como pode, a esta altura do campeonato - qual altura exatamente? - a pessoa ignorar quantos anos tem?
Quando você é criança, a idade é um negócio fundamental. É o dado mais importante depois do seu nome. Lembro que, na época, eu achava de uma obviedade tacanha esse “vou fazer", mas hoje entendo: o desejo de crescer é parte fundamental do software com que viemos ao mundo. Seis, vou fazer sete, é menos uma constatação óbvia do que uma saudável aspiração.
Dos 20 aos 30 anos, avança-se lentamente, com sentimentos contraditórios. A escola foi há séculos, mas ser adulto ainda é estranho. A resposta sincera a quantos anos você tem, nessa fase, seria: “26, queria fazer 25", “25, queria fazer 24", até chegar a 20 - acho que ninguém, a não ser dopado por doses cavalares de nostalgia e amnésia, gostaria de ir além, ou melhor, aquém, e voltar à adolescência.
Trinta anos é uma idade marcante. Agora é inegável que você ficou adulto. Mas aí você faz 35 e entra numa zona cinzenta (ou grisalha?) em que idade não significa mais muita coisa. A impressão que eu tenho, a esta altura do campeonato - qual altura, exatamente? - é que todo mundo tem a minha idade. Não sendo púbere nem gagá, estão todos no mesmo barco, uns com mais dor nas costas, mas no mesmo barco, trabalhando, casando, separando e resmungando nas redes sociais. Deve ser por isso que, sem perceber, parei de contar.
(Adaptado de: PRATA, Antonio. Folha de S. Paulo, 01/02/2015)
A “saudável aspiração” apontada pelo autor refere-se